Resenhas - Neonomicon

Roberta 28/08/2012

Muito além do horror
Eu, sinceramente, ainda não sei o que dizer sobre essa obra. Eu sequer iria fazer qualquer comentário sobre ela agora, a única coisa que eu esperava é que fosse assustadora. Eu nunca li H.P. Lovecraft, dele só conheço as referências que outros autores fazem em suas obras, críticas e idolatrias ao mestre do horror e da ficção científica, o que talvez me torne uma herege por nunca ter lido um conto que seja. O fato é que devo ter perdido muito da HQ por não ter captado referências que não fossem explícitas e, mesmo assim, fiquei totalmente perturbada com essa leitura.

A história começa leve, de certa forma. É ambientada num lugar hostil, sombrio, uma pensão de subúrbio onde um agente do FBI faz sua investigação a paisana em situações precárias, nada fora do comum. As cores da ilustração de Jacen Burrows fazem jus à obra, totalmente obscuras, às vezes eu tinha a impressão de que a luz estava apagada, ou não era clara o suficiente, mas era mesmo a mão do artista fazendo o seu trabalho. E então a história toma um rumo bem perturbador mesmo e, por mais que se espere que da cabeça de Alan Moore inspirada em Lovecraft fosse sair algo totalmente assustador, a narrativa consegue superar as expectativas. Essa coisa me assustou mais que um filme de terror, e não sou muito fã de filmes de terror, nem nunca busquei o gênero na literatura, mas o nome Moore falou mais alto e não resisti ao ver o livro na prateleira... não posso dizer que gostei, nem que não gostei, mas não dá pra negar a genialidade da imaginação do barbudo e tampouco ficar indiferente a ela. Estou tentando digerir a coisa toda, e acho que vou ter pesadelos. Voltarei para avaliar essa peça quando tiver lido ao menos as referências de H.P. Lovecraft indicadas no prefácio dessa edição de Neonomicon.

Aos que se aventurarem com essa HQ, evitem fazê-lo antes de dormir.

Sumotinho 29/12/2022

Muito bom
Ainda tô meio em choque com a loucura que é essa história, então nem sei o que dizer. Mas é bem boa. E pesada também.

EduardoCDias 26/10/2021

Mais Lovecraft
Inspirada na obra de Lovecraft esses quadrinhos são assustadores. Uma dupla policial ao investigar alguns assassinatos descobre um grupo de amantes do escritor com rituais assustadores.

Diego Piu 18/04/2023

Confesso que não esperava metade do que encontrei aqui.

Muito bem escrito, afinal o Alan Moore não brinca em serviço.

Alguns pequenos Spoilers abaixo:

Ter visto o livro do Keneth Grant (Renascer da Magia) - que já li e tenho por aqui - com a mesma capa que é publicada aqui (pela Penumbra Livros) foi no mínimo divertido.

Embora eu não seja um profundo conhecedor de H.P. Lovecaft (li apenas um livro curto) e joguei um jogo de tabuleiro estilo RPG (inclusive há uma piada com relação a fãs de Lovecraf que curtem esse tipo de jogo). Não tive dificuldade de me ambientar na história.

Acho válido avisar que a história tem quadros bem fortes de violência (de vários tipos).

Particularmente tenho pavor das "criaturas" desse universo, mas me sinto pronto para começar o primeiro volume de Providence!

Renan Motta 02/11/2020

Rápido, impactante e R'lyeh
Lindamente perturbador. Pra quem é fã de lovecraft, isso cairá muito bem.

Obs: Agora entendi de onde saiu a inspiração para A Forma da Água. Se não for, as semelhanças seriam assustadoras

Felipe Mello 16/10/2020

Uma Declarada Carta de Amor.
O Primeiro arco em que se concentra na investigação do agente Aldo Sax é simplesmente formidável, uma vez que Moore utiliza maravilhosamente de sua consagrada narrativa detetivesca na medida em que cria uma intensiva tensão que vai aos poucos consumindo e conturbando a pisque do detetive conforme o roteiro explora os conceitos de linguagem que marcaram as obras de Lovecraft(o conceito da droga foi simplesmente brilhante!), como consegue dar sequência, de uma forma bem natural, no momento em que os rumos da investigação são continuados com outros protagonistas, pois, além de Moore brincar com as suas referências lovecraftianas, o próprio humilha o autor que tanto admira ao manifestar os seus problemas narrativos em suas obras e o racismo idiota que o consagrou em sua vida pessoal, visto que ao contrário da assexualidade excessiva dos livros de Lovecraft, Moore explora a demasiada carga sexual de sua HQ ao limite(ao limite mesmo). Porém, o quadrinho optou por uma equivocada decisão durante o seu terceiro ato que me retirou praticamente de sua densa narrativa, uma vez que as tolas conveniências de roteiro estragaram todo o potencial que poderia ter sido o seu tenebroso final. Uma pena!

