O duelo

O duelo Anton Tchekhov




Resenhas - O Duelo


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Ezequiel.Cesar 23/07/2021

Pequeno grande livro
Simplesmente espetacular, o livro é uma lição para dar mais valor a vida.
Já havia lido A estepe, do mesmo autor, e gostado muito, e esse livro me impressionou muito. Recomendo muito a quem quer conhecer Tchékhov. A Amarilys caprichou nesta edição, capa dura, boa tradução e prefácio de Elena Vássina. Perfeito.
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natália rocha 01/12/2020

O duelo está presente de diversas formas nessa novela de Tchekhov, publicada em 1891.

Em ‘’O Duelo’’, conhecemos Laiévski – um homem supérfluo, termo pela primeira vez utilizado na literatura como característica à alguém por Turguêniev, que caracteriza um intelectual de classa média sem utilidade para a sociedade que está inserido. Laiévski era idealizado no vilarejo por ser um homem culto, liberal e que frequentou a universidade. Na verdade, não passava de um homem que vivia de jogos e álcool, sem trabalho e responsabilidades.

‘’Sujeitos como ele, aparentemente cultos, um pouquinho educados e que falam muito sobre o próprio espírito nobre, sabem se fazer passar por seres extremamente complexos.’’

Laiévski muda-se de São Petesburgo para uma pequena cidade no Cáucaso com sua amante, Nadiéjda – casada com outro homem. E é aqui que nos deparamos com o primeiro duelo da obra, entre amantes entediados com a vida interiorana que acreditam talvez não se amarem mais.

Ao longo da obra, nos vemos no meio dos devaneios de Laiévski, em que ele reflete sobre sua vida e escolhas, sobre onde está agora e onde gostaria de estar. Aqui, nos deparamos com aquele velho conflito humano sobre nunca estar plenamente satisfeito com o presente. É outro tipo de duelo presente na obra.

Na obra também conhecemos outro personagem muito interessante, Von Koren: um cientista, moralista ao extremo e rival de Laiévski. Inclusive, ele acredita que o nosso protagonista é o tipo de pessoa que deveria ser excluída da sociedade por se tratar de um péssimo exemplo. Por terem ideais e uma visão de mundo completamente diferente, representam outro tipo de duelo no livro, o ideológico.

‘’Mas o homem tropeça até quando anda no plano, e o destino humano é assim: quando não se erra no principal, se erra nos detalhes.’’

Como já vimos muitas vezes na história do mundo, conflitos ideológicos desencadeiam, muitas vezes, conflitos reais, físicos. E no livro não é diferente. A rivalidade entre os personagens citados levam a um quarto duelo, dessa vez em sua forma clássica da Rússia do século XIX.

Com uma escrita de fácil compreensão, e muitas vezes cômica, Tchekhov nos imerge em discussões éticas e filosóficas muito presentes na vida de qualquer um de nós.
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cy_livros.filmes.etc 04/02/2020

O Duelo
Publicado em 1891, é a segunda novela longa de Tchekhov que já era bem conhecido pelos contos humorísticos. A história se passa em uma pequena cidade no Cáucaso, onde vivem, entre outros, Ivan Laviévski e Nadiéjda Fiodorovna. Ele é um aristocrata de Petersburgo, que não se importa com sua nobreza e ela uma mulher casada, de classe social inferior, que não hesita em desfazer um casamento infeliz para viver com o amante.Na cidade caucasiana vivem abertamente, sem esconder seu passado, mas ambos estão infelizes e sentem-se culpados pela vida triste que vivem, principalmente ela, aceita apenas por uma moradora da cidade, que se apresenta como amiga e lhe quer bem, mas por vezes é preconceituosa como todos.

Tchekhov não mostra apenas a disputa entre o novo e o velho, pois o principal não é o embate entre os conservadores e o casal, mas sim entre Ivan e o zoólogo Von Korden, um cientista com ideias para revolucionar a ciência e também a sociedade. O zoólogo despreza, odeia o que Ivan representa, o homem supérfluo, acomodado (o próprio Ivan reconhece ser um) e acha que este tipo deve ser exterminado.

Se você espera ver neste livro um duelo nos moldes europeus, com defesas de honras ou de donzelas ofendidas, esqueça, porque o duelo na Rússia é bem diferente e apesar de ter existido até os primeiros anos do século XX, Tchekhov quer mostrar que as novas ideias e atitudes estão fazendo com que aquela instituição entre em decadência.

Achei cômico um momento do duelo quando os participantes (os rivais, os padrinhos, o médico) não sabem bem o que fazer e ficam tentando se lembrar dos duelos descritos nos livros. Também são ótimas as referências a livros e personagens da época, mostrando a importância da literatura naquele meio.

