Macário & Noite na Taverna

Macário & Noite na Taverna Álvares de Azevedo




Resenhas - Macário e Noite na Taverna


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Débora 29/10/2016

"Bebamos!"
Sendo Lord Byron a principal influência para as obras de Álvares de Azevedo, muitas teorias envolvem o processo de escrita de Noite na Taverna e os sentimentos que moveram o autor na construção dessa sua obra. Muitos dizem que os relatos presentes no livro foram compilados de outras histórias ouvidas e vividas por Álvares e seus companheiros boêmios; outros ainda afirmam que são apenas histórias criadas pela mente prematuramente perturbada do nosso autor. A verdade é que indiscutivelmente a obra traz linhas fascinantes, capazes de surpreender até mesmo o leitor mais acostumado com histórias sombrias do gênero. Com um lirismo de fazer inveja até mesmo ao próprio Byron, o livro narra uma noite regada à muito vinho em que cinco amigos se reúnem em uma taverna e contam uma aventura que viveram em suas andanças pela vida. Cada um dos cinco amigos narra um conto em especial – todos verídicos, juram os autores - que leva o seu nome no início de cada capítulo; com isso, então, temos Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann contando seus casos sombrios envolvendo temas como amores não-correspondidos, a morte, o pessimismo, a solidão e a idealização da mulher como figura bela e pura, numa sequência lascivante e misteriosa de acontecimentos que mexem profundamente com a cabeça de qualquer leitor.

Sem dúvidas esta é uma obra excêntrica que representa perfeitamente os aspectos mais importantes da literatura gótica mundial: o amor idealizado, a morte como elemento básico da vida, o desespero, a fuga da realidade, a introspecção. De forma singular, Álvares abre sua mente repleta por histórias surpreendentes para que as mesmas sejam descobertas pelo público e o inspire a descobrir o que existe de mais imaginativo e surreal dentro dele. Ao falar de assuntos como morte e a idealização do amor, o autor não está descrevendo-os em seu aspecto cru, no sentido literal da palavra; está querendo ir além e tentar fazer brotar no leitor justamente esse interesse pelo oculto e pelo desconhecido. Também é utilizada muitas simbologias que retraram pedaços claros da nossa realidade, como por exemplo, ao ser explorada tão intensamente a figura do Diabo nas páginas do livro; o Diabo dos escritores ultrarromânticos nem sempre tem o mesmo significado da figura idealizada pelo Cristianismo, mas sim, pode representar a personificação do mal presente na sociedade, que se materializa através dos atos humanos. Talvez um dos aspectos mais interessantes da obra a serem analisados seja a eterna dualidade em que transita o homem através do bem e do mal, o divino e o profano, a felicidade e a cólera. Sempre estaremos caminhando através dessa linha tênue. Como o mesmo homem que ama uma mulher com todo o seu ser, no aspecto mais puro da palavra, pode ser capaz de se desvincular dessa pureza cometendo um assassinato? O que leva um boêmio que tem tudo na vida se perder no ópio? Até que nível pode ir a loucura do ser humano, e quais são as principais causas dela?
São questionamentos como esses dão o tom da obra, que é um perfeito retrato do quão sombria e degradante pode ser a mente do homem: uma mente perturbada exclusivamente... por ele mesmo.

(...)

Leia a resenha completa com fotos e opiniões no blog Amor Livrônico ^-^

site: http://amorlivronico.blogspot.com.br/2016/10/resenha-noite-na-taverna-de-alvares-de.html
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Douglas 10/11/2016

Noite na Taverna e Macário
Apesar de sempre ter sido apaixonado por livros, tive uma primeira impressão ruim sobre os clássicos da literatura brasileira que foram impostos a mim na época da escola. Então, somente agora estou redescobrindo estes títulos.

Meu primeiro contato com o trabalho de Álvarez de Azevedo foi com este livro, uma edição que traz "Noite na Taverna" e a peça "Macário". Eu já tinha ciência do que se tratava o primeiro, mas nunca ouvira da peça. A temática gótica e romantica característica de sua época transborda nas palavras do autor, coisa que particularmente me atrai e funciona muito bem nos contos que compoem "Noite na Taverna".

Entratanto, em "Macário", a partir do segundo ato, ao meu ver o autor perde a mão e exagera muito na verborragia e das referencias, tornando a leitura da hitória - que tem um tema muito interessante - morosa e cansativa.

Acho que é um autor nacional que vale a pena ser lido, mas é preciso um pouco de dedicação e paciencia com seu texto.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 13/07/2018

Obra Póstuma
Nascido em 1831, Álvares de Azevedo morreu aos vinte anos de tuberculose, legando uma obra pequena, de inquestionável qualidade e que só veio a público postumamente.

