Tempo é Dinheiro

Tempo é Dinheiro Lionel Shriver




Resenhas - Tempo é Dinheiro


47 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4


Bernardo 17/06/2014

Jonathan Franzen + Dan Brown
Antes de chegar na metade eu já passei a considerar esse livro um dos melhores que já li. Muito profundo, realista, intesamente psicológico e político. A autora não desperdiça palavras nem diálogos, e consegue criar pequenos suspenses e mistérios ao abordar alguns eventos de trás para frente.
comentários(0)comente



Juliana 02/11/2013

Tempo é Dinheiro conta a história de Shepherd Knacker, um empresário que trabalhou muito a vida inteira, para juntar uma quantidade de dinheiro que fosse suficiente para bancar a sua vida e de sua família em um país do Terceiro Mundo, onde ele pudesse finalmente curtir o ócio e a calmaria, vivendo o momento e sem maiores preocupações. Quando ele sente que já adiou demais, cansado de trabalhar para o ex-funcionário que comprou sua empresa, e decide que finalmente chegou a hora de partir, compra as passagens dele, da esposa e do filho caçula - a mais velha, Amelia, não mora mais com os pais, tem um trabalho que mal paga as suas contas, mas não sairia dos Estados Unidos para ir morar para sempre em uma ilha do outro lado do mundo. Ele dá um ultimato à sua esposa, Glynis, mas ao invés da resposta que ele queria, é ela que chega com um fato novo e determinante: eles não podem viajar. Ela está doente e agora, mais do que nunca, precisará do plano de saúde que a empresa oferece.

Assim, ele tem que continuar trabalhando para o babaca do seu patrão, e passa a aplicar todo o dinheiro investido para a Outra Vida, no melhor tratamento possível para a sua mulher.

Glynis tem um tipo raro e extremamente mortífero de câncer, o mesotelioma, que a consome gradativamente, ao mesmo tempo em que os recursos de Shepherd também acabam, enquanto ele sustenta a irmã, folgada, que não produz nenhuma renda e ainda por cima acha que o irmão, por ser rico, deve pagar todas as suas contas, o pai, um pastor aposentado, cuja casa ainda tem algumas contas bancadas pelo filho, além do aluguel da filha, que não ganha um salário compatível com a vida que leva.

Ao mesmo tempo que lida com a fragilidade da vida da esposa, Shepherd precisa pensar no dinheiro envolvido em todo o esforço para combater o câncer que muito provavelmente a levará embora. Ele luta para ser o melhor marido para Glynis, cuidando dela em todo o tempo possível e arriscando até o emprego do qual eles dependem. Mas ao mesmo tempo, não consegue evitar pensar em uma vida "depois", em cuja realidade ele não poderá contar com sua esposa, embora a vida em Pemba, aparentemente, tenha ficado apenas nos seus sonhos.

Este é um livro complexo e profundo que trata não apenas da dificuldade de quem atravessa um tratamento contra o câncer, ou das pessoas mais próximas, mas também é uma enorme crítica ao sistema de saúde americano. Lionel Shriver mescla muito bem todas as críticas com o principal questionamento: quanto vale a vida de uma pessoa?

Faz pensar no tempo que gastamos para ganhar um dinheiro e construir um império que de repente pode ser que não desfrutaremos ou que, ainda, nos aprisionará ainda mais. Nos leva a questionar inclusive até que ponto um paciente terminal deve lutar para prolongar uma vida sem qualidade, ou viver um período breve, mas que realmente faça sentido. O que realmente vale a pena em nossa vida?

E o título, contrariando a maioria, tem tudo a ver com a trama e com a mensagem que o livro passa. Recomendadíssimo para quem gosta de leituras que fazem refletir!

site: www.cafecomlivros.blog.br/resenha-tempo-e-dinheiro-lionel-shriver
comentários(0)comente