Diego.Rates 19/08/2021

Uma história controversa e horrenda
Sobre o título, cabe ao leitor decidir se é mérito da obra ou demérito. A realidade é que aqui temos uma história bastante inspirada no terror Lovecraftiano, que se inicia bem, bastante sinistra e mais "sutil" e acaba se tornando um show de horrores que é apresentado de forma gratuita e com pouco propósito, tudo isso além das reações incompreensíveis dos personagens as situações que são submetidos.

Não recomendo a leitura, mas caso seja curioso, leia

Gárgula 31/03/2021

Neonomicon – a polêmica obra de Alan Moore
Retorno nesta leitura depois de anos
Reli Neonomicon, a polêmica obra de Alan Moore, depois de muitos anos. Como ganhei Providence de amigo oculto, por isso achei interesante voltar à obra onde Moore homenageou a obra de H. P. Lovecraft.

Publicado pela Editora Panini, com tradução e prefácio de Guilherme Braga, este quadrinho tem o roteiro de Alan Moore e a arte de Jacen Burrows. Dividida em duas partes originalmente, este volume reúne primeiramente os números 1 e 2 de O Pátio, para então compilar os volumes de 1 a 4 de Neonomicon.

O Pátio
A história começa com uma investigação federal tocada por um agente que se baseia na Teoria da Anomalia. Ele explica ainda no início como consegue ligar casos aparentemente sem conexão através de detalhes muito pequenos e insignificantes.

A investigação relaciona misteriosos assassinatos e leva o investigador a se deparar com o inimaginável. Tudo isso soa bem lovecraftiano e é inegavelmente uma belíssima construção.

Aqui temos uma história fechada, que já exige do leitor um pouco de atenção. Assim como Lovecraft nos apresenta sons que não são sons ou cores que não são cores, temos uma linha idêntica em Neonomicon, onde será apresentado ao leitor uma droga diferente de tudo o que ele imaginou.

Um enorme rol de referências
As referências feitas aos Mitos de Cthulhu são inúmeras e várias delas podem, por isso, passar despercebidas por muitos leitores. Neste ponto caberia um glossário explicando-as, como os que existem nas histórias do Hellboy no Brasil. Certamente ajuda muito quem lê.

Apesar disso, a história é repleta delas e vale aos mais curiosos procurar algumas das palavras negritadas como Aklo, Carcosa, Ulthar e Leng, por exemplo.

Neonomicon
A história começa após os acontecimentos nefastos de O Pátio. Agora, num tom mais moderno, sabemos até o nome do agente que narra os eventos da primeira parte: Aldo Sax.

O enredo segue bem, mantendo suas inúmeras referências e misturando o real com o imaginário. Mas Moore derrapa em uma sequência brutal de violência sexual. Deste ponto em diante a história, na minha opinião, perde o tom. A sutileza do horror indizível se torna a obviedade de uma visão deturpada. Como disse antes, não vai agradar a muitos e certamente não me agradou.

O que o enredo de O Pátio inegavelmente acerta, Neonomicon erra feio. Fica uma sensação de que por ser Moore quem é, isso lhe dá o direito de escrever o que quiser. Não acho essa premissa verdadeira e ele infelizmente perdeu uma chance boa de construir um excelente final.

Uma homenagem polêmica
Alan Moore é uma figura insólita por si só. Assinou alguns dos mais memoráveis quadrinhos de todos os tempos e que encontram-se na grande maioria das coleções mundo afora. Gênio da nona arte, sem dúvida alguma, infelizmente aqui ele erra na segunda narrativa. Poderia sim ter sido uma homenagem grandiosa à obra de H. P. Lovecraft, mas se perde em meio a exageros desnecessários.

Considerações finais
Em suma, o autor inegavelmente exagera na sexualidade brutal. Propositadamente ou não, choca e não vai agradar a todos, como não me agradou. Mas não descarto a leitura. Faça e vamos conversar. Neonomicon é certamente uma obra polêmica e Alan Moore sabia disso.