"Macário", considerado seu melhor texto, é de difícil classificação, oscilando entre teatro, diário íntimo e narrativa. Nitidamente romântico, divide-se em dois episódios: no primeiro, é apresentado o encontro entre o protagonista e Satã que o leva para conhecer uma cidade grande (talvez São Paulo da época de acordo com estudiosos); já no segundo, ambientado na Itália, entra em cena Penseroso, um jovem melancólico em busca de um amor virginal que acaba cometendo suicídio.

Curiosamente, no desfecho, Satã leva Macário, amigo de Penseroso, para admirar uma cena onde cinco amigos dormem após uma noite de orgia. Esse é o cenário de "Noite na Taverna", uma seleção de sete contos de Azevedo. Por esse motivo, é frequente os dois textos aparecerem reunidos numa mesma edição.

Acredita-se que "Macário" e "Noite na Taverna" fizessem parte de um único projeto que o escritor desmembrou ou não chegou a concluir. Girando em torno do amor e da morte, essa coletânea exibe relatos sobre necrofilia, incesto, assassinato, canibalismo e várias formas de loucura. No entanto, ela não envereda para o sobrenatural, mas para o extravagante, repleta de debates filosóficos.

Original, "Noite na Taverna" sofreu forte influência de Hoffman e Byron, por conta de sua abordagem mórbida e decadente. Vale mencionar que esse não era o mundo de Azevedo, um jovem instruído e de boa família que, precocemente doente, vivia distante da depravação. Portanto, todos esses assuntos foram introjetados em sua obra através da leitura, fato que surpreende pela naturalidade que sabe manejá-los.
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Eddy Souza 15/03/2020

Álvares de Azevedo é um dos principais expoentes do Ultrarromantismo brasileiro. Influenciado por Lord Byron, essa sua obra em prosa é repleta de elementos góticos, como assassinato, necrofilia, cemitério, abuso, morte, etc.
"Noite na taverna" é um livro de contos, algo como um romance de moldura, mas que prende o leitor e é capaz de arrepiar. As histórias que compõem o livro são interligadas entre si e prendem a atenção do leitor.
"Macário", um texto dramático, com pouquíssimas personagens, tem uma história interessante. É um texto que fala de temas obscuros e melancólicos, mas que prende a atenção do leitor. Só alguns monólogos que são um pouco entediantes.
De modo geral, é um livro ótimo, com uma produção literária bem interessante e que sarisfaz as expectativas do leitor.
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rogerbeier 07/03/2009

Macário em São Paulo
Para quem está pesquisando ou gosta de ler sobre a história da cidade de São Paulo, encontramos, em Macário, uma referência clara à cidade que muitos deixam passar desapercebido. Quando o personagem principal e o tinhoso estão chegando a uma cidade no alto de uma colina, Macário e o Capeta fazem várias referências a uma cidade fundada por um padre. Macário, inclusive, reclama do calçamento público desta cidade, coisa que o próprio Álvares de Azevedo vivia reclamando em sua correspondência particular.
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Vi2 30/05/2020

Chocante
O contos presentes nesse livro me atingiram desprevenido. Eu esperava outro assunto abordado nos contos, porém, não fiquei assustado, ou ofendido, ou enojado. Foi justamente o contrário, foi isso o que me amarrou aos contos.
São contos curtos, rápidos de serem lidos e cada um é mais pesado que o outro. Leitura sensacional.
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Gabs 09/06/2020

Clássico
Em um livro conjunto que traz as duas principais obras da escrita do maior representante do ?mal do século?, Noite na Taverna e Macário, Álvares de Azevedo incorpora o byronismo, o sofrimento, o desejo e a visão da mulher como inalcançável e inatingível, sem nunca deixar de representar reflexões a respeito da religião, dos valores da época, do julgamento divino e da morte e do sonho como fuga.
A linguagem é rebuscada, mas o entendimento é fácil; a leitura é rápida (na medida do possível), contando com apenas 40 páginas (em média) cada livro.
Indico pra quem quer conhecer esse tipo de escrita mais reflexiva e afetada e que gosta de algo obscuro e tenso, marca dos contos de Noite na Taverna.
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Yas 05/07/2020

O livro representa muito bem a segunda geração do romantismo, repleta de escapismos, com fortes influências do byronismo e idealização da figura feminina. Cenas fortes e macabras, entretanto uma representação da tendência social da época, que ainda tem reflexos na mentalidade da sociedade atual.
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Ivy 30/09/2020

