Os Dias Escuros

Os Dias Escuros Manel Loureiro Doval




Resenhas - Apocalipse Z


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Flavio Assunção 26/07/2016

Em "Os Dias Escuros", segundo livro da série Apocalipse Z, a história recomeça de onde o primeiro terminou, com um grupo de quatro pessoas em um helicóptero de carga fugindo em busca de um local seguro para ficar. Não tarda muito para que alcancem a cidade espanhola de Tenerife, que está sob um estado militar enredado em uma guerra civil, com uma população faminta e quase sem recursos para sobreviver. Ali, os personagens são acolhidos, mas obviamente estarão prestes a se colocarem numa série de eventos tensos e que colocam em risco suas vidas.

Dessa vez, Manel Loureiro muda seu estilo narrativo. Se no primeiro livro, a escrita era em forma de diário, em que o protagonista, o advogado, narrava o que aconteceu ou quais seriam os seus próximos passos, em "Os Dias Escuros" a história é contada alternando momentos em primeira e terceira pessoa, mas sempre em tempo real, o que ajuda a empregar mais tensão em alguns momentos. Outra mudança significante, é a mudança do ponto de vista para outro personagem. Dessa maneira, não temos apenas a narrativa envolta ao advogado, como foi o primeiro, e sim alternando entre ele e outro, que se coloca em uma situação complicada paralelamente.

A leitura, assim como no primeiro livro, é muito agradável. Manel Loureiro escreve muito bem e consegue transportar o leitor para o mundo caótico que a sociedade se encontra. Com a alternância dos pontos de vista, também contamos com a possibilidade de conhecer, através do outro personagem, como funciona aquela nova ordem militar, que tenta recriar a sociedade. No entanto, vale destacar que é tudo feito de forma bastante superficial e, nas mãos de autor mais experiente, teríamos algo mais profundo, embora o foco deste livro seja outro.

No geral, a narrativa consegue se manter firme. O problema maior acontece mais próximo do final, quando o autor encontra soluções simples para livrar os personagens de situações complicadas. Basicamente seria como se eu estivesse encurralado num beco sem saída por um assassino e magicamente aparecesse do meu lado uma escopeta. Esse é um exemplo que transmite bem alguns momentos do livro, que dão a impressão de que o autor sabota a experiência, evitando "dar trabalho" aos seus personagens para se saírem de uma situação.

Fora esse deslize e a falta de profundidade relativa a sociedade em Tenerife, "Os Dias Escuros" é agradável e muito superior a vários outros livros do gênero, que soam repetitivos a maior parte do tempo. Sem dúvida, o primeiro da série, "O Princípio do Fim" é superior, mas este deve ser lido e apreciado. Sou um leitor exigente, mas consegui ignorar tranquilamente alguns defeitos devido a excelente escrita do autor. Que venha o fechamento da trilogia.
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