O Físico

O Físico Noah Gordon




Resenhas - O Físico


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Andreia Santana 11/03/2012

A grande aventura da origem da medicina
Os elementos estão todos costurados com maestria: muito romance, sensualidade, aventura, fatos históricos, o cenário da Idade Média e das Cruzadas; além do fascínio ocidental pelos mistérios do oriente. Só a citação dessa lista já faria de O Físico, um livro imperdível para quem aprecia ao menos alguns dos ingredientes descritos acima. Mas Noah Gordon, não satisfeito em reunir tantos ícones do imaginário literário em um único livro, ainda é um bom contador de histórias. Uma verdadeira encarnação masculina de Sherazadi. As quase 600 páginas do livro avançam quase que de um só fôlego e o leitor fica querendo mais.

Para quem não conhece ou nunca teve coragem de ler com medo do tamanho do romance, já que a obra foi lançada em 1996 e está na 14ª edição no Brasil, O Físico conta a história de Rob Cole, um órfão inglês que, após a morte dos pais, termina como uma mistura de filho adotivo e empregado/assistente de um barbeiro cirurgião beberrão e com ares de saltimbanco na Europa do século XI, obscura, supersticiosa e com o braço repressor da igreja baixando e mandando para o cadafalso qualquer suspeito de bruxaria. Rob, que traz uma espécie de dom místico para curar e deseja vencer a morte e a doença que dizimaram sua família; depois de adulto, ouve falar do mítico Avicena e de uma fabulosa escola de medicina na Pérsia, para onde ele viaja, assumindo a identidade falsa de um estudante judeu... Daí para frente, vocês mesmos leem, senão perde a graça.

A pretensão de Gordon não é contar em termos precisos e didáticos a história da origem da medicina, mas narrar a grande aventura que era ser médico numa época em que enquanto o Oriente era vanguardista e concentrava além de grande riqueza material, uma ainda maior intelectual; o Ocidente afundava em reinados sangrentos e corruptos e nos medos impostos por um cristianismo amargo e inquisidor que impedia acima de tudo o avanço da ciência que coloca a existência de Deus em xeque. A partir da saga do jovem Rob, o autor romanceia o que deve ter sido a realidade de muitos homens - e mulheres de carne e osso naqueles tempos árduos. Havia um conflito profundo entre ciência e fé, como ainda hoje existe. E todos os lados da questão são abordados com grande propriedade e leveza pelo escritor.

Usando figuras reais que se tornaram mito, como o próprio Avicena, Noah Gordon tenta desvestir-se de um possível olhar maniqueísta ocidental e europeu para traçar um panorama da riqueza cultural e social tanto do Islã, quanto do Cristianismo e do Judaísmo medieval e mostrar onde estariam as origens não só do eterno conflito entre cristãos, judeus e muçulmanos, mas das idiossincrasias daquelas que são consideradas as três maiores religiões da humanidade.

Sem defender ou demonizar nenhum dos três credos e sem deixar de apontar as origens históricas para cada um dos bens e dos males que deles resultam, ele transfere para o olhar estrangeiro de Rob Cole a mistura típica de fascínio e repulsa que acomete qualquer pessoa que é tirada de uma cultura e um modo de pensar e confrontada com outra.

No meio disso tudo e para não cansar o leitor, o autor tempera todas as questões filosóficas e dados históricos levantados pelo seu romance épico, com descrições generosas e perfeitas de cenários que vão do susto ao encanto, no compasso do trote de cavalos e dos exóticos camelos. As cores e os cheiros do mundo conhecido naquela época e os temores pelo desconhecido impregnam quem se aventura junto com Rob pela sua jornada.

Que a Idade Média é o tempo histórico mais presente no imaginário coletivo não é novidade, basta lembrar-se da quantidade enorme de romances e filmes que abordam diversos aspectos do período, desde o amor trágico e cortês de Romeu e Julieta, até as lendas da Távola Redonda, passando por toda a mítica de fadas, magos e atos heróicos de cavaleiros de armadura.

