Recebi o kit do livro através da parceria com a Novo Conceito e assim que ele chegou decidi ler, afinal desde que liberaram a sinopse eu estava curiosa sobre o livro. Qual era afinal o tema? Após ler a sinopse pensei que seria um daqueles livros que através de algo terrível a pessoa consegue se libertar e finalmente ter a vida que sempre quis. Estava enganada. Um Mundo Brilhante é um livro estranho a princípio, mas que ao passar das páginas vai se tornando complexo e emocionante.
Ben Bailey é professor-adjunto de história na universidade em Flagstaff, Arizona e trabalha o turno da noite em um bar. Mantem um noivado há mais de seis anos e já não te certeza que um dia vai se casar e que ama Sara. Não sabe como sair dessa relação e a primeira vista é um personagem bem raso e comum. Tudo muda quando em uma manhã pós-nevasca ele encontra um rapaz desmaiado, quase morto na calçada de sua casa. O rapaz é um índio da reserva, um dos muitos que vem para cidade. Ben sabe que a polícia nada vai fazer, o rapaz estava bêbado, caiu e morreu congelado. Contudo aquilo o incomoda, era nítido que ele havia levado uma surra e sem saber bem o que está fazendo Bem vai ao hospital saber do garoto. No hospital ele conhece a irmã da vítima, Shadi com quem tem logo uma ligação. Ele promete ajuda-la a desvendar a morte do irmão. A partir daí uma história de memórias passadas, perdas e compensações é construída de forma frágil e até mesmo bela.
Ben não sabe por que sente essa necessidade de ajudar Shadi, não sabe por que a companhia dela é tão leve e gratificante, mas ao mesmo tempo em que ia terminar tudo com Sara, ela fica grávida e a obrigação o mantem preso aquele velho compromisso. De pergunta em pergunta Bem reconstrói o caminho que levou o rapaz a morrer em sua calçada. Uma festa, uma briga e filhos de gente poderosa envolvida. Em uma narração simples a autora nos conduz a história da vida de Ben. Desde a infância com a irmã, passando pela perda da mesma e as mudanças drásticas e tristes que sua vida sofreu depois da morte. A perda da irmã que refletiu e reflete até hoje em suas ações. A maneira inconsciente que ele desvenda a morte de Ricky é uma forma de reviver e curar a morte da própria irmã.
É uma bela história, triste e que para os mais impacientes pode demorar a engrenar. Durante a primeira parte do livro fica aquela sensação de que ainda não começou, de que a história mesmo vai começar a qualquer minuto. O que para muitos pode ser incomodo, frustrante. Ao passar para o segundo “mundo” o ritmo melhora e essa sensação vai embora, tanto que a leitura flui perfeitamente e o livro vai embora sem o leitor perceber. É um livro que quando pega é muito bom. Um livro que ou você ama ou detesta. Não chega a ser perfeito, mas é muito bom, principalmente para quem entende as entrelinhas, os motivos e razões ocultos. Ele tem um tema verdadeiro, que vai além da (...)
Termine de ler em: http://cultivandoaleitura.blogspot.com/2012/02/resenha-um-mundo-brilhante.html