Roberta - @rkrutzmann 15/04/2014{Resenha} InsurgenteDepois de um leitura com o acelerador no máximo em Divergente, consegui reduzir e aproveitar mais a leitura em Insurgente. O próprio livro nos permite isso, apesar de que, acredito que no todo ele tenha mais ação que o primeiro da série.
"Sinto saudade da maneira como meus passos ecoavam no complexo da Audácia. Sinto saudade do ar frio do subterrâneo. Mas, mais do que tudo, sinto saudade dos medos que senti nas últimas semanas, tão pequenos quando comparados aos de agora."
A história começa de onde Divergente havia parado. Tris, Tobias, Caleb, Marcus e Peter estão indo de trem para o complexo da Amizade em busca de refúgio. Ao chegarem lá, sua "líder" permite que passem a noite, porém deixou avisado que a decisão seria tomada no dia seguinte por toda a facção da amizade, pois ali eles não reconhecem um líder, eles se reúnem em uma sala e, todos juntos, decidem o que irão fazer.
"Ouço risadas saindo de uma janela aberta. O contraste entre as risadas e a imobilidade fria dentro de mim é gritante."
A Amizade permite que os refugiados fiquem em seu complexo, porém cria regras para isso: devem ajudar na comunidade, não devem entrar em conflito, não devem ter posse de nenhuma arma. Por isso, Tobias e Tris sabem que não conseguirão permanecer lá por muito tempo.
"- Às vezes - diz ele, deslizando os braços ao redor dos meus ombros -, as pessoas só querem ser felizes, mesmo que seja de uma maneira irreal."
A estadia dos membros da Audácia realmente não dura muito tempo, pois logo a Erudição chega para fazer uma busca no complexo e eles precisam fugir, desta vez para a Franqueza. Durante a fuga, acabam se separando, mas junto com a Tris permanecem Tobias, Caleb e Susan e, ao embarcarem no trem que os levaria até a Franqueza, se deparam com o ex-iniciado da Audácia, Edward (o que foi esfaqueado no olho), agora como um sem facção e ele acaba demonstrando um interesse estranho em Tobias. Depois disso, finalmente chegam ao complexo da Franqueza, mas lá uma surpresa da Jeanine os espera.
"Os membros da Franqueza adoram se vangloriar da verdade, mas nunca revelam o quanto ela custa."
Apesar de continuar amando a série, Insurgente me irritou um pouco com a quantidade de brigas entre o Tobias e a Tris, mas pode ser que isso tenha se tornado chato para mim porque eu sem querer li um spoiller de Convergente que deu um gostinho amargo para a minha leitura.
"- Acredito que você ainda está aí dentro - diz ele, com a boca perto da minha. - Volte para mim."
De qualquer forma, o motivo das brigas sempre eram porque a Beatrice estava muito abalada com a perda dos seus pais e por ter matado seu amigo, sem mencionar que ela não conseguia revelar que atirou em Will para ninguém, então as mentiras entre os dois foram desgastando o relacionamento. E, aparentemente, Tris não era a única que mantinha segredos.
"Como um animal selvagem, a verdade é poderosa demais para ser mantida aprisionada"
A parte da ação/aventura do livro foi melhor explorada neste livro, principalmente porque desta vez eles estão sem rumo, de uma facção a outra, onde uma surpresa os aguarda a cada esquina. Percebemos também como Tris amadurece, principalmente devido a toda dor que carrega consigo. Neste volume é onde ela está lidando com suas atitudes, aceitando suas decisões e moldando seu carácter.
"Parte de mim gostaria de apagá-los da minha mente, para que eu nunca precisasse sofrer por eles. Mas outra parte teme o que eu me tornaria sem eles."
Em Insurgente percebemos a magnitude da situação pela qual eles estão passando e que as pessoas mais próximas estão dispostas a nos trair com muito mais facilidade que imaginamos, assim como a perda de pessoas que nos conquistam se torna algo inevitável. Diversas vezes fiquei de boa aberta com o que lia, pois as surpresas foram do início ao fim. E uma das coisas que me conquistou em Divergente permanece, a graça da autora de colocar partes engraçadas em situações de tensão.
"- Está com a arma? - Pergunta Peter a Tobias.
- Não - diz Tobias. - Achei melhor atirar as balas pelo nariz, então deixei lá em cima.
- Ah, cala a boca."
Fazendo a resenha agora, percebo que continuo amando a série, porém de uma maneira diferente, mais madura. Principalmente porque percebemos que a história está evoluindo e também porque agora estamos entendendo o motivo por trás das situações.
"Agora, não há segurança alguma, exceto de que, seja para onde eu for, vou porque escolhi."
Meu exemplar de Convergente já está comprado e a caminho de casa, principalmente após esse final. Impossível ficar parada sem saber o que acontecerá em seguida.
"Quando a batalha finalmente termina, minhas roupas estão mais coloridas de tinta do que pretas. Decido guardar a camisa, para me lembrar do motivo original que me levou a escolher a Audácia: não foi por eles serem perfeitos, mas porque estão vivos. Porque são livres.
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