GilbertoOrtegaJr 27/10/2013

Tempo é Dinheiro - Lionel Shriver


Muitas pessoas têm sonhos, mas incrivelmente vive procrastinando para realizá-los, este é o caso de Shep Knacker, que durante toda sua vida ele economizou, para que um dia pudesse se aposentar e viver em um país de terceiro mundo, onde o custo de vida seria mais barato. Porém quando ele finalmente decide ir embora descobre que sua mulher Glynis tem um câncer raro, e irá precisar do seu seguro de saúde, e mais importante do seu apoio.
É claro que Shep decidiu ficar, faz parte da personalidade do personagem ser sempre gentil e politicamente correto, o que acaba tornando o personagem um tapa buraco dos outros personagens, alguém que sempre será o responsável. Ao longo da trama há uma imensa variação de situações em que eu, como leitor me sentia tentado a gritar CHEGA DE SER BONZINHO, JOGA TUDO PRA CIMA E DEIXA QUE OS OUTROS SE VIREM, por exemplo, a irmã dele, que vive lhe pedindo empréstimos, mas nunca paga, e se recusa a cuidar do pai adoentado.
Encontrei vários personagens totalmente interessantes; Jackson que constantemente procura extravasar sua raiva falando horas sobre como a população é “sugada” pelo governo; sua mulher Carol que sempre procura cuidar das filhas do casal; Flicka que sofre de uma doença rara e degenerativa, e sua irmã mais nova. O melhor disso é que Shriver soube como explorar os personagens de forma, que cada uma representa uma peça importante na hora de construir o desfecho do livro, e não como animais exóticos para serem expostos.
Os capítulos do livro são variações entre a vida de Glynis e Shep, e Jackson e Carol, é possível diferenciar sobre quês personagens o capítulo irá abordar, pois os capítulos sobre Shep e sua família sempre tem no começo uma versão do seu extrato. Esse artífice ajuda a autora a ilustrar o título ao criar um panorama de quanto vale uma vida, ou melhor, quanto vale manter Glynis viva, é claro que com base neste mesmo detalhe Lionel mostra de forma denunciadora a falta de assistencialismo médico, e como os seguros de saúde têm a petulância de transformar a vida de alguém em cifrar de dinheiro.
Isso torna o livro seja totalmente realista e poderoso é que simplesmente não há mudanças. Explicando melhor os personagens não ao dar um giro de 360º graus do dia para a noite, pelo contrário a mesmo a Glynis que conhecemos sendo ácida e fascinante continuará sendo a mesma de sempre, todas as mudanças nos personagens levou tempo. Isso é muito bom, pois não houve perda de identidade dos personagens, exemplo: ninguém é mal humorado de noite e acorda cedo amável. Acredito que é por que estas mudanças não são da noite para o dia que a autora usou 460 páginas para criar um final totalmente encantador e realista.
Para mim a melhor parte de Tempo é dinheiro é o fato de ele ter me favorecido ao acumular mais uma experiência, sem com isso precisar sair do comodismo do sofá, ou mesmo ter pensado de forma egoísta “ainda bem que não é comigo”. Mas mesmo assim é inevitável sair com certo incômodo, pela capacidade da autora de criar situações reais e tensas. Lembrou-me uma tempestade no meio de um grande escuro ainda podemos visualizar luzes e beleza, em momentos rápidos e belos como relâmpagos.


site: http://lerateaexaustao.wordpress.com/
Ladyce 01/03/2014minha estante
Gilberto, vou pensar se leio ou não... Não gostei de Lionel Shriver Pós-aniversário. Achei um livro ilegível, chato, etc.

E tem mais: acho que poucos poderão superar a temática do procastinar como abordada em A FERA NA SELVA de Henry James, que nos EUA é considerado uma novela [um conto longo] e no Brasil é publicado como um livro, um volume único. Pequeno, sensível uma joia. Deve colocar a verborrática Shriver no chinelo.




spoiler visualizar
Márcio_MX 31/03/2016minha estante
Acabei de ler o livro ontem e sua resenha fala exatamente tudo o que senti.
Inclusive em um dos meus últimos comentários na leitura do livro copiei o mesmo primeiro parágrafo de sua resenha para ilustrar o que achei do livro.
Parabéns!




Rê Ramos 27/04/2013

A cada livro que leio de Lionel Shriver, sou ainda mais surpreendida por esta autora fantástica. Primeiro, fui arrebatada por Precisamos Falar Sobre o Kevin, um dos livros mais perturbadores que já li em minha vida. Em seguida, fiquei sem palavras com O Mundo Pós-Aniversário e sua narrativa dupla - será que posso chamar assim o artifício usado pela escritora para tornar a história ainda mais interessante? E, agora, estou extasiada com a catarse provocada em mim por Tempo é Dinheiro: o livro conseguiu me deixar tensa durante a maior parte da leitura e, no final, deixou-me leve e feliz.

Shep é o típico bom pai de família, que cumpre com seus compromissos sem reclamar, mas que sonha com a Outra Vida: ir viver em Pemba, uma ilha tropical africana, onde poderá levar uma vida tranquila e com pouco dinheiro. Ele tem uma poupança considerável, obtida através da venda de sua empresa de manutenções e consertos. Essa poupança, inclusive, é objeto de cobiça de muitos que vivem ao ser redor, como seu melhor amigo Jackson, um eterno revoltado com o "sistema", e sua irmã Beryl, uma cineasta frustrada que, apesar da idade avançada, ainda não consegue manter a si própria.

Quando vai dar a notícia para sua esposa, Glynis, que irá para Pemba com ou sem sua família, ela lhe dá a notícia que vai mudar a vida de todos: está com mesotelioma, um câncer grave na região abdominal. Por isso, ninguém poderia ir para Pemba.

A partir daí, a narrativa começa a revelar a crueldade do sistema de saúde estadunidense e a fazer a relação sobre quanto custa uma vida e quanto vale a pena gastar para manter alguém vivo. Estou me apropriando de algumas palavras da sinopse original do livro justamente para não falar mais sobre o que acontece com Shep, Glynis e companhia.

Só aviso que, para quem já perdeu alguma pessoa próxima de câncer e acompanhou o tratamento de perto, o livro incomoda ainda mais. Sei disso por experiência própria.

Mas, assim como os outros livros de Lionel Shriver, vale a pena ler. Impossível permanecer o mesmo depois de finalizar a leitura.