Noite na Taverna/Macário
Àlvares de Avezedo, o poeta do mal do século, é um dos meus autores brasileiros favorito. Adoro essa atmosfera macabra, esse clime meio noir de seus contos, tudo regado a uma bela noite de bebedeira...
Noite na Taverna, já perdi as contas de quantas vezes já li, no mínimo umas 4 vezes, e ainda tem aquele gostinho de novidade e surpresa a cada vez que leio, um salve aos autores brasileiros??
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Gui 13/01/2021

O diabo como companheiro
Macário foi uma surpresa, baixei o livro por que queria muito ler noite na taverna mas ganhei essa obra incrível de brinde, é uma peça que te faz pensar e refletir sobre a vida, com os diálogos entre jovens desmiolados e a figura do demônio, que é misteriosa e interessante, deixando a obra sensacional.
Por outro lado Noite na taverna foi uma quebra de expectativas, esperava mais, achava que o livro seria muito pesado e abordaria temas macabros (esperava um suspense com um toque de terror) porém a realidade não foi condizente com o esperado, houveram sim momentos tenebrosos e macabros porém foram poucos os que me deixaram boquiaberto, por outro lado, é uma obra que mostra a expansão dos temas presentes na literatura brasileira, valendo a pena conhecê-la.
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anonimoBR 17/01/2021

Eros e Thanatos
Obra repleta de um hedonismo tenaz batizado com diversas depravações e perversões, marcando personagens perdidos ao tentar atingir uma suposta satisfação plena, que nunca será atingida, podendo até relacionar parcialmente com a irracionalidade impulsiva do ID, instância psíquica descrita por Freud e a psicanálise, que sempre busca a obtenção do deleite absoluto, que no entanto é impossível, também havendo um interjogo interessante entre as pulsões de vida e morte relatadas também por essa abordagem psicológica.

Noite na taverna se divide em contos que se ligam parcialmente em dados momentos, há ênfase nas paixões fervorosas e perversas descritas pelos personagens ébrios.


Já em Macário há um predomínio de certa escrita filosófica, debatendo diversos aspectos da natureza humana enfatizando novamente a sua perversidade e melancolia. A única coisa que não me agradou tanto foi o segundo ato, que não foi tão imersivo e interessante quanto o primeiro, mas continua sendo, de um modo geral, uma obra excepcional e riquíssima.
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Leonardo Felix 28/01/2021

Muito bom
Escrito pelo mestre no goticismo literário Álvares de Azevedo. A vida de universitário de direito, regrada à saideiras, bebidas, sexo, experiências literárias e filosóficas e reflexões metafísicas, conversas intelectuais com amantes da língua alemã, o próprio Álvarez estudioso do idioma germânico, tudo se fez presente na vida do autor, morto precocemente aos 21 anos, mesmo caso de vários escritores góticos brasileiros ou até pior, como Cruz e Sousa que assistiu aos filhos morrerem, um a um de uma forma ou de outra até chegar o seu próprio momento de partida. Toda a atmosfera niilista e melancólica permeia o romance e a vida dos personagens. Supõe-se que os crimes mais nefastos narrados como incesto seguido de fratricídio foram inspirados em casos reais vividos pelo escritor e companhia. Uma pérola das histórias góticas, gênero genial, porém infelizmente com poucos adeptos e produções. Ou felizmente pois isso conserva a qualidade, o que não poderia ser garantido se virasse "modinha".

A premissa é simples: 8 amigos, inspirados no Álvares e nos campanheiros se reúnem na taverna(equivalente ao bar no Brasil do Século XIX) de preferência do bando, estudantes e intelectuais para fazer o padrão: beber e conversar com o adiocional de que cada um deve contar uma história, da maior proporção sinistra possível e revelar os lados mais obscuros que habitam neles. É proibido mentir. A partir daí acompanhamos contos dentro de um romance de uma forma que só o gótico proporciona.

E Macário, não menos importante, numa vive meio Fausto, um estudante tem encontros com o diabo em pessoa produzindo dialógos bem interessantes com encontro de pontos de vista, narrado com uma linguagem bem primorosa e culta.
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Gisele 05/02/2021

Romantismo
Maneco é sensacional, difícil crer que um menino adolescente escrevia assim. Cada capítulo traz uma versão diferente dele, e a metalinguagem é um prazer de se ler.
Noite na Taverna é uma delícia de livro, não perde em nada para as inspirações de Maneco, e Macário é uma entidade, não cabe em gêneros e definições.
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