Resenhas - Pais e Filhos

Isabelle.Louback 18/02/2024

Que obra!
Uau! Que obra! É deveras impossível passar por este livro sem transformar-se de alguma forma.

Com um texto potente e personagens fortes e controversos, Pais e Filhos nos traz um panorama da sociedade atual, mesmo que tenha sido escrito há muitas décadas, onde ideias de diferentes vertentes não podem ser aceitas, a não ser que haja um acerto de contas ou que alguém vença a discussão, por qualquer razão que o faça necessário.

Não há como comentar este livro sem afirmar que Turghêniev foi brilhante ao retratar Bázarov, protagonista inspirado em um homem real, que proporciona ao leitor diferentes sentimentos, envolvendo, por vezes, desprezo e/ou concordâncias, dependendo do ponto de vista de cada ser humano que se dedica a leitura da obra.

Além disso, torna-se fundamental citar que apesar de tratar-se de um russo, o texto é fluido e muito instigante.

Como parar de ler, quando na próxima página há uma informação relevante e um fato novo a ser descoberto sobre os romances, desavenças e visões de mundo de cada personagem?

Apenas leiam! Este livro vale cada segundo de atenção!

arrobasamara 14/02/2024

O livro começa com a gente conhecendo Nikolai que está na estrada a espera de seu filho Arkádi que acabou de se formar na faculdade e está retornando de São Petersburgo, a anos eles não se viam. Arkádi chega com seu amigo Bazaróv, ele que é um nilista (uma pessoa que nega autoridades, a arte, a música, ele nega inclusive a própria medicina da qual é estudante, enfim, ele quer criticar tudo), logo temos muitos embates entre Bazaróv e o Pavel, que é o tio solteiro de Nikolai que mora com seu pai e é um estilo mais tradicional e ligado a seus valores morais.
O livro se passa na Rússia em um momento que a servidão no país acabou de ser abolida.
Gostei bastante da leitura, é bem atual embora escrito em 1862, fiquei muito tocada com a forma que os pais do Bazaróv tratam ele, e também o Nikolai com o Arkádi. É pra gente terminar refletindo sobre a diferença de pensamentos entre gerações sabe?

ah e eu ADOREI a cena do duelo ahhahaha

Lukas 12/02/2024

Complexo porém maravilhoso
O Livro é de uma complexidade tremenda, mas puxa pra reflexão. Você pode sentir um pouco de raiva de Barazov vez em quando mas é possível ver suas motivações filosóficas.
Recomendo a todos

Everton Gonçalves 09/02/2024

A obra Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev, foi publicada entre o final de 1860-1862, num momento histórico de muita convulsão social, política e econômica na Rússia. Nessa data, sob o governo do Czar Nicolau I, foi decretado à abolição da servidão (regime em que os camponeses eram propriedades dos senhores de terra) e fundado o movimento Terra e Liberdade (organização política secreta) cujos intelectuais russos deliberavam sobre os objetivos das ações de violência contra as autoridades e as instituições oficiais da autocracia.
É considerada a principal obra do autor, cuja prosa romanceada mostra cenas do cotidiano dos mujiques, que eram camponeses russos, obrigados a prestar obediência aos proprietários de terras sem direito a nada.
O livro Pais e Filhos, destacou-se por dar ampla circulação ao conceito niilista, popularizando o termo. Segundo Turguêniev, o niilista é uma pessoa que não se curva a nenhuma autoridade, e não admite nenhum princípio conceitual sem provas ou aplicações concretas. Nesta obra, o niilista é encarnado pelo protagonista Bazaróv. Através dele, Ivan Turgueniev expressa esse novo princípio/sintoma que mal começava a aparecer na história. A intenção do autor foi investigar em termos literários, um novo quadro social novo que irrompia explosivamente.
Como o nome sugere, o livro reflete o tão repetido conflito de gerações entre os pais e os filhos. Na obra, entre as cenas, podemos presenciar dois personagens centrais, pai e filho, (Nicoláu Pietróvitch e Arkádi) que se enfrentam nas típicas discussões de família entre as refeições, devido às experiências de vida diferentes, bem como Bazaróv e Pavel (Tio de Arkádi). Esses debates à mesa, são um reflexo do contraste entre valores da elite aristocrática e esse novo princípio que surgia.
Bazaróv simboliza um personagem que instiga e provoca, porque que nega as autoridades, não acredita na medicina, não dá nenhuma importância aos esforços da filosofia e poesia, e critica quem ‘perde tempo’ com essas leituras. Mesmo sendo um ser fictício, sua personificação da forma de encarar a vida sem princípios e seu modo de pensar (niilismo) influenciou de tal forma os leitores da época, que o próprio autor chegou a ser acusado pelas autoridades, como incentivador das revoluções, ações de violência e incêndios criminosos ocorridos, na ocasião, em São Petersburgo.
A obra é belíssima, profunda e trágica. Apresenta as contradições da vida, mostrando que a vida sempre se destaca com relação às teorias e ideologias. O amor é uma força vital que derruba teorias, fazendo repensar muitas questões.
Certamente Bazárov ocupa o lugar central no romance e nos instiga seja para amá-lo ou odiá-lo, e até mesmo compadecer-se com sua vida e destino. Vale muito a pena!

