O Caderno Rosa de Lori Lamby

O Caderno Rosa de Lori Lamby Hilda Hilst




Resenhas - O Caderno Rosa de Lori Lamby


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Karin 27/09/2021

Pesado e com uma crítica massa
Claro que o livro é pesado. Como não ser falando de uma menina de 8 anos que se prostitui? Mas esse não é o foco do livro e sim a crítica que traz ao mercado editorial e, claro, aos leitores. É um tapa na cara. Ainda, o comportamento da criança desde o início não condiz com o de vítimas de abuso, o que em muitos momentos nos faz esquecer tratar-se de uma criança, assim enxerguei que o ponto aonde Hilda quis chegar é justamente como uma bandalheira escrita por uma criança é digno de ser vendido quando o de um homem que estuda, pesquisa e sabe o que está fazendo, não.
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Laura.Sanches 22/09/2021

Chocante
Com um linguajar chulo e tema polêmico, a autora te faz pensar em muitas coisas e refletir a exploração infantil, a ideia de pedofilia, a compreensão da criança sobre tudo isso.
Recomendo a leitura do posfácio para melhor reflexão e compreensão dos temas abordados e da escolha da autora para a construção da personagem.
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Ruannita 14/09/2021

Uma puta crítica ao mercado editorial brasileiro
Esse livro explodiu minha mente. O posfácio é enriquecedor. Esse Caderno Rosa me chocou. É subversivo demais até o tutano. Não tenho o que dizer, estou sem palavras. ? Recomendo a leitura para quem quer ser impactado e tecer a própria opinião sobre a obra.
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davidelira 13/09/2021

Hilda Hilst e a imaginação pornográfica
O Caderno Rosa de Lori Lamby é o primeiro de três livros de Hilda que compõe o que ela chamava de “Adoráveis Bandalheiras”, sua “tetralogia obscena”, uma fase posterior do trabalho da escritora, quando esta decidiu deixar de escrever literatura “séria” e produzir textos pornográficos. A autora resolveu embarcar nessa empreitada após notar o quanto seu trabalho era desvalorizado no país. Seus livros não eram reeditados, sendo esquecidos pelo grande público. Apesar do fascínio que a autora exerceu, principalmente no cenário acadêmico, seu trabalho permaneceu como um estranho ao mercado editorial. Era taxada de hermética, sendo rotulada de “esfinge da literatura”. Isso não agradava Hilda que tinha fome de ser lida. Dentro dessa desvalorização de seu trabalho, Hilda, inspirada em grandes nomes da literatura erótica como Henry Miller e Bataille, escreveu o seu Lori Lamby.

Mas o que é a literatura pornográfica? Susan Sontag em seu ensaio “A imaginação pornográfica” discute a pretensa separação entre a literatura como arte e a literatura pornográfica. Essa cisão buscava proteger a literatura “séria” (como diria Hilda) frente às elucubrações de uma literatura pornográfica, que se basearia numa motivação do autor de estimular o leitor pela via sensorial. Uma literatura que excita. Porém, o ensaio de Susan irá contra argumentar essa ideia a partir de um mergulho na literatura libertina, passando por nomes como Sade e Bataille. A pornografia aqui não atua como um mero estímulo à excitação, mas como um receptáculo que passa adiante uma experiência para além da resposta na via epidérmica. Nas palavras de Hilda “a verdadeira natureza do obsceno é a vontade de converter”. Muitas vezes, no fundo da literatura libertina encontramos uma premissa espiritual. Espiritual no sentido do que Susan chama: “planos, terminologias, noções de conduta voltados para a resolução das penosas contradições estruturais inerentes à situação do homem, para a perfeição da consciência humana e a transcendência”. As intensas, catalográficas e tortuosas descrições de Sade em seu 120 Dias não se encerram no artifício da excitação, Sontag aponta que seu escrito traz consigo ideias como as “da pessoa como ‘coisa’ ou objeto, do corpo como máquina e da orgia como um inventário das possibilidades esperançosas e infinitas de várias máquinas em colaboração umas com as outras”. A literatura pornográfica vista como arte subverte seu próprio gênero.

