Thiago Barbosa Santos 17/09/2018
Verdadeiramente extraordinário
Wonder (lançado com o título Extraordinário no Brasil) é mais um livro que li em 2018 no projeto de leituras em língua estrangeira. A publicação de R. J. Palácio ganhou adaptação para o cinema ano passado, um estrondoso sucesso de bilheteira, daqueles filmes que saem todos da sala chorando.
A história é realmente tocante e traz ao leitor boas reflexões sobre bullying e preconceito. Auggie é um menino que nasceu com uma deformação no rosto. Passou por diversas cirurgias que não conseguiram corrigir o problema. Ele mesmo se descreve no início do livro: “I won’t describe what I look like. Whatever you are thinking, it’s probably worse”. A sentença já é impactante e guia o leitor de como ele se enxerga e como as outras pessoas o enxergam.
Os capítulos são narrados em primeira pessoa, ora por Auggie, ora por pessoas que convivem com ele. O leitor pode observar com clareza os diferentes pontos de vista sobre aquele problema.
Com medo do preconceito que ele pudesse sofrer, os pais de Auggie, superprotetores, criou o garoto dentro de uma redoma, estudando em casa e convivendo apenas com a família. Ele se desenvolveu bem assim, era um rapaz esperto, inteligente, mas precisava quebrar essa barreira, conviver com o mundo externo que o esperava lá fora. Acompanhamos justamente esse conflito, quando os genitores de Auggie decidem que chegou o momento de ele frequentar uma escola regular.
Claro, o início não foi nada fácil. Auggie teve que encarar seus medos, conviver com a rejeição, ter vontade de se fechar no próprio mundo novamente, porém é muito interessante observar como, ao longo do enredo, com seu carisma e inteligência, ele vai superando essas barreiras e conquistando o respeito de todos. Quando ele mostra um desprendimento incrível para lidar com seu problema e de forma corajosa resolve encarar o mundo.
Wonder nos traz de fato grandes lições sem ser piegas. Uma leitura prazerosa, que nos renova e faz refletir sobre um bocado de coisas importantes, sobre como devemos tratar o próximo e valorizar o que realmente é importante, o indivíduo, a sua inteligência, o seu coração.