Lorena.Buffolo 05/05/2013( ... ) todas as nossas experiências humanas, as boas e as ruins, nos prendem como o lodo de um rio. Podemos estar enraizados na dor ou no sofrimento, mas nosso dever é nos elevar acima daquilo, encontrar o sol e florescer. Só então você pode iluminar o mundo para os outros.
Falar sobre esse livro chega a ser difícil para mim, tal foi efeito que ele me causou. Desde que li a Maldição do Tigre, essa se tornou uma de minhas séries favoritas. Confesso que quando li os dois livros intermediários, especialmente o terceiro, fiquei em dúvida se assim continuaria. Não gostei muito do rumo que a história tomou no terceiro e, portanto, fiquei apreensiva quanto ao que o quarto livro nos traria. Mas estou muito feliz em dizer que ele superou minhas expectativas! Aliás, na minha opinião, a autora se superou!
Poucos livros me fizeram chorar até hoje, e essa foi a primeira vez que meus olhos marejados de lágrimas me impediam de ler... Algumas pessoas muito críticas podem dizer que a história é melosa demais, ingênua demais, mas eu afirmo que isso não é problema algum, principalmente porque os personagens são muito humanos e, portanto, não perfeitos. Nós vemos isso no ciúme de Kishan e na sua tentativa de manter o seu noivado com a Kelsey, mesmo sabendo que o amor que ela nutre por Ren é muito mais forte e intenso do que o que ela nutre por ele. Ou no complexo de herói de Ren e sua insegurança. E até mesmo na ganância pelo poder que a Kelsey chega a demonstrar em um determinado momento deste livro. Eles são tão humanos, que despertam os mais variados sentimentos em nós, leitores. Em vários momentos, ao longo da série, fiquei sem saber quem eu amava e quem eu odiava. Me irritava principalmente com a Kelsey e sua insegurança em relação ao amor de Ren. (Mas confesso que passei a simpatizar com ela, quando descobri que era fã de Star Trek! ^_^ ) A autora brinca com nossas emoções tão eficientemente que chega a ser desconcertante! Por várias vezes terminei um capítulo irritada ou desesperada, para no capítulo seguinte me sentir feliz ou aliviada.
Além disso, há a exuberante exploração do universo indiano. Talvez seja só impressão minha, mas tive a sensação de que a escrita de Colleen Houck se tornou mais madura neste livro. A parte em que eles passam pelos domínios da Fênix, a fim de pegar a corda de fogo, último presente de Durga, é impressionante. A associação deste ser mitológico com renascimento e reencarnação, bem como a utilização dele para solidificar a ideia de sacrifício, que é um dos temas principais neste livro, também foi maravilhosa.
Enfim, foi um final completo, com direito a uma batalha épica no passado, o nascimento de uma deusa, a resolução dos problemas sentimentais, mas não sem o sacrifício de alguns personagens. Ela amarrou a história de um modo bastante satisfatório, e, nas páginas finais, temos, inclusive, um vislumbre do que virá no futuro. Simplesmente perfeito.
Gostaria de finalizar com as palavras de Phet, que é uma bela explicação sobre o destino, e a meu ver, da chegada desta série maravilhosa até nós, fãs: Existem fissuras e fendas no espaço e no tempo. O tecido do universo está em constante movimento e mudança à medida que se expande e se contrai, como o metal que é aquecido e depois resfriado repetidas vezes, e, á medida que a matéria se rompe e se restaura, ela cria fios. Fios que levam ao que foi um dia, ao que é agora e ao que será. Tudo está ligado. É a isso que me refiro quando falo de fios cósmicos. Foi assim que estes três vieram até você.""