Sem abrir mão de uma pitada sutil de sobrenatural(a espantosa capacidade de Rob Cole de curar ou prever a morte), e sem deixar também de citar cenas empolgantes de batalhas dos exímios cavaleiros árabes, Noah Gordon nos oferece outra perspectiva da Idade Média, aquela que debruça-se sobre o fervilhante caldeirão cultural e filosófico de um tempo em que os homens viviam a dúvida de obedecer a um Deus invisível e cheio de regras e preceitos (seja esse Deus cristão, muçulmano ou judeu) e obedecer a própria inclinação natural à curiosidade que leva à evolução.

Tanto para quem é fascinado por história, principalmente a medieval, quanto para quem é fã de carteirinha de um bom romance de aventura, O Físico é leitura mais que recomendada.
LidoLendo 21/01/2013minha estante
Caramba!! Vai escrever bem assim lá longe, viu?! rsrs Perfeita resenha! O livro é ótimo!


Leonardo Zanon 21/01/2013minha estante
Parabéns pela resenha, essa é a melhor resenha que já li na minha vida, tu escreve muito, mas muito bem mesmo. Abraço


Andreia Santana 22/01/2013minha estante
Isa e Leonardo, muito obrigada :)


Denise 20/12/2013minha estante
menina, já pensou em escrever um livro? Eu acho que ficaríamos com gosto de quero mais, boa resenha, quero ler o físico.


Nanda 03/04/2019minha estante
Resenha perfeita!!!


Alexa 16/04/2020minha estante
Menina na primeira frase já conquistou meu interesse, foi pra lista de leitura! Hahaha


Costa147 21/02/2021minha estante
Qualquer pessoa entende perfeitamente ou é preciso conhecer história pra gostar?


Renata 22/06/2023minha estante
Sempre arrasando nas resenhas!!! Adorei o livro. Além de tudo que você citou também bate aquela sensação de ?ainda bem que não vivi nessa época?. A medicina e as ciências em geral


Renata 22/06/2023minha estante
Sempre arrasando nas resenhas!!! Adorei o livro. Além de tudo que você citou também bate aquela sensação de ?ainda bem que não vivi nessa época?. A medicina e as ciências em geral


Renata 22/06/2023minha estante
?evoluíram esse tanto que é assustador imaginar que uma apendicite era tão letal. E ser mulher ainda por cima tem um bônus de terror. Pra gente respeitar ainda mais aqueles que ajudaram


Renata 22/06/2023minha estante
?e vieram antes pavimentando esses árduos caminhos.
(To enviando os comentários antes de concluir sem querer. Desculpa ?)




Pedróviz 30/01/2022

O Físico
Ao assistir o filme na tv, não tive dúvida e providenciei o livro. E o livro, como na imensa maioria das vezes, foi bem melhor que o filme, que já era bom! O livro conta a história de um garoto inglês com um dom especial. Vive muitas aventuras na Inglaterra até fazer uma longa viagem para se encontrar e ter aulas com seu ídolo: o médico Avicena.
É um livro maravilhoso em todos os sentidos. Uma história de aventura, amizade, cultura, amor - enfim, um livro completo!
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RafaelM 29/09/2021

Um livro "maduro".
Poucos livros tem uma leitura tão "adulta" como essa maravilhosa obra de Noah Gordon.
Primeiro livro da Tag Curadoria, indicada por Mário Sergio Cortella, estava há tempos em minha infindável lista de leituras e por gratidão ao destino resolvi encarar as quase 600 páginas e desejaria que tivessem mais 600.
A história narra a epopeia de Robert Jeremy Cole, um aspirante a medico (físico), que para exercer o chamado ao seu dom, atravessa o mundo, adotando outras identidades e credos religiosos para estudar na Pérsia, centro de avançados ensinos de medicina na época.
Repleto de perseguições religiosas, burocráticas, conflitos de idiomas, ele mostra o quão fundo alguém pode ir e aguentar ir em nome de uma vocação, um amor.

