Resenhas - Mansfield Park

Aline Oliveira 28/08/2022

Primeiro livro da Jane na minha vida, (só tive contato com as adaptações), acho que vai ser o último. Apesar de ter sublinhado o livro quase todo, não sei explicar o fenômeno. A história é insossa, deu uma melhorada no final, mas mesmo assim.
Gostei de ter lido, mas gostei mais ainda de terminar.

Carolina.Gomes 25/09/2022

Fanny: a pomba moralista
Esse provavelmente é o mais morno dos livros da autora. A leitura se arrastou porque eu me envolvi com outras leituras paralelas mas também pelo ritmo da história.

A heroína é a gata borralheira que vai morar de favor com os tios ricos e vive das sobras e das migalhas dos primos. Rejeitada, humilhada e sempre tratada como a agregada que vive de favor, Fanny, acaba introjetando que realmente só merece migalhas, inclusive de afeto.

Só isso para justificar o final que me deixou decepcionada. Embora seja coerente com a trajetória da protagonista.

Apesar da postura sempre subserviente, intimamente, Fanny era extremamente crítica e censora dos comportamentos alheios. Junto com o primo Edmund sempre defendendo a moral e os bons costumes da sociedade britânica. Alguns diálogos entre os dois me fizeram revirar os olhos? Por sinal, Edmund é um chato de galochas.

O par romântico(!) mais insosso da literatura e dos livros da autora, está nesse livro, com certeza.

Francamente, os ?vilões? são muito mais interessantes!

Valeu a leitura pela escrita de Jane, sempre afiada, elegante, sarcástica, mas nem de longe merece estar no pedestal de Orgulho e Preconceito.

Ainda te amo, Jane, mas você abusou.

Fernanda Coelho 02/08/2023

Fanny Price deixa a casa dos pais para morar com seus tios, a família Bertram, mas não faz parte dela, e em todo momento, todos, com exceção de Edmund, deixavam isso claro. Sofreu calada, e por muitas vezes a intitulei como sonsa, mas será que era tão sonsa assim?
Dotada de uma força moral invejável, o tempo se encarregou de fazer com que ela conquistasse o espaço merecido no coração de todos e uma reviravolta acontece em sua vida.

Leituras e Reflexões 07/07/2022

Realmente esta obra é muitoooooo diferente do estilo de ORGULHO E PRECONCEITO. Mas nem por isso deixa de ser um romance muito bom para se ler nos momentos de lazer.
A protagonista, o extremo oposto de Liz, quieta, calma, recatada e muito sábia, ganha espaço no nosso coração, ao mesmo tempo que recebe nossos maiores ?puxões de orelha? por não se posicionar e esperar demais.
Intrigas, invejas e traições que nos dão uma lição: decisões definem futuro!
Deslizes nos fazem perder tempo é muito do que lutamos para conquistar.
Amo histórias que nos ensinam algo de bom!

SUPER INDICO!

Marcia.Santos 13/02/2024

Mais um
Jane Austen me faz ler todos os livros dela? E cada vez que leio uma de suas obras me emociono. Essa obra proporciona uma leitura densa e que terei que ler novamente, pois não consegui me conectar com toda a trama.

Nicoly. S 14/01/2024

Finalmente terminei!
Finalmente consegui terminar.
Eu realmente não consegui gostar desse livro. Na minha opinião é o pior da Jane.
A história foi totalmente arrastada sem necessidade. O Edmund passa 95% do livro atrás de outra e só quando td desmorona ele finalmente repara na Fanny. Pelo menos no finalzinho teve uma fofoquinha e que boa leitora não gosta de fofoca, não é?

Maíra Marques 23/10/2021

Sabe o castelo de cartas que vai sendo montado e de repente desmorona? Senti isso na leitura desse livro.
Quando tudo parecia estar se encaminhando para um final todo desenhado ao longo do livro, com dois casais sem sal e pouco açúcar, já no final do livro, vem o plot e tchram...
Gosto da escrita da Jane Austen e esse livro me agradou bem mais do que Orgulho e preconceito. Recomendo para quem gosta de romances de época.

Deh Oli 20/02/2020

Irreproxavel
Acredito que esse seja um dos livros da autora que mais requer atenção durante a leitura para se entender tudo o que acontece, mas nem por isso deixa de ser prazeroso!
Consigo ver em Fanny Price a heroína que ela é por seu caráter e convicção em fazer o certo, mesmo sofrendo tanto do começo ao fim da história...
Recomendo para mentes sensíveis!

limallanita 02/03/2023

Execelente história
Terminei Mansfield Park e posso dizer que é um ótimo livro. Sinto que Jane Austen me fisgou e me sinto suspeita pra falar sobre suas obras. Pois sinto que ela jamais me decepcionará

Mansfield Park é uma leitura que te prende a partir do momento que as coisas começam a acontecer. É super compreensível o porque foi o romance pelo qual a autora foi mais bem paga. Ele retrata a sociedade em que ela vivem, as futilidades, os prazeres e as manias bem como as preocupações de tal sociedade. Em que o drama principal das moças eram casamentos vantajosos, e o dos rapazes ricos, o de achar a moça mais bonita que pudesse conquistar com sua pessoa e principalmente, fortuna.

