Resenhas - Entre Quatro Paredes

Nessa 01/05/2013

A vida que não deu certo
O verdadeiro inferno é a vida que não deu certo. Sartre começa a fazer sentido de um jeito assombroso. Quando você finalmente se dá conta de seus demônios, eles não te abandonam mais. Esse é o problema de olhar no abismo: ele pode olhar de volta para você.

A cada movimento dos ponteiros do relógio parece ficar mais acentuada essa lógica. Tentativas desesperadas de desviar do trajeto são pura tolice quando todos os nervos já foram expostos, quando o outro veio até você para mostrar, consciente ou inconscientemente, aquilo que você tenta coagular.

Con[viver] nem sempre é tarefa fácil e embora alguns prefiram muitas vezes o exílio, ninguém é ilha. A grande questão é: conseguimos viver com nós mesmos? Se você não é bom, é mau. É demasiado preto ou branco, não? Uma mesa é uma mesa.

Ousaria então dizer que o inferno sartriano na Terra é nossa própria consciência.

Raiane 15/05/2010

"Vou te dar o que eu puder. Não é lá muita coisa. Eu não vou te amar: eu te conheço demais pra isso"
O inferno de Sartre é um cenário facilmente imaginável, no qual a punição é psíquica. Não há castigo pior do que o julgamento alheio, daí o inferno ser os "Outros". Garcin, Estelle e Inês se conhecem tanto, que mal conseguem conviver "entre quatro paredes".
Leitura incrível!

mariaf.skumagai 05/05/2021

Impossível de encontrar
É uma peça de teatro em um ato, escrita por Sartre e que apresenta uma das suas falas mais famosas ? o inferno são os outros?.
É rápida, com linguagem fácil e profunda em sua discussão! O ruim é que não se acha facilmente para ler.

Cebrian 30/05/2024

O inferno são os outros.
Eu amei como esse livro traz a agonia de se imaginar nessa situação, questionamentos sobre vida e morte, tudo isso em uma escrita MUITO leve e rápida. Li em menos de 24hrs?

?É melhor levar cem mordidas, chibatadas, ácido sulfúrico doque esse sofrimento mental?

anna_lu123 01/03/2023

O inferno são os outros, com seus olhares e seus julgamentos sobre nós, porque no fim das contas, o inferno da humanidade é o próprio ego. Podemos viver na superfície ignorando as nossas sombras, mas uma vez que uma única pessoa tomar consciência daquilo, o controle da imagem que ela tem de você foi perdido para sempre. Eu menti, menti escancaradamente e assumi que menti. Todos os envolvidos sabem que sou uma mentirosa. Meu inferno é saber que não sou mais admirada por eles como já fui. Se é que fui. Pelo menos antes eu tinha o benefício da dúvida. Agora, já nem isso. O inferno é o olhar do outro sobre aquilo que julgamos em nós mesmos, quando na verdade estamos todos preocupados com nossos próprios erros e nossos próprios umbigos, sem sequer perceber que estão todos assim. E aqueles que não estão, os que optam por apontar o dedo para o outro, estão, na verdade, tentando de alguma forma tirar a própria atenção de si mesmo. Viver da própria imagem, na superfície, anestesia a dor da angústia que é encarar a nossa miudeza e a nossa insignificância frente a frente.
Além do mais, o outro é simplesmente um inferno pelo simples fato de ser um espelho, de escancarar, ainda que passiva e inconscientemente, nossos piores defeitos. Nos ofendemos com a nossa podridão, que passeia por ai de maneira ambulante diante dos nossos olhos estampada nas costas dos outros e nos dando a deliciosa ilusão de que estamos imunes porque vemos e condenamos. Ver os nossos defeitos nos outros é a válvula de escape que a inconsciência persegue.

Carolina 22/05/2020

Foi a recomendação de uma amiga muito querida, e como esperado, eu adorei, devorei cada palavra com uma rapidez impressionante.

Vitória Romeiro 26/02/2023

O inferno são os outros
Sartre consegue promover continuamente várias reflexões que te instigam. Resumidamente um clássico digno de se tirar o chapéu, sempre adorei o formato textual de peças teatrais tive muito prazer em ler essa.

