Ilíada

Ilíada Homero...




Resenhas - Ilíada


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Geek 03/06/2022

Um material histórico
Ilíada é um livro que consegue intrigar com a história e com a forma que foi escrito, pois sendo um dos livros mais antigos da história, sua escrita demonstra a atenção que Homero tinha com suas histórias. Claro que a tradução para o português acaba removendo alguns detalhes ou referências de época.

Esse livro tem uma história que eu considero "legal", mas ao relembrar que isso foi escrito na Grécia antiga quando nenhuma outra obra do gênero epopeia existia, consigo levar esse livro para um patamar muito superior.

Portanto, concluo dizendo que isso não é só um livro, mas sim um material histórico.
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Zaqueu 08/12/2023

Ápice da literatura grega
Homero foi espetacular ao narrar a guerra de Tróia com personagens tão incríveis como por exemplo Aquiles e Heitor. São tantos momentos de fúria, sangue e vingança, mais temos momentos de amor e afeto como por exemplo a esposa de Heitor se despedindo dele.
Um dos livros mais incríveis que eu já tive a oportunidade de ler e confesso que estou animado pra começar a ler Odisseia. Pois é nos grande clássicos que vemos o contrastes entre as grandes e pequenas fases da vida, a glória e a derrocada de um povo e de uma nação. A força da paixão e ódio, da família e da providência divina que sempre tem seu papel na vida e no destino de toda história.
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Gustavo.Neves 01/07/2023

Clássico atemporal
É difícil falar sobre a Ilíada. É a epopeia definitiva da literatura ocidental, o maior poema épico já escrito e foi a maior base da nossa literatura.
Então, o que dizer sobre essa obra?
Bem, posso começar alegando que já sinto que preciso reler tudo novamente, pois a Ilíada é, claramente, uma obra onde sempre poderemos encontrar novos detalhes, especialmente quando se expande o estudo acerca dos mitos gregos e até mesmo da sociedade e cultura heleníca como um todo.
Ou seja, ler e conhecer os gregos é conhecer nossas bases culturais. E a Ilíada encontra-se no centro de tudo isso.
É lindamemte escrita, riquíssima em detalhes, poderosa e, acima de tudo, atemporal. Leituta imersiva, marcante e, outrossim, imprescindível para amantes da literatura.
Uma experiência incrível que pretendo reviver quantas vezes puder, aprofundando-me mais em tanta riqueza de palavras que Homero deixou para a posteridade.
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Diana Helena 30/12/2020

Um clássico para a vida
A leitura de Ilíada em verso é uma experiência sem igual. Com certeza um livro para ser relido incontáveis vezes.

Eu li uma versão simplificada antes (infantil) que me ajudou a seguir bem na leitura, apesar da dificuldade. Não foi simples, já que a linguagem é rebuscada e muitas vezes não tão objetiva.
Para mim, não foi um livro de leitura pro lazer, é uma leitura bastante ativa.
Não consultei o dicionário nem nenhum glossário durante a leitura (nem de Odisséia), pois segui a recomendação do Mortimer Adler no Como ler livros de ler direto na primeira leitura. O meu objetivo agora é fazer uma nova leitura das duas obras, agora sim, fazendo consultas e anotações.

Para todos que gostam de literatura, cultura e história, Ilíada e Odisseia são leituras indispensáveis.

Homero nos leva para um mundo paralelo de uma forma tão real, que chegamos a acreditar que Aquiles, Agamemnom, Heitor e Helena realmente existiram. Mais do que isso: ele nos faz desejar que a história seria real.

A experiência da leitura foi muito melhor do que eu imaginava!
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Filipe 28/07/2023

Uma obra grandiosa e que exige muita atenção e foco, vista a quantidade de personagens e desenrolamentos a todo momento.