Não lembro-me de ler um livro tão completo, por isso o título de leitura adulta (sofrida, vencida e perdida).

Em resumo, PERFEITO!
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Gabriel A. 09/07/2022

Robert Jeremy Cole, é um menino inglês que possui uma habilidade (ou um tipo de dom sobrenatural), que ao tocar uma pessoa ele sente se a morte esta próxima da mesma, e foi assim que ele descobriu quando seus pais morreriam. Após o falecimento dos pais e sendo separado dos quatros irmãos mais novos, Rob J. é adotado por Henry Croft, também conhecido como Barber, um barbeiro cirurgião.

Embora os métodos de cura de Barber fossem em sua maioria enganosos, Rob vai ganhando conhecimento sobre métodos simples de cura e vai tomando gosto e interesse pela medicina. Em determinado momento, Rob ouve falar sobre uma importante e famosa escola de medicina na Pérsia e decide fazer uma longa viagem em busca de se tornar um grande médico. A partir de então, acompanhamos a arriscada viagem de Rob J. com destino à Pérsia, onde o jovem barbeiro cirurgião enfrenta difíceis e arriscadas situações, inclusive tendo que se passar por um falso judeu, já que a Pérsia proibia a entrada de outros povos que não fossem muçulmanos e judeus.

O Físico é uma história incrível que nos mostra a dificuldade que era ser médico na idade média. Já que a ciência tinha o seu avanço impedido por um cristianismo rígido, inquisidor e que punia cruelmente qualquer ação que colocasse a existência de Deus à prova.

O livro é um misto de romance de formação com aventura e fatos históricos da idade média. Dou destaque também à escrita de Noah Gordon, que consegue contar a história de uma forma muito clara e simples, fazendo com que a leitura, embora grande, não seja cansativa. Enfim, é um livro incrível e uma ficção que recomendo muito para quem gosta de histórias que tem como cenário a idade média e todos os elementos pertinentes à época.

Curiosidade: Desde que conheci esse livro, sempre me perguntei por que "O Físico" e não "O médico"? E foi aí que descobri que o nome foi apenas um erro de tradução, pois a palavra "physician" que seria a tradução para médico, foi confundida com "physicist", que é a tradução para físico.
Suellen271 10/07/2022minha estante
Muito bom ??????.. ainda vou ler esse livro !!


Gabriel A. 10/07/2022minha estante
Lê sim Suh, é muito bom... Logo logo vou ver o filme também


Suellen271 10/07/2022minha estante
Issoo e depois que ver o filme me fala o que achou tmb rsr


Thamiris.Treigher 11/07/2022minha estante
Arrasouuuu




Isabella.Wenderros 15/12/2020

Bom livro
A história de Rob Jeremy Cole começa numa Inglaterra do século 11, primogênito de uma família pobre e numerosa. Depois de ficar órfão aos 9 anos e ser separado dos irmãos, Rob é amparado por Barber, um barbeiro-cirurgião que ensina tudo o que sabe ao jovem. A relação entre eles não é amorosa e essa adoção foi motivada por necessidade – o homem queria alguém que pudesse servir como ajudante em suas viagens e apresentações, mas essa parceria funciona para ambos. Enquanto Barber tem no rapaz um auxiliar, Rob aprende um ofício, além de ter alguém que cuide dele e de suas necessidades básicas.

