O estrangeiro

O estrangeiro Albert Camus




Resenhas - O Estrangeiro


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debora-leao 28/05/2024

A diferença entre ouvir falar e ler uma obra...
Já tinha ouvido muito falar sobre este livro, mas não tinha, ainda, coragem de lê-lo. Muito "niilista", me diziam. E é. Pode ser pesado, pode incomodar. Mas também me encantou.

Mersault vive por si, não pensa sobre nada, reage com verdade e está distante de tudo e de todos. É um personagem cativante. Peguei-me querendo entendê-lo, analisar sua psique, ver seus sentimentos, trabalhar em cima do tão pouco que Camus nos dá. Mas não é possível. Qualquer preenchimento seria meu, seria a Débora agindo sobre Mersault, e acredito que era essa a intenção do autor. Mersault apenas é. Apenas vive. Poderia ter vivido diferente, mas viveu como viveu.

Comentário rápido sobre a escrita: as frases rápidas, sucessivas, dinâmicas, criam um ritmo frenético que alterna entre pensamento e fato, gerando uma densidade de linguagem na qual seu efeito é o pretendido, justamente. Não é por acaso. Quando se espera que o conteúdo seguirá de uma maneira, por exemplo, explorando aquele determinado flash de sentimento do narrador, tudo muda, o foco narrativo, as declarações, e nada mais segue. Não consegui deixar de me maravilhar com como cada vez que Mersault concordava (verdadeiramente, e não apenas para fingir) com algo que seu interlocutor lhe colocava, aquilo acabava ali. Afinal, o que mais haveria de ser dito, então?

Ainda que tenha ouvido muito falar neste livro, antes de lê-lo, em comentários do Vassoler e do Pondé, por exemplo, de fato acredito ter chegado a uma obra na qual o peso resta não nos seus atos (que já estão dados na própria orelha do livro), mas na forma do personagem enfrentar a vida. No seu comportamento, na sua ética. A experiência é única e difícil de explicar. O absurdo me fez querer rir, chorar, pensar e prosseguir. Este livro está com releitura prometida e agendada. Indispensável.
Vania.Cristina 30/05/2024minha estante
Que legal, Debora! Contagiante a sua emoção. Li esse livro, mas já faz muito tempo e eu era muito jovem. Lembro que gostei mas duvido que tenha sido com essa intensidade. Tá chegando a hora de reler...


debora-leao 30/05/2024minha estante
Vania, eu acho que alguns livros falam com a gente devido às nossas inclinações e aos nossos momentos. Eu pessoalmente fui relembrada, durante a leitura, de algumas das minhas inquietações existenciais (rsrs) que se relacionam muito com a minha história especificamente, então por isso eu acho que se tornou especial. Mas isso significa que não será sempre assim para todos. O livro pode ser bom, mas nem todos os bons têm essa "aura". Daí, mesmo que vc releia, pode ser que discorde de mim... E tá tudo bem hehehe


Vania.Cristina 31/05/2024minha estante
Também entendo as coisas dessa forma, Debora. ?




Maria.anamariaprof 12/04/2020

Amei
Primeira obra desse autor que eu leio. Primeira de muitas!!!!!
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VitAria.Caroline 30/07/2022

Eu demorei pra fazer esse comentário pq não sabia que nota daria para esse livro, acho que por um lado sou sentimental demais para entender e compreender alguém tão apático quanto o Meursault. Mas eu gostei desse exagero e de como o livro conversa conosco, a mensagem que passa.
Mas enfim, ainda acho o Meursault um 🤬 #$%!&
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Eliza.Beth 16/12/2021

Avalanche
Cara, que livro!
Não tem como você ler as primeiras frases desse texto e não ser fisgado imediatamente.
A indiferença do personagem me pegou de primeira.

É o tipo de leitura que cada um pode tirar uma interpretação diferente a depender da sua própria realidade.

Eu não tinha lido a sinopse do livro (graças a Deus) pois o final da primeira parte foi um choque para mim. Completamente inesperado. Completamente contrário ao que se espera do protagonista. O Camus foi tão sensível e inteligente nesse ponto.