Já estou com mais um dela, o Dupla Falta, na minha fila de leitura. Agora só me resta para torcer por novas publicações de Lionel Shriver!
comentários(0)comente



gleicepcouto 21/10/2012

Narrativa inteligente e provocativa, que leva à uma reavaliação de prioridades
http://murmuriospessoais.com/?p=4659

***

Tempo é Dinheiro (Intrínseca) é da escritora e jornalista norte-americana Lionel Shriver, que também é colunista do renomado The Guardian. Em seu currículo, há a publicação de oito outros livros. Um deles, Precisamos Falar Sobre Kevin, foi aclamado pela crítica e público, vencedor do Prêmio Orange de 2005 e adaptado para o cinema.

Nesse lançamento, conhecemos Shepherd Knacker, um cara que, após vender seu negócio e tornar-se funcionário em sua ex-empresa, economizou uma grana para a famosa “Outra Vida”: um retiro em algum paraíso onde poderia passar o resto da vida curtindo, sem precisar mais se preocupar com dinheiro. Seus planos, porém, são temporariamente interrompidos quando toma conhecimento que sua esposa está doente.

Do outro lado, temos Jackson, melhor amigo de Shep, que sempre passou por problemas de saúde na família: sua filha mais velha tem um tipo raro de doença degenerativa, que consome não só dinheiro para o tratamento, mas requer tempo e dedicação por conta dos cuidados especiais necessários para que consiga viver. Toda a família é afetada, cada um à sua maneira: a mãe, que se dedica integralmente à filha; a filha mais nova, que para conseguir atenção “inventa” doenças e até toma placebo; o pai, que não sabe com a mudança em seu casamento, principalmente a falta de relacionamento íntimo com sua esposa.

Os temas doença e dinheiro passam pela vida tanto de Shep, quanto de Jackson, demonstrando que tempo realmente é um bem escasso. Como lidar com isso?

Desconcertantemente honesto, esse livro me ganhou completamente. Lionel Shriver é uma diva do realismo, com toques ousados de humor. Tempo É Dinheiro é extraordinário e você deveria parar tudo o que está fazendo e comprá-lo AGORA.

Comprou?

Ótimo. Então, continue lendo a resenha.

A narrativa de Shiver é franca e mexe na ferida da sociedade. Ela consegue nos revelar o que há de pior em nós, mas, contraditoriamente, aquilo que nos faz únicos e, bem... humanos. Então, sim, imperfeitos – , porém, com certas qualidades, algumas até nobres. De modo angustiante, ela fala abertamente sobre a importância do dinheiro em nossas vidas, e como ele pode ser questão de vida ou morte. Mas não só fisicamente falando, mas sim a morte moral, da alma; e como todo esse processo afeta os relacionamentos com as pessoais ao redor.

Shep deixa de viver seu sonho para gastar todo o dinheiro no tratamento da esposa. Atitude louvável. Mas ele se anula a tal ponto, tanto na subserviência exagerada à mulher, à irmã e principalmente ao seu trabalho, que perde a referência de quem é. Ele fica tão concentrado em controlar todos os aspectos da sua vida e das outras pessoas por realmente querer o bem delas ou para apenas não ter que encarar a sua própria vida?

A autora intercala os capítulos com pontos de vista de Shep e de seu melhor amigo, Jackson, que também tem todo um drama envolvendo dinheiro e saúde, só que, no caso dele, a filha é que tem uma doença degenerativa. Os dois pontos de vistas são muito bem escritos e se completam de uma maneira ímpar. A autora brinca, samba (e aqui você usa o verbo que preferir) com personagens que encaram situações semelhantes, mas de modo completamente distintos.

Fato que os personagens são deliciosos e viscerais. Não estão ali parar passar uma imagem de ‘ah, coitadinhos’; mas para fazer com que o leitor se emocione, vá fundo em sentimentos contraditórios, mas reais. Exemplo: em momento algum senti pena da moribunda (esposa do Shep). No mínimo, estranho, não? Afinal, a mulher passa por maus bocados e sofre horrores com o câncer, mas ela é tremendamente impaciente e orgulhosa, nunca nada está bom. A garotinha de Jackson, que sabe que a morte está cada dia mais perto não é digna de pena também, pois encara a situação com tamanha realidade e honestidade, que só me restou bater palmas. A história paralela de Jackson é uma surpresa à parte. Sem soltar spoiler, só posso adiantar que o assunto é pertinente, e a autora injetou humor negro na medida.

Personagens e história com tantas nuances demonstram que a autora tem um ótimo entendimento da natureza humana, abrindo assim, espaço para um texto íntimo e sentimental, sem cair na pieguice. Enfim, Tempo é Dinheiro é um romance inteligente e provocativo, que instiga o leitor a reavaliar suas prioridades, seja o dinheiro, a vida ou até mesmo a morte. Um livro must read.

Autor(a): Lionel Shriver
Editora: Intrínseca
Ano: 2012
Páginas: 460
Valor: $30 a $45
comentários(0)comente



Ju Furtado 04/09/2012

Terminei de ler o livro ontem e ainda não sei muito bem como escrever sobre ele. Essa autora me causa profunda perturbação a cada livro, a intimidade que ela tem com os sentimentos humanos, e a facilidade com que os coloca no papel já me levaram a duvidar se ela de fato existia. Pois é, ela existe (sorte nossa) e, não tenho dúvidas que terá sua obra muito estudada pelas gerações futuras. Aos meus olhos, é a Clarice Lispector estadunidense. E é uma prova viva de que a literatura ainda tem muita coisa boa a oferecer.