O que mais me atraiu em Ilíada foi o mesmo que me atraiu em Percy Jackson uma década atrás: observar os diálogos entre deuses e entre deuses e mortais, a dinâmica do divino em falas. Aqui, claro, há um texto mais maduro, há a fonte de tantos outros que vieram depois de Homero.

A edição é ótima, como todas da Penguin. As introduções realmente fazem a diferente na experiência desta obra.
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Gabriel Braga 01/05/2020

A bravura de dois povos orgulhosos lutando por sua honra
"[...]os Troianos, cuja força vai sempre em frente;
nem conseguem saciar-se do clamor da guerra equitativa.
De tudo existe a saciedade: do sono e do amor,
do doce canto e da dança irrepreensível.
E destas coisas qualquer homem preferiria saciar o desejo
do que da guerra. Mas os Troianos na guerra são insaciáveis!"
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David William da Costa 02/05/2020

História cheia de reviravoltas, simplesmente maravilhosa
O que um livro escrito há mais de 2700 anos é capaz de fazer com nossa imaginação é algo louvável.

Foi minha terceira tentativa de lelê em 6 anos, o que fez eu ver o quanto amadureci como leitor, desta última vez a leitura fluiu graciosamente, me divertir muito, fiquei triste com o desfecho de alguns personagens e me surpreendeu que na guerra não existe o lado bonzinho.

O mais incrível da história é que um dia personagens principais aparece quase no fim do drama e toma conta da história inteira como se o mesmo estivesse em todos os cantos desde o início, além é claro da personagem que "provoca" o estopim da guerra aparecer pouquíssimas vezes e quando o faz vemos uma personagem fraca.

Um livro perfeito recomendo muito a leitura.
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Laiz 11/05/2020

- li pela tradução do frederico lourenço que eu achei mais fácil de entender
- tinha uma impressão errada desse livro e acho que subi um patamar enquanto leitora depois dele
- você pega o bonde andando, no último ano da guerra de tróia
- AQUILES ESTÁ BRABO com agamenon e heitor
- não é fácil de ser lido e demanda um tanto de conhecimento prévio sobre geografia, mitologia e história
- as notas do livro ajudam muitíssimo
- poucas cenas são mais tristes do que príamo pedindo o corpo de heitor de volta
(aquiles e patroclo pra mim eram um casal e ninguém me prova o contrário)
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Podcast Planeta Palavra 16/05/2020

#01 - ILÍADA, de Homero
Isso é um conteúdo em texto do Podcast Planeta Palavra. Para a versão em áudio, é só clicar no link abaixo, ou pesquisar o Planeta Palavra nas plataformas, como o Spotify.

Acesse o Podcast através do link: https://linktr.ee/planetapalavra

Um podcast sobre livros, seus autores e curiosidades. Uma viagem através da literatura de diferentes origens, por Pedro Cavalcanti e Rafaela Carvalho.

Redes sociais: @planetapalavra | Contato: planetapalavra@gmail.com

Parte 1 - Homero

Por volta de 1550 a 1100 anos A.C., no fim da era do Bronze, uma civilização se desenvolveu onde hoje é a Grécia. Era a civilização micênica. Não se sabe o motivo, se por questões financeiras ou grandes epidemias, mas essa grande civilização começou a fragmentar, e teve seu declínio por volta do século 10 A.C.

As histórias contadas na Ilíada são justamente do período de declínio da civilização micênica, onde alguns especialistas falam em excursões para saques em outras cidades, sendo a batalha de Troia mais um desses saques. A batalha de Troia, o cavalo de Troia, os heróis que lutaram nessa batalha, enchem nossa imaginação e fazem parte da nossa vida. Quem nunca escutou falar dessa história? Quem nunca ouviu falar em Agamenon, o rei de Micenas e seu irmão Menelau, que teve a mulher raptada por um príncipe Troiano? Seja nas músicas, seja nos livros, séries ou filmes a Ilíada sempre esteve entre nós.

