Lelê 09/05/2013Resenha:Acabei de ler; estou impressionada com tudo o que li. Novamente o autor me cativou muito com sua narrativa diferente e alucinante.
No começo eu estava com medo da leitura por dois motivos: Primeiro porque li o primeiro livro desta trilogia em 2010, ou seja, não sabia se me lembraria dos detalhes da história e de seus personagens. Segundo porque eu amei muito "A Passagem", então o medo era de me decepcionar com este segundo livro.
Nada disso aconteceu.
Logo no prólogo o autor escreveu os escritos do Primeiro Registrador com quatro capítulos.
E cada capítulo contém alguns versículos. É isso mesmo, versículos. Este prólogo me lembrou a bíblia, só que esta seria a bíblia do Ano Zero, ou melhor, a bíblia escrita depois do fim do mundo.
A primeira parte do livro vem contando à partir do ano 97, cinco anos depois da queda da primeira colônia. Logo neste começo eu já comecei a ficar maluca.
A minha surpresa foi que na segunda parte do livro começa de novo no Ano Zero.
"(Desculpe, nós fizemos vampiros; na ocasião
pareceu uma boa ideia.)"
Pag. 64
A história continua a mesma, mas agora somos apresentados a novos personagens que irão se juntar aos que já conhecemos no primeiro livro.
"Assim, em meados de outubro do ano que passou
a ser conhecido pelas gerações subsequentes como
Ano Zero, a nação conhecida como Estados
Unidos poderia ser considerada extinta."
Pag. 176
Para quem não se lembra; doze prisioneiros que estavam no corredor da morte e uma menina foram usados para criar uma arma letal, só que não deu certo. O vírus que estava sendo usado neles deixou-os realmente invencíveis e transformou-os em monstros. Eles fugiram e mataram quase todas as pessoas que viram pela frente, e os que não morreram foram infectados e transformados em virais, e todos os virais serviam a um dos Doze. Eram os Muitos.
Agora no Ano Zero novamente, vamos conhecer pessoas diferentes. Hittridge, April, Danny, Lila e Grey.
Lila foi a personagem que mais me agradou, no começo ela me pareceu tão alucinada, tão maluca!!
Todas as pessoas morrendo a sua volta, corpos destroçados, comida podre, e Lila só se preocupava com a cor do quarto do bebê, com o enxoval do bebê. Lila estava grávida e bem desorientada.
"-Dizem que branco combina com qualquer coisa,
não é? - Pelo amor de Deus, escutem só, ele
estava parecendo uma daquelas bichas na TV.
Mas não conseguia pensar em mais nada
para dizer..."
Pag. 83
No principio achei engraçado, mas no decorrer do livro essa loucura de Lila fez todo o sentido.
A história vem rolando até chegar no ano 97, 5 anos depois da chegada de Amy e do fim da primeira colônia.
A Primeira Colônia, que e onde Amy chegou no primeiro livro, era um lugar até certo ponto tranquilo, protegido dos virais. Mas é claro que isso não duraria ara sempre. Amy agora vai liderar o grupo contra tudo. Desta vez a luta não é só contra os virais, os Doze ou seus Muitos. Tem muita gente que conseguiu tirar vantagem disso tudo.
Humanos perversos que estão do lado dos Doze para conseguir poder. Sem nenhum tipo de escrúpulos eles preferem matar outro humano para conseguir o que desejam, do que se aliar para encontrar paz.
O poder e a morte tem mais valor do que outro de sua espécie. Eles torturam, estupram e matam sem dó.
"Ora Grey. Você sabe que não pode haver mais.
Um conta-gotas por dia enche a alma de
alegria. É só o bastante para você manter
ativa a bondade viral."
Pag. 384
Fiquei pensando se seriamos assim mesmo. Sim, acho que seríamos. Eu não, eu teria morrido no Ano Zero com certeza, mas acredito que várias pessoas teriam essa mentalidade ruim. Aliás, eu ia preferir morrer destroçada logo no começo, assim não veria nada disso.
Enfim, me alonguei demais. Vou tentar encerrar agora.
A narrativa é em terceira pessoa, passando pelo ponto de vista de todos os personagens, sejam eles personagens muito importantes para a história ou só passageiros.
O engraçado é que tem personagem que aparece no começo do livro e depois só no meio. Então tem que ficar atento a todos.
Como eu adoro a escrita do autor, eu já esperava por isso. Parece uma pegadinha, mas é muito bacana pra dar uma reforçada na sua memória.
A diagramação é simples, só tem um detalhe no início de cada capítulo. As páginas são amareladas e as letras são bem pequenas, margens pequenas, espaçamentos pequenos. Porém é um grande livro.
Curti bastante a capa, e tem bastante da história nela; a plantação e este céu alaranjado, que é quando o sol vai embora e o inferno da noite começa.
Para mim esta série é muito mais do que uma distopia. Ele é um pós-apocalíptico quase real. Uma história bem contada, rica em detalhes e personagens marcantes.
Infelizmente o terceiro livro só será lançado em 2014 e só chegará ao Brasil em 2015, mas pra quem leu o primeiro em 2010, não vai doer tanto assim, rs.
Recomendadíssimo.