Isaias 09/02/2024

Conflito geracional
Novamente um grande presente da minha amiga Ana Carolina (curiosamente, presenteei-a este mesmíssimo livro - porém de outra editora - sem ter lido e sem saber se era um bom clássico)!

"Pais e filhos" é um daqueles romances do final do século XIX que acompanham discussões contemporâneas a sua publicação, causaram um certo rebuliço com seu conteúdo e trouxeram problemas para o autor, ou seja, o melhor tipo de romance disponível! A história, por mais que seja marcada por condições históricas da Rússia Imperial que acabara de findar a servidão, tem em seus personagens caracterizações quase que atemporais. Quem não conhece um Bazárov, um jovem que nega tudo apenas pelo prazer da negação, que não reconhece autoridade alguma, um crítico de tudo, mas que não propõe nada novo, apenas prega a destruição do velho? Quem não conhece um Pável Petrovich, um velho defensor da ordem e das coisas do jeito que são? Ou um Arkádi, que por um momento se deixa levar pelos ideais do amigo niilista, mas que no final vira uma média entre o novo e o velho? Enfim, são personagens reconhecíveis e, muitas vezes, próximo do leitor.

Mais uma vez a literatura russa tem se mostrado uma de minhas favoritas. É uma boa leitura que nos faz perder noção do tempo enquanto lemos, e como disse Turguêniev no início do capítulo 17:
"O tempo (como se sabe) às vezes voa como um pássaro, outras vezes se arrasta como um verme; mas, para o homem, o melhor é que nem repare se o tempo passa rápido ou devagar." (p. 134)

Adriana791 08/02/2024

Primeira publicação em 1860, período em que a Rússia estava mudando os ideais quanto ao trabalho servil (uma variação do trabalho escravo, já que os trabalhadores também não recebiam pelos serviços prestados).
Diante do cenário político da época em que foi escrito, Turguêniev relata a história de um filho retornando pra casa no interior após concluir os estudos na capital. Esse retorno irá desencadear os conflitos de gerações, o quanto filhos em todas as épocas querem provar que são mais desenvolvidos e espertos que os pais, pois estão mais "antenados" ao que está acontecendo no mundo.

O livro é um clássico e continua muito atual em vários aspectos.

Comecei a ler os russos ano passado e estou amando. Não são livros fáceis, é necessário mesmo anotar o nome dos personagens para não confundir, mas valem cada página de leitura

Camila Polonio 05/02/2024

Uma escrita que prende
Interessante dessa obra de Ivan Turguêniev é a capacidade de trazer para os tempos atuais o conflito entre gerações. Uma escrita viciante, fluida, com diálogos riquíssimos que nos convoca a várias reflexões. Pais e filhos é um clássico arrebatador.

Daniel 04/02/2024

Um livro sobre conflito de gerações escrito com maestria
Voltando da faculdade para sua cidade, Arkádi traz consigo seu amigo Bazárov, um médico niilista que rejeita todo tipo de autoridade e qualquer instituição, o que bate de frente com os pensamentos de Nicolai, pai de Arkádi, e seu irmão Pavel. É nesse contexto que acompanhamos o conflito geracional numa Rússia pré-revolução, retratada por Ivan Turgueniev com maestria.