Essa história, que é tão famosa desde a antiguidade, é associada a um nome, Homero. Não se sabe quem foi Homero, não se sabe se Homero existiu de verdade, não se sabe se Homero era um homem ou uma mulher, alguns até acreditam que Homero era cego. Provavelmente Homero era um Bardo, ou um Vate, uma espécie de poeta que declamava cantando os versos de histórias que vinham das tradições orais do povo grego.

Homero teria vivido na região da Jônia no século 8 A.C. Era o apogeu do movimento épico, quando diversos bardos andavam pela Grécia cantando os poemas sobre as antigas lendas. Os bardos decoravam os versos e muitas vezes compilavam diversas histórias diferentes para formar o seu show, digamos assim. É por isso que se acredita que a Ilíada é o resultado da soma de inúmeras epopeias menores, condensadas por Homero.

Na época da guerra de Troia o povo de Micenas tinha um tipo de escrita bem rudimentar, era chamada de linear B, era usada para fins burocráticos, na caixa econômica federal de Micenas, ou em alguma empreiteira "Micenence". É claro que esse alfabeto não dava conta dos versos homéricos.

Só no século VIII AC que o alfabeto fenício chegou na Grécia e foi adaptado pelos Gregos, era o mesmo período que Homero perambulava ali pela região. É por isso que alguns acreditam que Homero deixou uma versão escrita dos seus dois poemas, A ilíada e a Odisseia, Odisseia que vamos comentar em outro programa. Os textos de Homero foram sendo escritos e copiados em papiros, mas eles degradavam bastante com o tempo. Como os copistas tinham que reescrever os papiros com os originais destruídos, as histórias começaram a variar de uma biblioteca para outra.

Só no século III A.C. que a versão final da Ilíada foi escrita. Isso ocorreu na famosa biblioteca de Alexandria, no Egito, quando os eruditos Gregos finalmente cunharam os versos que hoje todos nós podemos ler.

Parte 2 - A Ilíada

Agora vamos falar sobre a história contada na Ilíada. Que se passa na Guerra de entre os Aqueus e os Troianos. Eu vou usar Aqueus em vez de Gregos porque os Troianos também eram gregos. Os Aqueus eram os povos da região da Acaia, que também são chamados de Argivos, por serem de Argos. Mas, vamos de Aqueus.

Enfim, o que é narrado na Ilíada só ocorre 9 anos após o início da guerra, e é um relato de cerca de dois meses da guerra apenas. Esse é o recorte que Homero dá para contar a história. O grande mérito da Ilíada é na riqueza e no compendio que Homero fez de outras histórias, principalmente da mitologia grega, que é bem explorada na Ilíada.

Existiram diversas outras epopeias sobre antes, durante e depois da batalha, eram cantadas por outros bardos e condensadas em outros poemas, mas nenhuma dessas histórias teve um corpo tão robusto e ficou para a história como os dois poemas de Homero. Os poemas serviam inclusive para ensinar a moral, a ética e a cultura nas sociedades helênicas.

Vamos à história. A guerra de Tróia, ou Ílion, que é um dos nomes daquela cidade-estado e vem daí o nome do poema, Ilíada; a guerra não começa quando Helena é raptada por Paris na casa de Menelau, que era o rei de Esparta, Esparta vocês já conhecem do filme famoso. A guerra começa bem antes disso. A guerra começa durante o casamento entre Peleu, um homem, e Tétis, uma deusa do panteão marítimo dos deuses gregos. Tanto Zeus como Poseidon queriam casar-se com Tétis, só que um oráculo disse que o filho de Tétis superaria o pai. Daí os dois poderosos não "curtiram" muito a ideia e decretaram que Tétis tinha que se casar com um mortal. Então ela se casa com Peleu, Rei da Ftia, E quem é o filho de Tétis e Peleu? Aquiles! Finalmente falei dele. Ele é o personagem principal da Ilíada. Mas vamos deixar ele um pouco pra mais tarde e continuar falando do casamento.

