Resenhas - Dom Casmurro

Liiiivs 21/05/2024

Dom Casmurro
Capitu traiu Bentinho ou não?

Bem, vamos lá. Em Dom Casmurro acompanhamos o desenrolar da vida dos protagonistas Bentinho (Dom Casmurro) e Capitu. Bentinho sendo o tipico filhinho de mamãe e Capitu a mulher idealiza com características inalcançáveis.

Na trama, desde o início Bentinho sempre colocou Capitu em um pedestal e que ela era a mulher perfeita para se casar com ele. Em meio a isso, eles fazem juras a serem cumpridas, ainda mais quando o Bentinho está seguindo a vida de sacerdote (algo que ele não queria), e isso acabava gerando um exorbitante ciúmes em Bentinho sobre as ações de Capitu. Até que entra uma chave peça na história, seu amigo e companheiro de seminário: Escobar, futuro marido da Sancha. A partir daí, Escobar começa a conhecer as pessoas da vida de Bentinho, inclusive Capitu que criaram um forte laço de amizade e isso desperta ainda mais o ciumes de Bentinho.

Bem, a história após isso começa a ficar totalmente intrigante, pois a trama se passa pelos pensamentos de Bentinho e etc. Então, sempre tivemos o lado da história na parte do Bentinho e nunca da Capitu. Para mim, isso só trouxe mais justificativas de que Capitu nunca cogitou em trair ele e que Bentinho estava louco e obcecado por tudo que sua musa fazia. Então, o que mais é convicto é que Capitu nunca traiu e que Bentinho sempre pensou além.

Esse é um dos primeiros contatos que tenho com as obras clássicas atemporais de Machado de Assis, sem contar minha tentativa falha de ler "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Enfim, o livro em si tem uma leitura bem complicadinha por conta de palavras um pouco difíceis, ainda mais que esta edição é meio que a íntegra, mas não irei deixar de elogiar que o livro em si é muito brilhante!

Luuu 21/05/2024

História muito boa e fluida mesmo sendo escrita a mais de um século. Conhecemos Bentinho o narrador, ciumento e possessivo, sua esposa, Capitu, que está a frente de sua época e o melhor amigo dele, Escobar, determinado e fiel a Bentinho. Com o final sem uma resposta certa fico ainda procurando motivos para traição ou não traição. Índico muito, instiga seu lado investigador e te faz olhar não só pra história central, mas também para as problemáticas da época.

Faline.Ferreira 21/05/2024

Bento insuportável e narcisista
E um livro clássico, cheio de opiniões e teorias .
Demorei a engatar na história, mas insisti .
Bento e um homem chato, mimado, egocêntrico e completamente inseguro .
Com isso toda a história é sobre ele e as teorias que ele cria sozinho .
Ele era apaixonado pelo Escobar e descontou a suas frustrações na Capitu e no filho .
Ele somente amava a si mesmo, tinha uma dependência com Escobar que quando ficou sem ele não soube controlar a si mesmo .
Tanto que temos na história mais descrição/ passagens com Escobar do que Capitu que era sua esposa .
Ele tinha uma probabilidade maior de trair ela do que ela fazer isso com ele.
Ele projetou Escobar no filho, o que é doentio .
Um pensamento dele que quando Escobar morreu, ele passou a ver o Ezequiel como Escobar , Ezequiel era uma criança, jamais a voz deles seriam parecidas .
Capitu não traiu , mas poderia ter feito , pois somente viveu por Bento.
O típico homem que acha a mulher linda, exuberante e maravilhosa quando não tem um relacionamento com ela e quando passa a ter um relacionamento, apaga essa beleza dela , sufocando. Foi isso que ele fez com ela . Não podia esperar ele na janela , isso foi aterrorizante.
Quando Capitu fala que o ciúmes dele é doentio, pois até de pessoas mortas ele tem, vemos o quanto Capitu sofreu e era dependente emocional dele.
O livro vale a pena ser livro e debatido.

