Barbara Sant 20/07/2012Resenha #291 – Lionel Shriver – Tempo é DinheiroOie Gente!!
Sei que vocês não veem muitas resenhas sendo postadas aos sábados aqui no blog, mas dessa vez eu abri uma exceção para “Tempo é Dinheiro” por um único motivo: o livro é foda!
Se vocês já leram “Precisamos Falar Sobre o Kevin“, também da Lionel Shriver, sabem que ele é inquietante, com todas aquelas reflexões da Eva e todas aquelas dúvidas e temores.
E eu gostei dele, mas nada, absolutamente nada comparado com a experiência incrível que foi ler “Tempo é Dinheiro”.
Quando eu pego um livro, leio todos os escritos dele: capa, contracapa, aquelas opiniões de jornais, orelhas… leio tudo.
E sempre fico meio desconfiada para ver se são exagerados. Mas, dessa vez, nenhum deles é exagero:
Uma história visceral e profundamente sensível sobre como a doença afeta os relacionamentos e como os esforços para lidar com a mortalidade remodelam vidas. O entendimento de Shriver sobre as pessoas é tão íntimo, tão sentimental, que faz com que os personagens fiquem permanentemente gravados na imaginação dos leitores.
THE NEW YORK TIMES
E o livro é exatamente isso: visceral.
Vocês sabem que eu não gosto dos livros do Nicholas Sparks porque alguém sempre morre no final, certo? Mas acontece que não é só por isso. Até aceitaria que ele matasse um dos personagens, se houvesse um sentido nisso tudo, uma lição ou fosse algo bem realista.
Só que não é o caso dos livros do Nicholas. Ele me parece apenas querer fazer você chorar. Só.
Aí eu catei “Tempo é Dinheiro” já sabendo que era um drama, que era quase impossível que todos os personagens saíssem vivos e que iam haver muitas, muitas lágrimas.
Mas foram lágrimas conquistadas, pela Shriver, com conteúdo!
Acho que a primeira coisa que preciso dizer para vocês fazerem é ler a sinopse. Ela explica o essencial para o início da leitura, já que lá você vai entender o motivo de eu saber do drama intrínseco.
Depois disso, preciso dizer que todos os personagens são incríveis.
O Shep é basicamente o cara responsável da família. Faz tudo certinho quase sempre, está sempre pronto para ajudar aos outros e apoiar a família. Montou uma empresa de “faz-tudo”, ganhou uma boa grana, mas sempre se deixou controlar pela esposa, Glynis.
A Gnu é uma artista plástica frustrada, que tem alguns problemas com perfeccionismo e que adora apontar os erros dos outros e criticá-los.
Os dois são opostos completos. Como definidos pela própria “Shriver”, o Shep é a água, maleável, adaptável e, em alguns momentos, destruidor.
A Glynis é como um metal, dura, fria e difícil.
Você pode imaginar que esses dois teriam tudo para dar errado mas, quando lê, vê que a autora conseguiu combinar os dois muito bem.
Além deles dois, ainda temos a incrível Flicka, que tem uma doença genética raríssima chamada disautonomia familiar, é mal humorada, mal educada, antipática e cheia de um humor seco e sarcástico típico de uma adolescente rebelde com causa. Ela simplesmente se recusa a ser um poço de felicidade, tendo uma doença rara e terrível.
E eu adorei ela! rs
O pai e a mãe dela também são personagens marcantes e opostos, que viverão uma situação muito escrota, daquelas em que você não acredita que alguém caia, mas sabe que ainda cai.
Gente, não dá para falar de todos os personagens. Eu ia ficar falando de cada um deles e o motivo de eu ter gostado de cada antipatia altamente realista. [risos]
O livro é muito, muito, muito, etc, etc, etc, dramático. Também é hilário, sexy e romântico na mesma medida. Me fez chorar, rir, xingar a estupidez e o egoísmo humano e dizer “puta merda, pior que as pessoas são assim mesmo!”.
No final da leitura você vai, assim como o Shep, perguntar: qual o preço de uma vida humana?
O livro é, como diria uma pessoa que eu conheço, fodástico. Não gosto de dar estrelas, mas pra esse eu dou cinco completas!
Texto retirado do In Death. Leia mais em: Resenha #291 - Lionel Shriver - Tempo é Dinheiro http://indeath.com.br/2012/06/resenha-291-lionel-shriver-tempo-e-dinheiro/#ixzz21ByLPgBi
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