O casamento foi no olimpo, com toda a plêiade de deuses convidada, menos a deusa da discórdia, Éris, ninguém convida a discórdia pra sua própria festa, Éris era o tipo de Deusa que responderia a pergunta do padre sobre alguém ter algo contra o casamento. Ela resolveu acabar com a alegria do casamento e antes de Tétis jogar o buque Éris enviou uma maça de ouro pra festa, tem uma história famosa de maça em outro livro também, mas na maçã de Éris tinha um recadinho "para a mais bela". Pronto! "ferrou tudo", pois as três deusas mais poderosas, Hera, Atena e Afrodite queriam o título. E ninguém quis ser juiz nessa disputa, e quem "tava" doido? Até Zeus correu da parada e decidiu que um mortal ia decidir quem era a mais bela. Ele escolheu quem? Um troiano, Paris.

Paris era filho do Rei de Troia, Príamo, ele também era chamado de Alexandre. Mas ele não sabia disso, ele vivia como pastor, foi adotado por uma família de pastores, namorava com uma ninfa, filha de um Rio, tinha uma vida pacata. Ele vivia com os pastores porque a mãe dele tinha sonhado que estava dando à luz serpentes flamejantes que se enrolavam entre si, depois pediu aos adivinhos para interpretar o sonho e eles disseram que o bebê ia destruir Troia, o que se tornou verdade, acertou...

Voltando ao casamento... partem as três deusas atrás de Paris. Elas surgem pra ele e explicam que ele tinha que apontar a mais bela entre elas. Todas elas tentaram corromper o rapaz. Atena ofereceu a chefia de uma histórica e vitoriosa guerra. Hera ofereceu a glória de ser o Rei absoluto de toda a Europa e da Ásia. E Afrodite, mais esperta, ofereceu pra ele o amor da mais bela mulher do mundo. É claro que Paris escolheu Afrodite. Nisso Hera e Atena ficaram com muita raiva e juraram destruir Troia, "olhaí" a profecia se realizando.
Então Paris vai visitar a cidade, foi reconhecido por sua família e descobriu que era um príncipe. Depois de um tempo Paris é enviado numa missão diplomática até Esparta, onde morava Helena, que era a mulher mais linda do mundo na época e que era casada com o Rei de Esparta, o Menelau. Afrodite os faz se apaixonarem e Helena foge com ele.

Menelau fica muito louco de raiva, chama o irmão que era o rei mais poderoso da região, Agamenon, Rei de Micenas. Eles reúnem o exército de toda Acaia. Aquiles e Pátroclo vieram da Ftia, Odisseu de Ítaca, Nestor de Girona, Ajaz de Salamina e Diomedes de Argos. Esses eram dos mais importantes guerreiros do lado Aqueu.

Eles reuniram uma enorme frota para partir pra guerra, só que quando iam partir o vento não ajudou. Eles não conseguiam sair e era porque a deusa Ártemis, não queria deixar. Disse pra Agamenon que só deixava eles partirem se Agamenon oferecesse a filha dele, Ifigênia, como oferenda. E Agamenon matou a própria filha, ELE MATOU! Agamenon queria muito ir pra guerra. Esse ato custou muito pra ele, mas isso eu conto em outro episódio.

Então, eles foram pra guerra e ao longo de 9 anos eles lutaram contra os fortes Troianos. Entre os Guerreiros troianos estavam Heitor, príncipe de troia, Eneias, um semideus, Glauco e Sarpédone da Lícia, Polidamente, um comandante troiano... além de diversos outros guerreiros e uma porrada de filhos de Príamo que teve uns 50 filhos. Repetindo, 50 filhos. O que esse homem gastou com fralda, leite e escola foi brincadeira. As coisas iam bem para os gregos até que Agamenon toma a filha de Crises, a Criseida, como escrava. Crises era o sacerdote do templo de Apolo e pede auxílio para o Deus. Apolo desce do Olimpo trazendo uma epidemia.