Outro ponto no qual o Camus foi sensacional: só parei para pensar na narrativa em primeira pessoa depois que eu terminei o livro. Nós, leitores calejados, já sabemos que narradores em primeira pessoa é desconfiança na certa.
Tive dificuldade para desconfiar do Meursault.

Isso não quer dizer que eu não veja algo de diferente nele. Não sou da área da psicologia, mas ele não me pareceu ter uma mente saudável.

O final foi assim, de puxar os cabelos! Grifei simplesmente tudo da conversa dele final com o padre. Não costumo gostar de finais abertos. Mas esse, eu amei.

Ameiiiii forte. Um livro para ser relido muitas vezes.
Carolina.Gomes 16/12/2021minha estante
A conversa c o padre é absurdamente perfeita! Fico feliz por ter te forçado a ler. Sabia q vc ia amar. ?


Eliza.Beth 18/12/2021minha estante
Nossa, vc me conhece demaaaissss!!! ???
Uma recomendação dessas, bicho!!! Grata como sempre ?


Carolina.Gomes 18/12/2021minha estante
Um livro p ser revisitado?




Elizabeth 30/12/2022

Escolhas
Um homem que teve suas escolhas simples, julgadas pelos olhos da justiça, que esqueceu que ele pode ser quem ele quiser.
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Sergio Carmach 12/05/2015

A sociedade toma por base o sistema de crenças e as manifestações exteriores de um indivíduo para julgar seu caráter, intenções e sentimentos.

A despeito das inúmeras e profundas análises já feitas a respeito desse livro, eu diria que O Estrangeiro basicamente afirma a frase acima.

Alguns dizem que esse livro é superestimado; outros afirmam que é uma das melhores obras já escritas. Bem, eu gostei. Bastante até! Não porque a história é aclamada, mas porque ela, de forma interessante e inteligente, leva o leitor a fazer indagações relevantes. Eu me perguntei: é um homem como o protagonista Mersault que se faz estrangeiro ou é a terra que se faz estranha a ele? Quem precisa compreender quem? Seria Mersault um ser insensível ou simplesmente sereno frente à vida? Na verdade, insensíveis não seriam as sociedades, acostumadas a esmagar os indivíduos sob seus padrões e convenções?

O livro se divide em duas partes. A primeira é essencialmente uma narrativa factual; e o leitor pode até se sentir lendo um relatório. Mas, seja como for, nada ali é dito à toa. Cada mínimo movimento de Mersault e cada situação vivida por ele serão lembrados e analisados na segunda parte, trecho do livro onde o leitor encontrará a “ação” da história e o espírito filosófico de Camus.

"Darei a prova do que afirmo, meus senhores, e dá-la-ei duplamente. Sob a crua claridade dos fatos em primeiro lugar e em seguida sob a iluminação sombria que me será fornecida pelo perfil psicológico desta alma criminosa", disse o procurador encarregado da acusação de Mersault. Em A Peste, Camus expôs precisamente, na voz do padre Paneloux, a forma (torta) de pensar dos cristãos diante das calamidades; do mesmo modo, o autor soube, em O Estrangeiro, traduzir perfeitamente a maneira de raciocinar da Justiça e da sociedade quando confrontadas por personalidades como a de Mersault. Acompanhar a lógica acusatória do procurador é uma satisfação para o leitor, mesmo que ele discorde do que diz o personagem. No julgamento fica claro que às vezes a verdade pode, sim, parecer ridícula; tão ridícula, que soa irreal, absurda.

Nas últimas páginas, surge o velho conflito entre razão e religião; no caso, entre materialismo e espiritualismo. A meu ver, outro ponto alto de um livro que, independentemente de ser ou não genial, vale muito a pena ser lido.

site: http://sergiocarmach.blogspot.com.br/2015/05/resenha-o-estrangeiro.html
Douglas 19/07/2019minha estante
muito bem observado, Sergio.
o livro é interessantíssimo. confunde, instiga e provoca.
e cabem muitos questionamentos acerca da vida de Mersault... pra tudo existe uma causa.




