Sidarta

Sidarta Hermann Hesse




Resenhas - Sidarta


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Mila Barros 29/01/2009

Às vezes, alguns livros têm a (in)felicidade de “caber” em uma palavra. Este certamente cabe: Chato!
Mari de Paula 10/02/2009minha estante
oloco Mila... depois de tudo o que falou???



decepcionei.


Gabih 06/04/2012minha estante
Ele segue a msm linha de As Walkíras do Paulo Coelho...


Shamatos 16/08/2012minha estante
Gabih, acredito que é exatamente o contrário, não?


Samir 23/09/2015minha estante
Comparar com o Paulo Coelho é sacanagem...




Thaianne 15/03/2017

Bom, mas...
Este livro foi, com toda franqueza, uma decepção parcial. Comprei-o logo após assistir à resenha do Yuri do canal Livrada!, o que já revela que ele foi bem convincente a respeito de sua qualidade, assim como outras tantas resenhas publicadas aqui no Skoob. Minha expectativa em relação à leitura, era, deste modo, muito elevada. Além de todos os elogios, o autor, Hermann Hesse, é um dos laureados com o Nobel de Literatura. Pensei que daí só poderia vir coisa muito boa. Estava parcialmente enganada.

"Sidarta" é um romance lírico, baseado na juventude do Buda. O livro é bem escrito e permeado de reflexões oriundas da filosofia budista, mas carece, talvez, do que mais aprecio num livro: uma boa história. Não que os elementos da vida de Sidarta não dessem uma boa trama. Há reviravoltas e várias mudanças estruturais no decorrer de sua vida. No entanto, não me pareceu que este foi o foco do autor, o que se tornou um problema, porque na primeira metade de sua vida, Sidarta é insuportável. Presunçoso, arrogante e obstinado em encontrar o Átman - "o fôlego por trás de todas as coisas" - sem ser capaz de realizar a mais fundamental delas: amar. E mesmo assim, se julgando superior aos "homens tolos", que embora não tivessem seu grau de instrução, certamente detinham essa faculdade. O autor, no entanto, não se preocupa em criar situações que pudessem originar empatia pelo protagonista, nem desenvolver, a nível de sentimentos, sua dimensão humana. Aí reside minha decepção. Se o livro não fosse tão curto, e as resenhas lidas não tivessem sido tão convincentes, provavelmente eu o teria abandonado. Mas prossegui e, após chegar ao fundo do poço, Sidarta vê sua vida dar nova guinada. A partir daí, a obra finalmente se tornou interessante aos meus olhos. O desfecho, em especial, é muito bonito. Vale a pena para quem se interessa pelo tema, há frases e pensamentos muito belos. Mas, na minha opinião, está longe de ser essa "Coca-Cola toda" de que se fala.
Julio.Argibay 07/04/2017minha estante
Tu eh retada. Rsss


Michelle.Danielle 17/04/2017minha estante
Estou lendo sidarta. Na verdade to me arrastando para terninar. Nao me empolguei


Nicole 13/02/2018minha estante
undefined


juliabarros 12/03/2018minha estante
Concordo com tudo que você falou ! Achei bem médio e o Sidarta jovem me incomodou demais com sua arrogância.




Marcos 17/08/2009

Um livro "eficiente"
Peguei este livro pra ler num fim de semana, mas acabei de lê-lo em poucas horas. A leitura não é difícil, apesar de cada página ter muito conteúdo, muita coisa a ser aproveitada.

Na verdade, como diz o autor em outras palavras, é a nossa experiência pessoal que diz o que é ou não aproveitável, as palavras são algo secundário, quase dispensáveis. Tal qual talvez seja esta resenha, rs.

Sendo até redundante, esta é uma visão ratificada por minha experiência pessoal. Seguimos, na nossa cultura ocidental, o modelo da teoria para a prática. Desde a escola sempre achei o contrário. Precisamos viver algo, para depois refletir a respeito. Não podemos ser doutores do que não vimos, como diz um ditado.

É por essas e outras que admiro tanto a cultura oriental, embora, como o autor, também condene toda forma de doutrina, de religião organizada, como hoje ocorre com o budismo e outras religiões/filosofias. Já tinha percebido isso ao ler Musashi, outro de meus livros favoritos. O personagem dá ênfase à idéia de ser mestre de si mesmo, ou melhor, aluno das coisas simples da vida. Algo que hoje é tão ignorado, embora tão importante.