morfeu_ 20/05/2024

Dom Casmurro
Essa história é muito mais do que o dilema da sinopse " traiu ou não traiu ". Os relatos de Bentinho sobre sua vida seu romance e sua decepção amorosa falam muito mais sobre seu próprio perfil do que sobre a suposta traição de fato.
Ele descreve sua vida em partes, desde a adolescência onde luta pela chance de se casar com sua vizinha Capitu, impedido pela mãe e sua promessa de torna -lo padre, até o tão sonhado casamento e o fim dele. Percebemos gradativamente a transformação do Bentinho no Dom Casmurro que narra a história já idoso e isolado do mundo, carrancudo e sem esperanças.
É importante lembrar que a história está sendo contada pela perspectiva de um narrador personagem que tem os fatos narrados acontecendo diretamente com ele, o que o torna extremamente não confiável e parcial sobre as coisas, mais ainda quando percebemos que ele é manipulador com o leitor e fortemente desequilibrado mentalmente durante toda sua vida, tornando - se cada vez menos digno que confiança.
Acontece que, justamente por se tratar da perspectiva dele, não podemos afirmar com certeza se Capitu traiu ou não seu marido, já que várias situações que podem dar a entender uma suposta relação entre ela e Escobar, estão na cabeça dele e através do olhar dele. Quem garante que essa situação realmente tinha esse teor? Claro que Capitolina sempre foi descrita como uma mulher a frente de sua época, amiga de si e que gostava de mostrar, mas isso no começo era encarado de forma positiva pelo marido até que o ciúme transformasse em defeito.
Sobre o ciúme, acho importante ressaltar aqui que Bentinho tinha um ciúme doentio, exagerado e tóxico. Ele próprio diz que sentia- se cismado com todo e qualquer homem, de qualquer casta ou idade em relação a Capitu, e isso é importante de se levar em conta.
Na minha opinião, sou mais inclinado a determinar que não teve traição, levando em conta a tentativa consecutiva do Bentinho de enganar os leitores. Achei esse personagem muito irritante inclusive, e interessante ao mesmo tempo.
Consigo entender perfeitamente porque essa obra é tão aclamada na literatura brasileira, é realmente genial. Só não dou 5 estrelas por conta da linguagem antiga que me dificultou avança, mas isso é inteiramente minha culpa, apesar da edição da Antofagica ser maravilhosa e ter inúmeras notas de rodapé muito úteis explicando termos obsoletos e contextualizando para a época da história. A escrita grandemente poética é linda.

Laura298 20/05/2024

Releitura, novas experiências e convicções.
Havia lido pela primeira vez aos 15 anos. Entretanto, com quase nenhuma maturidade ou preparo para avaliar tal obra, mesmo assim, me apaixonei pela obra e a tornei um dos meus livros favoritos, embora saiba que poderia estar fazendo uma interpretação equivocada de muitos pontos do livro. Hoje com mais maturidade, percebo que estava certa em fazer desse livro o meu favorito. Que obra magnífica. Machado de Assis é e sempre será um dos maiores escritores do mundo!
Ademais, entendo que o que leve as pessoas a ler seja a questão ?traiu ou não traiu??. No entanto, há muito mais a ser observado e refletido nesse livro. A grandiosidade e magnificência Machadiana de criar um personagem que faça juízo de valor das suas relações humanas e explicitar de acordo com seu ponto de vista, sobretudo, fazer o leitor ser persuadido ou não pelo que ele explicita. Há uma literatura após Machado, visto que antes ninguém conseguiria tal genialidade de criar um romance tão magistral.

Thais Lima 19/05/2024

Minha opinião? Capitu não traiu. De forma simples e direta, eu acho que tá bem óbvio que ela não traiu. Até porque o Bentinho não dá nem chance dela falar, ele mete essa ideia na cabeça e vai com ela até o final. Então não acho que ela traiu.

Me aprofundando mais na teoria que eu defendo: eu sempre achei que o Bentinho era meio estranho, que ele meio que tinha uma imaginação muito fértil, desde o começo do livro ele falava umas coisas que não aconteceram como se na cabeça dele fosse tudo muito real.