Enfim, resenha é pra falar sobre o livro... Mas o que falar sobre esse livro? Todas as palavras me somem, transbordam os sentimentos. Um livro forte, perturbador. E como se não bastasse ter UMA temática pesadíssima, que é a magistralmente narrada luta de Glynis contra um câncer raro, essa doida dessa Lionel inventa mais "algumas" temáticas fortes: a disautonomia familiar (doença que eu não conhecia e que me deixou arrasada - e fascinada pela franqueza quase cruel de Flicka), as relações familiares (a superficialidade da família de Glynis, a bestialidade de Beryl, a falta de amor próprio de Jackson, a carência de Heather, a opacidade de Amelia, a inexpressividade de Zach, a relutância de Gabe, a frieza de Glynis e a padronização de Shep) e ainda achou espaço para detonar os sistemas de saúde.

É um livro difícil de ser lido. A realidade acompanha o leitor a cada linha e a sensação não é a de se estar lendo, e sim, de se estar vivendo, presenciando essa história. E por isso é um livro dolorido. Não é um romance bonitinho como os que costumam cativar multidões, este é o tipo de livro que cativa os "do contra".

Portanto, não espere finais felizes. Aliás, espere muito pouca felicidade, embora isso não castre da obra belíssimas "cenas" de erotização e romance. Há passagens em que a delicadeza de um gesto torna-se quase palpável.

Como destaque, cito o que menos apreciei num primeiro momento: o título. Demorei a cavar suas diversas interpretações, e tenho para mim que o diálogo derradeiro entre Shep e o Dr. Goldman seja uma das melhores construções literárias já elaboradas. Lionel escreve com uma humanidade que é impossível passar despercebida a quem tem sangue nas veias.
Helder 12/09/2012minha estante
Pelo que vi vc virou fã desta escritora. Só li o Kevin e concordo completamente com o seu comentário sobre as qualidades desta. Mas confesso que os outros titulos da autora lançados no BR não tinham me chamado a atenção. Mas depois de ler sua resenha deste aqui, já o coloquei na minha lista de desejados. Otima resenha.


Ju Furtado 13/09/2012minha estante
Obrigada Helder! Se serve de consolo, os outros títulos lançados no Brasil também não tinham me chamado a atenção. Só depois de ler as obras é que entendi a mágica que Lionel faz com os títulos, todos com múltiplos sentidos (até quando traduzidos!!). Virei fã mesmo, você está corretíssimo! ;)


Leandro 02/04/2013minha estante
Ótima resenha mesmo Ju. Eu tenho o "Precisamos falar sobre o Kevin", porém ainda não o li. Sempre li várias resenhas ótimas referentes à escrita de Lionel. Quero ler com certeza esse livro, depois que li sua resenha então, me deu mais ânimo. rs.. vou te seguir para acompanhar sua estante, pois me interessa esse perfil de leitura. Abraço!


Lica 16/04/2013minha estante
Ótima resenha! Sou fã de Lionel mas ainda não li essa obra, fiquei com mais vontade agora!rsrs Vou t seguir Ju, adorei sua estante!srsr Bju


Sandy 16/10/2014minha estante
Jú, tudo isso foi exatamente o que eu senti quando li. Senti vontade de abandonar diversas vezes pelo peso, mas a história é boa demais. É decepcionante, frustante, mas justamente por ser muito real. Depois de tudo isso e do que li em Kevin, não tem como não se tornar fã da Lionel, que amarra tão bem os temas que escreve. Parabéns pela resenha!




Thyeri 13/08/2012

www.restaurantedamente.com
Com a característica narrativa de Lionel Shriver, somos levados a vivenciar a expressão "tempo é dinheiro", da forma como a autora faz de melhor, nua e crua.

Neste livro acompanhamos a vida de duas famílias, os Knacker e os Burdina. O sonho de Shep Knacker é ir para Outra Vida, algum lugar do terceiro mundo onde ele possa aproveitar o que a vida pode lhe oferecer; onde com pouco dinheiro ele possa ser rico, como em algum lugar da África onde as pessoas vivem a 2 dólares por dia. Jackson Burdina, seu melhor amigo, apoia Shep com unhas e dentes; desacreditado com o governo estadunidense, Jackson acredita que para deixar de ser um "sugado", a pessoa precisa fugir dos "sugadores", e ter alguém perto que consiga fazer isso é uma felicidade para ele.

Shep está prestes a abandonar tudo e ir para a Outra Vida, quando recebe a notícia que sua mulher, Glynis, está muito doente; logo ele descartou a ideia de se mudar e ficou para tomar conta da mulher e arcar com as inúmeras despesas que estavam por vir. Shep, agora, começa a entender o que seu amigo passa. Jackson e Carol têm duas filhas, Flicka, a mais velha,tem uma doença que a debilita muito: ela não anda direito, não dorme bem, por causa das dores, e tem que se alimentar através de uma sonda ligada a seu estômago; e para completar, ela não consegue tomar comprimido, então sua mãe tem que pegar um comprimido e colocá-lo no ânus da menina para ele poder ser absorvido. E Heather, a filha mais nova, toma remédios placebo para não se sentir "inferior" à atenção que a irmã recebe.