Todavia, Hilda não pretende passar necessariamente uma filosofia ou um projeto de espiritualidade em seu livro. O que ela subverte no comum do gênero pornô é a utilização do recurso da alegoria. É o uso da metáfora para a construção de uma alegoria. Mas como se dá isso? O Caderno Rosa de Lori Lamby segue o relato de uma menina de 8 anos que conta em seu diário sua vivência com a sexualidade. Premissa chocante que adquire contornos cada vez mais incômodos e perturbadores no decorrer das páginas. É um texto cru, escrachado e imoral. Enfim, uma grande putaria. A ingenuidade e puerilidade na forma do texto infantil contrasta com o conteúdo adulto e obsceno contido nele. É um livro que desperta nojo, mas que ao mesmo tempo nos revela um indecoroso fascínio pelo absurdo. Falo aqui que esse texto salta para além do pornô por ser ele uma analogia com a própria receptividade do mercado editorial ao trabalho de Hilda. A figura do pai de Lori que é um escritor que começa a escrever literatura pornográfica, por ser cobrado por parte de seu editor, acrescenta camadas metalinguísticas ao texto. A própria imagem da exploração sexual é usada como analogia a essa “prostituição” ao mercado editorial.
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Um livro que adorei odiar. Principalmente quanto à revelação no final que deu um grande giro em todo o plot dessa narrativa. Destaque também para um conto pornográfico dentro da própria obra, totalmente absurdo e engraçado. O Caderno Rosa de Lori Lamby é um livro para poucos, e para os que têm muito estômago.

site: https://www.instagram.com/seminariodasratas/
Leilany.Soares 13/09/2021minha estante
Uau! Que incríveeeel




Damien 29/08/2021

N sei oq pensar, só sei q estou em choque
Esse livro é tão extremo e desconfortável q é difícil de dizer se gostei ou não da leitura, por isso não me sinto confortável em dar alguma nota à ele, mas gostei de ter lido, enquanto leitor e conhecer a obra dessa autora (que irei ler outros livros dela, com certeza).

O livro tem uma crítica social bem evidente e uma "reviravolta" previsível, porém não sei se a história me convenceu por te sido contada pela perspectiva de uma criança, oq deixa tudo ainda mais estranho. É de dar enjôo em certos momentos.

To confuso e talvez essa tenha sido a intenção da autora...
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Karol 24/06/2021

Uma critica bem estruturada acerca do mercado editorial, ao me deparar com a escrita da autora levei um leve susto, pois foi meu primeiro livro dela, desse modo. por ser uma leitura rápida, porém pesada ainda não sei dizer o que sinto, requer uma certa reflexão, e é isso...
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Lara.Militao 21/04/2021

Chocada
Quando a Hilda disse (em uma entrevista que achei muito engraçada e não levei muito a sério no passado) que esse livro era totalmente GROTESCO, agora sinto o que ela quis dizer. Grande crítica ao mercado editorial. E meu Deus que plot twist foi esse???? Misericórdia jkjjjjk
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yomaeli 04/04/2021

Acima de toda metalinguagem, metáforas e críticas do livro, fica o apelo de chocar. É explícito que Hilda queria jogar a merda no ventilador e tecer críticas ríspidas ao mercado editorial, ao que é rentável, à falta de retorno financeiro de sua escrita, etc.

O problema é que eu não simpatizei com a autora. Para mim, mesmo com todo entendimento abaixo da superfície incômoda do livro, não consegui exaltar ou evidenciar uma genialidade na Hilst como muito falam por aqui, nas resenhas da obra. Essa "genialidade" só funciona com argumentos forçados e acadêmicos mesmo.

Ela fala sobre pedofilia descrevendo o ato sob o olhar de uma criança que, na sua inocência, segundo Hilst, "gosta" das sensações advindas do abuso. Mas fica um gosto amargo de: PARA QUE ESCREVER ISSO DESTA FORMA, MINHA FILHA?

Aí pode ser que fanáticos pela autora e supostos detentores do assunto teorizem que na psique infantil o abuso não é entendido como tal, que a criança não entende a gravidade e que a criadora idealizou o livro partindo dessa "verdade incômoda", etcetera....... MAS: Não tinha como ela fazer sua crítica a partir de outro cenário, ainda que falando da putaria - que, segunda a autora, era o que vendia na época -, hein?

