CrisIngrid 05/12/2016
MINHA OPINIÃO SEM DEIXAR RASTROS - HARLAN COBEN
Antes de qualquer coisa, gostaria de esclarecer que esse é o terceiro livro da série, se assim podemos chamar, de Myron Bolitar. Myron é um ex-jogador de basquete universitário, trabalhou para o FBI, é advogado, agenciador de atletas e amigo e sócio de Win, um rico empresário de finanças.
Embora a série tenha uma sequência cronológica de publicação, as histórias não tem uma sequência, a cada livro Myron tem que lidar com um caso novo. A única coisa sequencial na série é a personalidade de cada personagem, ou seja, você pode ler a série em qualquer ordem. Eu mesma comecei pelo nono livro e isso não me prejudicou em nada.
Mesmo no primeiro livro, Harlan não nos dá informações a fundo sobre o passado de Myron, mas a bem da verdade, Myron é tão encantador que você, mesmo querendo mais, se contenta com as informações que tem. A ironia, a inteligência, o sarcasmo e o humor são típicos do personagem, tornando-o extremamente carismático.
E não dá para falar de Myron Bolitar sem mencionar Windsor Horne Lockwood II, seu honrado (ou nem tão honrado assim) sócio e amigo. Win é tipo de pessoa que parece estar sempre posando para a capa de uma revista voltada a americanos brancos e ricos. Com seus cabelos loiros e meticulosamente penteados, as faces ligeiramente rosadas e com o rosto de traços marcantes e porcelânicos, Win tem exatamente a aparência que se espera de alguém chamado Windsor Horne Lockwood II: elitista, autocentrado e bunda-mole. Mas eu lhes garanto, bunda-mole ele não é. Win é completamente excêntrico e usa de subterfúgios para conseguir o que quer. Harlan, se quisesse, poderia construir inúmeras histórias tendo Win como protagonista, que fariam sucesso tanto quanto as do Myron. Resumindo: Win é amável tanto quanto Myron.
Em Sem deixar rastros, encontramos Myron levando uma vida completamente satisfatória. Sua empresa de agenciamento de atletas vai bem, já que conta com uma equipe de trabalho muito competente, mesmo ela se resumindo à ele, Win e Esperanza – uma ex-lutadora de luta livre. Seu namoro com Jessica está de vento em polpa e ele não pensa em nada diferente dessa realidade. Até que o passado decide bater em sua porta.
De repente surge uma oportunidade para que ele volte às quadras de basquete e mesmo afirmando piamente ter superado o fim abrupto de sua carreira – devido a uma contusão no joelho há 10 anos – ele fica abalado com a possibilidade. Mas as coisas ficam mais claras quando o detetive descobre que tudo não passa de uma fachada para descobrir o paradeiro de Greg Dowing, seu rival dos tempos da universidade, que agora é um astro do basquete e que está desaparecido.
Contando com a ajuda de Win e Esperanza, Myron terá que encarar alguns elementos do seu passado para descobrir o que de fato aconteceu com Greg. Isso o levará a um emaranhado de pistas que, sinceramente, não parecem se conectar até que o livro chegue ao fim. Fui ludibriada durante todo o livro para ser surpreendida com o final da trama. É adorável a forma como os fatos vão se entrelaçando no decorrer da história e, pelo menos pra mim, foi impossível desvendar o final.
Harlan, mais uma vez, se mostra um grande autor do gênero policial, conseguindo fisgar o leitor com essa história e fazer com que fiquemos de boca aberta com o desfecho da trama, onde ele sempre amarra as pontas soltas com maestria e te mostra tudo aquilo que não conseguia enxergar. Eu daria meu braço esquerdo para ver as cenas finais desse livro nos cinemas, ou então, numa série de TV. O autor consegue nos transpor para dentro da história com uma facilidade incrível e você se vê anestesiado com os acontecimentos.
Sensacional é o adjetivo que eu escolho para terminar a resenha de Sem deixar rastros, e só não dei cinco estrelas para o livro pelo simples fato de que quero deixar a quinta estrela para o décimo e último livro da série, do qual já ouvi inúmeros elogios e que provavelmente será minha próxima leitura.
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