Ao longo do tempo, a criança se torna um adolescente curioso e trabalhador. Quando é obrigado a se separar de seu protetor, descobre que a vida como um barbeiro-cirurgião, vendendo tônicos que não passam de bebidas baratas misturadas com algumas ervas, já não é suficiente e decide ir para a Pérsia estudar medicina. O primeiro problema surge quando descobre que cristãos são proibidos na universidade e que se quiser uma vaga, será preciso se passar por judeu. Durante o longo trajeto entre Inglaterra e Pérsia - uma peregrinação que irá durar quase dois anos -, Rob encontra pessoas e culturas que fazem o rapaz perceber que o mundo é maior do que imaginava. Essa parte da viagem me interessou bastante, acompanhar as travessias por mar e terra, através de montanhas e desertos com personagens de origens tão diferentes. Durante esse período, é reforçado o quanto Rob é aplicado, além possuir facilidade em aprender línguas e costumes. É no meio dessa viagem que Rob dá lugar à Jesse bem Benjamin, um judeu de Leeds.

Entre chegar à cidade e realmente ser aceito no curso, o protagonista enfrenta problemas que parecem instransponíveis. É através da ajuda do homem mais poderoso da região que ele consegue entrar como estudante - o que achei um pouco conveniente demais. Novamente Rob - ou Jesse - encontra alguém que será um mentor para o jovem e é na companhia de Ibn Sina que o rapaz se tornará um homem e médico – no final, considerando a relação com o professor mais importante do que com o próprio pai.

A parte mais fascinante do livro, para mim, foi o período passado em Ispahan. É lá que ele se casa, que alguns filhos nascem e que se torna uma figura respeitada na comunidade judaica e médica. Rob também forma laços de amizade que me conquistaram, além de virar alguém que faz mais do que questionar, mas tenta encontrar respostas para perguntas que todos fazem e não têm a coragem de investigar.

Quando os Cole retornam à Inglaterra, senti como se fosse quase um retrocesso sair daquele lugar em que o estudo era a base de um profissional para outro em que menosprezavam todo o conhecimento que levou anos para ser adquirido. Gostei muito do final, mas o personagem que "ajuda" Rob a fugir de Londres me passou a impressão de ser um coelho tirado da cartola pelo autor.

As descrições extensas de Noah me deixaram cansada e acredito que várias partes poderiam ter sido cortadas sem atrapalhar em nada a narrativa. O pano de fundo histórico foi o que mais gostei e é possível perceber que houve uma extensa pesquisa. É um bom livro que fala sobre o início da medicina, a sede de conhecimento, povos e costumes diferentes.
yuriwlls 02/04/2022minha estante
esse é o primeiro livro?


Isabella.Wenderros 03/04/2022minha estante
Sim!




Guilherme 29/12/2022

Inglaterra, século XI. Ainda criança, Rob vê sua mãe morrer em decorrência da doença do lado. O garoto cresce sob os cuidados de Bader, o barbeiro local que promete curar doenças. Ao crescer, Rob acumula todos os conhecimentos de Bader sobre cuidar de pessoas doentes, mas ele sonha em saber mais. Após Bader passar por uma operação nos olhos, Rob descobre que na Pérsia há um médico famoso, responsável por administrar um hospital. Para aprender com ele, Rob faz uma longa viagem rumo à Ásia.
Lisiane 29/12/2022minha estante
Eu vi o filme, não sabia que tinha o livro.


Guilherme 29/12/2022minha estante
E eu nao sabia que tinha filme


Guilherme 29/12/2022minha estante
Vou procurar pra ver hoje


Lisiane 29/12/2022minha estante
Tomará que você ache, porquê é muito bom.




Gabriel.Chiquito 16/07/2022

Eu comecei a leitura desse livro há alguns anos (por motivos de pandemia, tive que parar), e já tinha me esquecido o quão bom era acompanhar a busca pelo sonho de Rob de se tomar médico.

Ele é um protagonista um pouco difícil e perdido na vida, mas mesmo assim eu me apeguei muito, sem nem perceber. Quase todos os personagens importantes desse livro são assim, complexos e muito reais, muito cativantes, e tem uma evolução muito boa.