Desde que o Escobar aparece, fica nítido como o Bentinho gosta dele, e gosta até demais. Às vezes me parecia que ele gostava mais do Escobar do que da própria Capitu — e aqui não estou sugerindo que ele fosse apaixonado pelo Escobar (mas essa teoria poderia se encaixar também), mas sim que ele tinha uma afeição muito além da conta pelo melhor amigo.

A morte do Escobar foi uma tragédia enorme e um trauma ainda maior para todo mundo, visto que ele morreu de repente em um acidente no mar. Não duvido que Capitu estava sofrendo (inclusive, pelos fragmentos de lucidez que Bentinho deixa transparecer, acho que ela sofreu mais pelo Bentinho, pela Sancha, e pela ideia de que poderia ser ela que poderia ter perdido o marido daquela maneira), mas me parece muito que Bentinho espelhou a própria dor nela, e como ele já era um cara ciumento e desconfiado, acabou confundindo tudo.

E como eu disse lá em cima, o Bentinho tinha uma imaginação fértil demais. Ele via as coisas na cabeça dele, e os delírios dele beiravam o real. Com o Escobar morto, ele botou o pé na loucura de vez.

Isso também explica como de repente ele começou a achar o Ezequiel a cara do Escobar, sendo que ninguém nunca comentou isso, nem ele nunca reparou em nenhuma semelhança do filho com o melhor amigo. Nem a Prima Justina, que era intrometida pra caramba e adorava encontrar defeito nos outros, chega a comentar sobre ela semelhança que, segundo o próprio Bentinho, era tão nítida. Que semelhança é essa que ninguém nunca reparou??? O menino talvez tenha sim copiado alguns trejeitos do Escobar, como ele copiava de TODO MUNDO, mas ser a cara dele? Isso pra mim é delírio de Bentinho, que começou ser assombrado pelo Escobar e começou a enxergar o melhor amigo no próprio filho. Aí essa ilusão dele reforçou a teoria de traição.

A Capitu não traiu. Duvido que traiu. Na minha opinião, Bentinho só era louco mesmo. E a história em si é sobre a paixão dele pelo Escobar, não pela Capitu.

sofia794 19/05/2024

.
Atemporal!! li pro colégio e me apaixonei?. ainda pensando muito sobre e tenho certas duvidas, mas pra mim ela não traiu não (nem gosto que o livro seja resumido a isso, mas já que é a maior questão em cima dele), apesar de que existem sim vários momentos que foram questionáveis. bom, o bentinho nitidamente não estava em sã consciência várias vezes (principalmente depois que o escobar morreu) então, é muito difícil tomar como verdade absoluta oq ele fala. amei a capitu e acho a personagem dela instigante e muito sagaz!

leticmoreira 19/05/2024

Sobre a escrita do Machado de Assis, simplesmente incrível! A ironia na forma que ele descreve as coisas é fascinante. Confesso, li Dom Casmurro por pura fofoca literária. Minha reação o tempo todo era "meu deus, esse Bentinho é maluco" Era melhor ter sido padre mesmo e deixado a Capitu ir viver.

NathAlia.Kaori 19/05/2024

Esse livro é uma prova concreta de que Machado de Assis merece a fama que tem, que livro bem escrito. No começo você pode até ficar um pouco entediado, mas ao desenrolar das coisas, tudo muda. Capitu não traiu, mas deveria. Bentinho é um homem muito inseguro de si.

lulu 19/05/2024

Não traiu!
Agora entendi porque machado de assis tem a fama quem tem, merecidissimo. que livro bem escrito, com muitas inovações totalmente fora da época dele e adorei como ele conversa com o leitor, se torna uma coisa íntima que traz mais engajamento pra historia. achei o bentinho um chato, mimado, carrancudo e a capitu não traiu, mas deveria!! queria saber a perspectiva da capitu, fica aí minha vontade de ler um dom casmurro (capitu's version)

