@lendoaos30 11/07/2020
O interesse por Bartleby surgiu devido à edição maravilhosa da falecida Cosac Naify – lançada posteriormente pela Ubu Editora – que trazia uma experiência única em que era preciso, literalmente, cortar e rasgar as páginas do livro para conseguir ter acesso à leitura. Desde que descobri que essa edição existia, incluí o livro na minha lista quase infinita de leituras e futuras aquisições literárias. Por acaso do destino (e pela falta de dinheiro), acabei não comprando o livro físico, mas ao assinar a Amazon Prime, qual não foi minha surpresa ao perceber que o e-book estava lá, disponível para empréstimo pela minha assinatura? Demorei ainda um pouco pra realizar a leitura e me arrependo disso. Que livro interessante! Apesar de não poder contar com a experiência do livro físico, já fiquei feliz por ter tido contato com essa história. Resumidamente (até porque o livro em si tem somente 69 páginas, sendo apenas 48 delas dedicadas à narrativa, e as outras a um posfácio), Bartleby é uma história intrigante sobre um homem sobre o qual não sabemos praticamente nada. O narrador, advogado importante de Wall Street, o contrata como copista, e Batleby se mostra um funcionário excelente nos primeiros dias, até que, diante de uma situação em que o patrão solicita um serviço específico de sua parte, o jovem resume-se a responder “acho melhor não”. A partir de então, essa frase, tão marcante, significativa e divertida – confesso que ri bastante em todas as vezes que Bartleby disse isso a seu empregador – vira um mantra para o copista, o que vai mexendo com o funcionamento do escritório, com as pessoas ali presentes e, principalmente, com a cabeça de seu patrão, o narrador. Sobre este, aliás, descobrimos muito através da narração que faz. Mesmo sem ser nomeado, ele nos mostra muito de sua personalidade, seja através de descrições detalhadas sobre sua forma de pensar e agir, seja através de frases e atitudes que conta e, propositalmente ou não, deixam transparecer quem é essa pessoa. Livro curto, mas cheio de conteúdo, Bartleby é daquelas leituras que com certeza vão ecoar muito tempo após seu fim. Recomendo e indico seja lido por todos. Exceto, é claro, se a pessoa achar melhor não
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