Esse é o pano de fundo da história desenvolvida pela Lionel Shriver. Quem já leu algo da autora, já sabe o que vai encontrar ao ter essa pequena introdução, mas para os desavisados... preparem-se para ver o que é de mais humano nessa situação vivenciada pelos personagens. Não esperem um mar de rosas, onde tudo aparece bonitinho. A autora nos mostra todos os sentimentos vivenciados pelos personagens, sejam eles bons ou ruins; a dor de quem está doente e tem que conviver com isso, e a dor de quem tem que lidar com isso, e pagar para isso.

Uma pergunta que sempre paira no livro é: quanto vale a vida?

Demorei muito para terminar o livro por que ele é muito denso, como vocês já repararam. Além disso, tiveram uns momentos mais chatos, quando Jackson começava a discursar sobre os planos de saúde e sua teoria sobre os sugadores e os sugados, que apesar de ser interessante, achei que a autora prolongou muito. Fora isso é um excelente livro, mas como todos os outros da autora, não é para qualquer pessoa ler, pois a carga emocional é muito forte, e a crueza da narrativa (que para mim é o melhor), não vai agradar a todos.
comentários(0)comente



Cláudia 27/07/2012

Em Tempo é dinheiro acompanhamos o dia-a-dia de duas famílias, os Knacker e os Burdina. A família de Shep Knacker é a central, mas como a narração é em 3ª pessoa e tem capítulos inteiros sobre a família dos amigos de Shep Jackson e Carol trechos que são muito importantes para o desenvolvimento da narração, diria que o livro é sobre as duas famílias, alias sobre qualquer família.
Shep Knacker é um homem muito correto, trabalhou a vida inteira como faz-tudo na empresa que construiu do zero e sempre economizou para a Outra Vida. O sonho dele é se mudar permanentemente para algum lugar remoto de 3° mundo e viver com a família da poupança de 1 milhão de dólares. Quase todos os anos faz viagens de pesquisa com a família buscando o local ideal. Para colocar em prática o sonho, Shep vendeu a empresa para um dos seus funcionários em 1996, acreditava que 2 meses seriam suficientes para organizar a viagem, mas 2 meses viraram 8 anos e no início da narração em 2004-2005, ele trabalha como empregado na empresa que um dia foi sua, sempre avacalhado pelo chefe que, aliás, com a idéia de oferecer os serviços de faz-tudo pela Internet multiplicou o valor da empresa. Shep é casado com Glynis, quando se conheceram, ela era uma entusiasmada aspirante a artista, sempre criando lindas peças de metal, atualmente é dona de casa frustrada e trabalha fazendo moldes para doces em um comércio local. Eles têm dois filhos, Amélia que esta na universidade e Zach, um adolescente introspectivo, que quase não existe em casa. O dinheiro do seu mau negócio continua na conta, então Shep cansado de adiar o seu plano, compra as passagens para a pequena ilha Pemba, na África, e vai para casa informar à esposa que a Outra Vida começa agora, com ou sem ela. Acontece que no dia que dá a notícia, Glynis conta a ele que foi diagnosticada com um tipo raro de câncer e que precisa que ele continue em seu emprego por causa do plano de saúde.

Jackson e Carol Burdina são amigos íntimos dos Knacker, Jackson trabalha há anos na empresa com Shep, desde a época em que Shep ainda era o chefe. O casal tem duas filhas, Heather de 12 anos e Flicka de 16. A mais velha tem uma doença genética rara a Disautonomia Familiar a maioria dos casos acontecem em pacientes de etnia judaica. É uma desordem no sistema nervoso que desencadeia diversos sintomas. A narração mostra em detalhes como é o dia da garota, e tudo o que eles passam para mantê-la viva. Ela precisa de diversos cuidados, tem dificuldade para comer e respirar, os olhos não tem lágrimas naturais, ela não anda direito, etc. Tinha ouvido falar vagamente dessa doença, é devastadora. A personalidade da garota é muito legal, ela é sagaz e choca as pessoas o tempo todo.

Então agora Shep precisa deixar o seu sonho de lado para cuidar da esposa, e passa a entender melhor como é a vida do seu melhor amigo. A história é sobre os relacionamentos familiares e amorosos e as pessoas, como realmente são. E uma forte crítica ao sistema de saúde (nos EUA), mesmo os Knacker tendo um plano de saúde, o dinheiro vai sumindo da conta com as medicações e procedimentos sem preço da doença de Glynis que não são cobertos pelo plano.