Enfim, o duelo é bastante previsível (tanto para as personagens como para o leitor), ocupa um pequeno espaço na narrativa, mas vale muito a pena ler esta novela que trata de assuntos importantes, mostra as mudanças que começavam a acontecer e abre caminho para outras grandes obras do autor.
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Samarithan 04/07/2019

"Ninguém conhece a verdade absoluta"
Grande mestre da narrativa curta, Anton Tchekhov parte para uma aventura um pouco mais longa na novela O Duelo. Assim como outros escritores russos, Tchekhov também ilustrava em suas histórias os diversos aspectos e momentos vividos pela sociedade russa em meados do século XIX. Um dos protagonistas é Laievskii, que se muda para o Cáucaso juntamente com Nadiejda Fiodorovna, que abandonou o marido para fugir com ele. Ambos levam uma vida fútil e entregue a devassidão, Laievskii não gosta de trabalhar, todos os dias vai jogar com os amigos e planeja abandonar a companheira por não a amar mais. Ainda assim ele tenta se justificar para os outros e se intitula um romântico do seu tempo. Nadieija por seu lado, trai seu atual companheiro e está a todo momento se insinuando para outros homens.

O outro protagonista é o zoólogo Von Koren, um jovem cientista adepto de ideias racionalistas, muito inteligente e que odeia Laievskii e sua companheira, segundo ele, ambos são exemplos perfeitos de pessoas que deveriam ser eliminadas da face da terra, por se tratarem de péssimos exemplos para a sociedade. O conflito de ideias e da visão de mundo completamente antagônica dos dois protagonistas é que move a narrativa, que segue até culminar no duelo entre ambos.

Vale ressaltar que o Duelo empregado no título funciona não só como o desafio de vida ou morte travado entre os protagonistas, mas também como uma metáfora para a relação conturbada vivida por Laievskii e Nadiejda ou as calorosas discussões ideológicas que são travadas ao longo da obra. Desta forma é importante ressaltar a ótima participação dos personagens coadjuvantes, em especial o médico Samoilenko (que é amigo de ambos Laievskii e Von Koren e muitas vezes tenta amenizar a opinião extrema que um possui do outro) e o diácono Pobiédov. O desfecho do duelo em si e o final da história ficaram muito bons e merecem ser destacados.

Outro aspecto legal do livro é que várias outras obras são citadas dentro da história (como por exemplo Ana Kariênina de Tolstói) e o próprio Von Koren me lembrou em alguns momentos Bazárov, personagem de Pais e Filhos de Turgueniev.

Uma pena eu não possuir em mãos outras obras de Tchekhov, pois uma história relativamente curta e tão agradável de se ler, sempre fica o chamado "gostinho de quero mais", hehe!
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Biblioteca Álvaro Guerra 27/03/2019

O duelo ocupa um lugar muito especial na herança literária de Anton Tchékhov. Dividida em 21 capítulos, um exemplo muito atípico na obra do autor (que insistia na ?brevidade, irmã do talento?), a novela foi publicada entre outubro e novembro de 1891 em forma de folhetim no jornal Nóvoe Vriémia (Novo Tempo). Seu poderoso editor-chefe, A. S. Suvórin, foi um dos maiores entusiastas do início da carreira de Tchékhov, apoiando a mudança de estilo do autor, que abandonou a produção de breves contos humorísticos para buscar o amadurecimento literário. A novela é um dos raros exemplos da assim chamada ?novela ideológica? na obra de Tchékhov, afamado como o escritor menos ?engajado? da época. Foi durante o processo de criação de O duelo que Tchékhov conheceu o cientista Vládimir Vágner, defensor convicto do darwinismo social. Os dois, o médico Tchékhov e o naturalista Vágner, passaram horas a fio discutindo os ?prós? e ?contras? da teoria. Todavia, foi o escritor que colocou um ponto final nesses debates ao conceber o desfecho, absolutamente inesperado, de O duelo. É este trabalho marcante que ganha nova edição no Brasil, com tradução inédita e direta do russo, de Klara Gourianóva, prefácio assinado por Elena Vássina, pesquisadora de literatura russa e professora da USP, e ilustrações do artista gráfico Hélio de Almeida.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788520431184
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Tereza 08/12/2018

O duelo é mais que uma referência ao costume de resgatar a honra maculada.
Nessa obra temos, de maneira sutil e por vezes cômicas, expostos os reflexos das fraturas morais do personagem Laieski e os desdobramentos nas relações travadas entre ele e seus pares - em especial seu principal amigo Samoilenko, a mulher que roubou de outro Nadiedja e com aquele que representa sua antítese, Von Koren. Do encontro com este último resultou um antagonismo máximo (permissividade versus radicalismo) o que levou os personagens ao conflito que dá nome ao livro. Ao final, se vemos de um lado a redenção, de outro esta não resulta na felicidade dos personagens degenerados.
Posso estar vendo além, mas no desenrolar da história enxergo que o duelo extrapola o embate entre dois personagens; é o duelo interior de Laieski (e em menor destaque, mas também presente, o de Naidiejda), para mim, o ápice da trama.
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Diego 19/02/2018