Se você é mais um cara em busca de evolução pessoal e quer um livro simples e bonito, que fala sobre o assunto, este é um livro para você. Mas pode entediar aqueles apenas em busca de um passatempo.
Gabih 06/04/2012minha estante
Minha professora de português da oitava série me deu em 2001 e eu só li em 2003, porém adorei. Essa busca pela evolução espiritual, uma linda história c mmuito aprendizado e muita coisa boa p passar a frente.


Eduardo.Santana 27/02/2020minha estante
Ótima resenha, Marcos. Cheguei a pensar a respeito de se aprender primeiro a prática ao invés da teoria também. Seria válido se algumas escolas utilizassem esse método, pelo menos parcialmente. Creio que ele instigaria mais a curiosidade dos alunos e aumentaria a vontade deles de aprender.


Ana Cláudia 29/11/2022minha estante
Nossa, também pensei muito em Musashi quando li esse livro, interessante ver que outra pessoa fez a mesma ligação.


Sara.Caires 21/02/2024minha estante
Análise incrível, parabéns!!




EduardoCDias 19/06/2020

Paz e perfeição
A procura da paz, da perfeição, da união com a natureza e da simplicidade da vida levam Sidarta a experimentar vários modos de viver, colecionando professores na sua jornada.
Gustavo.Cabral 19/06/2020minha estante
To muito a fim de ler esse livro.


Gustavo.Cabral 19/06/2020minha estante
4 estrelas significam que ele compensa a leitura né ???


David 20/06/2020minha estante
Gosto demais desse livro!


EduardoCDias 20/06/2020minha estante
Bom mesmo! Gustavo, leia sim!




David 19/02/2020

Excellent!!
Reflexivo, poético e de uma belíssima jornada repleta de lições de vida. O estudo virtuoso em confronto com as experiências, o tolo e o sábio num personagem cheio de carisma e inquietação do desejo pelo saber.
Olha, altamente recomendado!
Angel.Pimentel 27/06/2020minha estante
Fiquei com vontade de ler.


David 27/06/2020minha estante
É uma leitura simples e deliciosa! Recomendo muito!


Angel.Pimentel 27/06/2020minha estante
Obrigada!




Gabriel 15/08/2021

Meditação em forma de livro!
Que livro incrível e cheio de simbolismo. Sou muito interessado pela parte filosófica do budismo, e esse livro é um prato cheio disso.

Não sei porque, mas pelo jeito que o livro é narrado, parecia que eu estava meditando e entrando em contado com o "Om". Recomendo a todos!
Lou 15/08/2021minha estante
Ooowwwn meu nenem


Lou 15/08/2021minha estante
Meu sidarta ???


Gabriel 15/08/2021minha estante
Hehehehe ??




Chelly @leiodetudo 07/07/2021

O que importa é o caminho e não a chegada.
O forte dessa história é o caminho que o Sidarta percorre nessa busca de autoconhecimento e iluminação. Há muitos ensinamentos que podem ser retirados da jornada que Sidarta trilha. A história é carregada de elementos da filosofia budista e me trouxe um sentimento de que as vezes é preciso se perder para poder se achar. É um livro curto, mas que não li rápido.

Recomendo essa leitura para os momentos introspectivos da vida.
Thais645 14/07/2021minha estante
O único livro que li de Hesse foi "O Lobo da Estepe", ainda na adolescência, e me marcou profundamente. Quero ler ainda mais coisas dele. Acho que realmente valem a pena. Já ouvi muita coisa boa sobre este "Sidarta".


Chelly @leiodetudo 15/07/2021minha estante
Também já me falaram desse O lobo da estepe. Vou até marcar aqui como desejados.




Sasa 29/04/2021

Me deu muito sono
Esse é um livro espiritual demais para mim. A leitura não é monótona, mas é um assunto que não me chama em nada a atenção.
Pedro.Baldez 07/05/2021minha estante
Nossa eu amei kk talvez pq eu esteja numa vibe mto espiritual


Sasa 09/05/2021minha estante
Sim.. muita gente ama esse livro, e acho que seja um livro excepcional, mas acredito que a estranha sou eu, eu sou uma pessoa muito cética, então este livro não era pra mim.