Veremos muito das piores facetas de Lovecraft como o racismo e os problemas com sexo, mas o que poderia ser apenas uma critica, acaba indo além. Irei ler Providence onde ele parece ter acertado – vamos ver.

Boa leitura!

Resenha publicada no blog Canto do Gárgula

site: https://cantodogargula.com.br/2021/03/30/neonomicon-a-polemica-obra-de-alan-moore/

Rafael 08/03/2022

Não é para todo mundo
Esta HQ tem recebido muitas críticas dos leitores por conta de alguns exageros na história, mas a mim não incomodou, universo Lovecraft com outra visão.

Laerte.Junior 26/10/2020

NEONOMICON
A lenda dos quadrinhos Alan Moore e brilhante ilustrador Jacen Burros trazem até nós um assustador conto de horror homenageando o cultuado escritor H.P. Lovecraft!

Brears e Lamper, dois jovens e pretensiosos agentes do FBI, investigam uma série de recentes assassinatos relacionados à última missão do agente Aldo Sax, outrora "queridinho" do Bureau e agora um assassino cumprindo pena num presídio de segurança máxima. Tudo indica que estão na trilha de algo medonho... mas nada no mundo poderia prepará-los para a insanidade e os horrores indescritíveis de uma cidadezinha chamada Innsmouth.

Cassia 05/01/2013

Confesso que peguei esta HQ pra ler com um pé atrás, afinal, vi algumas opiniões bem negativas sobre ela, principalmente centradas em um suposto "lado sexual" da obra. Pensei que fosse algo na linha de 'Lost Girls', que, pelo menos para mim, foi muito barulho por nada.

Porém, tive que dar o braço a torcer. Neonomicon é muito bom.

Usando como base a obra de H. P. Lovecraft, Alan Moore constrói uma história fascinante. Com maestria, ele cria um suspense onde os principais componentes da obra de Lovecraft estão lá, vivos, tão aterrorizantes quando na obra original.

Em um determinado momento da obra, uma das detetives que investiga o caso diz que ele "quase seria uma piada literária para iniciados". Também há citações, diretas e indiretas, a grandes autores de terror, como Ambroce Bierce e Arthur Machen, por exemplo. Também há várias referências místicas, como a já manjada ao famigerado Aleister Crowley. Mas, embora a leitura dos autores citados torne a leitura mais fascinante, ainda sim, não é indispensável. Talvez o não conhecimento possa tornar a leitura um pouco confusa às vezes, mas nada que impeça a sua leitura.

A dita parte sexual está completamente contextualizada, e nem é tão chocante assim. E, em determinadas passagens, era pavoroso ver o vocabulário 'cthulhuiano' vivo, sendo usado por pessoas comuns.

Só não dei nota máxima por causa da parte mística. Pelo menos para mim, há alguns anos, essa parte, nos textos de Moore, tem me deixado um pouco estressada, pois ele entra numa vibe metafísica completamente brisada, que faz com que a leitura se torne um pouco complicada (não no sentido de ser difícil, mas porque, muitas vezes, é trabalhoso encontrar coerência no que está sendo dito; reconheço que essa dificuldade talvez se dê por eu não ser uma pessoa muito inteirada nesse assunto). Em algumas páginas tive que ler algumas vezes o mesmo trecho até encontrar certa coerência no que estava sendo dito - e isso me irritou profundamente.

Este volume termina de uma forma intrigante, deixando o leitor ansioso por saber o que ocorrerá no próximo.

Nicole 25/03/2022

Insana!
Ainda em choque do quão maluca é a história dessa HQ. Não li muitos contos de Lovecraft ainda, apesar de ter vários em casa. Li essa HQ por indicação do meu namorado e estou passada da maluquice que é. Particularmente gostei, não AMEI a ponto de recomendar para todos pois tem passagens pesadas que causam incômodo. Gostei da leitura, mas reconheço que não é uma leitura para todo mundo.

André Aquino 06/03/2022

Lovecraft por Alan Moore.
Alan Moore transpondo o mundo de Lovecraft.
Roteiro e arte aqui se complementam, unindo-se em um só.

Gibizão.

andersongump 02/10/2020

O que acontece quando Alan Moore resolve "brincar" com o Universo de H.P. Lovecraft ?

Punheta de Cthulhu.

Bizarro e incômodo como deveria ser.