Resenhas - O Som e a Fúria

@gezaine_ 01/05/2022

Se tornou um dos livros favoritos.
Excelente técnica narrativa, personagens bem construídos e ótimo enredo.

Aline.Rodrigues 01/05/2022

Uma obra de arte
A primeira vez que leio um livro é paro lá pela página 50 e digo: preciso recomeçar, estou perdendo algo muito precioso aqui. Que experiência, a leitura deste livro. Ele é como um tesouro: raro, difícil e reluzente.
Tão sútil, mas tão forte. Tão!

Cath 30/04/2022

compre o curso na hotmart para ler esse livro
queria muito, muito, muito ter gostado desse livro, por vários motivos: tinha tudo para ser bom, ouvi muitas opiniões boas e fiquei caçando o preço dele por dias até baixar, mas infelizmente não foi para mim

num futuro, eu pretendo fazer uma releitura, mas com certeza vou ter que comprar um curso sobre ele para entender, eu sabia que já não ia ser uma leitura fácil, mas realmente é um livro atípico de ser lido

Brenda 28/04/2022

É árido e cru. A história me vem como um retrato tirado com uma lente vermelha. O autor conseguiu trazer uma narrativa que expõe a fragilidade, a confusão e a torpeza da condição humana de uma forma que eu nunca tinha visto. É um drama subjetivo que expõe a alma dos personagens, ao mesmo tempo que traz uma imagem maior, de um lugar e um povo muito característico. A proeza de Faulkner em trazer três narradores diferentes e conseguir escrevê-los de forma que suas vozes são únicas e totalmente diferentes uma das outras foi fenomenal (o mesmo não pode ser dito de Lúcio Cardoso em "A Casa Assassinada "). Uma obra prima.

aguiasou 26/04/2022

Diferente de tudo que já li
O que dizer dessa leitura. São diversos fragmentos de memórias, ocorridos em tempos diferentes. E a partir disso teria que juntar como se fosse um quebra-cabeça para entender a história. E como um quebra-cabeça as peças estão misturadas. Parece que não tem lógica, mas precisa ler tudo para compreender e encaixar as peças...

MireilaMM 26/04/2022

Uma obra sem precedentes
Que livro maravilhoso! Uma leitura desafiadora, acima de tudo, que começa muito difícil, fica mais difícil ainda, para depois amenizar e tornar-se uma narrativa mais linear e clara (em se tratando da escrita). Um livro que já pede releitura tão logo termina-se a leitura; mas é uma ação totalmente esperada, já que nas 3 primeiras partes, a história é entregue como peças de um quebra-cabeças que vai sendo montado depois de união muitas peças, aparentemente sem similaridade... até que a imagem vai se construindo, mas não completamente, e é preciso distanciamento para observá-la.
Esta é a grande jogada deste livro: atenção total e foco são imprescindíveis para que se obtenha um melhor entendimento da trama, e mesmo assim, não é uma tarefa fácil, e acredito que nem muito possível , já que o texto fragmentado é intencional, cheio de impressões sensoriais, personagens complexos, fluxos de consciência longos, descrições de uma beleza poética, personagens psicologicamente densos... E o brilho é este: levar o leitor a refletir, reler, tentar entender e conectar as partes. Parece difícil? E é. Mas é uma experiência única e memorável para qualquer leitor que realmente aprecie a grandeza de um clássico e já tenha alguma bagagem literária (imprescindível). Uma verdadeira obra prima que recomendo demais.

Erica.Barone 24/04/2022

O livro mais desafiador que li até agora. Verdadeiro quebra-cabeça literário. Trabalha com fluxo de consciência e saltos temporais de forma brilhante e inusitada. O mais impressionante foi eu não querer abandonar a leitura, mesmo sem exata compressão dos fatos até sua metade. Adorei a experiência.

Giovanni 24/04/2022

"O tempo morre sempre que é medido por pequenas engrenagens; é só quando o tempo pára que o tempo vive.?

?O homem é o somatório de suas experiências. O homem é o somatório de seja lá o que for. Um problema de propriedades impuras levado monotonamente até o nada invariável: impasse de pó e desejo.?