Fanny, tão diferente das protagonistas de Orgulho e Preconceito, Persuasão e Razão e Sensibilidade. Os dois últimos os quais só vi os filmes e imagino que o caráter original de cada uma não sofreram grandes modificações. Nos mostra que Jane Austen escreveu um tipo de personagem tão passiva e submissa nos atos, mas em pensamento, ninguém jamais vai me convercer que elas sejam tão diferentes. Fanny é sem dúvida uma criatura frágil e passiva. Ama em silêncio, sofre em silêncio. Porém em pensamento, é absolutamente inteligente e decidida. De modo que nem mesmo sua atitude em seus modos é capaz de barrar tão personalidade com tamanho bom senso e sensatez.

O meu maior problema, é com a Mary, acho que ela tem partes demais na história, uma falta perdoavel, minha querida Jane Austen, mas uma falta. Ela é esnobe, vaidosa, gananciosa, egoísta e presunçosa. Apesar de achar que ela tem folhas demais para si, adoraria saber sua reação sobre o casamentos dos meus protegidos. Mas realmente considero que não se faz necessário.

Henry, um clássico cafajeste. Que nem mesmo o amor consegue concerta-lo.

Edmund e Fanny meus amados personagens. E apesar de adorar Edmund queria socar a cara dele em certos momentos. Mas é um querido, o final me deixou mais apaixonada por ele.

Fanny, a amo mais do que achei que amaria e o final dela foi excelente. Nunca tinha lido um livro com um final tão satisfatório. Senti falta das declarações em falas, mas me contentei com o final feliz e que eu mais almejava. É de fato, uma ótima história. Que belo final...

Duda Oliveira 28/12/2022

Mansfield Park com certeza foi um dos livros clássicos que mais demorei a terminar.

Sua história é fofa e cheia de ensinamentos enquanto a autora narra a vida de Fanny, uma menina pacata e abnegada que nunca dá valor a sua própria vontade, sempre sendo grata a família do tio e de grandes princípios. Porém, talvez pela natureza da personagem tão calma, o livro é arrastado e bem detalhista na construção, são 480 páginas que narram a história desde a vinda de Fanny a Mansfield Park até seu desfecho final. Talvez se feito de maneira menos detalhista, a história seria um pouco menos parada.

Ainda assim é um ótimo livro.

Thiago 14/02/2022

Duplamente surpreendente
Não se pode dizer que este livro é um autêntico romance de Jane Austen. A obra possui alguns traços típicos da escritora, como críticas a certos comportamentos de membros da sociedade e valorização daqueles que possuem bom caráter. Estão destacados os personagens invejosos, gananciosos, indolentes e despudorados. Também vemos uma heroína fraca - neste caso, quase que completamente insuportável -, o que é até comum para a autora. No entanto, também vemos uma obra com mais de uma reviravolta, o que não costuma acontecer em outros romances de Jane Austen. Neste, ela começa a desenhar uma narrativa e, por volta da metade do livro, realiza uma guinada. Começamos a pensar que a história está definida e, no meu caso, até torcer por essa definição. No entanto, há uma nova reviravolta surpreendente que impacta positivamente a leitura.
Como em outros, o final é um tanto quanto brusco e o ritmo é bem lento no início. Como já mencionado, a protagonista é bastante chata, fazendo com que seja até difícil torcer por ela. Alguns costumes são bastante diferentes do que os nossos, fazendo com que haja a necessidade de adaptação, pois, de outra forma, a leitura torna-se ininteligível, não sendo possível perceber os conflitos.
Destaco que, a partir do último terço, a edição apresentou diversos problemas de pontuação e até mesmo de tradução. Em alguns momentos, o personagem se chama "Edmund", enquanto em outros, "Edmundo", o que prejudica um pouco a leitura e, consequentemente, afeta a nota.

Beatriz.Bonvenuto 19/09/2021

Mais um final satisfatório e de aquecer o coração ??
"Não há como descrever os sentimentos de uma jovem ante a revelação de um amor que julgava impossível."

Obrigada Jane ???

Liandra Schug 07/09/2021

Poderia passar sem Edmund
Gostei da leitura por causa da escrita da Jane Austen, os personagens (quase todos!) são complexos e bem trabalhados, com mais de uma faceta. Ninguém é o mesmo desde o começo do romance. Esse romance não trata exatamente do tema "amor romântico", então não vá lê-lo com essas expectativas, o par romântico protagonista pode ser bem decepcionante.

A narrativa explora, em diferentes camadas e perspectivas, sobre a formação educacional e moral das personagens. Questões materiais de classe sempre fazem parte das discussões austenianas, não sendo diferente nesse romance. Há uma clara contraposição entre classe e princípios morais, sendo que um não determina o outro, apenas o condiciona e limita.

