Mansfield Park

Mansfield Park Jane Austen




Resenhas - Mansfield Park


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Carolina.Gomes 25/09/2022

Fanny: a pomba moralista
Esse provavelmente é o mais morno dos livros da autora. A leitura se arrastou porque eu me envolvi com outras leituras paralelas mas também pelo ritmo da história.

A heroína é a gata borralheira que vai morar de favor com os tios ricos e vive das sobras e das migalhas dos primos. Rejeitada, humilhada e sempre tratada como a agregada que vive de favor, Fanny, acaba introjetando que realmente só merece migalhas, inclusive de afeto.

Só isso para justificar o final que me deixou decepcionada. Embora seja coerente com a trajetória da protagonista.

Apesar da postura sempre subserviente, intimamente, Fanny era extremamente crítica e censora dos comportamentos alheios. Junto com o primo Edmund sempre defendendo a moral e os bons costumes da sociedade britânica. Alguns diálogos entre os dois me fizeram revirar os olhos? Por sinal, Edmund é um chato de galochas.

O par romântico(!) mais insosso da literatura e dos livros da autora, está nesse livro, com certeza.

Francamente, os ?vilões? são muito mais interessantes!

Valeu a leitura pela escrita de Jane, sempre afiada, elegante, sarcástica, mas nem de longe merece estar no pedestal de Orgulho e Preconceito.

Ainda te amo, Jane, mas você abusou.
13marcioricardo 25/09/2022minha estante
Já pensou em ser booktuber ? Suas resenhas me parecem sempre tão perfeitas, mesmo quando não li as obras.. Confio totalmente no que vc diz.


Eliza.Beth 25/09/2022minha estante
Hahahhahahahahhaha
Concordei com tudo!
Mais um q concordamos? até nos desgostos ?


Carolina.Gomes 26/09/2022minha estante
Obrigada, Marcio! Eu nunca pensei em ser booktuber, não! Dá trabalho. ?


Carolina.Gomes 26/09/2022minha estante
Beth, geralmente é assim. Se vc disser q é ruim, nem tento ?


DANILÃO1505 26/09/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!


Bruna 08/10/2022minha estante
Foi o primeiro que li da Jane..nunca li outros. Mas mulher, fiquei num ranço quando li esse livro...a melhor definição é que final cagado.


Carolina.Gomes 15/03/2023minha estante
Kkkk pois é Bruna




Ziza 23/01/2017

Uma protagonista quase invisível
Eu achei "Mansfield Park" extremamente enfadonho. Sério mesmo! Pra que já leu "Orgulho e Preconceito" ou "Persuasão", estranha demais o andamento letárgico e praticamente sem atividade da narrativa. As coisas só começam a acontecer da metade do livro em diante e isso depois de muita mas muita enrolação.

Fanny Price, a protagonista do livro, é quase invisível. Ela praticamente some nos primeiros capítulos e você fica perdido entre tantos personagens e nomes que se repetem e tantas ações que não fazem sentido na vida da protagonista. Fanny é o tipo de personagem que é tão certinha que chega a enjoar! Por conta de sua extrema introspecção e timidez, é feita de "gato e sapato" por suas "adoráveis" tias e primas. O único episódio que me chamou atenção foi o fato dela se mostrar fiel à sua intuição em não confiar no sentimento de uma figura que, ao final da história, se revelou um tremendo crápula! Ponto para Fanny!

Mas tirando isso...

Mansfield Park não é um romance romântico e sim um romance de costumes e são esses costumes que são mostrados, retratados e criticados o tempo todo pela autora. Se você não vestir a sua "capinha do século XIX", não vai aproveitar nem um pouco a leitura.

UM AVISO IMPORTANTE: Caso você nunca tenha lido nada de Jane Austen, pelo amor da vaca preta, não comece por este livro. Vais achar que ela é chata, mas, ela não é não! Juro! :)
Natalie Lagedo 23/01/2017minha estante
Às vezes acho que sou o único ser humano que não gosta de Jane Austen.