?Cada homem é árbitro de suas próprias virtudes. Você considerar o ato corajoso ou não é mais importante que o ato em si.?

?Dou-lhe este relógio não para que você se lembre do tempo, mas para que você possa esquecê-lo por um momento de vez em quando e não gaste todo seu fôlego tentando conquistá-lo.?

A estrutura da narrativa assemelha-se ao fluxo de pensamento, com suas idas e vindas do presente ao passado e vice-versa.
Quem gosta de enigmas vai se maravilhar e ficar extremamente fissurado para desvenda-los. Então, use a imaginação!

Aline 16/04/2022

O som e a fúria
Obra literária difícil e necessária. Uma experiência que nos tira da zona de conforto, provoca e desafia. A princípio nos leva a querer desistir, mas eis o primeiro desafio... "não desistir", pois vale a pena, aprendemos muito com Faulkner e sua obra. Para uma melhor compreensão: passar pela primeira parte mesmo sem estar entendendo, assistir algumas resenhas a cada parte lida, assistir e ler sobre a obra comentada. Emocionante chegar ao fim... Que orgulho!
A vida narrada repleta de som e fúria, onde o tempo é o sujeito e nós procuramos sentidos nesta loucura entre o real e a ficção e na (des)construção da temporalidade ??.

Jacqueline 14/04/2022

Fã ou hater?
A história trata de uma narrativa feita de 4 pontos de vista diferentes, retratando a catastrófica trajetória da aristocrática família Compson.
Utilizando o fluxo de consciência como uma das várias técnicas narrativas presentes no livro, Faulkner já começa pelo ponto de vista de uma pessoa com grave atraso cognitivo falando de sua vida na casa da família, logo após vem Quentin, o jovem que só faz merda, mas a família faz de tudo para bancar seus estudos em uma universidade renomada, então vemos a perspectiva de Jason, maior provedor da família, mas caótico, racista, machista e levemente sociopata. O fluxo do pensamento de Jason tem tanto caos que não há pontuações do começo ao fim nesta parte da história (Saramago, com certeza, era fã de Faulkner - entendedores entenderão). E ao final temos a visão da "governanta" da casa, em sua visão inferiorizada, mas extremamente rica de detalhes.
Não há muito o que se dizer da história além de ser cansativa, difícil e só fazer algum sentido depois que você lê a crítica de Sartre no final do livro. A análise dele sobre a relatividade do tempo utilizado no livro dá um clique na mente do leitor, atribuindo um sentido maior à maioria das páginas, fechando todo o contexto de "O Som e a Fúria" com a interpretação do próprio leitor sobre as características de personalidade de cada personagem e como cada um vive sua própria catástrofe, mas não deixando de interligarem-se a vida uns dos outros ao mesmo tempo em que parecem estar a anos-luz de distância de cada "realidade".
Acredito que minha mente literária ainda não está maturada o suficiente para abranger toda a genialidade que garantiram um Nobel ao autor desta obra, mas é inegável a perfeição da técnica narrativa presente neste livro, em contraponto, achei a história em si maçante e desgastante demais, pensando em abandonar em vários momentos.

Adriana1161 12/04/2022

Uma experiência de leitura
Livro maravilhoso, e que escritor genial!
Uma experiência única de leitura!
Um drama familiar, "contado por quatro vozes, e saltos inesperados no tempo".
As partes/capítulos são divididos por datas, mas nem tudo que acontece está inserido nesse período de tempo. Um quebra-cabeça, onde as dúvidas vão se esclarecendo com o passar da história, as narrativas vão ficando mais claras, é um crescente.
Não vou falar muito do enredo, pois qualquer coisa pode ser um spoiler e atrapalhar a experiência de leitura.
Eu li e reli, enquanto ainda estava lendo!
Tinha medo de ler este clássico e não entender, de ler e não gostar, mas acabou virando um livro preferido da vida!
Para ler com o coração e mente abertos.
Personagens: Benjamin, Quentin, Caroline, Candace, Jason, Dilsey, T. P., Frony, Luster
Local: sul dos EUA - 1895 a 1928
@driperini