Mas, ao meu ver, a melhor parte dessa história é o cenário. As viagens de Rob em busca de seu sonho apresentam muitos lugares, culturas e religiões diferentes, e o autor consegue trabalhar tudo isso MUITO BEM. É espetacular e um dos melhores livros que já li nesse sentido, a beleza está literalmente nos detalhes. Comecei essa leitura por recomendação, e agora também recomendo para quem quiser ler um ótimo livro.
RafaelM 17/07/2022minha estante
Ótima resenha Gabriel.. Esse livro é muito bom!!!


Gabriel.Chiquito 17/07/2022minha estante
Obrigado ?


Brenda.Sá 17/07/2022minha estante
Também me apeguei a Rob sem nem perceber! E já fui correndo comprar outro livro do autor e ainda tenho outros na minha lista! ?


Gabriel.Chiquito 17/07/2022minha estante
Eu também tô querendo ler mais livros dele, achei muito bom




Fer 25/12/2020

Esse livro é incrível como romance de formação. Acompanhamos a vida do personagem se desenvolvendo desde a infância e sua dificil trajetória até conseguir se tornar médico. É emocionante!
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Julio 04/01/2009

Pena que o título não foi traduzido corretamente...
Eu já conhecia o livro, antes de lê-lo, há muito tempo atrás, pois sou médico. O título em inglês é "The Physician" que deveria ter sido traduzido como "O Médico". Infelizmente fizeram uma tradução equivocada do título, mas o livro é realmente fascinante e me trouxe reminiscências da história da medicina. Recomendo como ficção e para quem quiser descobrir um pouco desta história. A leitura deste livro me motivou a ler as suas 2 continuações, do mesmo autor: Xamã e A escolha da Dra. Cole (Os quais também recomendo a leitura...)
Fabiano 09/07/2013minha estante
Concordo com Julio. O título está errado!!!
Eu não sei como postar uma resenha, mas apenas gostaria de dizer para os que, como eu, são fãs do livro, que o filme será lançado neste ano. http://www.imdb.com/title/tt2101473/
Abraços a todos.


Márcia Naur 04/01/2014minha estante
O título está certo, médico em inglês é físico.


Lucas 24/03/2014minha estante
Márcia,
O título está totalmente equivocado. É um dos mais famosos erros de tradução em títulos de livros.
The Physician é Médico. Físico seria The Physicist


Andrielle Domard | @booklandloja 29/08/2019minha estante
Na verdade naquele tempo, todos os conhecedores e estudiosos da ciência seja qual fosse eram chamados de físicos, então o título está certo porque sugere uma denominação provinda dos tempos antigos




Jessica.Gama 04/03/2022

De toda a minha lista de meta de leitura eu acreditava que esse livro ia me decepcionar, que iria ser uma leitura arrastada porque só compro livros pela capa ou pelo título e esse foi um livro que não me chamou atenção a capa nem o título e uau que livro sensacional, mesmo com as suas 592 páginas a estória de Robert James Cole me prende do início ao fim, sensacional com certeza o favorito do ano/da vida ??
Jessica.Gama 04/03/2022minha estante
Me prendeu***




Thimsilva 24/08/2020

Uma lembrança sobre vocação aliada a boa literatura
Como médico, ler esse livro me fez refletir muitas vezes sobre a vocação do cuidado com o outro. Para além disso, a história é cativante e tem um ritmo bom de acontecimentos... Ao final, após acompanhar atentamente os seus passos desde a infância, sinto que Rob Cole se tornou um velho conhecido
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Fabiola103 30/06/2021

Muito bom
Com certeza um livro que eu recomendaria para um amigo. Uma história interessante, uma boa leitura.
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Pri | @biblio.faga 08/07/2020

.
Tem resenhas que são bem complicadas de fazer, e não por falta do que dizer ou de vontade de falar da obra, mas sim, pela dificuldade de colocar em palavras tudo o que livro me fez pensar e sentir, mas vamos tentar.

