A contadora de filmes

A contadora de filmes Hernán Rivera Letelier




Resenhas - A Contadora de Filmes


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Talita. 02/12/2016

Pensei que seria, mas não era:
o livro começou instigante, prendendo a gente com uma escrita fluida e mágica. Pensei que pra variar, seria um livro feliz e se não feliz, um tanto mais leve do que foi. Ledo engano. Ele terminou tão triste que senti e necessidade de escrever antes mesmo de pregar o olho e dormir.
Real? Sim! Trata sobre abandono, diferenças sociais, pobreza, a transição do cinema para a televisão e o surgimento das novas tecnologias (ponto interessantíssimo tratado no livro e acredito eu o mais importante) e seu impacto num povoado de pessoas extremamente pobres nos anos 50 no deserto do Atacama, sem divertimento algum. Fala-se também sobre abuso, esquecimento, infância perdida e laços rompidos pelo tempo e pelas más escolhas.
Adoro cinema, então me encantou a maneira como a protagonista narrava como se sentia enquanto via algum filme. Como se sentia vendo a luz da projeção, se sentando na primeira fileira, ficando alheia a conversas e barulhos para prestar atenção apenas ao filme. Me peguei fascinada por ela, por seu jeito simples e simpatia, mas o autor decidiu dilacerar nosso coração pondo Maria Margarita ou Fada Docine (seu nome artístico) num destino tão impiedoso, sendo moldado por mãos de pessoas que não mereciam sua doçura, tão pouco sua criatividade e principalmente vontade de ver a vida de uma maneira mais bonita.
Por isso as 4 estrelas.
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Cláudia 09/02/2017

O Inusitado e Suas Peculiaridades!
Preciso confessar: comprei esse livro imaginando uma coisa e foi outra BEM diferente!
"A Contadora de Filmes", de Hernán Rivera Letelier, Editora Cosac Naify, digamos que foi uma agradável surpresa.
Quando comprei o livro - eu, cinéfila de carteirinha! Graduada e apaixonada! - achei que ia encontrar na história, sugestões, histórias, curiosidades e afins, mas não! Encontrei muito mais que isso, encontrei uma linda história de uma "verdadeira" contadora de filmes, mas o "filme" foi o menos importante aí.
Não comece a leitura achando que você, como eu, encontrará sugestões de grandes filmes, roteiros da sétima arte, história de grandes diretores e suas peculiaridades, não. Se for por esse caminho será sua maior decepção. O caminho é outro, mas vale tão a pena quanto!
Pensei numa coisa, comprei, e acabei encontrando outra. Talvez, melhor. Pelo inusitado.
Gosto muito de ser surpreendida. O tempo todo! Para tudo! Confesso que fui...
Para Borges, a missão de um escritor era dar nome ao que ainda não havia sido nomeado. Muitos escritores cumpriram essa tarefa, em diferentes latitudes. Guimarães Rosa, incorporando o não dito do sertão mineiro. Machado de Assis, revelando o Rio antigo. Kafka, uma Praga fantástica. Joyce, os meandros de Dublin e o além-mar. Faulkner, a cidade que ele inventou no Mississipi. Cormac McCarthy, a fronteira entre o México e os Estados Unidos.
Outros mesclaram esse desejo de desvendamento com a atração que o cinema lhes suscitava. É o caso de escritores cinéfilos como Raymond Chandler, Manuel Puig, Rubem Fonseca ou Paul Auster. Para esses, capturar as sombras e o pulsar de Los Angeles, Buenos Aires, Rio de Janeiro ou Nova York passa a ser tão premente quanto identificar os reflexos - o negativo - dessas mesmas cidades. É no chiaroscuros dos labirintos de becos e ruas, mas também das narrativas cinematográficas, que seus personagens evoluem e se perdem.
Hernán Rivera Letelier é, como esses autores, um escritor que construiu uma obra única e singular. O escritor dá nome aos povoados que se desenvolveram no deserto chileno do Atacama, ao lado das indústrias de salitre. Povoados de mineiros, de quem ele fala com raro conhecimento de causa. Filho de mineiros, viveu dessa profissão antes de virar escritor.
O cinema também está no centro de suas histórias. Em muitas dessas comunidades do Atacama, conhecido como "o deserto mais solitário do mundo", os filmes que passavam nas salas da cidade eram a única maneira de mergulhar em outras realidades, distantes da aridez asfixiante do deserto.
"A Contadora de Filmes" é um relato comovente, que fala dessa convivência entre uma realidade áspera e a possibilidade de transcendê-la. Final dos anos 50: Maria Margarita é a filha menor de uma família de mineiros, para quem a sessão de cinema aos domingos é a ocasião para descobrir a última obra-prima de Chaplin, as tramas lacrimejantes dos filmes mexicanos, a saia esvoaçante de Marilyn Monroe ou as novas aventuras de John Wayne. É, também, o lugar onde as pessoas se encontram para namorar, mostrar a camisa recém comprada, trocar informações sobre a vida que corre. É a conversa do jantar, o contato com o mundo.
O acidente de trabalho sofrido pelo pai corta a renda familiar pela metade, e um só filho será escolhido para ir ao cinema aos domingos. A missão: contar a história do filme para o resto da família. É nesse momento de ruptura que Maria Margarita descobre o talento que tem para narrar. Ela se torna, pouco a pouco, a memória cinematográfica de sua região.
Além desse embate fascinante entre a realidade e imaginação, "A Contadora de Filmes" é um relato delicado sobre a descoberta da puberdade e as agruras da adolescência. É, também, uma narrativa reveladora sobre a tensão entre classes sociais, sobre o abuso do poder e a violência que resulta da convivência de contrários no mesmo espaço geográfico.
Quando a narrativa avança no tempo, passando a incorporar as mudanças resultantes da televisão e introduzindo o trauma político causado pelo golpe militar de Pinochet, a crise dos personagens e a do país se fundem. O relato se universaliza. Compreende-se que, mesmo num canto remoto do mundo, nada mais será como antes. O tempo passa a ser personagem da trama. Advém daí a sensação de que, ao ler o livro, compartilhamos uma vivência maior, de um relato amplo e fecundo, que transcende a aparente simplicidade do texto e da sua arquitetura. Porque dar nome ao que ainda não foi nomeado é também tentar descobrir o que somos, que memórias nos habitam, que ausências nos formam.
A obra de Letelier propicia também uma forma de resistência. Com a mecanização, as cidades surgidas no Atacama se transformaram pouco a pouco em cidades fantasmas. As histórias do autor repovoam essas cidades, dão-lhes uma possibilidade de permanência, estabelecem uma memória coletiva que resiste ao tempo.
Não se trata propriamente de um livro sobre filmes, mas de histórias que poderiam ser sim, uma sétima arte!...
É isso, então!
Fica a dica.