Eu simplesmente não tenho palavras para essa leitura. Mesmo com o contexto histórico da Rússia, o conflito geracional é algo que ultrapassa qualquer fronteira, seja ela geográfica ou temporal. O que mais me impressionou foi a forma que o autor retrata toda a questão do discurso vs ação, em que podemos fazer vários paralelos com o que conhecemos do mundo hoje. Levantando temas sobre o extremismo, a falta de dialogo, a rejeição e aceitação, a construção dos personagens é excepcional e o desenrolar da história é muito cativante.

Falando um pouco do contexto histórico, temos a questão da diferença entre os que gostariam de mudanças gradativas e os que gostariam das mudanças imediatas, sendo a primeira representada pelos mais velhos e a última pelos mais novos. Esse embate é representado principalmente pelas discussões entre Pavel e Bazárov, onde nenhum dos dois está disposto a discutir e refletir, mas sim defender seus ideais. Além disso, também temos a representação do que a mulher russa gostaria de ser, algo bastante revolucionário para a época.

Um questionamento deixado na aula da professora Raquel Toledo sobre o livro e que eu compartilho com vocês para refletirem após a leitura é: você quer estar certo ou você quer ser feliz? Esse é o cerne da questão no livro. Recomendo de olhos fechados!

Rafa 04/02/2024

É preciso ler sobre o momento em que a Rússia passava na época do lançamento do livro para entender melhor. O Bazárov é um saco, mas o livro é bom e o conflito entre gerações é bem desenvolvido. A linguagem não é rebuscada e tem bastante diálogo.

Vitor173 04/02/2024

Um bom livro, com boas reflexões a respeito do conflito entre gerações tão próximas, mas ainda assim distantes. Além de ser um contato com a sociedade e cultura russas, ainda que dê séculos atrás. Embora o livro não possua um enredo complexo ou aventuras, é uma leitura leve de se fazer. Recomendo.

Luccrazy 03/02/2024

Releitura Prazerosa
O Livro é um encontro interessante de temáticas russas di sec XIX: escravidão, conservadorismo e o sopro da modernidade. O Texto é agil. Os personagens nao tao-tao complexos como literatura russa que já tive a oportunidade de ler. Mas algumas passagens ainda são inexplicavelmente dificeis para minha compreensão: o duelo bizarro no qual Bazárov teria a chance de diEr nao em participar e o formato triste e fonokico do final que mostra para mim uma certa distância na amizade e admiração de Arkadi pelo amigo.

Thais645 02/02/2024

Uma excelente e tranquila leitura
O livro vai falar sobre a relação entre o velho o novo e o transitório, através da relação de pais e filhos. Uma leitura maravilhosa Com Narrador muito Divertido. Vale a pena a leitura. Traz alguns elementos Que por enquanto não tinha visto na literatura russa (um casal com um relacionamento saudável) super recomendo ??

Leandro.Vini 31/01/2024

Uma Obra clássica!
Um tema que ainda hoje é contemporâneo; o livro é curto e tem uma ótima velocidade no desenrolar da trama. Os personagens são bem construídos. Para época deve ter sido um choque para sociedade deparar-se com o niilismo; hoje o impacto da obra não causaria tanto alvoroço, pois vivemos em uma sociedade cientificista. Vivemos sobre o dogma da ciência. O niilismo perdeu, não para Deus, pois hoje vivemos na fé da ciência. Paradoxal, não é? Acreditar no que não consegue explicar? Com a decadência da sociedade, da educação, da cultura. O homem vai se tornando, cada vez mais, adepto Fé. Porém não uma fé Mística e sim científica. Quando o homem deixa de acreditar no Místico para a adorar qualquer outra bobagem, que apareça com rótulo científico.

Indiano 30/01/2024

Uma obra-prima!
Minha experiência lendo pela primeira vez Ivan Turgueniev não poderia ser melhor, uma obra tão esplendorosa que me arrependo de não ter lido anteriormente, personagens cativantes, bons temas abordados, frases que nos dizem muito e mostram como nós como jovens as vezes somos como Bazarov ou Arcadio e inevitavelmente nos tornaremos como seus pais no futuro, a juventude nos ensina e a idade nos amadurece, ou ao menos é como deveria ser. Um ótimo livro caso queira começar na literatura russa.

Mariana113 30/01/2024

Gostei
Gostei da leitura do livro, no começo fiquei confusa em relação aos nomes, por ser minha primeira leitura de literatura russa, mas o guia no final do livro me ajudou. Achei interessante a forma de abordar os conflitos de opinião, e gostei dos personagens no geral (menos um que achei bem chato, apesar de bem construído).