Lucas 30/05/2009
Um jogo com o leitor
A grande idéia do livro está em esconder, tanto do leitor, quanto do personagem, o que o livro realmente conta. Nada tão fenomenal assim, mas ninguém escapa da surpresa.
A ficção cientifica, no livro, não é um personagem que se destaca. Se lembrarmos de grandes histórias do gênero, sempre lembraremos que há, nelas, algo que impulsiona a humanidade para um futuro, seja ele decadente (como Blade Runner), seja ele heróico (como Star Wars), seja ele politicamente em crise (como Minority Report) ou seja ele clean e pacífico (como Star Trek).
Em O Jogo, a questão é humana, num ambiente futurista, ao qual nos adaptamos rapidamente com a leitura, sem a necessidade de forçarmos a nossa imaginação a admitir postulados dos quais depende a narrativa. Não que isso indique uma história ruim. Nada disso. Mas esse livro não é assim. Penso, até, que as pessoas que não gostam de ficção científica, poderão se interessar em ler.
É, além de tudo, um verdadeiro page turner. Nossa curiosidade cresce com os acontecimentos até um final, que é duplo. O climax, onde todo o engodo é contado, não termina o livro. A questão humana perdura e vai adiante, até a continuação, em O Orador do Mortos.
De certo, é um livro fácil. Mas vale cada minuto.