Ziza 23/01/2017minha estante
kkkkkk


Ziza 23/01/2017minha estante
Este foi o primeiro livro dela que não gostei. Achei a personagem sem brilho e a história chata. Mas continuo gostando da Jane... rsrsrs


Dan 24/01/2017minha estante
''Mansfield'' Park é um tiro no olho! Chato mesmo. Muito diferente de ''Orgulho e Preconceito'' que é maravilhoso de se ler.


Dan 24/01/2017minha estante
Natalie, acho Jane Austen talentosa, mas não a considero o Shakespeare de saias como Carpeux ou Henry James acham. Virginia Woolf era muito mais genial, apesar de alguns deslizes em certas obras. Prefiro Virginia a Austen.


José Frota 24/07/2019minha estante
Estou tentando terminar este livro, mas tá difícil.




Beatriz.Bonvenuto 19/09/2021

Mais um final satisfatório e de aquecer o coração ??
"Não há como descrever os sentimentos de uma jovem ante a revelação de um amor que julgava impossível."

Obrigada Jane ???
Karen 19/09/2021minha estante
Parece que você realmente soube reconhecer o valor de Fanny Price, não é mesmo? Fico contente por isso, já que essa personagem costuma ser a mais incompreendida e, por isso, a mais injustiçada heroína austeniana.


Beatriz.Bonvenuto 20/09/2021minha estante
Ela é injustiçada simplesmente por ser tímida! Achei isso tão chato... Ela me lembrou um pouco Anne Elliot, de Persuasão, por ser mais quieta e gentil.
Mas eu me encantei muito pela Fanny! Gentil, doce e não importa quantas injustiças sofreu no livro, ela nunca foi má com ninguém.


Karen 20/09/2021minha estante
Timidez e reserva, tônicas da postura, das ideias e dos sentimentos de Fanny, são qualidades que, na vida real, incomodam, de maneira irracional, muitas pessoas, o que provavelmente explica a aversão que tantos admiradores de Jane Austen sentem pela mocinha de MANSFIELD PARK. Só para você ter uma noção do quão absurdo pode ser o raciocínio de alguns indivíduos, cito o teor de um comentário acerca da referida heroína que li, há alguns dias, em que seu autor, um fã estrangeiro de Austen, explicava que, apesar de ser inegável a retidão do caráter de Fanny, esta, em razão do fato de não ser um ser humano, mas, sim, uma personagem, deveria (sim, "deveria", em vez de "poderia") ser divertida, além de bondosa, a fim de permitir que ele a apreciasse. Em resumo, parece que o leitor em questão estava em busca de um bom palhaço, e não de uma realista mocinha, já que, para ele, rir de uma figura literária era mais importante do que valorizar seus princípios e suas ações. O fato de que a própria mãe da autora de MANSFIELD PARK considerava a srta. Price uma criatura insossa indica, contudo, que, desde 1814, quando a obra em questão foi publicada, há quem enxergue sua protagonista de modo equivocado.


Karen 20/09/2021minha estante
Timidez e reserva, tônicas da postura, das ideias e dos sentimentos de Fanny, são qualidades que, na vida real, incomodam, de maneira irracional, muitas pessoas, o que provavelmente explica a aversão que tantos admiradores de Jane Austen sentem pela mocinha de MANSFIELD PARK. Só para você ter uma noção do quão absurdo pode ser o raciocínio de alguns indivíduos, cito o teor de um comentário acerca da referida heroína que li, há alguns dias, em que seu autor, um fã estrangeiro de Austen, explicava que, apesar de ser inegável a retidão do caráter de Fanny, esta, em razão do fato de não ser um ser humano, mas, sim, uma personagem, deveria (sim, "deveria", em vez de "poderia") ser divertida, além de bondosa, a fim de permitir que ele a apreciasse. Em resumo, parece que o leitor em questão estava em busca de um bom palhaço, e não de uma realista mocinha, já que, para ele, rir de uma figura literária era mais importante do que valorizar seus princípios e suas ações. O fato de que a própria mãe da autora de MANSFIELD PARK considerava a srta. Price uma criatura insossa indica, contudo, que, desde 1814, quando a obra em pauta foi publicada, há quem enxergue sua protagonista de modo equivocado.