Vívian 09/04/2024

?No meio do inverno, eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível.? Demorei um pouco no início mas a partir do julgamento do personagem fica impossível parar.
Elianne.Franchella 09/04/2024minha estante
Preciso ler novamente.




Maro 18/03/2021

Tanto faz. Isso não quer dizer nada.
Um livro curto que dá um tapa na cara.
Estranho, angustiante, incômodo. O livro grita existencialismo, não tem como não ouvir.
Mersault, tão indiferente, narra enterrar a mãe e fritar um ovo no mesmíssimo tom. E é indiferente sem querer usar isso propositalmente para o mal ou para o bem, nem de si mesmo nem de outros. Ele simplesmente é, e tanto faz. Isso não quer dizer nada.
Mas a sociedade tem suas regras e seus padrões de comportamento, e até de pensamento (!), e segui-los ou não gera suas consequências.

Esse é o tipo de livro que você acaba de ler e sente a necessidade de sair correndo pra conversar com alguém. Você quer ler mais sobre, pesquisar, pensar. E agora VOU TER QUE ler O mito de Sísifo.
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13/03/2024

O estrangeiro
Apenas uma palavra para descrever este livro: Indiferente.

"Esperança, é claro, era ser abatido numa esquina, em plena corrida, por uma bala perdida?

O livro é uma ótima porta de entrada para a obra de Albert Camus. A leitura, além de fluída, é imersiva, quando percebi já havia terminado enquanto que a indiferença sentida por Meursault permaneceu, fazendo-o um estrangeiro em todas as suas relações humanas e em sua vida.
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Diogo Crema 04/09/2023

O ABSURDO vs EXISTENCIALISMO MONOTEÍSTA
Viver é um absurdo, procurar significado é absurdo, morrer é um absurdo, porém, isso não significa que é ruim...

Este o pensamento do nosso protagonista, Mersault, um homem que abraça o absurdo da vida em todas as suas formas.

O livro, nos prepara durante 90% do caminho para o embate final entre Mersault e o padre. Embate este, que nada mais é que o contraste entre o "salto da fé" e o absurdismo.

O padre, claramente o defensor do existencialismo monoteísta, tentará de todas as formas, convencer o protagonista que somente através da crença em Deus, poderemos encontrar um sentindo para a vida, sendo que o mesmo conclui, que a única solução para o absurdo, é pular de cabeça na crença.
Porém, Mersault o contrapõe dizendo que "nunca saberemos", e que se nosso pensamento lógico nos leva a crer que nossa existência não tem sentido algum, então ele abraça de bom grado está realidade.

Se para o padre, a resolução da busca pelo sentido da vida somente faz sentido tendo Deus como a verdade final, Camus, nos mostra que abraçar o absurdo, permite encontrar alegria e sentido na própria vida, uma vez que a morte é inevitável....

Simplesmente, um final fantástico...
alice 04/09/2023minha estante
O diálogo de Meursault com o padre foi um dos melhores que já li. Meursault em cólera diante da fé inabalável do homem, sentindo pela primeira vez algo diferente de sua habitual apatia. O melhor é ele afirmando ter consciência de seu fim e que todos estamos condenados a ele (tementes a Deus ou não).


alice 04/09/2023minha estante
Que bom que gostou do livro!


Diogo Crema 04/09/2023minha estante
Sim !!!!! Que final, até agora pensando nele sabe...
Provavelmente, seja aquele livro que cresce em nossa cabeça conforme o tempo passa....


Diogo Crema 04/09/2023minha estante
A peste, segue esta linha ?


alice 04/09/2023minha estante
A Peste segue essa linha mas segue outras também, já que acompanha mais de um personagem e Camus traz o ser humano em sua essência ? seja ela boa ou ruim, heróica ou vilã, corrupto ou justo, cristão ou ateu ?, tem um pouco de tudo que nos compõe.




