Kamilla 08/11/2016Esse livro é tão poético... Neste livro nós conhecemos duas personagens: Dolores que é uma mulher que tem 30 anos, que nunca viveu sua vida intensamente... Ela trabalha em um bar há anos e mesmo nos dias de folga ela aparece por lá em um determinado horário pra atender um cliente esquizofrênico, mas que ela considera bastante. Essa personagem é bem solitária, tem medos e receios, além de ter uma autoestima baixa.
A outra personagem que é apresentada a nós, leitores, é a Clarice... Inicialmente a conhecemos já em um momento tenso, quando o hospital liga pra mãe dela avisando que Clarice sofrera um acidente sério. E aí, vamos descobrindo como era Clarice antes de tudo. Em breve resumo, ela nasceu em uma boa família, menina estudiosa e que teve o seu interesse pelo sexo oposto bem nova e aproveitou bastante isso. Conheceu o Luís. Acidente.
Nessa edição nos é apresentado algumas palavras de pessoas próximas ou com alguma ligação a autora e uma delas de cara me chamou a atenção foi a do Roberto Esquilo Lins, deixo pra vocês um trecho do que ele falou “Pois bem, entre essas e outras fases poéticas, eróticas, cativantes, amorosas, criativas e transcendentes que encontraremos nesse livro”... por que me chamou a atenção? por que foi essa a minha sensação após o término do livro. Tem momentos que a autora conversa com nós leitores dando aquela sensação de "putz... verdade" e isso deu algo a mais na leitura.
Voltando a falar das personagens, Dolores que sempre fora coadjuvante na própria vida, resolveu arriscar e viver. Ela passou a se permitir... namorar, gastar (nem que pra isso precisasse dividir rs). Um dos erros pra mim da Dolores foi depositar uma parcela do "viver" dela no “namoro”, ela é bem mais que isso. Mas enfim, não irei me aprofundar muito porque acabarei dando spoiler... Já sobre a Clarice, foi o oposto, ela que sempre viveu a vida intensamente, aproveitou bastante até conhecer o Luís, que acabou com a vontade de conhecer outras pessoas. Ela se apaixonou por ele (e ele sempre fora apaixonado por ela) e quando tudo parecia perfeito, veio o acidente. E tudo mudou. Clarice não é mais feliz, é amargurada e triste, como se algo faltasse ou tudo.
Vocês devem estar se perguntando o que elas duas tem em comum? aparentemente nada, não é? Mas eu respondo essa questão: Querem a liberdade. Cada uma de sua forma, do seu jeito e com os seus porquês, mas no final é isso que querem.
E é isso que ambas buscam, aliás é isso que todos nós buscamos certo?! O livro é assim, reflexivo, poético, tocante, daquele que fisga o leitor e o faz pensar. Que o faz querer viver, a Lilian escreveu em um momento em que falava diretamente com o leitor a seguinte frase “Não repare se no final o personagem principal dessa história for você. Não repare se no final sua chama te devorar”, não ousarei dizer que virei a protagonista da história e nem que a minha chama me devorou... mas que ela bateu na porta, ela bateu (e bate). E não me acho a protagonista, porque as que a Lilian deu vida merecem o destaque só delas.
O único motivo desse livro não ser 5 estrelas é que não foi aqueles que marcou o coraçãozinho, ultimamente só livro com finais drásticos (muito mesmo) é que estão mexendo comigo assim.
Comentário final: Não tenho mais palavras pra falar sobre a obra, me faltam, pra falar a verdade. Demorei pra construir essa resenha e talvez ela não tenha ficado ótima, deixo apenas o conselho pra vocês: Leiam esse livro e nunca prendam a borboleta que existem em vocês, afinal “Ninguém segura uma borboleta pronta para o seu primeiro voo”.
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http://www.lendoeapreciando.com/2016/03/resenha-o-ceu-e-logo-ali-lilian-farias.html