site: http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com.br/2016/09/o-inusitado-e-suas-peculiaridades_14.html
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Ana Rocha 26/10/2014

Lindo, denso e breve.
Esse livro só me deixou com um gostinho de quero mais... Se a estória se trata de uma contadora de filmes porquê o autor a descreveu tão pouco? Meio contraditório...
A densidade dele (apesar de suas míseras 60 páginas) é enorme e nos faz pensar o quanto uma família pode se destruir por causa de "sonhos truncados".
Uma das minhas partes favoritas foi a chegada da televisão e o quanto uma cultura de vida mudou por causa dela.


Um final triste e lindo, daqueles que nos faz ficar encarando a página por alguns segundos sem saber o que fazer da vida.
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Andréia Meireles 23/05/2012

De tirar o fôlego
Achei esse livro maravilhoso. É de tirar o fôlego. Li de uma tacada só. Consegui gargalhar e me emocionar em questão de algumas páginas.
A parte gráfica do livro é um ponto à parte... simula uma película de cinema, simplesmente genial a idéia.
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Paty 31/01/2014

"Ao apagar as luzes todos se endireitavam e ficavam duros na frente da tela. Eu não. Eu virava a cabeça para ver aparecer o raio de luz que saía pelas janelinhas do quartinho de projeção e percorria o espaço sobre nós até se chocar com a tela e explodir em imagens e sons. (…). Eu achava um prodígio que aquele jorro de luz pudesse transportar coisas tão impressionantes como trens perseguidos por índios a cavalo, barcos de piratas em mares de tormenta e dragões verdes exalando fogo por suas sete cabeças."

Como não se apaixonar de cara pela Maria Margarita, que além de narradora é também a protagonista dessa novela curtinha do chinelo Hernán Rivera Letelier, impossível!! A contadora de filmes tem como cenário o deserto chileno [acredito que seja o Atacama, já que ele não é citado no livro] que abriga um povoado de mineiros que sobrevivem da extração de salitre. Nessa seca ambientação, onde a vida segue arenando o corpo e as emoções, como o deserto e o próprio salitre, onde as possibilidades de diversão são quase nulas, que nasce e cresce Maria Margarita, caçula de uma família que tem mais 4 filhos, e que, juntos, vêm na pequena sala de cinema que existe no lugar a residência de suas esperanças e sonhos, é lá que se encontra a diversão daqueles que ainda podem pagar para assistir a uma fita.