Agamenon é forçado a devolver a filha pra Crises. Como ficou sem a escrava Agamenon resolveu tomar Briseida, a escrava de Aquiles. Aquiles se enfurece e só não mata Agamenon porque Atena não deixa. Aquiles decide não mais participar da guerra. Por conta desse insulto a mãe de Aquiles, Tétis, sobe ao olimpo e pede pra que Zeus dê a vitória aos troianos. Só que Atena e Hera queriam acabar com Troia. Então Zeus decide que daria vantagem aos Troianos até que o insulto feito a Aquiles fosse reparado. Porém, Zeus também puniria Aquiles por sua arrogância.

A partir daqui eu não vou dar mais tantos detalhes pois eu quero que você leia. Existem versões da Ilíada em versos e em prosa no mercado. Existe até uma Ilíada para adolescentes, que apesar de ser pra adolescentes, pode ser uma experiência muito boa pra te introduzir nesse universo. Escolhe um deles e embarque nesse mundo... que é maravilhoso, né gente? Vamos combinar. Mas, voltando, nesse momento o destaque fica com os outros heróis e suas façanhas. Principalmente Diomedes e Ajax pelo lado dos Acaios e Heitor pelo lado dos troianos. Heitor que estava sendo auxiliado por Zeus durante esse momento da batalha.

Diomedes provoca uma verdadeira matança no exército Troiano, protegido por Atena, ele chega a enfrentar e vencer os principais guerreiros troianos. Quando Diomedes enfrenta Eneias, que é filho de Afrodite com Anquises, um semideus, ele quase mata Eneias e é necessário a mãe dele intervir. Diomedes com ajuda de Atena ataca Ares, o Deus da Guerra, que lutava ao lado dos Troianos e consegue ferir. Os deuses não podiam morrer, mas eles podiam ser feridos quando se materializavam. Ares sobe até o Olimpo pra reclamar com Zeus da ousadia de Diomedes em feri-lo.

Após esse ataque de Diomedes, Zeus intervém, manda um monte de raios e faz com que o exército Aqueu recue. Nesse momento Diomedes é ferido por Paris, com uma flecha no calcanhar... justamente uma flecha no calcanhar. E o que acontece? Ele desdenha de Paris, diz que Paris não sabe atirar e chama ele de um monte de coisa. Ele volta pros navios e o exército troiano avança.

É nesse momento que Heitor, apoiado por Zeus, se engrandece e amassa o exército dos Acaios. Ele leva seu exército pra fora das muralhas Troianas e acampa. Nesse momento é entendido o fim da primeira parte da Ilíada, como também o fim da primeira noite de recitações pelos Bardos.

A segunda parte começa com o ataque de Heitor e seu exército ao acampamento Aqueu. É nessa hora que Ajax lidera a defesa contra os Troianos. Ajax que era o segundo mais forte, só perdia para Aquiles e rivalizava com Odisseu.

Após muito resistir os Acaios chegam no limiar de perder a guerra até que Pátroclo sai com a armadura e as armas de Aquiles pra enfrentar os Troianos. O que só faz sentido se Homero queria dar novas armaduras pra Aquiles, né, já que Pátroclo tinha suas próprias armas. Ao contrário do que os filmes e séries mostram, Pátroclo era um grande Guerreiro e é o único grande guerreiro a morrer durante a Ilíada do lado dos Aqueus. E Pátroclo só morre porque Apolo faz com que ele fique tonto, tira o capacete dele, um guerreiro o fere pelas costas, até que Heitor vem dar o golpe final. Nesse momento Pátroclo destruía o exército troiano, mas Zeus tinha que dar uma lição em Aquiles e já tinha planejado a morte de Pátroclo.