Oré 15/05/2020

Que livro lindo! Quanta coisa gostosa de ler nesses dias cinzentos em que as incertezas se fazem tão presentes!
O livro foi uma grata surpresa, não esperava me identificar tanto. A leitura não é fácil, exige atenção constante e a tradução usa de um vocabulário bastante rebuscado (pelo menos para o meu nível básico de leitura) e tive de fazer mais pausas que o habitual para ir ao dicionário.
Porém, fui recompensado com uma história poética, de descoberta, superação, reconstrução, redescoberta... O rio como figura de linguagem, separando as duas margens da busca de Sidarta (que não é o Buda histórico aqui) e mantendo-se como ponto de equilíbrio e porto seguro, entre a procura e a negação dos sentidos; o rio atemporal e extremamente plural em "suas vozes", é de uma beleza e leva a uma introspecção reflexiva como há tempo não encontrava num livro. Lindo demais!!
Tentei ler O Lobo da Estepe há uns anos e não consegui, depois de Sidarta me animei a tentar novamente algo do Hermann Hesse.
Marcelo.Hallack 15/05/2020minha estante
Esse livro é muito bom


Talitha.Wiegner 15/05/2020minha estante
Esse livro é incrível, pois tanto a história quanto o autor são impecáveis.




Leonardo 10/08/2012

Vários amigos me aconselharam Sidarta. Não acredito em acasos, logo achei que por alguma razão eu tinha de ler esta obra e peguei o livro emprestado com uma amiga.

Este livro tinha uma mensagem para mim. Li, e o mais engraçado é que acabei por perceber o quão niilista tinha sido o meu pensamento: não era uma mensagem para mim, é uma mensagem para o Mundo.

Prémio Nobel da Literatura em 1946, Hermann Hesse dedicou grande parte da sua obra à reflexão espiritual, sobre a vida e o Homem.

Durante uma viagem à Índia em 1911, Hesse familiarizou-se com as religiões Orientais, que o fascinaram.

Sidarta é nada mais que a própria interpretação de Hermann Hesse sobre as religiões do Oriente. O autor criou uma espécie de alter ego de si próprio no jovem Sidarta que dedica toda a sua vida à procura da paz, da sabedoria e do esclarecimento.

Quando a história de Siddhartha chegou ao fim me senti pleno com o Universo e em harmonia de espírito. Emocionei com a minha própria emoção e chorei. Olhei pela janela e vi como tudo era belo e todos os dias diferente embora me parecessem sempre iguais. Tudo cumpria a sua função na perfeição.

É este o poder da palavra. É isto que faz um Nobel, pensei.

Um exemplo para todos aqueles que tal como Sidarta procuram o verdadeiro sentido da vida.
Gabriel666_oficial 12/07/2016minha estante
eu também cara me senti pleno com o Universo e em harmonia de espírito. *-*


Gabriel666_oficial 12/07/2016minha estante
eu também cara me senti pleno com o Universo e em harmonia de espírito. *-*




Elias.Fernando 11/05/2020

Ninguém sabe a lingua do rio
No livro de Hesse nós viajamos pela cultura budista, de um modo nao ortodoxo eu diria, ele conta a história de Sidarta em busca da sabedoria. É comum ter pessoas que dizem ter a resposta para os problemas da vida, receitas de como se dar bem, auto-ajuda e outras coisas. Mas é impossível obter respostas prontas, sendo que nós aprendemos a partir de nossas próprias experiências e com as ideias que fazemos delas. Acredito que parte dos ensinamentos pretendidos pelo autor é esse, o famoso "conhece-te a ti mesmo". Se a sabedoria está no rio que corre, mais sábio seria quem pudesse lê-lo, desconfie desses sábios de beira de rio.
Karina599 11/05/2020minha estante
Não sei nem o que comentar da sua intelectualidade, mas sei que tenho que registrar esse puro momento de recalque.


Elias.Fernando 11/05/2020minha estante
Tá registrado. Mas nem sou intelectual e isso nem é recalque




Joao.Marcelo 12/02/2020

"... aperfeiçoava-se na arte de escutar, de prestar atenção, com o coração quieto, com a alma receptiva, aberta, sem paixão, sem desejo, sem preconceito, sem opinião.
...
... o rio também te comunicou o fato de que o tempo não existe? ...
... o rio se encontra ao mesmo tempo em toda parte, na fonte tanto na foz, nas cataratas e na balsa, nos estreitos, no mar e na serra, em toda parte, ao mesmo tempo ... há apenas o presente ...
... E quando me veio essa percepção, contemplei minha vida e ela também era um rio. O menino Sidarta não estava separado do homem Sidarta e do ancião Sidarta, a não ser por sombras, porém, nunca por realidades. (Sidarta - Hermann Hesse)
Roni 13/02/2020minha estante
Esse livro trouxe inúmeras lições, são tantas que tive que rasurá-lo consideravelmente para que não se percam na minha memória.