Karen 20/09/2021minha estante
Timidez e reserva, tônicas da postura, das ideias e dos sentimentos de Fanny, são qualidades que, na vida real, incomodam, de maneira irracional, muitas pessoas, o que provavelmente explica a aversão que tantos admiradores de Jane Austen sentem pela mocinha de MANSFIELD PARK. Só para você ter uma noção do quão absurdo pode ser o raciocínio de alguns indivíduos, cito o teor de um comentário acerca da referida heroína que li, há alguns dias, em que seu autor, um fã estrangeiro de Austen, explicava que, apesar de ser inegável a retidão do caráter de Fanny, esta, em razão do fato de não ser um ser humano, mas, sim, uma personagem, deveria (sim, "deveria", em vez de "poderia") ser divertida, além de bondosa, a fim de permitir que ele a apreciasse. Em resumo, parece que o leitor em questão estava em busca de um bom palhaço, e não de uma realista mocinha, já que, para ele, rir de uma figura literária era mais importante do que valorizar seus princípios e suas ações. O fato de que a própria mãe da autora de MANSFIELD PARK considerava a srta. Price uma criatura insossa indica, contudo, que, desde 1814, quando a obra em pauta foi publicada, há quem enxergue sua protagonista de modo equivocado.




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Vânia 17/11/2023minha estante
Adorei ver suas impressões, que bom que terminou gostando da leitura!
Eu AMEI , mas entendo que não é um livro pra todo mundo ( mesmo quem gosta da Jane).
Gosto muito da Fanny! Versão Austeniana de Cinderella ??
Sobre ela ser muito passiva ( que muitas pessoas falam ) acho injusto? dizer isso ignora o contexto da vida dela: o fato de ela ser uma moça séc. XIX pobre, agregada numa família péssima, desprezada desde a infância. Acho que ela fez o que precisava pra sobreviver naquele lugar e, no final , ascender financeiramente. E ela não é tão inocente assim, sabe quando está sendo tratada injustamente! Aquele discurso maravilhoso que ela faz sobre Sr Crawford, prova isso como vc bem pontuou
Como mulher, tb percebo que Austen mostra um lado sombrio do universo feminino, na figura da Fanny: como ela ?se alia? aos homens por ter sido sempre rejeitada por mulheres; presa nesse paternalismo.
Sobre os irmãos Crawford, eles me lembraram bastante Merteiul e Valmont de ? Relações Perigosas?. Sempre me pareceram muito ambíguos, ocultando as coisas e manipulando facilmente os Bertram ( menos a Fanny).
No final, eu perdoei o Edmund por ser tão chato, pq ele foi único que acolheu Fanny enquanto todos a rechaçaram. A união deve ter funcionado, os dois são muito parecidos! E o melhor: Fanny subiu na vida


Vitória Oliveira 17/11/2023minha estante
ai, amei muito seu comentário


Vitória Oliveira 17/11/2023minha estante
Ai amei muito seu comentário ?? Super concordo!


Vânia 17/11/2023minha estante
??????