Mas até morrer Pátroclo faz um verdadeiro escarcéu no exército troiano e empurra eles de volta até as muralhas, chegando a quase invadir. Durante a luta Pátroclo mata um dos filhos mais amados de Zeus, Sarpédone. Zeus ainda tenta salvar Sarpédone, mas Hera aconselha a não fazer isso, já que tantos outros Deuses estavam vendo seus filhos morrerem e não podiam fazer nada. Então Zeus é ferido no seu íntimo e fica de mãos atadas. Com a morte de Pátroclo termina a segunda parte da Ilíada e o segundo dia de recitais.

Depois que Heitor mata Pátroclo ele retira a sua armadura e rouba as armas, nesse momento começa uma grande batalha pelo corpo de Pátroclo. É nessa hora que Menelau se destaca, lutando pelo corpo de Pátroclo contra os troianos. Menelau que era um grande guerreiro, mas nunca aparece dessa forma nos filmes. É descrito como loiro e muito belo, o que também não acontece nos filmes. Sempre querem transformar Menelau num vilão, mas, pelo contrário não existem vilões ou mocinhos na Ilíada. Todos são passivos de erros e acertos, dos dois lados.

No fim eles conseguem levar o corpo de Pátroclo de volta. Aquiles ao saber da notícia se desespera, decreta uma semana de jogos festivos em honra de Pátroclo. Sua mãe pede para Hefesto, o Deus do fogo e da metalurgia, construir novas armas para Aquiles. Hefasto o faz e nós temos um canto inteiro apenas para descrever o escudo de Aquiles. Após vestir sua nova armadura Aquiles volta pra batalha, arrependido por ter saído da luta e perdido Pátroclo. Nessa hora o Heitor é aconselhado a entrar com seu exército mais uma vez para dentro das muralhas de Troia, que eram inexpugnáveis, pois o próprio Poseidon tinha ajudado na construção. Mas ele não escuta, cego por arrogância ele acaba enfrentando Aquiles e Morrendo.

Aquiles leva o corpo de Heitor e passa a humilhá-lo atrelando todos os dias o defunto no carro e circulando em volta do túmulo de Pátroclo. No fim da Ilíada Príamo vai até Aquiles para pedir o corpo do filho. Esse é o auge, o ponto chave da Ilíada. A reconciliação dos dois e a devolução do corpo de Heitor é a cena mais bela do texto. O Ilíada acaba com o funeral de Heitor findando o terceiro dia de apresentações dos Bardos. Mas como assim não tem o cavalo, nem a morte de Aquiles pela flecha no calcanhar? É, não tem. A gente vai conhecer o fim da guerra e os outros feitos através de outros textos, entre eles, a Odisseia.

Em toda a ilíada morrem 189 Troianos em combate singular e 53 Aqueus. A descrição das batalhas é de uma riqueza impressionante e os diálogos entre os personagens são dotados de grande filosofia e de conhecimento do Mundo Grego da época. Não é à toa que era um livro que guiava o pensamento militar e governamental das cidades-estados da época. Aquiles é o personagem que mais fala no texto, é dele muitas das reflexões sobre as ações que ocorrem.

Parte 3 - Aquiles

Vamos falar de Aquiles! Aquiles é filho de Peleu, por isso é chamado de Pélida em muitos momentos da Ilíada. Assim como Agamenon e Menelau que são filhos de Atreu e são chamados de Atridas; ou Zeus que é filho de Crono e é chamado de Crônida.

O grande tema da Ilíada é a fúria de Aquiles. Quando Aquiles se irrita por Menelau tomar sua escrava e colocar todo o exército em risco, duas morais do mundo grego vem à tona. Não tomais a escrava do próximo e não abandonais seu exército por uma escrava. Eu aconselho ouvir a canção Mulheres Atenas de Chico Buarque pra entenderem melhor essa questão.

Nesse momento Aquiles discursa sobre o fato de Agamenon liderar. Fala que nunca um Troiano sequer roubou um boi de seu rebanho para que ele viesse lutar contra eles e só veio pelo chamado de Agamenon. Então fica uma lição e uma discussão sobre liderança. Agamenon precisa devolver a escrava pra Aquiles para não perder a guerra e Aquiles pode ver seus companheiros morrer se não voltar pra luta.

