Lizzy 13/12/2014
The Bedwyn Prequels - Primeiro livro de três que antecedem The Bedwyn Saga
Mary Balogh é uma escritora consagrada mundialmente e com certeza possui seu quinhão de destaque entre as grandes romancistas atuais, sobretudo no subgênero dos históricos românticos. Ela me conquistou irremediavelmente, e afirmo que é dificílimo não ser passional ao comentar qualquer um dos seus livros.
Uma Noite de Amor abre uma das suas séries mais prestigiadas, The Bedwyn Family, subdividada em The Bedwyn Prequels e The Bedwyn Saga, esta última também conhecida como Slightly, e o faz de uma forma magistral. Nesse livro introdutório, vamos conhecer o mundo da carismática e vivaz Lilly Doyle e do apaixonado major e conde Neville Wyatt, e a bela história de amor desse cativante casal.
Lilly e Neville se conheceram de uma forma nada convencional, no campo de batalha. Ela, ainda uma adolescente, acompanhou seu pai, um sargento inglês, em sua empreitada pela Europa na guerra contra Napoleão. Ele, por rebeldia, se alistou no exército, e logo se tornou o herói do coração da jovem. A menina torna-se mulher entre travessias, lutas, dias e noites ao relento, e logo desperta a paixão de Neville. A trágica morte do pai de Lilly leva Neville a desposá-la e ao mesmo tempo realiza o desejo de ambos. Mas a breve união marcada por uma única e inesquecível noite de amor é interrompida por um ataque dos soldados inimigos, e Lilly é dada como morta.
A narrativa do livro começa cerca de dois anos depois, quando Neville está em vias de desposar Miss Lauren Edgeworth, Lilly irrompe de forma inesperada na igreja e o seu amado a reconhece como sua esposa. Esse é um dos momentos mais emblemáticos do livro e também um divisor de águas na vida do casal principal e de Lauren, a noiva abandonada no altar.
O reencontro do casal está longe de ser tranquilo e facilmente aceito pela família aristocrática de Neville. Lilly, sua esposa inculta, analfabeta e de origem pobre, destoa num mundo de requintes, normas e comportamentos superficiais e essa nova vida vai de encontro com a natureza livre e cheia de luminosidade de uma pessoa que via beleza onde quer que fosse. O amor que eles sentem um pelo outro passará por provações, sobretudo pelas decisões de Lilly.
Buscando enfocar a trajetória da protagonista desde o choque com as diferenças sociais e a necessidade de superar seus traumas do passado para amar e ser amada, Mary Balogh se vale de sua técnica singular, munida com uma sutileza e uma maturidade ímpar. A emoção está presente em todos os momentos, e os pormenores fazem toda a diferença, conferindo beleza e vida própria a uma história que aparentemente poderia ser confundida com qualquer outro livro do gênero, o que felizmente não acontece.
Os defeitos ou qualidades não são diretamente ressaltados na construção da personalidade dos protagonistas, mas, sobretudo a humanidade de cada um. São personagens críveis, densos, que inspiram a compreensão do leitor, mesmo que o caminho inicialmente escolhido não seja o mais sábio.
Lilly, a heroína, se destaca por ser uma mulher iletrada que nem a privação e nem a violação puderam retirar sua dignidade, mas foi Neville que conquistou meu coração. Que homem apaixonado! Em nenhum momento ele questiona as qualidades de Lilly para ser sua condessa e nunca quis mudá-la para sua conveniência, ao contrário, seu amor é inabalável e incondicional do início ao fim.
Mas como todos os livros de Mary Balogh, a trama simples reserva surpresas gratificantes e antecipo que o livro seguinte, A Summer To Remember, é lindíssimo, narrando a história de Lauren, a ex-noiva de Neville. Leitura super recomendada, do livro e da série.