Joao.Marcelo 13/02/2020minha estante
Realmente impossível não anotar as margens! rs




spoiler visualizar
G.Sander 09/07/2021minha estante
Nossa! Steph Mostav, este livro é perfeito, eu o li e aprendi muito. Excelente resenha a sua.


Steph.Mostav 09/07/2021minha estante
Muito obrigada, G.Sander! É um livro que permite muitas reflexões mesmo




Rose 30/03/2011

Uma busca e um encontro
Herman Hesse (1877-1962), escritor alemão naturalizado suíço, é um dos principais nomes da literatura mundial. Entre suas obras, estão Demian (1919), O lobo da estepe (1927), Narciso e Goldmund (1930), O jogo das contas de vidro (1943), Viagem ao Oriente (1959). Em 1946, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Tendo viajado para a Índia, o contato com esta cultura acabou repercutindo em seus livros, que expressam todo o fascínio da sabedoria oriental. Sidarta, romance publicado em 1922, é um livro que aborda diretamente a cultura e filosofia hindu, apresentando e questionando doutrinas e buscando compreender o paradoxo essencial da unidade na multiplicidade da existência.

Sidarta é a história de uma busca e de um encontro. O menino Sidarta, nobre filho de brâmanes, é criado nas tradições e instruções religiosas para se tornar ele próprio um sacerdote, mas sua busca pelo essencial, pelo "caminho dos caminhos", leva-o a deixar a casa paterna e juntar-se aos samanas, grupo de peregrinos ascetas. Acompanhado do amigo Govinda, Sidarta dá início a uma vida de mortificação do corpo e aniquilamento do eu, por meio de práticas de jejum e meditação.

"Úm único objetivo surgia diante de Sidarta; o objetivo de tornar-se vazio, vazio de sede, vazio de desejos, vazio de sonhos, vazio de alegria e de pesar." (p. 28)

Após três anos vivendo como um samana, Sidarta percebe que o caminho que vinha trilhando era apenas um modo de fugir de si mesmo e não de encontrar a sabedoria que buscava. No entanto, começa a desconfiar do próprio desejo de saber:

"Gastei muito tempo e ainda não cheguei ao fim, para apenas aprender isto: que não se pode aprender nada! Acho eu que a tal coisa que chamamos "aprender" de fato não existe. Existe, sim, meu amigo, uma única sabedoria, que se acha em toda a parte. É o Átman, que está em mim e em ti e em qualquer criatura. E por isso começo a crer que o pior inimigo dessa sabedoria é a sede de saber, é a aprendizagem." (p. 34)

Embora duvidando de aprendizagem e ensinamentos, Sidarta parte, juntamente com Govinda, em direção a Gotama, o Buda, que, com sua doutrina, ensinava a compreender e superar o sofrimento.
Ao encontrar-se com Buda, Sidarta reconhece a presença de um ser realmente iluminado, e, no entanto, fortalece sua convicção de que não encontrará o que procura através de mestres e doutrinas. Descobre que o único caminho possível é voltar-se ao próprio eu, penetrando na essência de sua própria personalidade e de sua alma.

"Era meu desejo conhecer o sentido e a essência do eu, para desprender-me dele e para superá-lo. Porém não pude superá-lo. Apenas logrei iludi-lo. Consegui, sim, fugir dele e furtar-me às suas vistas. Realmente, nada neste mundo preocupou-me tanto quanto esse eu, esse mistério de estar vivo, de ser um indivíduo, de achar-me separado e isolado de todos os demais, de ser Sidarta! E de coisa alguma sei menos do que sei quanto a mim, Sidarta!" (p. 54)

A partir deste momento, Sidarta, agora sem Govinda, inicia uma vida mundana, despertando para o mundo físico e experimentando todos os apelos e aprendizagens dos sentidos. Torna-se comerciante rico e amante da cortesã Kamala. Entregando-se ao que antes considerava o mundo ilusório dos fenômenos, Sidarta vai envelhecendo e afastando-se de sua busca e de seu conhecimento anterior, até perder-se totalmente em desespero e sofrimento. A convivência entre os homens tolos transformou o próprio Sidarta no mais tolo dos homens.
O momento do novo despertar ocorre à beira de um rio e do suicídio.