Agamenon chega a quase desistir e quer fugir, mas os generais e principais guerreiros não permitem. Diomedes diz que lutará sozinho contra os Troianos se ele for embora. Quando vem a morte de Pátroclo Aquiles se arrepende da sua escolha e enfim, chegando ao limiar dos dois lados, Agamenon desistindo e querendo fugir e Aquiles perdendo o melhor amigo, eles finalmente chegam a uma conclusão, a de que os dois erraram.

Aquiles é avisado pela mãe que se ficasse em Tróia morreria, mas gozaria de fama para sempre. Se voltasse pra cara ele ficaria vivo, mas não seria famoso. Aquiles escolhe morrer pela pátria e ficar famoso. Imaginem como essa lição era vista pelos soldados do mundo grego quando iam para uma guerra? De que é preferível morrer e ter seus feitos cantados do que voltar pra casa. Após sua morte Aquiles se arrepende, mas isso eu vou contar quando falar da Odisseia, é lá que Odisseu encontra Aquiles no Hades e conversa com o Herói.

No fim da história, quando Aquiles encontra Príamo, ele lembra do pai, ele vê o pai em Príamo o seu pai, Peleu, que é da mesma idade de Príamo. Assim como Príamo vê em Aquiles o seu filho, Heitor. Eles percebem que há mais em comum entre os dois do que imaginavam e devolve o corpo de Heitor.

Parte 3 - Mitologia e Natureza

A Grécia está situada no sudeste da Europa, no sul da península balcânica. A Grécia é circulada ao norte pela Bulgária, pelo Macedônia e pela Albânia; ao oeste pelo mar Jônico; ao sul pelo mar Mediterrâneo e a leste pelo mar Egeu e pela Turquia. O país consiste em uma grande parte continental, o Peloponeso, península conectada ao continente pelo istmo de Corinto; e ao redor 3000 ilhas.

Não é à toa que muitas das divindades Gregas se manifestam através do mar. O mar estava para os Gregos como as nossas estradas. Grande parte do comércio e do tráfego de pessoas era feito pelo mar. O seu Deus mais poderoso se manifesta através do raio, é o Deus das tempestades. E são justamente as tempestades o fenômeno natural que mais assusta uma sociedade marítima. Daí você entende o motivo de Zeus se manifestar dessa forma, como também, o seu irmão, Poseidon, que é o Deus dos mares.

Os fenômenos naturais de maneira geral são explicados através de divindades na Ilíada. Os rios eram considerados divindades. Troia ficava localizada no vale do Rio Escamandro, que hoje se chama Kara Menderes e fica na Turquia. Além do Escamandro diversos outros rios aparecem na história, inclusive batalhando contra os guerreiros.

Os ventos também eram divindades, eles eram quatro e cada um sopra a partir de uma direção. Bóreas é o vento norte, vento frio e forte. O palavra Boreal, que indica o hemisfério norte, deriva desse nome. Noto, ou Áuster, é o vento sul, ele aparece pouco na Ilíada. A denominação Austral, que nomeia o hemisfério sul, deriva de Áuster. Euro é o vento Leste e Zéfiro o vento Oeste. Todos os ventos são filhos de Aurora, a Deusa do amanhecer.

Existe uma forte ligação da mitologia também com os fenômenos biológicos. Quando Apolo flecha os guerreiros Aqueus no início da Ilíada ele está provocando uma grande epidemia. Normalmente as doenças indicavam castigos dos Deuses.

O sono é outro Deus interessante, ele é filho de noite e irmão gêmeo da morte na mitologia Grega. O sono, a mando de Hera fez com que Hércules dormisse e o herói acabou se perdendo. Zeus com ódio caçou o sono por todos os lugares, mas Noite, seu pai, o escondeu de Zeus. Isso explica o motivo da gente dormir a noite. Absolutamente tudo pode ser explicado pela mitologia Grega.