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Su 15/01/2017minha estante
Oi, Letícia. Acho que esse é o livro que mais divide os fãs da Jane Austen. Reli ele a pouco tempo porque não me lembrava muito bem da primeira leitura. Não sabia porque não gostava muito dele Relendo me lembrei que Jane fez eu me apaixonar pelos personagens errados, rs. Que bom que você conseguiu gostar da Fanny, para mim ela não desceu. Acho que a Jane quis passar uma mensagem com esse livro, mas podia ter trabalhado melhor o romance :(


Letícia 15/01/2017minha estante
Hoje entendo porque vi tantas resenhas tanto favoráveis quanto desfavoráveis a esse livro. Procurei gostar da Fanny, a timidez dela não é tão incomum assim. E não tem como não pensar que ela tem alguma doença psicológica, ela se culpa demais, têm muita ansiedade, não gosta de sair da rotina etc.
Gostei dos personagens errados também!! Cheguei real a gostar do Henry, pena que ele fez aquela idiotice :/ agora vou ler Abadia, você já leu?


Su 16/01/2017minha estante
Tô relendo agora e acho esse livro muito bom. A Catherine é uma fofa. Na minha opinião é o livro mais leve da Jane. Boa leitura!




Fernanda Coelho 02/08/2023

Fanny Price deixa a casa dos pais para morar com seus tios, a família Bertram, mas não faz parte dela, e em todo momento, todos, com exceção de Edmund, deixavam isso claro. Sofreu calada, e por muitas vezes a intitulei como sonsa, mas será que era tão sonsa assim?
Dotada de uma força moral invejável, o tempo se encarregou de fazer com que ela conquistasse o espaço merecido no coração de todos e uma reviravolta acontece em sua vida.
Flávia Menezes 02/08/2023minha estante
4 estrelas! ????


@tatysturnick 03/08/2023minha estante
Era sonsa sim. Mas o caráter era inabalável. Mas a sonseira ficou. Kkkkk


Fabio 03/08/2023minha estante
??????




Mano 04/06/2021

Decepcionado, fazer o quê?
Confesso que tenho um viés muito grande pela Jane Austen. O primeio livro dela que eu li foi Orgulho e Preconceito, óbvio. Eu fiquei apaixonado pela história, pela escrita, o desenvolvimento, tudo me conquistou. Passei a gostar de ler depois que conheci Jane Austen.

Até então eu não conhecia outras obras dela; não tinha lido nenhum outro livro e então resolvi pular cegamente em Mansfield Park. Cara, que tombo feio.
Vou tentar não ser chato, crítico, um porre ao resenhar, mas qual o propósito da história?
Eu entendi as críticas; considero Jane uma mestra em ser irônica, conseguir sutilmente - às vezes nem tanto - alfinetar a cultura da época e tudo o mais. Porém, eu não entendi o propósito. Não sinto que tirei nada além do óbvio e que não me acrescentou muita coisa. Jane contou a história de Fanny, escolheu um recorte no tempo da vida dela, transcorreu - com exagerado detalhismo - sobre diversas ocasiões e circunstâncias, e para onde nos levou? Eu sinto que me perdi na leitura. Diversas vezes queria terminar logo porque não aguentava mais ler nada para o nada.

É extremamente chato escrever uma resenha de um livro que não gostei, ainda mais se tratando de Jane Austen, mas eu sentia que precisava destilar toda a decepção e frustração com esse livro. Jamais iria deixar de recomendar, pois pode ser que para você esse livro seja maravilhoso, life changing. Acredito que não seria bom ir com expectativas de "é um Austen, vai ser maravilhoso". Decepções acontecem. Mas, como a própria autora escreve, cada um pode encontrar o que deseja sob a proteção de Mansfield Park.
Luh 04/06/2021minha estante
Esse livro foi sem dúvida, o pior trabalho dela.
Todo mundo é insuportável.
Queria tacar fogo em geral.


Thais.Gaspar 13/06/2021minha estante
Nossaaaaa... concordo plenamente. Achei a história insossa, sem objetivo e propósito nenhum. ???




