Clio0 30/05/2024
Leitura obrigatória na maioria das escolas, relutei em fazer uma resenha por décadas justamente pela carga emocional da leitura.
Anne reconta em seu diário observações diárias típicas de uma adolescente - rotina de estudos, obrigações domésticas, convivência familiar e, é claro, a guerra. Essa, vista pelos olhos de uma criança protegida, assume tons distantes, quase similares a um "ouvi falar".
Tal noção pode ter advindo da posição dos pais, Otto e Edith, que mesmo ao terem que se esconder em sótãos para escapar da SS, tentavam manter uma rotina que intuía a salvação e uma volta a normalidade no fim da guerra.
O diário termina abruptamente por motivos óbvios e é ainda mais doloroso ler os comentários finais pelo único sobrevivente da família. O mesmo que admitiu ter editado o livro de conteúdos sexuais e intimidades familiares.
A edição que tenho é antiga, com uma capa dura que resiste há mais de trinta anos. Não consegui achar o nome do tradutor, porém quero crer na fidelidade de algo que é considerado um dos documentos históricos mais emblemáticos do século XX.