"Quando ela [a mãe da personagem] nos abandonou, do mesmo jeito que meu irmão começou a gaguejar eu me cobri de piolhos brancos. As vizinhas diziam que esse tipo de piolho aparecia quando a gente tinha alguma dor na alma. E coo a dor era pela minha mãe, comecei a comer os piolhos de amor por ela.
Tanto assim eu amava minha mãe.
Tanto assim eu sentia falta dela.”

Aos dez anos de idade, após vencer um concurso idealizado pelo pai, Maria passa a assistir e a contar em casa, para o pai e os irmãos, os filmes que estavam em cartaz no cinema; já que, após sofrer um acidente de trabalho, o pai de Maria Margarita, fica paralítico da cintura para baixo e só garante, a partir de então, o seu sustento e o dos filhos graças à pensão que passa a receber da mineradora, mas apenas por ter sido um trabalhador que nunca faltara ao serviço; a mãe, tendo se casado muito jovem, como era comum naqueles tempos, e provavelmente por se ver cansada da má sorte da vida, abandona o marido e os filhos. Sendo assim, fica fácil entender porque era impossível permitir que todos frequentassem o cinema da mesma forma que faziam antes do acidente do pai.

"Sua filha é uma fada contando filmes, vizinho, e sua varinha mágica é a palavra. Com ela, nos transporta.”

Logo a desenvoltura, boa memória e a criatividade de Maria Margarita se fazem notórios entre os vizinhos e mais adiante em todo o povoado, que acaba por tornarem-na a contadora oficial de filmes, e o melhor, pagando por seus serviços! Maria não apenas narrava os filmes, ela interpretava, apropriava-se das personagens e das histórias, cantava também, já que via a muitos musicais e, não raro, principalmente, quando antevia uma ponta de dor que o filme poderia trazer ao pai, recriava seus finais.E com toda essa notoriedade, sentindo-se realmente uma diva no auge do seu sucesso, acaba por mudar seu próprio nome para nada mais nada menos que Fada Docine.

No entanto a vida real não é tão bela e nem sempre tem o final feliz como no cinema... Muitos são os dramas, conflitos e dificuldades porque passamos, e nessa história não é diferente; após o término de sua apresentação, a vida retoma seu curso, com suas dores, dificuldades, vazios e lembranças, que atingem Maria Margarita em cheio, e nos mostrando que com sua escrita clara, direta e nada melosa, o autor nos brinda com uma personagem forte, que se entrega aos seus sonhos sem lamúrias e que simplesmente aceita a vida com uma espécie de resignação suave, doce... E o autor ainda fala, sem cair no chavão panfletário, dos aspectos sociais e políticos do Chile da década de 50, da queda do presidente Allende; e vamos lendo tudo isso como se estivéssemos diante de uma tela de cinema, pois a edição da Cosac Naif nos permite, lindamente, esse delicioso devaneio...

Postado originalmente no blog Alma do meu sonho:

site: http://almadomeusonho.blogspot.com.br/2014/01/a-contadora-de-filmes-hernan-rivera.html
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jota 09/09/2013

Filme contado
Por detrás de toda criança bem-sucedida na literatura tem sempre um escritor (às vezes um grande escritor, como Charles Dickens, por exemplo) ou vários escritores, daí que Maria Margarida, a pobre moradora do deserto de Atacama e narradora de A Contadora de Filmes, nos remete a Shakespeare quando diz que "Uma vez li uma frase - com certeza de algum autor famoso - que dizia algo assim como a vida está feita da mesma matéria dos sonhos. Eu digo que a vida pode perfeitamente estar feita da mesma matéria dos filmes."

Filmes enchem os olhos e a cabeça, mas não a barriga de criança alguma. Então, a miséria de uns (a família de mineiros que não tem dinheiro para que todos possam ir ao cinema) misturada à riqueza de outros (riqueza literária, imaginativa, de Letelier) podem fazer a delícia de leitores e cinéfilos. Podem sim, tanto que parece que Walter Salles vai fazer um filme deste livro em breve. Obra que você lê quase como se fosse um roteiro de cinema e que lhe toma mais ou menos duas horas de leitura, tempo médio dos filmes de Salles.

Mas imagino que no Chile católico e conservador dos anos 1950-60, por aí, a uma criança (ainda que precoce como a narradora) não fosse permitida a entrada para filmes de Marilyn Monroe ou Brigitte Bardot. De todo modo, estamos na América Latina, abundante celeiro de contradições, onde tudo é possível, ainda que nem tudo seja permitido.

A revista VEJA chamou o livro de obra-prima e diz que sua leitura é imperdível. Mas também li outras críticas que chamam o livro de açucarado, como certos filmes mexicanos que a personagem conta para sua família e seu público. Bem, o que eu acho mesmo é que aquele último capítulo, em que Maria Margarida fala de sua mãe era desnecessário ou deveria ter sido colocado em outro ponto do livro, antes do final.

