Bel 04/08/2012Em busca d'O MilagreSou suspeita pra falar de livros do Nicholas Sparks afinal, ele é, de longe, um dos meus escritores de romance favoritos e seus livros estão praticamente no topo da minha lista de compras. Com uma escrita detalhista e, até mesmo, reflexiva, Nicholas Sparks é um desses escritores que te prendem até o fim do livro e te fazem chorar de soluçar ao lê-lo. Eu, particularmente, adoro o modo com o qual os personagens principais, sempre masculinos, são tocados pelo amor de uma forma que praticamente não se vê mais hoje em dia. Em “O Milagre”, no entanto, fui pega de surpresa.
Basicamente, “O Milagre” conta a história de Jeremy Marsh, um jornalista de Nova York que gosta de desmascarar pessoas com “dons mediúnicos” e se torna famoso após aparecer no Primetime e revelar as falcatruas de um vidente de muito sucesso.Depois de alguns dias, o homem recebe uma carta de Doris, senhora que vive em Boone Creek - pacata cidadezinha interiorana do sul dos EUA -, na qual é pedido para que ele desvende o mistério das luzes do cemitério, vez que o intenso fluxo de turistas na área é considerado desrespeitoso aos mortos. A partir de então, o livro gira num lenga lenga interminável a respeito da vida na cidade, que não me arrancou nenhuma lágrima sequer (isso vindo de uma pessoa que chorou ao ver O Espetacular Homem-Aranha nos cinemas).
O título invoca algo tocante e profundo, que analisa a psicologia dos personagens e monta uma história de amor que você quer viver, independentemente das tristezas expressas ao decorrer da história. Claro que é só no título que isso acontece. A impressão que tive foi a de que Nicholas Sparks foi pressionado a escrever outro livro e não fazia ideia do que iria tratar. Apesar de alguns trechos lindos, que foram postados aqui enquanto eu ia lendo e do bonito final, que nos faz querer estar no lugar da bibliotecária Lexie, o romance é… Pura enrolação. Não há aquela surpresa e emoção de outros livros como “A Última Música”, “Querido John” e “Diário de uma paixão”. Em minha opinião, a opção pela narração em terceira pessoa contou muito para que o livro se tornasse minimamente maçante. Certamente, há cenários belíssimos e passagens dignas de uma imaginação extremamente fértil, que fazem as mulheres suspirarem (eu, pelo menos) e desejarem um Jeremy Marsh em duas vidas monótonas, tanto na cidade grande quanto na cidade pequena.
Sim, eu recomendo o livro, apesar de minhas críticas. No entanto, se você ainda não leu nenhum outro romance de Nicholas Sparks, não deixe que esse seja seu primeiro. Sugiro começar por “Querido John” ou “Diário de uma paixão”.