Shep passou a vida inteira sendo um capacho, e tem orgulhoso disso, ele faz tudo o que pode pelos outros e sempre segue as regras, mesmo quando o seu pai não o respeita, sua irmã o explora e sua esposa o menospreza. Ele é aquele personagem que apesar de irritar com sua passividade, é impossível não gostar dele, ele é tão bom, até demais, irrita.
Glynis é uma pessoa difícil, ela é muito sincera, ou seja, ela é má. Estranho isso, mas é a realidade, uma pessoa que fala as coisas exatamente como elas são, fica parecendo maldosa. Acontece que ela não é ruim de verdade, eu acho, o leitor a conhece em uma situação extrema, ela esta com muita raiva de tudo do marido que ia para Pemba, dela mesma por não ter feito tanto quanto gostaria e de todos que conhecem por tratá-la como uma doente. E agora por justificar as atitudes dela com a sua doença, ela me odiaria também, então talvez ela seja assim mesmo e o câncer não tenha modificado seu jeito de ser. Uma das questões do livro é essa mesma, como nós tratamos as pessoas de forma diferente pelos motivos errados, e criamos caricaturas das pessoas que conhecemos ao modificar por conveniência as lembranças que temos delas.

Jackson rouba a cena, ele é um cara inteligente e revoltado. O cara tem uma teoria sobre tudo. Ele acha que todos os impostos e tudo de ruim que acontece é causado pelos Sugadores e ele e o resto dos trabalhadores Sugados - pagam para serem ferrados. Os seus discursos sobre salário, guerra, plano de saúde, multa de transito,... são longos, elaborados e entretenimento garantido. Além de renderem uma boa reflexão, apesar do fato dele ir contra quase tudo atrapalhar a sua credibilidade, ele tem razão sobre vários assuntos.
Carol, já ia esquecendo de comentar, ela não é uma personagem muito marcante. Ela é demais, faz tudo pela filha, trabalha e nunca reclama.

Essa não foi uma leitura fácil, a autora mostra o pior da vida de forma realista, sem preparar o terreno, as coisas são como elas são. Toda o sofrimento e dificuldade dos personagens são apresentados, avaliados em cifras, discutidos e desenvolvidos. Inclusive os pensamentos mais feios e mesquinhos, como o preço por mais um mês de vida? Ou como a filha quer a casa do pai idoso, mas não quer colocar a sua vida em pausa para alimentar, dar banho e ajudar o velhinho no banheiro. Os personagens e a interação entre eles foram muito bem feitos. Portanto uma leitura imperdível.
Essa autora me impressiona em cada obra, ela escreve muito bem sobre as pessoas. Depois de falar sobre mães e filhos [Precisamos falar sobre o Kevin], a competição no casamento [Dupla Falta], ela trouxe uma trama familiar complexa e surpreendente. Eu não sabia o que esperar do final, mesmo sabendo que dificilmente seria feliz esperava algum tipo de redenção [para o leitor ou os personagens ou ambos], e não me decepcionei.

http://www.concentrofoba.com.br
Marina 03/09/2012minha estante
Este livro está na minha wishlist, parece muito bom mesmo, e sua resenha me deixou ainda mais curiosa! :)




Barbara Sant 20/07/2012

Resenha #291 – Lionel Shriver – Tempo é Dinheiro
Oie Gente!!
Sei que vocês não veem muitas resenhas sendo postadas aos sábados aqui no blog, mas dessa vez eu abri uma exceção para “Tempo é Dinheiro” por um único motivo: o livro é foda!
Se vocês já leram “Precisamos Falar Sobre o Kevin“, também da Lionel Shriver, sabem que ele é inquietante, com todas aquelas reflexões da Eva e todas aquelas dúvidas e temores.
E eu gostei dele, mas nada, absolutamente nada comparado com a experiência incrível que foi ler “Tempo é Dinheiro”.
Quando eu pego um livro, leio todos os escritos dele: capa, contracapa, aquelas opiniões de jornais, orelhas… leio tudo.
E sempre fico meio desconfiada para ver se são exagerados. Mas, dessa vez, nenhum deles é exagero:
Uma história visceral e profundamente sensível sobre como a doença afeta os relacionamentos e como os esforços para lidar com a mortalidade remodelam vidas. O entendimento de Shriver sobre as pessoas é tão íntimo, tão sentimental, que faz com que os personagens fiquem permanentemente gravados na imaginação dos leitores.
THE NEW YORK TIMES
E o livro é exatamente isso: visceral.
Vocês sabem que eu não gosto dos livros do Nicholas Sparks porque alguém sempre morre no final, certo? Mas acontece que não é só por isso. Até aceitaria que ele matasse um dos personagens, se houvesse um sentido nisso tudo, uma lição ou fosse algo bem realista.
Só que não é o caso dos livros do Nicholas. Ele me parece apenas querer fazer você chorar. Só.
Aí eu catei “Tempo é Dinheiro” já sabendo que era um drama, que era quase impossível que todos os personagens saíssem vivos e que iam haver muitas, muitas lágrimas.
Mas foram lágrimas conquistadas, pela Shriver, com conteúdo!
Acho que a primeira coisa que preciso dizer para vocês fazerem é ler a sinopse. Ela explica o essencial para o início da leitura, já que lá você vai entender o motivo de eu saber do drama intrínseco.
Depois disso, preciso dizer que todos os personagens são incríveis.
O Shep é basicamente o cara responsável da família. Faz tudo certinho quase sempre, está sempre pronto para ajudar aos outros e apoiar a família. Montou uma empresa de “faz-tudo”, ganhou uma boa grana, mas sempre se deixou controlar pela esposa, Glynis.
A Gnu é uma artista plástica frustrada, que tem alguns problemas com perfeccionismo e que adora apontar os erros dos outros e criticá-los.
Os dois são opostos completos. Como definidos pela própria “Shriver”, o Shep é a água, maleável, adaptável e, em alguns momentos, destruidor.
A Glynis é como um metal, dura, fria e difícil.
Você pode imaginar que esses dois teriam tudo para dar errado mas, quando lê, vê que a autora conseguiu combinar os dois muito bem.
Além deles dois, ainda temos a incrível Flicka, que tem uma doença genética raríssima chamada disautonomia familiar, é mal humorada, mal educada, antipática e cheia de um humor seco e sarcástico típico de uma adolescente rebelde com causa. Ela simplesmente se recusa a ser um poço de felicidade, tendo uma doença rara e terrível.
E eu adorei ela! rs
O pai e a mãe dela também são personagens marcantes e opostos, que viverão uma situação muito escrota, daquelas em que você não acredita que alguém caia, mas sabe que ainda cai.
Gente, não dá para falar de todos os personagens. Eu ia ficar falando de cada um deles e o motivo de eu ter gostado de cada antipatia altamente realista. [risos]
O livro é muito, muito, muito, etc, etc, etc, dramático. Também é hilário, sexy e romântico na mesma medida. Me fez chorar, rir, xingar a estupidez e o egoísmo humano e dizer “puta merda, pior que as pessoas são assim mesmo!”.
No final da leitura você vai, assim como o Shep, perguntar: qual o preço de uma vida humana?
O livro é, como diria uma pessoa que eu conheço, fodástico. Não gosto de dar estrelas, mas pra esse eu dou cinco completas!


