mariana113 16/01/2023
?P*rra, como a democracia é erótica!?
?O dia em que a poesia derrotou um ditador? me encantou com seu título e foi minha leitura favorita das férias até agora.
Logo quando nos apresentaram o professor Santos, de filosofia, soube que o livro ia ser bom, e em nenhum momento fui decepcionada.
Foi a primeira vez que li um livro ambientado no chile, e que narra a ditadura de maneira tão pessoal, mesmo que de linguagem simples.
Por conta do sequestro do Professor Santos, seu filho Nico, nomeado após Nicômaco, se torna um dos personagens principais, dividindo os holofotes com Adrián Bettini, pai de sua namorada.
O livro narra o cotidiano de Nico, que deve seguir com sua vida, fazendo provas sobre filosofia e Shakespeare, com seu novo professor Paredes, e Adrián com sua missão de escrever uma campanha, que em 15 minutos, derrubará 15 anos de propagandas de uma ditadura.
Em um turbilhão de encontros, desencontros, amores e perdas, Antonio Skármeta escreve uma obra, que na minha tão humilde opinião, poderia ser considerada atemporal.
?À noite vendo cárcere; pela manhã, liberdade. Hoje morro de rir, amanhã me matarão.?
Liberdade foi a palavra usada por Adrián para travar a árdua batalha entre o ?Sim? e o ?Não?, entre o sangue derramado e a democracia. O livro, com poesia e filosofia, mostra como o amor está presente, ao lado da morte e do ódio, em uma batalha contra uma ditadura, como as palavras tem força e como o desejo adolescente de liberdade acompanhou uma nação à sua libertação.
?O casal de jovens olha em direção a uma esquina, junta moedas e notas de pouco valor, quer pagar um quarto de motel, o amor barato da liberdade.?
?O dia em que a poesia derrotou um ditador? é, acima de tudo, uma carta de esperança, uma bandeira vermelha ao vento, a liberdade.