Resenhas - A Mulher Que Matou os Peixes

Adriana Scarpin 18/04/2021

Hoje é dia nacional do livro infantil e se tem um livro que não recomendo para crianças é A Mulher que Matou os Peixes da Clarice Lispector.
Com sua narradora super irresponsável (a própria Clarice), que larga cachorros porque não pode mais ficar com eles, que esquece de alimentar os peixes do filho, que compra animais silvestres na rua, e que não apresenta nenhum dilema moral quanto todas essas coisas horríveis que ela fez... Esse livro só pode causar ansiedade nas crianças, sem ensinar nada de bom.
Amo a Clarice para adultos, mas tenho sérios problemas com a literatura infantil dela, a qual apresenta os traços narcísicos da autora de forma ainda mais evidente do que em sua literatura adulta.

caroline sn 30/10/2020

Clarice e os bichos
Clarice não só nos diz como matou os peixes. Ela nos conta muitas outras histórias suas com os animais, e também de amigos. Algumas podem ser incômodas, dependendo da perspectiva pessoal do leitor ou da leitora em relação aos bichos. O caso da mica Lisete, por exemplo, para mim é uma história clara de exploração animal, que Clarice, sem querer (sem consciência disso, acredito), acaba por compactuar.

É um livro infantil, mas é um bom passatempo para adultos.

eurenato 09/01/2024

Coisas bonitas
"Esse livro mudou a minha vida", disse Adriana Calcanhotto na aula inaugural da Universidade de Coimbra. Fui atrás dele e acabei encontrando coisas muito bonitas. Consigo captar muita vida nessas trocas e buscas e descobertas de livros, de assuntos que passam por mim, em momentos distintos. A mulher que matou os peixes foi a primeira dobra pra entrar num assunto que anda presente: a morte. É um livro feito pra crianças, com a qualidade e respeito que se deve ter quando se escreve para crianças. Traz questões da culpa, da perda, da finitude dos seres. A gente é distanciado de pensar na morte até a hora que ela chega na vida da gente, quando perde um amigo, um pet, um parente. Tou tentando entender esse assunto mais um pouco. Por vários caminhos diferentes.
"A mulher que matou os peixes infelizmente fui eu".

Rayssa.Carvalho 07/05/2022

Clarice sendo Clarice
Extremamente fofo e sensível, adoro a forma como ela vai contanto as curiosidades para as crianças, a forma como ela gosta, de verdade, das crianças e dos animais e juntou os dois nesse livro.
Clarice vai falando dela mesmo, mas também dos bichos e vai inserindo as crianças no mundo dela. Adorei que ela vai fazendo perguntas para as crianças durante o livro, e isso é uma maneira de interação muito legal.

Igor 18/11/2021

Maravilhoso!
Ótimo exemplo de como Clarice também produziu uma literatura incrível voltada para o público infantil. Para mim, esse livro nos leva a pensar em como se caracteriza a narradora da história, que apresenta diversas justificativas para só no final explicar porque os peixes morreram. Eu acredito que Clarice tenta emular um "eu lírico" infantil para que o leitor se sensibilize com o ocorrido e perdoe o assassinato dos peixes. Acredito nisso porque um adulto não se incomodaria em dar tantos explicações para um ato que todos nós, gente grande, poderíamos cometer corriqueiramente (quem nunca esqueceu nada?). Agora, quando o esquecimento acontece com um criança, que se pressupõe meiga, inocente e boa, a gente perdoa com muita facilidade.

Carolina Del Puppo 04/11/2021

Nostálgico
Procurei esse livro para ler a fim de relembrar minha infância, a memória da professora lendo para a turma, não sei como lembro disso se aconteceu no pré.

Sabelpimenteel 21/02/2023

"Pois logo eu matei dois peixinhos vermelhos que não fazem mal a ninguém e que não são ambiciosos: só querem mesmo é viver. Pessoas também querem viver, mas infelizmente também aproveitar a vida para fazer alguma coisa de bom."

eu te perdoo Clarice KKKKK

ondeeupossaler 24/04/2023

A face materna de clarice
Foi o primeiro livro de Clarice que eu li. Eu não a conhecia, não sabia como era seu rosto, como era sua voz, nem um terço da história da tal autora. Só conhecia de nome.
Li o livro em uma tarde só, aos doze anos, completamente hipnotizada pela forma em como ela narrava a história dos animais. Me senti muito próxima dela, como se Clarice fosse uma mulher da minha família, uma figura materna.
Desde então, sou completamente apaixonada pela literatura e pela vida de Clarice, que representa uma figura materna pra mim.

Mari 06/02/2024

Pra gente grande e gente pequena.
[06/02/2024]

Sobre compreensão, perdão, respeito e amor. por bicho e por ser humano.
(eu também fico muito ofendida quando um bicho tem medo de mim...)

Xaro 21/03/2023

Eu te perdoo Clarice
Primeiro contato com um livro infantil da Clarice e imagine o choque de saber que ela escreveu outros.
Lerei todos e é isso.

Ercília 30/05/2023

"Vou contar umas coisas: minha casa tem bichos naturais. Bichos naturais são aqueles que a gente não convidou nem comprou. Por exemplo, nunca convidei uma barata para lanchar comigo."

Idayane.Ferreira 11/04/2024

Essa mulher que matou os peixes infelizmente sou eu?
?Dou minha palavra de honra que sou pessoa de confiança e meu coração é doce: perto de mim nunca deixo criança nem bucho sofre.?

A vertente infantil da escrita da Clarice é verdadeiramente encantadora e neste livro, além de contar seu crime acidental, ela traça outras histórias sobre animais seus, de amigos e conhecidos. O livro também toca e nos aproxima com delicadeza da temática da morte e da finitude dos seres, principalmente dos animais. Gosto particularmente como ela escreve em diálogo com a criança que a ler? nas primeiras páginas do livro temos o seguinte trecho: ?Antes de começar, quero que vocês saibam que meu nome é Clarice. E vocês, como se chamam? Digam baixinho o nome de vocês e o meu coração vai ouvir.?

A edição é lindíssima e ilustrada pela neta da Clarice, a artista e designer Mariana Valente.

Ceucília 27/02/2022

A Clarice infantil tem sido descoberta aos poucos e eu me sinto honrada por ter lido este livro em pleno carnaval. Apesar de todo hermetismo de seus contos e novelas, Clarice tem uma índole franciscana: leve, dócil e leal aos animais. Eu não poderia deixar de me identificar mais com ela, nem mesmo deixar de perdoá-la. E claro, não posso deixar de mencionar as ilustrações: para além de um adorno, servem aqui como um mecanismo de evocação da memória, algo que Clarice tentou evocar até chegar ao fim da história.

Mada 11/05/2020

Super curtinho, uma maneira bem sensível e bonita de contar a história. Mas não desperta em mim muitas sensações além disso então achei só bom.

Ana Winchester 07/05/2024

Amor aos animais
Muito boa a forma que Clarice escreveu o livro em forma de um diálogo autor e leitor, isso deixou as histórias que ela narra no livro, mais interessantes.