Gigi 08/10/2020

Sobre explorar os bosques misteriosos de Mansfield Park (e da vida): uma resenha sobre o meu livro menos favorito de Jane Austen
Eu nunca gostei muito do romance Mansfield Park. Quando reli o livro pela segunda vez, para o nosso projeto de leitura coletiva Na trilha da Jane, decidi encontrar respostas para essa pergunta que não saía da minha cabeça: “O que Mansfield tem de diferente dos outros livros da Jane Austen que tanto me incomoda”?

Na história, a protagonista Fanny Price aos nove anos é adotada por seus tios ricos e passa a viver com a família Bertram – o casal e os seus quatro filhos – em Mansfield Park. A heroína não tem nenhuma atributo excepcional ou personalidade forte, como Emma Woodhouse, de Emma, ou Elizabeth Bennet, de Orgulho e Preconceito. Fanny passa a vida à serviço da tia, Lady Bertram, sente-se inferior aos primos e também é constantemente atormentada por Mrs. Norris. É quieta, tímida, sofre em segredo por causa de seu amor pelo primo Edmund.

Eu sempre detestei Fanny Price por ser tão passiva frente aos acontecimentos e por sofrer calada com as injustiças que lhe faziam.

Mas ao reler a obra, passei a me questionar: Será que eu não gosto da Fanny porque invejo seu autocontrole? Por sua forma de analisar com clareza as situações e interesses humanos? Ou por fazer algo que está cada vez mais raro nos dias de hoje – doar-se e pensar nos outros em primeiro lugar? Na verdade, ser forte não significa que precisamos dizer frases espirituosas. Podemos demonstrar coragem nos pequenos atos, ao nos manter firmes em nossos ideais e convicções, como quando Fanny rejeita o Mr. Crawford.

Acho que o que me incomoda mesmo em Mansfield Park é que Jane Austen nos trouxe uma protagonista que sofre os dilemas de uma vida comum: não é rica, está aprendendo a lidar com as máscaras e interesses da sociedade, gosta da quietude e de caminhar em meio à natureza, está apaixonada por um homem que gosta de outra mulher, tem dificuldades de se expressar em público. Quando nos identificamos com personagens, muitas vezes buscamos aquelas que têm qualidades que admiramos, que ressaltam nossos pontos fortes. Mas com Fanny, Austen faz exatamente o contrário: escancara as fragilidades do que é ser humano, mostra-nos as alegrias e as dores de sentir em demasia, relembra-nos que não temos controle sobre as ações dos outros. Não é fácil encarar na protagonista as nossas próprias vulnerabilidades. É como se estivéssemos nos encarando nus em frente a um espelho.

Percebi que Fanny é uma gigante em sua timidez, pois na história temos acesso à confusão de seus sentimentos conflitantes, à firmeza de seu caráter, à complexidade do que é ser humano. Eu ainda não gosto muito de Mansfield Park. Enfim, não é fácil assumir as próprias fragilidades, como nos mostrou Fanny. É preciso de uma boa dose de coragem. Essa obra é um tanto mais sombria que as outras de Austen, mas não deixa de ser um romance magistral. Explora na linguagem irônica da escritora os dramas humanos e nos ensina sobre rejeições, jogos de interesses, amor e tudo o mais que envolve o sentir em toda a sua intensidade.

site: http://longedaquiaquimesmo.com/sobre-explorar-os-bosques-misteriosos-de-mansfield-park-e-da-vida-uma-resenha-sobre-o-meu-livro-menos-favorito-de-jane-austen/
Marina Cosette 08/10/2020minha estante
Uau! Que percepção legal ?


Gigi 08/10/2020minha estante
Obrigada, Marina! Fico feliz que gostou da resenha.




