Adriana 05/04/2012Diferente. Se me pedissem para descrever Um Mundo Brilhante em uma só palavra, com certeza diferente seria a escolhida.
Este é um livro que eu não conhecia e nem sabia que seria lançado por aqui. A editora Novo Conceito me enviou através da parceria com o blog, e não vi motivos para não aproveitar a oportunidade de conhecer um novo autor, com um novo estilo de narrativa.
Através da obra conheci a história de Ben. Em uma manhã gelada de Flagstaff, ele acaba encontrando um moribundo em sua varanda. Um jovem rapaz, que ele conhecia de seu emprego como barman no Jack’s, ferido de morte, apareceu na porta de sua casa e ele fica extremamente chocado com a brutalidade do ocorrido.
É a partir deste acontecimento, que poderia ser banalizado em qualquer outra história, que Tammy Greenwood puxa o fio condutor de Um Mundo Brilhante.
Ben é uma pessoa sofrida, que carrega um grande fardo e uma grande culpa desde a infância. Sua relação com Sara anda desgastada e ele se sente preso à vida que leva. Apesar disso, o que ele mais ama é a neve, o clima gélido da cidade que escolheu para morar e que representam sua liberdade.
“Em algum momento durante a noite, enquanto dormiam, começou a nevar. E, quando a neve cai sobre Flagstaff, a nevasca não para até que tudo esteja coberto por uma grossa camada branca. Ben morava ali há tempos, o suficiente para saber daquilo. Por várias vezes foi dormir à noite e acordou em um mundo diferente.”
Página 10
Mas o casamento tão desejado por Sara e sua família e uma possível mudança de cidade poderiam cortar suas asas e tirá-lo do conforto e alívio de ter a neve por perto.
É neste caos mental que Ben começa a investigar por conta própria a morte de Ricky, o jovem que estava na sua varanda. Assim ele conhece Shadi Begay, uma tecelã jovem, agradável, cheia de vida e que cheira a grama recém cortada. Ela lhe proporciona algo que fazia tempos que não sentia: felicidade.
Mas as imposições da relação, trabalho e sociedade são bastante fortes e, em meio há diversos acontecimentos que eu não vou contar aqui para não estragar a leitura, vamos acompanhando a trajetória de Ben.
Li o livro sem saber absolutamente nada da trama, a sinopse não é reveladora e não havia resenhas disponíveis de antemão, visto que o livro acaba de ser lançado. Por isso, foi com surpresa que recebi a confusa história de Um Mundo Brilhante.
Falando francamente, não entendi completamente o sentido do livro, apesar de tê-lo achado bom. Acho que no fim das contas a autora quis dizer que nem sempre conseguimos o que queremos, mas a minha opinião sobre o desfecho do livro é irredutível: não gostei!
Sabem quando lemos algo, nos entretemos com aquilo, mas você sente depois de acabar que o livro não te levou há lugar algum? Foi mais ou menos assim que me senti ao virar a última página: foi uma boa leitura, mas que não conseguiu minha atenção em meio ao mar de ótimos livros que leio. Não que eu não tenha refletido sobre a história depois de ler, mas só conseguia me concentrar em tentar entender qual a mensagem que Tammy quis passar e que eu não consegui compreender.
Talvez eu não tenha lido no momento certo, o tempo e as futuras resenhas me dirão. O livro é bem escrito e mostra que a autora tem talento. A divisão da obra em “mundos” coloridos foi bem interessante, mas mesmo isso ficou mal explicado na minha cabeça (geralmente eu entendo porque se encerra uma fase do livro e partimos para outra, mas neste não consegui distinguir).
A edição da Novo Conceito ficou linda, a capa é maravilhosa, toda brilhante, e a diagramação também merece elogios. Não encontrei erros gritantes de revisão e ortografia, o que é louvável.
Não posso dizer que a história ficou aquém do que eu esperava, até porque eu não tinha nenhuma expectativa com o livro, contudo só posso chamar Um Mundo Brilhante de bom, nada mais que isso.
Resenha em http://mundodaleitura.net/?p=2690