Henrique 10/07/2009
O Ocidente Medieval
Na introdução do livro Le Goff explica que centralizou seu trabalho na Idade Média Central, isto é, nos séculos 10 a 13 d.C. um momento de escolhas e decisivo para Europa Ocidental. Esse tempo viu nascer à cidade medieval diferente das cidades antigas, o arranque da economia monetária, as inovações tecnológicas que influenciaram o crescimento rural, o artesanato pré-industrial e a construção em larga escala.
A fabricação de relógios e bússolas marca o tempo e a distância. A Igreja exerce sua influência criando uma doutrina nova “o Purgatório”.
Um tempo de violência, fome, temor religioso e lutas sociais.
O começo fala sobre a instalação dos bárbaros, o autor fala dos grupos como Normandos, Lombardos, Visigodos e outros que começam a desestabilizar o Império Romano que começa seu fascelamento apartir do 3°séc., pois as classes mais pobres de Roma prefere o domínio dos bárbaros do que a exploração das classes dominantes romanas, então com isso a resistência é quase uma entrega voluntária a esses novos conquistadores que vivem numa guerra constante sem uma liderança máxima até o inicio do Império Huno de Atila e no séc. 7° o aparecimento do Islã criando uma reviravolta no mapa do ocidente.
É importante ressaltar que toda essa crise criada com a devastação econômica, demográfica e social dado às invasões bárbaras, houve definhamento das cidades e uma ruralização forçada com os pequenos submetidos à servidão aos grandes proprietários e um modelo de hereditariedades de profissões e encorajando aos grandes proprietários a fixar nas suas terras colonos.
A Igreja toma lugar de destaque consolidando o primeiro Papa, tomando parte nos conselheiros dos monarcas, e pregam o fim do mundo e que o homem se apegue as coisas espirituais.
No séc. 8º o Ocidente tem o seu poder unificado por Carlos Magno no Império Carolíngio, são o começo com uma organização germânica validada na fidelidade vassala, nos séc. 9º e 10° os povos do Norte entram no cenário, os Normandos nas Ilhas Britânicas e os povos Vikings que saqueiam os trajetos e algumas cidades. Mais o maior problema deste inicio de organização está no conflito interno pelo poder que é continuo e pelas rivalidades econômicas e étnicas que começam a tomar forma e ficam depois por toda história da Europa. Os séc.11º a 13º viram o crescimento populacional com firmamento da agricultura medieval, construção de pequenos diques e fundação de novas aldeias.
A Cristandade se expandiu no Norte e no Leste apesar do Cisma de 1054 em que a Igreja dividiu o Ocidente do Oriente, países que estavam caminhando para o paganismo reforçaram sua fé no Cristianismo. Começaram também as Cruzadas contra o Islamismo e também as rivalidades nacionais nascentes neste período, que acentuava a hostilidades entre Latinos e Gregos. No inicio as cruzadas eram internas trazendo de volta países como a Espanha que havia se tornado islâmica, e depois sim as cruzadas para Jerusalém numa guerra santa contra o Oriente.
A Igreja teve um papel importantíssimo no desenvolvimento do comércio, mudando a mentalidade greco-romana sobre os comerciantes que eram mal vistos pelos senhores feudais, e também serviu de motivador a abertura de seus tesouros guardados no período anterior, pois estava se vivendo escassez de recursos e falta de investimentos.
As cidades que nasceram na Europa e continuam em destaque são na suas maiorias erguidas na época medieval, às cidades antigas tirando Roma perderam seu poderio político econômico e por volta do séc.12º houve a necessidade do cunho de moedas para atender a demanda do comércio que deixou de ser à base de trocas e que mudou seu itinerário fugindo das rotas terrestres inseguras, sujeitos a todo tipo de perigos para rotas marítimas desenvolvendo assim os portos.
Com o renascimento urbano, a educação desenvolve criando os primeiros centros universitários fora da Igreja, o estudo e o ensino viram um oficio e o livro começa a ser difundido.
Nesse tempo a Igreja enfrenta mais uma crise, os Valdenses que são expulsos por serem os mais críticos, a criação da ordem de Francisco de Assis para silenciar as camadas eclesiásticas contra a riqueza do clero, tudo isso, por causa da popularidade alcançada por este grupo de padres. Outros movimentos são calados nas fogueiras e nos tribunais da Santa Inquisição, derrubando cada vez mais a imagem da Igreja e do Papa. Fora as batalhas contra reis ou regiões que aderiam ao paganismo e o islamismo.
Vale lembrar que as revoluções políticas, econômicas e religiosas tiveram seu nascedouro neste período teocêntrico, em que o homem dormia com o medo da ira divina.
No fim o mundo medieval estava deixando o feudalismo clássico e fortalecendo as monarquias, os estados, as nacionalidades, sabendo que estes povos enfrentaram a peste negra uma epidemia que assolou todo o continente europeu.
Sendo que Le Goff é um dos maiores historiadores medievalistas do mundo.