Antonia Sousa 23/02/2016

Mansfield Park
A história de Fanny Price começa quando ela ainda era uma jovem senhorita de oito anos. Sua mãe tinha duas irmãs, uma que fez um casamento viável com um clérigo Sra Norris e outra que fez o melhor casamento possível com Sir Thomas Bertran, Lady Bertran. Das três irmãs a mãe de Fanny foi a que fez o casamento menos favorável, e a quantidade de filhos que começou a chegar ao longo dos anos foi desesperadora. Suas irmãs se compadeceram de sua situação, encontrando resolver ou amenizar levaram a pequena Fanny para morar na mansão dos Bertran, Mansfield Park. Fanny não sabia o que a esperava na mansão. Encontrou suas duas tias totalmente a versas a sua existência, um tio autoritário e sisudo, e quatro primos, Tom Bertran, Edmund Bertran e Maria e Julia Bertran. As mocinhas tinham quase a mesma idade de Fanny, enquanto seus primos já eram adolescentes. Fanny teve uma infância e adolescência difícil e solitária se não fosse pelo auxílio de seu querido primo Edmund. Cada um na mansão tinha uma personalidade, enquanto a Sra Norris fazia questão de cuidar de Mansfield como se fosse a senhora da casa, Lady Bertran vivia para não viver, apenas ficava sentada em sua poltrona, recebendo as regalias e cuidados de sua pequena Fanny. Sir Thomas era um homem de negócios que por muitas vezes se ausentava da mansão por longa data para tratar de assuntos de trabalho. Sua fonte de renda e motivo do seu status eram seus negócios com negros escravos nas Antígua. Já Tom Bertran o varão dos quatro filhos de Sir Thomas e Lady Bertran era um bom vivant, enquanto seu irmão mais novo Edmund via seu futuro em um púlpito pois queria também ser pastor. As irmãs Maria e Julia eram frívolas e mimadas, lindas e esperavam apenas fazer um bom casamento como de costume.
Tudo parecia em paz e confortável. Fanny cresce em estatura e beleza. Seu temperamento é dócil e tudo que faz não é sem a consulta prévia de seu querido primo Edmund. A sua maneira de pensar e agir gira em torno dessa forte amizade, e das coisas que ele a diz. Até que certo dia depois da Sra Norris ficar viúva e o condado ter que receber um novo clérigo para a paróquia, Mansfield Park sofrerá uma reviravolta. A chegada dos novos moradores foi uma enorme novidade, e já não bastasse isso para as noites em Mansfield serem mais animadas, eis que surgem dois personagens impactantes e conflitantes. Henry e Mary Crawford. Irmãos recém chegados de Londres, ambos solteiros. Ela linda e inteligente, ele como a própria autora descreve, não muito bonito mas devidamente interessante para as moças solteiras. A chegada desses dois visitantes causa uma reviravolta no comportamento e nos sentimentos dos moradores de Mansfield Park. A partir daí vemos situações de ciúme, dúvida, desconforto e raiva gerados a partir da presença de Henry e Harry. O desfecho da história é sensacional e nos mostra como podemos nos enganar com os nossos pensamentos e comportamento, mas nunca com os nossos sentimentos. Que podemos sim tentar fazer a cabeça entender o coração mas nunca vise e versa. O final de Fanny Price é belíssimo e o interessante desta personagem de Jane é que ela começa como uma mocinha ingênua e influenciável, e ao longo da narrativa se mostra uma mulher forte, que admite suas fraquezas, dúvidas e sentimentos. A leitura de Mansfield Park é envolvente porque você entra nas angústias da personagem principal, nas dúvidas sobre os seus sentimentos e a vontade que dá é de entrar no livro e tentar resolver tudo as pressas. Mas ninguém melhor que a Jane para poder dar o melhor desfecho possível.

site: www.instagram.com/cirandadelivros
Gabriela.Rodrigues 06/01/2017minha estante
Que lindo! Deu vontade de ler!


Celso 15/07/2017minha estante
Melhor resenha até agora




Aline.Sacramento 22/06/2020

Amei
Não sei como vou viver agora que acabei, queria mais. Jane Austen rainha como sempre.
Carlos 22/06/2020minha estante
Já leu "Orgulho e Preconceito"?