Marilda 12/04/2022

Fragmentos e opinião
"Dinheiro de negro vale igual a dinheiro de branco, né?
Branco dá dinheiro pra negro porque sabe que o primeiro branco que aparecer com uma banda vai levar todo o dinheiro do negro, aí o negro vai ter que trabalhar pra ganhar mais" (p. 19)
"O do lado é onde a gente fica quando pega sarampo." disse Caddy. "Onde vocês ficam quando você e o T.P. pegam sarampo Frony."
"Acho que nós fica onde nós está mesmo." disse Frony. (p. 41)
"Ele é da maior importância para a minha consciência de superioridade racial." (p. 46)
"Os problemas de saúde são as principais causas de todas as formas de vida. Criadas pela doença, dentro da putrefação, rumo à decadência." (p. 47)
"Isso de trocar de nome não dá sorte pra ninguém." (p. 61)
"Todas as mulheres da nossa família sempre se orgulharam muito da postura delas. Você quer ficar parecendo uma lavadeira." (p. 66)
"Apelido é uma coisa vulgar. Só as pessoas reles usam apelidos." (p. 67)
"Só o fogo estava no espelho. Como se fosse uma porta dando para o fogo." (p. 68)
"Ouvíamos nós mesmos. Ouvíamos o escuro." (p. 78)
"Estou lhe dando o mausoléu de toda a esperança e todo desejo; (...) Dou-lhe este relógio não para que você se lembre do tempo, mas para que você possa esquecê-lo por um momento de vez em quando e não gaste todo seu fôlego tentando conquistá-lo." (p. 79)
"Acho que ninguém escuta com atenção o som de um relógio. (...) um único tique-taque é capaz de criar na mente toda a longa sequência de tempo, ininterrupta e descendente, que não foi ouvida." (p. 80)
"São sempre os hábitos vadios que você adquire que depois causam arrependimento." (p. 80)
"(...) foram os homens que inventaram a virgindade e não as mulheres (...) (p. 81)
"(...) os relógios matam o tempo. Ele disse o tempo morre sempre que é medido em estalidos por pequenas engrenagens; é só quando o relógio para que o tempo vive." (p. 88)
"Dizem os negros que a sombra do afogado ficava olhando por ele de dentro d'água o tempo todo." (p. 93)
"Eu e o pai protegemos as mulheres delas próprias nossas mulheres." (p. 99)
"(...) você está confundindo pecado com moralidade as mulheres não fazem isso a sua mãe está pensando em moralidade se é pecado ou não é isso nem passa pela cabeça dela" (p. 105)
"O pai disse que o homem é o somatório de suas desgraças. A gente fica achando que um dia as desgraças se cansam, mas aí é o tempo é que é sua desgraça (...)" (p. 108)
"As mulheres nunca são virgens. A pureza é um estado negativo e portanto contrário à natureza." (p. 119)
"Todos falavam ao mesmo tempo, com vozes insistentes e contraditórias e impacientes, fazendo da irrealidade uma possibilidade, depois uma probabilidade, e por fim um fato incontestável, como costumam fazer as pessoas quando seus desejos se transformam em palavras." (p. 121)
"(...) característica adulta de se deixar convencer do que quer que seja por um ar de superioridade silenciosa." (p. 122)
"(...) não posso nem chorar eu morri no ano passado eu lhe disse que morri mas na época eu não sabia o que queria dizer (...)" (p. 127)
"(...) de certezas organizadas há muito divorciada da realidade, ressecando-se em paz (...)" (p. 129)
"Porque as mulheres tão delicadas tão misteriosas (...) Equilíbrio delicado de imundície periódica entre duas luas." (p. 132)
"Aquele ar ofegante que têm as casas vazias." (p. 136)
"(...) eu mato você ouviu (...) eu não presto mesmo (...) nós somos malditos (...)" (p. 162)
"(...) eu havia simplesmente desmaiado como uma menina" (p. 166)
"(...) ela olhou para mim e então seus olhos se esvaziaram de tudo
pareciam olhos de estátuas brancos cegos serenos (...)" (p. 168)
"(...) do jeito que ele sempre faz na frente das moças, para eles não entenderem exatamente o que ele está dizendo. Cheio de indiretas e mentiras e coisas que nem fazem sentido. (...) você desperta não apenas a minha admiração como também o meu horror." (p. 171)
"O cheiro de madressilva era o mais triste de todos, eu acho. Lembro-me de muitos cheiros." (p. 173)
"Quando as flores se abriam na primavera e chovia o cheiro estava em toda parte a gente não reparava nele muito em outras ocasiões mas quando chovia o cheiro começava a entrar na casa à hora do entardecer ou chovia mais ao entardecer ou então havia alguma coisa na luz em si mas era sempre nessa hora que o cheiro era mais forte" (p. 174)
"(...) cada homem é árbitro de suas próprias virtudes você considerar o ato corajoso ou não é mais importante que o ato em si que qualquer ato" (p. 181)
"(...) nenhum homem faz isso sob o impacto da primeira fúria do desespero ou remorso ou dor (...) você só vai fazer isso quando acreditar que nem mesmo ela era merecedora do desespero" (p. 182)
"Quando uma pessoa age igual a um negro, seja ela quem for, o jeito é ela ser tratada como negro." (p. 186)
"(...) dinheiro não tem valor; o que vale é a maneira como a gente o gasta." (p. 198)
"Se ela crescer sem jamais saber que teve uma mãe, eu dou graças a Deus." (p. 204)
"(...) timidez com que as senhoras sulistas encaram as questões de negócios" (p. 228)
"E quem me visse podia muito bem pensar: um é maluco, o outro se matou afogado, a outra foi posta no olho da rua pelo marido, então todos eles devem ser malucos mesmo." (p. 237)
"Não sei por que é que não aprendo que uma mulher é capaz de qualquer coisa." (p. 247)
"era como se nele até a avidez fosse rígida, e a fome não conseguisse se exprimir, por não saber que era fome." (p. 281)
"(...) cheiro melancólico das flores." (p. 287)
"Apenas um som. Era como se todo o tempo e a injustiça e a dor se tornassem audíveis por um momento graças a uma conjunção dos planetas." (p. 292)
"(...) em farrapos coloridos desordenados de som." (p. 309)
"(...) uma vontade furiosa de não morrer o dominou" (p. 315)
"(...) o som desesperado e denso de todo o sofrimento mudo que há sob o sol." (p. 321)