Mauricio.Alcides 17/04/2016

O inferno
Acho que tenho uma peça de teatro favorita,

Em Entre quatro paredes Sartre nos apresenta a uma nova visão mundana de inferno, um inferno sem ardência, sem suplícios sem constantes humilhações, um inferno composto apenas na figura de um quarto e das interações sociais humanas. Sartre demonstra na figura de três personagens como a interação humana é complexa, difícil, como é complicado estarmos presos ao convívio social, mas mesmo sendo essa lastima a convivência com terceiros é essencial para a nossa complexa raça humana.

Como dito em um certo momento do teatro por Garcin O inferno são os outros.

Nota: 10

Mile linda 18/04/2023

Esperava muito mais. Senti um vazio ao terminar.

O fato de não ter espelho e cada um ser o espelho um do outro, enriquece a peça.

Lembra muito os gatilhos da quarentena em que éramos obrigados a nos isolar e nossa casa se tornava um inferno por coisas tão simples da convivência.

Nanddrummer 29/10/2010

"O inferno são os outros"
Um dos melhores livros que ja lí na minha vida. Para quem já tem uma iniciação na filosofia e na corrente existencialista vai notar as mensagens do existencialismo aqui presente. Contando a vida initerrupta Sartre coloca três personagens que viviam uma farsa e são postos um contra o outro pois é a percepção da "outra" pessoa que nos incomoda. Simplesmente demais

Jéssica 26/03/2024

“O inferno são os outros”.

Com esta frase Sartre subverte a ordem cristã, põe a mostra as raízes do existencialismo e reconduz o Ser para a responsabilidade.

Desde muito tempo estabelecido, o inferno é apenas uma promessa; o seu arranjo é o futuro; é nada.

Mas para Sartre o inferno é diferente. Ele está aqui; o seu momento é o presente; é a vida; são os outros.

Nesta peça escrita em atmosfera de Segunda Guerra Mundial o castigo é a vida sem interrupção. O inferno se caracteriza pela presença de outros. E não será o fogo eterno a arder, mas própria consciência.

Nyck 02/08/2021

O inferno são os outros
É uma peça curta com uma linguagem de fácil entendimento que em poucas páginas conseguem despertar grandes reflexões através de três personagens presos em uma sala no inferno.

Ísis 14/01/2022

Esse livro te faz teletransportar pra história de uma forma bem envolvente! Adorei a forma com que as características dos personagens vão surgindo, através das suas atitudes. Recomendo! Quero ler mais livros nesse estilo teatral.

Isabela Zamboni | @resenhasalacarte 10/11/2016

Um livro para sempre reler
Aposto que você já ouviu alguém falar a frase “O inferno são os outros”.

Essa famosa sentença faz parte da peça de teatro Entre Quatro Paredes, escrita pelo filósofo existencialista Jean Paul Sartre. Minha irmã me emprestou esse livro com a peça completa (nessa edição antiga e superfofa da Abril Cultural) e gostei muito!

Ultimamente tenho lido bastante peças de teatro e não me arrependo: é um texto fluido de ler, além de ser muito interessante imaginar as personagens em um palco, em um local fixo com cenário e limitações.

A trama da peça é explicada rapidamente. Três pessoas são colocadas no mesmo cômodo: um homem, escritor, que queria ser um herói, mas foi um covarde; Estelle, uma burguesa fútil que só se preocupa com a própria imagem e que assassinou o bebê que teve com seu amante; e Inês, uma mulher impetuosa, funcionária dos correios e homossexual, atraída por Estelle, tentando a todo custo conquistá-la.

Os três são levados a essa sala por um criado, que depois desaparece. A porta está sempre trancada e, a partir daí, eles percebem a situação em que se encontram: aquele é o inferno.

[RESENHA COMPLETA NO BLOG RESENHAS À LA CARTE]

site: http://resenhasalacarte.com.br/resenha/resenha-entre-quatro-paredes-jean-paul-sartre/

*Gabi* 08/02/2022

Se ver pelos olhos do outro.
Recebi a indicação de leitura dessa peça em um momento de muito questionamento interior e dificuldade de aceitação. O início da leitura foi um pouco agoniante porque eu não estava entendendo; até que algumas páginas depois captei a mensagem sem que fosse dada a palavra ao local, à cena. Recomecei a leitura e, mais atenta, vi os sinais que a pessoa estava tentando me passar. Todo mundo se questiona em algum momento, então essa obra simples e de leitura rápida, porém muito rica; deveria estar na estante de todo leitor!