Aline.Sacramento 22/06/2020minha estante
Já sim. Gosto muito, foi o que li primeiro dela.




Uiara.Marcossi 26/04/2018

Bom, mas...
A resenha o oficial está completamente errada, já que não há nada da questão escravocrata e a heroína nao é órfã no livro. A tradução contém muitos erros de ortografia.
Quanto a história, em si, começa de forma muito lenta e termina de forma muito abrupta. Perde-se muito tempo com pormenores e o "romance oficial" só é citado ao final do livro.
Interessante as questões sociais e de época e a construção dos personagens.
Sandra Rosa 12/06/2019minha estante
Comecei a leitura e de cara percebi os erros e o fato de Fanny não ser órfã.


José Frota 10/08/2019minha estante
Nossa resumiu aquilo que pensei. Muita enrolação no início e o final rápido.




Priscila 09/08/2018

Entendendo Fanny Price
Este é um romance onde Jane Austen revelou com profundidade a personalidade de sua protagonista Fanny Price, dando oportunidade ao leitor de passar por vários sentimentos em relação a mesma, pois trata-se de uma personagem, à primeira vista, sem grandes atrativos.
É ao desenrolar da sua história que podemos passar da impaciência à compreensão de suas atitudes, da indiferença à admiração de seu caráter pois, mais do que qualquer outra personagem de Jane Austen, nos é revelado seus mais secretos pensamentos, sua vulnerabilidade e suas convicções.
Por se tratar de uma personagem sem carisma, a sua humanidade desvendada sem floreios traz ao leitor reflexões sobre várias questões relacionadas à submissão, desconfiança e atitudes preconceituosas, características desenvolvidas em consequência da posição que ela ocupa na família e da sua história de vida.
Como é discutido no prefácio de Kathryn Sutherland, Fanny Price é uma heroína romântica. De fato, a sua maneira de amar, os livros que lê e os seus ideais são bastante característicos do Romantismo e é interessante acompanhar a sua trajetória onde não se oculta a complexidade de suas emoções.
Os outros personagens são muito bem caracterizados e também podem despertar no leitor diversas reflexões, principalmente em relação às consequências de suas atitudes.
A trama da história é centrada nos problemas familiares típicos da fase em que o romance foi escrito, onde a Inglaterra estava envolvida em conflitos com outros países, trazendo para o leitor certo conhecimento das organizações familiares da época, o que também é muito interessante.
Bárbara M. 11/08/2018minha estante
Muito boa a resenha!! ???


Bárbara M. 11/08/2018minha estante
Muito boa a resenha!!




Aline Oliveira 28/08/2022

Primeiro livro da Jane na minha vida, (só tive contato com as adaptações), acho que vai ser o último. Apesar de ter sublinhado o livro quase todo, não sei explicar o fenômeno. A história é insossa, deu uma melhorada no final, mas mesmo assim.
Gostei de ter lido, mas gostei mais ainda de terminar.
Alê | @alexandrejjr 02/09/2022minha estante
Sinceridade. Gostamos disso por aqui!


maria.e.sousa.7 13/07/2023minha estante
Olha, de modo geral, gosto de Austen, mas esse é um dos lentos que li até aqui! Prefiro Orgulho e preconceito.




Marcia 15/03/2016

Mansfield Park não teve a mesma força que Emma ou Orgulho e Preconceito para mim. E atribuo boa parte disso à Fanny, que não é uma protagonista tão marcante como Lizzie ou Emma. Confesso que esse foi o grande desânimo nessa minha jornada com esse livro, pois Fanny foi quase uma mera observadora de tudo, passiva diante dos acontecimentos do livro.

Também me frustrei bastante com a história e, em especial, com o último capítulo, que foi tão corrido que nem deu gosto de ler. Parecia que nem ela mesma estava mais com paciência com a história.
Elania 04/04/2016minha estante
Achei isso também e não se dedicou aos protagonistas quando se descobriram um ao outro.




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