Flah 30/01/2014Deslembrança - Cat PatrickQuando fiquei sabendo sobre o lançamento desse livro, fiquei toda serelepe, esperando por um romance maravilhoso a la “Como se fosse a primeira vez”. Como eu tinha gostado bastante do filme, pensei que uma história similar pudesse trazer o mesmo encanto e esperei ansiosa para saber como Cat Patrick iria lidar com o problema. Afinal, mexer com a memória, e, ainda mais, acrescentar um toque sobrenatural sobre “prever o futuro” é mexer em temas perigosos que envolvem tempos complexos, como o passado e, principalmente, o futuro. É uma tarefa realmente complicada entrelaçar os dois e fazer com que deem certo.
London tem um problema de memória. Todos os dias de madrugada o seu cérebro reseta e todas as suas lembranças são perdidas. Não resta nada a não ser o vazio desconfortável de não saber o que fizera no dia anterior, com quem se encontrara, o que estava vestindo e o que aconteceu. Para resolver esse problema, ou pelo menos para tentar viver uma vida normal, a protagonista escreve todos os dias diversos bilhetes nos quais anota os acontecimentos mais importantes, para que possa lê-los assim que acordar e tentar agir com naturalidade durante o dia.
Mas nem sempre essa constante atuação dá certo. E certas vezes, esquecer é a melhor coisa que ela pode fazer... Pena que as coisas que vão acontecer não deixam a sua cabeça com a mesma facilidade das coisas que já aconteceram. Ela continuará vendo o futuro até que ele aconteça.
E então se esquecerá.
Comecei a ler o livro em um ritmo bacana. Ele tem uma narrativa simples, sem muitas voltas, e consegue prender o leitor a cada nova revelação. Porém, o livro não me cativou. Não sei explicar ao certo em qual momento, mas ele simplesmente foi perdendo a graça. Desde o começo, eu já imaginei várias teorias para o que estava acontecendo e o que causou o problema de London, mas, conforme fui avançando na leitura, percebi que não era algo tão incrível assim. Aliás, quando descobri a verdade, apesar de todo o drama envolvido, me senti um pouco decepcionada. Acredito que quando você adiciona um toque meio sobrenatural a uma obra, você deve atribuir a ele explicações igualmente fantásticas. O que, infelizmente, não foi bem o caso.
Outro problema do livro, é que não há um clímax de verdade. Ele vem recheado de drama e revelações, mas não há nada realmente avassalador que te prenda às últimas páginas como se sua vida dependesse disso. Não há nada que realmente difira o começo e o final do livro. Eu sei que uma obra para ser boa não precisa exatamente ter sangue, ou morte, ou um final cheio de lágrimas e lutas. Mas eu senti que faltou um pouco de adrenalina, ou mesmo de um bom drama. Porque, apesar de todo o lance envolvendo a família de London, ela aceita sua condição muito facilmente, me passou um sentimento total de conformismo. Além do mais, existem muitos acontecimentos que são deveras convenientes (Não posso entrar muito no assunto sem acabar contando spoiler).
O livro é bem curtinho e acho que justamente por isso, não consegui me prender a nenhum personagem. Nenhum deles me cativou de fato. London, talvez por sua simplicidade e resignação, se tornou um pouco chata e monótona. E Luke... Caramba, ele não me convenceu de jeito nenhum. Aliás, apesar da relação super fofa e linda entre os dois, acho que faltou muitas explicações sobre o que ele era para ela. Porque, eu não acredito que um simples bilhete, mesmo que tenha sido escrito por mim, me informando que fulano fosse meu namorado, fizesse com que eu magicamente ficasse apaixonada por ele. Não consigo ver isso funcionando.
Mas nem tudo foi ruim. O livro é muito gostoso de ler, o romance é extremamente fofo, e as revelações que vão sendo feitas aos pouquinhos realmente conseguem prender o leitor. Classifico a leitura como boa, porque me trouxe bons momentos e me fez terminar o livro rapidinho, por querer saber como seria o final. Não é um livro para se chorar, ou se emocionar; e o thriller psicológico anunciado na orelha não existe. Mas ainda assim é uma boa leitura para se fazer quando quiser se distrair.