De todos os personagens com falhas, Edmund me pareceu o pior de todos, não segue seus princípios, fica cego de paixão e sempre culpa os outros pelos erros que ele também tem sua parcela de responsabilidade. Argh. Detestável. Coitada da Fanny, merecia coisa melhor. Até a própria narradora admite isso: "Naturalmente, [Edmund] considerava-a boa demais para ele; no entanto, como ninguém lamenta ter algo que considera bom demais, perseguia essa benção [de se casar com Fanny] com perseverança e ardor.". Coitada da Fanny.

A história é uma montanha russa de emoções com o que vai acontecer com cada personagem e como eles reagem à trama, deixando a leitura bem agradável. Adorei odiar a Sr. Norris, digna de nota. Tive uma queda por Sir Thomas desde o início, único que não me decepcionou. Tive uma surpresa positiva com o desenvolvimento do caráter de Lady Bertram. Henry foi incrível, embora com seus defeitos morais. Preciso de tempo para pensar melhor sobre Mary Crawford, gosto e desgosto dela ao mesmo tempo.

As melhores citações: "I cannot do without Fanny"; "Fanny must have a horse!"; "I sent Chapman to her"; "Think it a little over"; "Fanny was again left to her solitude".

Com certeza lerei novamente daqui alguns anos.

Bruna Gomes 03/07/2022

Jane Austen nos ensinando a identificar embuste desde 1814
Que aula!
Mansfield Park parece um belo conto de fadas com clara lição de moral no final.

Um livro que vale a pena ser lido, cheio de ensinamentos valiosos; saio dessa leitura mais alerta aos detalhes de conduta das pessoas, com mais certeza da importância de se manter fiel a si, da importância da prudência, ai.. tantos ensimentos deliciosamente embalados numa estória muito gostosa de ser lida.

Só posso agradecer a Jane Austen!

Gigi 08/10/2020

Sobre explorar os bosques misteriosos de Mansfield Park (e da vida): uma resenha sobre o meu livro menos favorito de Jane Austen
Eu nunca gostei muito do romance Mansfield Park. Quando reli o livro pela segunda vez, para o nosso projeto de leitura coletiva Na trilha da Jane, decidi encontrar respostas para essa pergunta que não saía da minha cabeça: “O que Mansfield tem de diferente dos outros livros da Jane Austen que tanto me incomoda”?

Na história, a protagonista Fanny Price aos nove anos é adotada por seus tios ricos e passa a viver com a família Bertram – o casal e os seus quatro filhos – em Mansfield Park. A heroína não tem nenhuma atributo excepcional ou personalidade forte, como Emma Woodhouse, de Emma, ou Elizabeth Bennet, de Orgulho e Preconceito. Fanny passa a vida à serviço da tia, Lady Bertram, sente-se inferior aos primos e também é constantemente atormentada por Mrs. Norris. É quieta, tímida, sofre em segredo por causa de seu amor pelo primo Edmund.

Eu sempre detestei Fanny Price por ser tão passiva frente aos acontecimentos e por sofrer calada com as injustiças que lhe faziam.

Mas ao reler a obra, passei a me questionar: Será que eu não gosto da Fanny porque invejo seu autocontrole? Por sua forma de analisar com clareza as situações e interesses humanos? Ou por fazer algo que está cada vez mais raro nos dias de hoje – doar-se e pensar nos outros em primeiro lugar? Na verdade, ser forte não significa que precisamos dizer frases espirituosas. Podemos demonstrar coragem nos pequenos atos, ao nos manter firmes em nossos ideais e convicções, como quando Fanny rejeita o Mr. Crawford.

Acho que o que me incomoda mesmo em Mansfield Park é que Jane Austen nos trouxe uma protagonista que sofre os dilemas de uma vida comum: não é rica, está aprendendo a lidar com as máscaras e interesses da sociedade, gosta da quietude e de caminhar em meio à natureza, está apaixonada por um homem que gosta de outra mulher, tem dificuldades de se expressar em público. Quando nos identificamos com personagens, muitas vezes buscamos aquelas que têm qualidades que admiramos, que ressaltam nossos pontos fortes. Mas com Fanny, Austen faz exatamente o contrário: escancara as fragilidades do que é ser humano, mostra-nos as alegrias e as dores de sentir em demasia, relembra-nos que não temos controle sobre as ações dos outros. Não é fácil encarar na protagonista as nossas próprias vulnerabilidades. É como se estivéssemos nos encarando nus em frente a um espelho.

Percebi que Fanny é uma gigante em sua timidez, pois na história temos acesso à confusão de seus sentimentos conflitantes, à firmeza de seu caráter, à complexidade do que é ser humano. Eu ainda não gosto muito de Mansfield Park. Enfim, não é fácil assumir as próprias fragilidades, como nos mostrou Fanny. É preciso de uma boa dose de coragem. Essa obra é um tanto mais sombria que as outras de Austen, mas não deixa de ser um romance magistral. Explora na linguagem irônica da escritora os dramas humanos e nos ensina sobre rejeições, jogos de interesses, amor e tudo o mais que envolve o sentir em toda a sua intensidade.

site: http://longedaquiaquimesmo.com/sobre-explorar-os-bosques-misteriosos-de-mansfield-park-e-da-vida-uma-resenha-sobre-o-meu-livro-menos-favorito-de-jane-austen/