"Então chegara àquele extremo; perdera-se a tal ponto; andara tão alucinado, tão néscio que chegara a almejar a morte, permitindo que aquela ânsia, aquele desejo próprio de uma criança crescesse nele. Quisera encontrar sossego, ao exterminar o próprio corpo. O que todos os tormentos daqueles últimos tempos, todas as desilusões, todo o desespero não haviam conseguido fazer, produzia-se naquele instante, quando o Om penetrava na sua consciência: em meio a sua miséria e a seus equívocos, reconheceu-se a si mesmo." (p. 105)

Com a compreensão de que todo este sofrimento fora necessário para chegar aonde estava, Sidarta abandona novamente sua existência anterior, tornando-se um balseiro junto a Vasudeva, e começa a receber lições do rio. Aprende a escutar, a abaixar-se e procurar nas profundezas de si mesmo, a reconhecer a inexistência do tempo, a eternidade de cada instante e a unidade de todas as coisas em meio à multiplicidade da vida.
Outra grande lição, Sidarta aprende através de seu filho com Kamala. O apego e as preocupações de pai transformam-se em novo sofrimento, que Sidarta compreende como necessário para mais uma aprendizagem. Lembrando-se do pai e do modo como tinha abandonado sua casa para nunca mais voltar, toma consciência da circularidade da existência:

"Tudo voltava, todos os sofrimentos que não tivessem encontrado uma solução final. Era preciso suportar sempre as mesmas aflições." (p. 154)

Mais uma vez, o rio é fonte de sabedoria, e Sidarta revê toda sua existência em suas águas, e sua voz e todo seu sofrimento juntam-se a milhares de outras vozes:

"Tudo era uma e mesma coisa, tudo se entretecia, enredava-se, emaranhava-se mil vezes. E todo aquele conjunto, a soma das vozes, a totalidade das metas, das ânsias, dos sofrimentos, das delícias, todo o Bem e todo o Mal, esse conjunto era o mundo. Esse conjunto era o rio dos destinos, era a música da vida." (p. 158-9)

E então, incorporando-se na unidade, Sidarta encontra a iluminação:

"Foi nessa hora que Sidarta cessou de lutar contra o Destino. Cessou de sofrer. No seu rosto florescia aquela serenidade de saber, à qual já não se opunha nenhuma vontade, que conhece a perfeição, que está de acordo com o rio dos acontecimentos e o curso da vida; a serenidade que torna suas as penas e as ditas de todos, entregue à corrente, pertencente à unidade." (p. 159)

O livro termina com um último reencontro entre Govinda e Sidarta, em que este compartilha aquela que considera a maior aprendizagem de todas: o amor.

"Quanto a mim, as coisas podem ser mera aparência, neste caso, também eu sou aparência, e assim serão elas sempre meus iguais. Eis o que as tona para mim tão caras e venerandas: são como eu. Por isso posso amá-las. E com isso te comunico uma doutrina que te fará rir, ó Govinda: tenho para mim que o amor é o que há de mais importante no mundo. Analisar o mundo, explicá-lo, menosprezá-lo, talvez caiba aos grandes pensadores. Mas a mim interessa exclusivamente que eu seja capaz de amar o mundo, de não sentir desprezo por ele, de não odiar nem a ele nem a mim mesmo, de contemplar a ele, a mim, a todas as criaturas com amor, admiração e reverência." (p. 170)

Sidarta é a história de uma busca e de um encontro. A iluminação como realização plena do ser humano, em toda sua miséria e em toda sua grandeza, e a descoberta da sabedoria não como doutrina, mas como experiência viva. A salvação possível em encontrar o próprio caminho.
Um texto fascinante, uma história mágica e um autor por quem dificilmente um amante de literatura não se apaixona - Sidarta é uma grande inspiração para aqueles que buscam alguma coisa.
Rick Muniz 02/10/2017minha estante
Bela resenha!


Eduardo.Santana 28/02/2020minha estante
Gostei muito da sua resenha, Rose! Os trechos transcritos marcam bastante o livro.




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