Partindo desse assunto, repulsivo e perturbador como naturalmente é, ela cria uma barreira entre leitor-obra, e visto que Hilda queria aqui falar muito mais da sua descrença e desagrado com o mercado literário, me reservo a também demostrar o meu desagrado com sua criação.

Não gostei. Apesar de toda articulação pra colocá-lo no status de grande obra subversiva que vai além do que está escrito, achei ruim. Muito. Parece um imã para voyeurismo e um desabafo da autora com um final que tenta e falha em se provar como uma sacada de mestre.

E é isso.
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JôJô 19/02/2021

Triste, porém real
Esse livro é bem pesado, caso não tiver saúde mental e emocional pra ler, não leia, pois ele aborda temas preocupantes e que pode ser um gatilho para vc. Depois que soube o pq da escritota fazer esse livro e toda a mensagem que ela quis passar, entendi melhor os acontecimentos no livro e tudo q ela quis mostrar, da mulher na literatura e da pedofilia enraizada no nosso mundo. Recomendo muito lerem o livro e refletirem depois sobre tudo que ele fala, vc vai perceber o quanto isso é real e o quanto as pessoas não falam sobre algo tão preocupante.
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mmurilo 11/02/2021

Não sei se entendi muito bem o que li, mas acho que entendi o suficiente (as revelações me deixaram confuso, o que me fazem querer fazer uma releitura). Ao contrário d'A Obscena Senhora D que eu tentei ler e não entendi nada, a linguagem d'O Caderno Rosa é mil vezes mais fácil de se compreender, o que faz o livro todo ser muito explícito e chocante pra qualquer um.
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João 23/01/2021

O Caderno Rosa
Não sou capaz de escrever uma resenha propriamente dita pra esse livro. Mas vou tentar tecer um comentário, mesmo que breve. É desconcertante ter gostado desse livro. Foi ?um tapa na cara do mercado editorial? e um tapa na cara no leitor. Tudo é uma metáfora, das mais inquietantes e desconcertantes, para tecer uma crítica à sociedade de consumo e ao jogo editorial que enfurecia tanto a autora.

É inevitável questionar o por quê da metáfora da sexualização infantil ter sido escolhida, mas no fim das contas o alcance que ela teve abrandou essas dúvidas.

A genialidade desse livro flerta com a perversão, provocou em mim debates em cima de debates. No fim, acabo optando pelo lado genioso, mas me preocupo com o que uma obra como essa despertaria na mente de um pedófilo.

O livro alude a críticas à hipersexualização infantil, ao consumismo, à exposição precoce a figuras sexuais, ao mercado editorial e muitas outras coisas que eu não devo ter sido capaz de notar. São críticas que nos atingem fortemente, e me pergunto como Hilda abordaria esses temas hoje (30 anos depois), em que esses mesmo problemas persistem ainda mais amplificados...
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Wallace17 18/01/2021

Obscenidade de Hilst
Meu primeiro livro da Hilda Hilst é o mais obsceno de uma tetralogia que a escritora dedicou ao tema. As primeiras 30 páginas são escandalosas. A autora descreve situações de pedofilia praticada numa menina de 8 anos. O nome da menina que vivencia este atos é Lori. Ela escreve no diário os encontros sexuais que tem com os homens adultos. Esses encontros são chocantes, e Lori descreve-os com uma riqueza de detalhes e sensações de prazer. O mais aterrador é a permissão dos pais para que a menina cobre dinheiro dos pedofilos.
A mãe de Lori é uma mulher que vive para apaziguar as crises existenciais do marido. Este por sua vez é um escritor renomado pela crítica, mas que não vende livros e vive o drama e a pressão da editora para produzir um livro "vendável" (me parece uma crítica da autora ao mercado editorial). A trama segue obscura até o final, porém, este se revela surpreendente, no entanto não menos perturbante. Fiquei imaginando como foi o processo criativo e as motivações que fizeram Hilst escrever este livro.
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