sam (?) 19/05/2024

??
Machado de Assis mereceu todo o reconhecimento que tem e merece muito mais. Gostei principalmente dessa edição que peguei por ela conter uma biografia do autor e várias outras informações da época em que ele estava vivendo e que fez suas obras, o que torna mais clara a compreensão de certos costumes e fatos citados durante a narrativa.
Sobre o livro em si, simplesmente uma obra prima da literatura.
Na minha opinião, pela falta de credibilidade da narração de Bentinho e outros fatores, é realmente difícil acreditar que Capitu tenha traído. Mas, por esse mesmo ponto de vista, seria difícil acreditar em qualquer outro fato do romance, então eu tenho uma mente aberta nessa discussão.
Ainda, por outro lado, acredito que a paranóia de Bentinho possa ter passado até de certos limites, e penso se não foi ele o culpado de certos atos duvidosos que aconteceram na história e que ele mesmo narrou...

Marian14 18/05/2024

Não traiu, mais deveria
Machado de Assis foi um escritor genial e em Dom Casmurro nos traz uma narrativa envolvente e rica em detalhes, explorando o amor, o ciúmes, a dúvida e a "certeza" do personagens de forma profunda, tornando-os reais.
Capitu é inteligente e mistériosa, o que rapidamente cativa o leitor, e também o que traz a dúvida durante a narração de nosso não tão confiável narrador.
Bento, sendo o homem inseguro, ciúmento e possessivo que é desde a infancia até a vida adulta, tenta convercer o leitor e possivelmente a si mesmo enquanto narra de que a verdade é aquilo que nos conta.
Dom Casmurro é um livro incrível que deve ser lido com calma, Machado nos deu uma maravilhosa e complexa obra sobre a natureza humana, que levanta questionamentos até hoje.

Guil 18/05/2024

Uma só voz
Assim, o livro é todo narrado pelo Bentinho, que apesar de fazer parte da classe dominante, se mostra extremamente ciumento, e dominado pela figura de sua mãe, mostrando-se assim, extremamente inseguro, ou seja, ele é na verdade um narrador totalmente tendencioso enquanto que a Capitu não tem direito a voz.
Dito isso, deixo aqui minha opinião sobre o grande debate desse livro, Capitu não traiu Bentinho e Ezequiel não se parece com ele por obra do destino, mas como diz um primo meu: "O que eu acho é apenas a minha opinião"

Danusa 18/05/2024

Bento mimado
Dom Casmurro: teimoso ou introspectivo. Na verdade a suposta traição nunca foi comprovada e sempre baseada nas suposições e vidências da cabeça de Bentinho. Como o livro é narrado por Bentinho, o que temos é apenas a impressão e certezas dele. Seria interessante saber o que pensava Capitu diante de tudo.

Israel.Leite 17/05/2024

Muito bom
Finalmente dei uma chance a esse livro e agora posso entender porquê, provavelmente, ele é o mais famoso de toda a literatura brasileira.

Dom Casmurro é uma obra que, comparada a outras de nossa literatura, é bem simples de ser lida. Além disso, apresenta um enredo interessante e bons personagens. É incrível (ou posso dizer terrível) acompanhar a (e/in)volução do Bentinho, de um garoto extremamente apaixonado e disposto a tudo pra ficar com sua amada, para um homem ciumento e amargurado.

Sério, Bentinho sai de um carinha que, apesar de narcisista e com ideias meio cabeludas, você se afeiçoa e se identifica, pra um dos personagens mais desprezíveis da literatura brasileira (quem sabe da mundial).

E, além desses detalhes, a obra também apresenta muitas camadas, que envolvem temas como as imposições sociais do século XVIII e a liberdade feminina. Temas esses que são muito bem abordados nos textos de apoio presentes na edição que li, da Antofágica.

Sobre a dúvida universal da traição, só posso dizer que, acreditando que ela ocorreu ou não, eu estaria errado, pois a obra não traz certeza alguma de nada.

Enfim... Recomendo muito esse livro pra todo mundo, pois é um livro muito legal, capaz de gerar debates muito interessantes. Só não digo que ele é perfeito porque, como tradicional obra da literatura brasileira, essa também tem partes que você precisa quebrar a cabeça pra compreender. De resto, livro maravilhoso.