“O Físico” foi o primeiro livro enviado pela TAG Curadoria (agosto/2014) e é também o primeiro livro da “Trilogia Cole”. Como o subtítulo revela, vamos acompanhar em suas quase 600 páginas, a jornada de um médico no período medieval.

De imediato, sei que o número de páginas pode assustar alguns, contudo, sem razão. Noah Gordon além de ser um escritor brilhante, é um excelente contador de histórias. As páginas fluem com uma leveza sem igual, você não as sente passar, o livro é detalhista sem jamais ser enfadonho ou excessivo e, ao final, você desejará que a história continuasse, pelo menos, mais um pouquinho...

O escritor faz com que todos os aspectos do livro se encaixam brilhantemente: um bucado de história, medicina e religião, misturadas com uma coleção de aventuras de tirar o fôlego, salpicadas com doses precisas de amor e de amizade, e uma pitada pontual do sobrenatural. O resultado é brilhante, único, apaixonante. Um livro favorito para a vida.

A luta de Rob Cole (ou Jesse Ben Benjamin) é comovente, o protagonista encarna verdadeiramente o significado de resiliência e, sobretudo, demonstra a importância da paixão e, principalmente, da vocação nas escolhas que fazemos com relação ao nosso papel nesse mundo. Afinal, a profissão que escolhemos vai muito além da forma de obtenção de nossa subsistência e o exercício da medicina requer muita humanidade e, por que não, de humildade.

O protagonista ensina muito sobre a tolerância com quem definimos como “o outro”. Sua amizade com Karim e Mirdin é minha parte favorita do livro. O primeiro ensina tanto sobre a dedicação, e o último, sobre a importância da alteridade e da empatia, além de nos brindar com umas das aulas mais brilhantes sobre o judaísmo.

É deslumbrante acompanhar o caldeirão cultural e filosófico que vivia o Oriente na época, representando pela cidade de Ispahan (atualmente Isfahan) e é desconcertante ver o conflito entre a fé e a formação científica que, como bem questiona o protagonista, proibia a “mutilação” em nome do conhecimento, mas não a vetava como forma de punição.

A narrativa é fictícia, mas é incrivelmente real e, a meu ver, uma linda homenagem aos médicos reais Ibn Sina (Avicena) e al-Juzjani.

Uma leitura recomendadíssima!

Quote:
“Eram bastante sensatos para não insistirem no assunto. Sabiam que jamais concordariam em várias coisas porque tinham sido criados com crenças diferentes sobre Deus e a alma humana, mas evitavam essas armadilhas e compartilhavam aquela amizade como homens razoáveis” (p. 445)

site: https://www.instagram.com/biblio.faga/
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Leo 08/11/2009

Apaixonante !
Um livro de extrema sutileza.

Adoro estórias de busca pessoal, da procura pelo crescimento e assim como "O diário de um construtor do Templo", este livro consegue com sua delicadeza nos transportar para uma época difícil aonde a ignorância imperava.

Adorei o personagem de Rob, a maneira como o amor pela arte de curar vai se instalando em seu coração, sem que ele mesmo soubesse é mostrada magistralmente, nada é óbvio!

Enquanto aprendiz de charlatão ao leitor é impossível imaginar aonde o desejo de entender é capaz de levar nosso protagonista.

Os personagens são muito bem elaborados, nada é mostrado por acaso e ninguém é apresentado sem que exista uma razão.

É muito difícil escrever sobre este livro sem entregar as viravoltas que a estória nos leva, mas é leitura obrigatória para os apaixonados pela "era das trevas" onde a superstição e o medo imperavam.

Aconselho aos que amam a arte de curar, aos que querem conhecer um pouco mais sobre as guildas inglesas e suas reuniões e aqueles que simplesmente amam uma estória bem contada!

Marx 14/02/2011minha estante
Realmente concordo com tudo o que disse, esse é realmente um livro impresssionante.




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