Gezebel 06/09/2019ACHEI TESOURO DENTRO DO LIVROFazia muito tempo que eu não lia nada de Literatura Brasileira Clássica. Depois de ter lido “O Menino do Pijama Listrado”, eu entrei numa ressaca horrorosa. Tentei continuar no mesmo tema de Segunda Guerra Mundial e ler “A Menina que Roubava Livros”, mas não consegui. Tentei mudar para algo mais leve, mas fui enganada pela sinopse de “Perdão, Leonard Peacock”, até que olhei para a minha estante e vi essa edição de bolso bem quietinha e ansiosa para ter suas páginas folheadas.
Apesar de ser um dos primeiros romances de José de Alencar, eu achei incrível como o enredo, apesar de simples e previsível, foi bem desenvolvido. Não se compara a Lucíola (o meu romance favorito), mas ainda assim é fresco, como um amor de juventude. O romance de Carolina e Jorge precisa passar pelas provações financeiras e sociais que um casamento exigia na época e para isso, será necessário ultrapassar certos limites para que esse amor resista.
O fato de José de Alencar optar por uma narrativa em forma de cartas, me manteve presa ao enredo e íntima a ele, como se ele realmente estivesse me contando essa história, enquanto passeávamos de mãos dadas pela Rua do Ouvidor.
Fiquei mais leve depois de ler esse clássico e espero poder voltar para as minhas leiturinhas mais pesadas hehe
E AGORA, O MOMENTO MAIS LINDO DESSA LEITURA TODA: Existe um tipo de relíquia que eu gosto muito de guardar nos meus tesouros toda vez que encontro e tive a felicidade de encontrar mais uma. Me deparei com um pequeno pedaço de papel de revista, amarelado, com rabiscos, a imagem de um criado-mudo e histórias para contar.
Seja lá qual for a origem desse pequeno pedaço de papel, quando falamos em "deixar marcas" no mundo, ficamos procurando grandes mudanças e revoluções para protagonizar e nos esquecemos desses pequenos rastros que provam a nossa existência nesse mundão.