Dida 21/09/2023

Cada vez que leio um livro ?clássico? me recordo da frase de Calvino que fala ?Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.? Tinha interesse muito grande em ler esse livro a muito tempo, e agora, ao terminá-lo, entendo o que Calvino queria dizer. O livro é escrito de uma forma muito simples, é um daqueles que você consegue ?ler em uma sentada?, mas não significa que ele não te cause um impacto e que você fique pensativa depois. Mesmo quando você sabe o que vai acontecer - o que a sinopse já te diz - , ainda sim não tira absolutamente NADA da experiência dessa leitura. Você passa o tempo todo se questionando se gosta ou não do personagem, se concorda ou não com ele, fica confusa em como a mente dele funciona. Várias vezes tracei algum paralelo com Bartleby, o escrivão, e com o contemporâneo Amêndoas, da sul coreana Won-pyung Sohn, pelo fato de Meursault não expressar muitas reações ao longo de todos os acontecimentos ao longo da história - desde a morte da mãe até o assassinato que comete - e pela forma que ele reage ao que lhe acontece e a como as demais pessoas reagem a ele.
Apesar dele ser um narrador-personagem, a sensação é de que ele não tenta enviesar sua narrativa, conta tudo como de fato ocorre e sem se preocupar em despertar nenhum sentimento de quem está lendo.
A vida e os sentimentos - ou a falta destes? - de Meursault (que nunca sabemos seu primeiro nome) o tornam o verdadeiro estrangeiro do livro. Ele é um forasteiro em relação ao que as pessoas esperam dele, ao que se tem como ?normal? para a maioria das pessoas.
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spoiler visualizar
Edu Santtos 02/08/2021minha estante
eu amo esse livro


Ronaldo Thomé 02/08/2021minha estante
Legal! Eu pude perceber o motivo de ser um livro tão querido. Falou!




Dani Carrara 06/08/2021

Uau. Como um livro tão curto, simples e com uma linguagem tão fácil consegue dizer tanto? Uma das melhores leituras do ano, com certeza.
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Fabio Shiva 16/06/2012

Um livro que convida o leitor a experimentar vividamente o Absurdo
Fiquei anos com uma penca de livros do Camus esperando pacientemente que chegasse a hora de serem lidos. Mas por um motivo ou por outro sempre acabava outro livro passando à frente na fila. Olhando em retrospecto, entendo porque adiei tanto abrir um livro do Albert Camus:

1) Tinha medo de que o livro fosse chato.
2) Tinha medo de que o livro fosse triste e pessimista.

Agora sei que o meu PRECONCEITO é que era chato, triste e pessimista. Pois Camus não é nada disso. Não se ganha um prêmio Nobel de Literatura à toa.

A prosa de Camus é descomplicada, simples e direta, livre de subterfúgios. Essa foi a primeira e agradável surpresa. Sobre a história, prefiro não comentar nada, para não macular a experiência de quem ainda não leu. Só adianto que, à semelhança de “Crime e Castigo” de Dostoievski, “O Estrangeiro” também pode ser considerado um tipo muito peculiar de romance policial.

Outro preconceito que eu tinha a respeito de Camus é pensar que seu texto era parecido com o de Sartre (li “A Náusea” há muitos anos, mas confesso que gostei bem pouquinho). E outra surpresa: ao menos neste livro, Camus está muito mais irmanado com Kafka, principalmente em seu “O Processo”.

Um livro que convida o leitor a experimentar vividamente o Absurdo.

Achei muito interessante a experiência!




***

Comunidade Resenhas Literárias

Aproveito para convidar todos a conhecerem a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
.
http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com.br/
*
http://www.facebook.com/groups/210356992365271/
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http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36063717
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Codinome 18/04/2020minha estante
Romance policial para esse livro eu acho um pouco fora das qualificações. "Crime e Castigo", eu entendo. Aqui em Camus temos um problema acima de tudo moral e refletido em sua filosofia do absurdo, não que um romance policial não possa abordar esses temas. Mas é que eu nunca vi encaixarem esse livro nesse gênero.


Codinome 19/04/2020minha estante
Dei uma pesquisada e vi que Camus tinha suas articulações com a literatura policial com esse livro. Curioso! Nunca tinha pensado por esse lado, realmente ainda tenho muito o que conhecer desse magnífico gênero literário.




Zanucoli 01/12/2023

Preocupado
Preciso de terapia por me identificar tanto com o Meursault?
Entrou no top 5 dos melhores do ano...
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