Texto retirado do In Death. Leia mais em: Resenha #291 - Lionel Shriver - Tempo é Dinheiro http://indeath.com.br/2012/06/resenha-291-lionel-shriver-tempo-e-dinheiro/#ixzz21ByLPgBi
Under Creative Commons License: Attribution
Helder 12/09/2012minha estante
Até hoje tenho o Kevin entranhado em mim. Imagino como vc estava se sentindo qdo escreveu esta resenha. Um livro mais forte do que Kevin? Então eu tenho que ler este livro. Otima resenha!


Aline Stechitti 23/12/2013minha estante
Sério que é melhor que kevin??? =O Sou completamente fascinada por ele, foi por isso q comprei Tempo é dinheiro. To só esperando terminar o que estou lendo p começar!
Vc atiçou ainda mais a minha vontade! Ótima resenha!




Literatura 09/07/2012

Realidades e prioridades
Quem de nós nunca perseguiu um sonho? Nem se for uma ideia utópica que o vento se encarrega de levar?
Todo mundo, concordam? Pois é, assim é também com Shep Knacker. Ele chegou a um ponto da vida que não deseja mais nada a não ser fugir da vida em que leva, para nunca mais voltar. Só que, ao contrário de muitos, ele corre atrás... Mesmo que sua família o impeça de fazer no tempo que deseja.

Ele vende a empresa e com o dinheiro pretende ir para um lugar paradisíaco, onde dá para viver confortavelmente o resto da vida. Mas quando está prestes a sair de cena, o destino vem rir da sua cara... Quando decidi ir embora, com ou sem sua esposa, Glynis, ela chega e lhe conta uma cruel novidade. Ela está com câncer.
E precisa do dinheiro que ele guardou para o seu sonho a fim de pagar o tratamento.

Até que ponto o amor pode resistir aos nossos sonhos pessoais?
Isso é o que Lionel Shriver mostra para nós em Tempo é Dinheiro (Intrínseca, 462 páginas), em seu jeito ímpar de narradora de histórias. Assumo que, por mais que conheça o seu trabalho e seja louco para ler algo dela, esse foi o primeiro que eu li.
E confesso que foi uma das mais difíceis. O nosso querido Douglas ia resenhá-lo, mas criei coragem para falar (Desculpe, Doug!). Eu li esse livro em um momento que não estava bem comigo, diante de fatos pessoais que estavam acontecendo e, sou obrigado a assumir, que muitas vezes ele me jogou no chão. Porquê? Devido à franqueza que a autora expõe os fatos. Ela narra a realidade como ela verdadeiramente é, sem elogios falsos ou rasgações de seda fantasiosas.

Veja resenha completa no Literatura:
http://migre.me/9OQVD
comentários(0)comente



Danilo Barbosa Escritor 09/07/2012

Realidades e prioridades
Quer ver mais resenhas minhas? Acesse o Literatura:
http://literaturadecabeca.com.br

Quem de nós nunca perseguiu um sonho? Nem se for uma ideia utópica que o vento se encarrega de levar?
Todo mundo, concordam? Pois é, assim é também com Shep Knacker. Ele chegou a um ponto da vida que não deseja mais nada a não ser fugir da vida em que leva, para nunca mais voltar. Só que, ao contrário de muitos, ele corre atrás... Mesmo que sua família o impeça de fazer no tempo que deseja.