O arco-íris, esse fenômeno lindo provocado pela refração da luz do sol nas gotas de chuva, ganhou esse nome por conta da Deusa Íris, ela é a mensageira dos Deuses para os homens, principalmente de Zeus. Imaginem como é comum enxergar Arco-íris antes de uma tempestade, o prenuncio, um aviso.

Em um momento importante da batalha Zeus envia Íris para mandar uma mensagem para Poseidon, pedindo que ele se retire da luta. Poseidon se enfurece, mas cede tamanha é a força do irmão.

Até a passagem das estações no mundo grego era explicada através dos Deuses. Perséfone é filha de Demeter e Zeus. Demeter é a deusa da fertilidade, e Zeus o deus supremo responsável pelas chuvas. Chuva e Fertilidade formam um belo casal. Hades rapta e Perséfone, demeter fica horrorizada e força Zeus a pedir a filha de volta. A tristeza de Demeter tornou toda a natureza estéril.

Zeus tenta recuperar Perséfone, mas ela tinha comido sementes de romã, dessa forma Perséfone não poderia viver fora do submundo. Então Perséfone passa a viver parte do ano com a mãe e parte do ano com Hades. Quando Perséfone está com a mãe a natureza viceja, é a primavera e o verão. Quando Perséfone está com Hades a natureza morre, é o outono e o inverno.

Como quiseram as Moiras, as Deusas dos destinos que governam a vida dos homens, esse episódio acabou. Se você gostou do episódio, compartilha, manda pra aquela pessoa que tu sabe que vai gostar. Estamos em diversas plataformas: Spotify, íTunes, Google Podcasts e outros agregadores de Podcast. Também estamos no Youtube e em todas as redes sociais, no Instagram, Twitter e Facebook!

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Samuel Gallo 06/06/2020

Épico e simbólico
Nunca imaginei que fosse tão épico e maravilhoso. A cólera de Aquiles é o que muitos, salvas as proporções, vivem diariamente: uma desmesurada reação a uma ofensa injusta. Além disso, é repleta de símbolos: os troianos, protegidos pelas muralhas, dentro de um espaço estável e representados por aves; os Aqueus, representados por serpentes, são as forças do tempo que se chocam para derrubar o que está estático. Uma batalha entre o espaço e tempo, que quando em equilíbrio fazem as engrenagens rodar (tempo) sem perderem a firmeza da sua estrutura (espaço) -- mas em desequilíbrio, trazem somente a destruição.
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Jade 09/11/2022

"Por fim, na noite, o vento uiva sobre a
planície. Dizem que são os espíritos
daqueles que morreram e deixaram seu sangue na terra de Tróia."

Clássico essencial, mas por vezes, cansativo.
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isabel_fmelo 19/02/2023

A Ilíada.
Um clássico que só tive o interesse e a oportunidade de ler agora. Não lembro do nome de todos, mas amei a escrita, não me deixou com tédio. Nota 5.
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Samuel.Moreira 25/11/2023

Primeiro contato com os gregos
Estou apaixonado pela literatura grega, Homero é fenomenal em sua escrita. Nunca tinha lido algo do tipo, é quase cinematográfico. As batalhas são surreais, os diálogos são geniais, e o drama de Aquiles é imbatível, ao perder a cabeça para a raiva depois da morte de seu companheiro. Quero continuar a ler os gregos.
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Helô 27/04/2022

A Ilíada é aquele livro que eu sempre tive vontade de ler mas nunca tive a coragem de realmente pegar e TERMINAR. Demorei, mas foi! Gostei bastante do livro, apesar de ser bem pesado em alguns momentos por conta dos milhares de nomes.
Agora finalmente posso dizer ?sim, eu já li a Ilíada? QUE CHIQUE!!
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