Novela publicada no fim do século XIX, o personagem Ivan Laiévski ilustra o momento de transformações políticas e comportamentais vivido pela Rússia no período. Filho de uma família aristocrata, ele abandona tudo e se muda para uma pequena cidade no Cáucaso, onde passa a viver uma vida fútil em companhia de Nadiéjda Fiódorovna, que no melhor estilo Anna Kariênina abandonou seu marido para viver com o amante. Essas características peculiares do casal dão início à um dos duelos de Tchekhov, de como eles são vistos por uma sociedade que mantém valores mais tradicionais.

Laiévski leva uma vida que, em seu ponto de vista, é romântica. Citando e se baseando em diversos personagens da literatura russa, sua vida devassa lhe parece totalmente justificada. E o antagonista da história surge exatamente por diferir desse ideal. O zoólogo Von Koren, jovem cientista que pauta sua vida por questões mais realistas e filosóficas, discorda em absoluto de Laiévski e consequentemente passa a desprezá-lo por isso. E são essas visões conflitantes que levam ao grande duelo do livro.

Vale ressaltar também alguns dos personagens secundários e seus próprios conflitos. Mária Konstantínovna alterna suas ações relativas a Nadiéjda entre preconceito e um desejo sincero de tentar ajuda-la. Já o médico Samóilenko é amigo tanto de Laiévski e Van Koren. Assim, vive preso entre a disputa dos dois, enquanto sonha em tornar os dois amigos. Já o diácono é um personagem curioso. No início, é um personagem raso e até cômico, mas sua relevância vai crescendo ao longo da novela.

“O Duelo” é muito mais do que apenas a ação entre dois combatentes. Tchekhov explora diversos duelos morais e ideológicos, mantendo o estilo de observador que normalmente adotava em seus contos, sem julgar o que é certo ou errado.
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07/03/2011

Utilizando o conflito dos dois personagens, um que representa a vida boêmia x um que preza a ciência , a moral e os bons costumes, o autor expõe a sociedade russa do final do século XIX, sem defender um ponto de vista. Uma boa história!
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Jhonatan 13/08/2011

Por Jhonatan Carneiro (Coolture News)
Acesse www.coolturenews.com.br para mais resenhas e muitas promoções

Acompanhando a obra “A Morte de Ivan Ilitch“, resenhada anteriormente pelo Coolture News, esse livro faz parte de uma coleção de clássicos russos lançada pela Editora Amarlys. Vale novamente atentar-se para a exímia editoração, visto que o livro é composto por papel nobre, além de possuir capa dura.

Quanto ao seu conteúdo, o livro traz a noveleta “O Duelo”, além de diversas ilustrações da obra. As personagens protagonistas de “O Duelo”, ou seja, os tais duelistas, são von Koren e Laiévski. O primeiro acredita que a humanidade se veria muito melhor se determinados tipos de pessoas fossem eliminadas da face da terra, enquanto o segundo, é um ótimo exemplo desse tipo de cidadão que deve ser eliminado.

“- Eis uma pessoa de quem não tenho pena nenhuma! – disse von Koren – Se esse moço simpático estivesse se afogando, eu ainda daria um empurrão com um pau: vai fundo, irmão, vai fundo…” – Página 41

Entretanto, diferentemente do que possa parecer, não é possível defender nenhum dos lados, pois diversos fatos da vida de ambas as personagens são nos mostrados. As diversas peripécias que ocorreram na vida de Laiévski faz com que ele fique extremamente humanizado, de modo que torna-se complicado julgá-lo pelos seus erros.

“Laiévski, cansado do piquenique, do ódio de von Koren e de seus próprios pensamentos, foi ao encontro de Nadejda Fiódorovna.” – Página 78

Por fim, o próprio duelo mostra-se infundado e estranho. Um acontecimento que transforma as pessoas nele envolvidas. Laiévski passa a compreender seus erros, e esforça-se para mudá-los. Por sua vez, von Koren aprende a enchergar as qualidades latentes existentes em cada pessoa, inclusive em Laiévski.

“O tempo que von Koren ficou apontando pareceu a Laiévski mais longo que a noite. Ele olhou com súplica para os padrinhos; eles não se mexiam e estavam pálidos.” – Página 164

Enfim, “O Duelo” é uma obra que nos traz interessantes questões, um clássico que nos prende desde suas páginas iniciais. Leitura imperdível para todo fã de literatura.
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