Ele vende a empresa e com o dinheiro pretende ir para um lugar paradisíaco, onde dá para viver confortavelmente o resto da vida. Mas quando está prestes a sair de cena, o destino vem rir da sua cara... Quando decidi ir embora, com ou sem sua esposa, Glynis, ela chega e lhe conta uma cruel novidade. Ela está com câncer.
E precisa do dinheiro que ele guardou para o seu sonho a fim de pagar o tratamento.

Até que ponto o amor pode resistir aos nossos sonhos pessoais?
Isso é o que Lionel Shriver mostra para nós em Tempo é Dinheiro (Intrínseca, 462 páginas), em seu jeito ímpar de narradora de histórias. Assumo que, por mais que conheça o seu trabalho e seja louco para ler algo dela, esse foi o primeiro que eu li.
E confesso que foi uma das mais difíceis. O nosso querido Douglas ia resenhá-lo, mas criei coragem para falar (Desculpe, Doug!). Eu li esse livro em um momento que não estava bem comigo, diante de fatos pessoais que estavam acontecendo e, sou obrigado a assumir, que muitas vezes ele me jogou no chão. Porquê? Devido à franqueza que a autora expõe os fatos. Ela narra a realidade como ela verdadeiramente é, sem elogios falsos ou rasgações de seda fantasiosas.

Shep não é bom. Longe disso... Apesar de ele pagar o tratamento da mulher, ele se culpa cada dia por não ter fugido momentos mais cedo, sem ela. Glynis também não é isenta de culpa. Na verdade, culpa é o que ela mais distribui pelas páginas do livro, jogando para todos o peso da sua doença. Ela quer descarregar suas frustrações em alguém, e em Shep ela vê o alvo perfeito.

Exatamente por ser tão mundano, cheio dos nuances que só a realidade pode nos oferecer é que este livro se torna uma preciosidade e Lionel entra para a minha lista de autoras reais. Se pudesse, distribuiria este livro entre as pessoas, para que parassem de sonhar que podemos ser 100% bons e que cometemos erros e egoísmos, mesmo que no pensamento.

Com a leitura dessa obra, morri e renasci a cada página, revendo os meus valores e prioridades. E descobri que nem tudo é como a gente quer.
Nem nós mesmos...
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



O Mundo da Mari 01/07/2012

Resenha - Tempo é Dinheiro
Vocês sabem que sou fã da Lionel e nós duas provavelmente nos conhecemos em alguma vida passada ou iremos nos conhecer porque temos uma ligação muito bonita. Ela escreve e eu amo. Já li todos os livros dela publicados pela Intrínseca e realmente sua escrita sempre me deixa muito arrepiada com a constante paulada de realidade dura através das suas palavras. É interessante a maneira que suas histórias “fictícias” possam parecer tão vivas na minha imaginação durante toda a leitura. São poucos os autores que invocam tanta paixão dessa maneira. E sem sombra de duvidas, é o sonho de todos.

A sinopse é bem explicativa, então, vou pular essa parte e ir direto para minha opinião. Shep é um homem sonhador e que não poupou esforços para atingir sua meta necessária, ele queria sair daquela vida e chegou a um ponto de frustração tão grande que chegou a abrir mão da companhia da esposa e do filho. Em parte não o julgo por ter decidido algo tão frio, ele me pareceu um homem cansado e insatisfeito.

A situação-problema é um pouco pesada e pra mim foi perturbador. Perdi uma pessoa de extrema importância na minha por conta do câncer e sei o quanto dinheiro pode ser relevante em certas situações. A relação dos personagens me causou dores de cabeça pelo comparativo interno que acabava fazendo com o sistema de saúde particular de lá e com o daqui, somando a frustração de Shep com a doença de Glynis e também a filha do seu amigo Jackson com Riler-Day. Lionel investiu no diálogo entre os dois, eram os momentos de cartas na mesa sobre sentimentos, medos, irritações e total insatisfação com o sistema de saúde particular.

Foi emocionante acompanhar um desenvolvimento da história bem real... Lionel sempre traz uma maneira de nos fazer refletir sobre pequenos aspectos da nossa vida. Cada final de capítulo me peguei adoçando um pouco mais meus planos e não sendo tão firme ou dura com o futuro, porque nunca podemos saber o que irá acontecer no amanhã. Principalmente o caminho de ressentimento que Glyns escolheu ao culpar o marido pela sua doença e Shep, estando disposto a pagar tudo – mesmo a despesa mais alta, podendo acabar completamente com a conta bancária que ele tanto trabalhou para conseguir uma aposentadoria de rei, em função da cura incerta de sua esposa.

A história sobre planos, sacrifícios, crítica ao sistema publico e/ou privado de saúde, família e futuro termina de forma emocionante, sendo atualmente o melhor livro da Lionel que li depois de Precisamos Falar Sobre Kevin. Recomendo!

marizoch.com
@marizoch
comentários(0)comente



jo 27/06/2012

AUTENTICO
Não espere encontrar nesse livro uma história fácil tipo água com açúcar.Prepare-se para um relato franco,com humor ácido e muitas vezes angustiantes não tem como sair relaxado depois dessa leitura.Como sempre os livros da Lionel Shriver são para os fortes!Mas vale muito a pena,eu amei.
comentários(0)comente



47 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR