denis.caldas 28/08/2023A vida que continuaAmbientado no Rio de Janeiro, com algumas pontas da Europa, o romance trata da nova vida de uma moça do interior, que se casa com um importante industriário de origem europeia.
Comprei esse livro para presentear minha mamãe, pois ela estava acompanhando avidamente a novela no Canal Viva, relembrando quando a novela passou na Globo depois que nasci; decidi ler tanto para esfriar a cabeça com algo mais leve, mas não inútil como tantos livros que li, pois traz um pouco da história do Brasil entreguerras e trata sobre a libertação social da mulher brasileira há quase um século.
Agora, é notável que, a nossa heroína conseguiu a libertação pois era de família tradicional, herdeira, nova-rica e que dependia de um séquito de servidores tanto na fazenda como no palacete, daí é fácil enfrentar tradições sabendo que, quando algo dá errado tem estrutura para correr aonde lhe aprouver. Não quero tirar os méritos, pois nada sou, e sugiro a leitura para qualquer idade.
Ah, esqueci de dizer que, esse livro é marcante na história livreira do Brasil, pois ele foi plagiado por uma escritora britânica, no romance Rebecca que, para aumentar o furor, foi transformado em filme por ninguém menos do que Alfred Hitchcock. Uma novela da vida real!
"Marina contava com este aspecto de palácio, mas não com as orlas de palmeiras do jardim, desdobrando as da rua, velhas e nobres como aquelas. Foi para elas sua curiosidade. Ao apear, não ergueu os olhos para o palacete ostentoso, mas para as folhas luzidias das copas verdes, balouçando-se muito alto."
"Duvido que o brasileiro se transforme em homem de ação como o americano! Afinal somos uma raça emotiva, uma raça de paixões. E a qualidade mestra do herói industrial é a frieza, a precisão. A precisão é uma qualidade para máquinas, uma qualidade anti-humana, uma qualidade antibrasileira."