Lido em 08/09/2013.
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Alê 26/06/2013

Simplesmente lindo
Estou encantado com esse livro. Simples, porém de um frescor e beleza sem iguais. Ao todo, ele faz, sim, uma linda homenagem ao cinema, no seu poder em despertar nas pessoas as mais incríveis sensações. Mostrando que, no fundo, a vida é um grande filme. Se no livro, Maria ( a narradora) é quem contava os filmes para os pais e os familiares, ela acaba também, sendo parte de toda um a história.
Vale muito a pena ler. Simples. Curto. Triste. Mas incrivelmente lindo.
Mostrando que o menos é mais.
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Eraldo 08/06/2013

Apesar de Dramático é uma ótima leitura.
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Adriana 03/06/2013

Singelo.
O livro é tão singelo, tão delicado escrito em poucas palavras que fazer uma resenha grande, não combina.
Duas coisas:
Primeira- O livro é tão pequeno que voce não tem como prende-lo, porque a estoria é muita curtinha. Uma pena....Livro enxutérrimo!!!
Segunda: Triste. Cuidado ao acabar!!!!!!
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Viviane 15/05/2013

"...Enquanto a música vai se apagando pouco a pouco e em cima de suas silhuetas emerge rotunda, fatal, a palavra que ninguém na vida quer ler: FIM."
Esse livro tem um toque cômico-trágico-realista imenso.

Maria Margarita é a única filha mulher de sua família. Filha de um amante de filmes mexicanos e uma mãe 25 anos mais jovem que o pai. Ela herdou o dom de apreciar o cinema e de contar histórias como ninguém. Ganhou a disputa contra seu irmão e foi nomeada contadora de filmes de sua casa. Com o tempo, o seu público ouvinte começa a crescer e se multiplicar. Sua fama cresce, o "negócio" da família ascende e os problemas aparecem (em montes).

Não vou contar tudo pra não soltar spoilers, mas achei esse livro fenômenal. Admito, não esperava metade dele. Cheio de lições, moral e um toque de realidade, porém bem simples. Esse livro mostra a família de forma real, e a linha tênue entre sucesso e esquecimento.

"Por que se conformar com ser vaga-lume, digo eu, podendo ser estrela?"
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kell 11/02/2013

Maria Margarida se fosse uma personagem hollywoodiana com certeza teria um outro final, mas se tratando de literatura latino-americana pode-se imaginar que tristeza e alegria são sentidos num mesmo instante.

Única mulher entre cinco irmãos, Maria Margarida foi escolhida por seu pai e seus irmãos para ser a contadora de filmes. Após seu pai sofrer um acidente e a renda da família diminuir drasticamente, somente um dos irmãos poderia ir ao cinema e teria que contar como foi o filme aos demais.

A narrativa se desenvolve entre uma sacada rápida da arma de um cowboy, ou entre uma música melosa de um filme mexicano, mas a vida não imita a arte e todos dessa aldeia em pleno deserto no Chile têm seus enredos desenrolados com nenhum mocinho para salva-los.
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Ilana_ 17/08/2012

Menininha de sal
Livro curto, leve. Livro denso. Contadora primorosa me confundiu, aquela menininha de olhos planos. Com o deserto do Atacama e sal nas palpebraa, tanto via. Areia clarissima de historia, fina fina, tanto pensei ser autobiografica. Contadoraa de filmes assim nao se inventa, pensei. Se vive.
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E. Dantas 21/06/2012

Quase um roteiro
Esta é uma daquelas estórias que você já sabe pra onde vai quando termina de ler a primeira frase, mas o faz com um sorriso honesto que permanece estampado enquanto as páginas permanecem abertas.
O mérito do Chileno Letelier não está num ineditismo, nem final retumbante e muito menos no poder de síntese ( o livro poderia ter 60 páginas, não fosse a formatação diferente) mas na forma como conta a estória da igualmente talentosa Fada Docine ( não, não, não desista de continuar lendo só porque eu disse "fada"...eu sei, fadas são um saco, mas aqui, representa apenas o nome artístico de uma menina sonhadora).
Confesso que é bastante complicado descrever o punho de Litelier e talvez seja esse seu grande trunfo.
A crueza da estória tem seu equilibrio perfeito com a ludicidade da protagonista nos guiando a algo repetidamente novo.
Valeu muito, muito, muito mesmo...li em uma horinha e corri pra livraria num ímpeto de adquirir toda sua obra.
Mandem ver.
Beijos e inté.
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