Sayonara 05/04/2022

O Som e a Fúria
Impactada estou. Quando a técnica perfeita se alia a trama perfeita o resultado é "O Som e a Fúria". Acredito que se a história fosse apenas extraordinariamente bem escrita, como de fato é,  eu não me apaixonaria tanto por ela, mas além disso Faulkner nos presenteou com personagens cativantes, seja na sua ingenuidade, seja na sua fúria cega. Com certeza, entrou para os favoritos da vida e será relido muitas vezes ainda.

edzlke 05/04/2022

ai, ai?
Olha, eu entendi. Entendi o livro, entendi a sagacidade do autor, entendi a história: eu entendi. Não é um bicho de sete cabeças.
Mas ó: eu realmente só entendi.
Eu não fui tocada, eu não me emocionei, eu não senti nada. Eu só fiquei irritada e entediada pois achei os personagens muitíssimo enrolados.
Sei que é um livro super amado, hypado, etc, etc. mas não posso falar aqui que AMEI, porque não é verdade. Achei inovador e tal, fluxo de consciência em 1900 e bolinha, mas não achei bom, não foi uma leitura que terminei e fiquei impactada. Fiquei contente de terminar.

Fany 04/04/2022

Uma família peculiar ...
Depois de tanto tempo sem atualizar o Skoob, estou de volta com nada mais e nada menos que um dos livros mais desafiadores que já li, porém um livro incrível, e muito grandioso, não é possível expressar em palavras o que foi lê-lo.
Só digo uma coisa, deem uma chance para essa preciosidade! ?