- J 15/04/2020
Sabe aqueles livros que te deixam sem palavra no final?
Após serem desalojados de suas terras rurais por máquinas, milhares de trabalhadores foram para a Califórnia, esperançosos pelas propagandas de que se necessitava de muitos trabalhadores. Entre eles, estava a família Joad, que, após o retorno de seu filho Tom, partiram para a tão sonhada terra das frutas abundantes. Entretanto, forças que eles não conheciam e que não os havia incomodado anteriormente estavam em ação.
Interessantíssima questão sobre esse livro é a alternância entre capítulos curtos e longos, sendo que os primeiros mostravam um panorama geral da época e os segundos, situações mais específicas vividas pela família dos personagens. Essa técnica foi de muito proveito para não deixar o livro extremamente cansativo e também para nos mostrar que os acontecimentos pelos quais a família Joad passava não eram isolados; eram fruto de uma época.
A escrita do autor também é algo fantástico: é de certa forma poética e bastante descritiva! Apesar de eu geralmente não gostar de muita descrição nos livros, a escrita de John Steinbeck me cativou bastante e com certeza contribuiu em muito para que eu gostasse tanto do livro.
Sobre o final, eu precisei tirar alguns minutos do meu tempo para entender (mas não se enganem: para mim, esse é o melhor tipo de livro), porém, assim que consegui, não pude deixar de me emocionar! Apesar de ser uma feminista de carteirinha, acho que temos que relevar muitas dos preconceitos e costumes de épocas passadas e, por isso, não tive problemas com o final e pude enxergá-lo como foi pensado: um ato de bondade e misericórdia. Não cheguei a chorar, mas algumas lágrimas vieram aos olhos. Caiu um cisco no olho, sabe?
Além disso, apesar de ouvir muita gente dizendo que o livro é triste, eu achei ele na verdade muito bonito. Gostei especialmente de ver a capacidade daqueles que não têm nada de ajudar seus semelhantes. Para mim, foi uma mensagem muito bonita para o momento em que estamos vivendo! Porém, já aviso que outros consideraram um pouco demais para o momento.
Assim, se tiver interesse em ler, analise a si mesmo: veja se possui condições psicológicas para aceitar o mínimo de tristeza possível. Se considerar que não, deixe para outra hora. O livro não irá a lugar nenhum mesmo. Mas sugiro àqueles que acham que conseguem lidar com isso que leiam por favor! É muito lindo e poético!