Os enamoramentos

Os enamoramentos Javier Marías




Resenhas - Os enamoramentos


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Celso 21/11/2012

Os Enamoramentos
Qual é o estado de enamoramento? Tem algo a ver com namorar? É próximo de apaixonar? Sim, foram essas e muitas outras perguntas que fiz ao concluir a Os Enamoramentos do autor espanhol Javier Marías.

Javier nos leva ao mundo e diretamente pelo olhar de Maria, uma moça solitária que trabalha numa editora, a observar um casal que se encontra diariamente em um café frente ao seu trabalho. Observá-los torna uma obsessão, o que poderia ser desinteressante, a prende, segura e “disso provimos todos, produtos da casualidade e do conformismo, dos descartes e das timidezes e dos fracassos alheios, e mesmo assim daríamos qualquer coisas às vezes para continuar junto de quem resgatamos um dia de um sótão ou de um leilão, ou triamos à sorte nas cartas ou nos recolheu dos detritos, inverossimilmente conseguimos nos convencer dos nosso furtuitos enamoramentos, e são muitos os que creem ver a mão do destino no que não é mais de uma rifa de vilarejo quando o verão já agoniza...”(pag. 126)

Um pouco pessimista, mas talvez este olhar meio desatento é que faz nascer as paixões e acredito que seja esta a aposta de Javier ao escrever este romance muito interessante, às vezes, bem difícil de ler, por causa das inúmeras divagações da personagem principal, mas no fim, nos apresenta , meio de relance, como deve ser todo enamoramento.

Escrito em primeiro pessoa, algumas pessoas defendem que o autor poderia resumir um pouco mais a história, o que discordo. Falo isso, “dessas pessoas”, porque cheguei ao autor graças ao Círculo de Leitura da Cia das Letras que acontece aqui no Conjunto Nacional. O que me impressionou, aqui como pretenso escritor, é como em poucas ações esta obra foi construída e tantas subjetividades reveladas. E digo até, boas e poucas reflexões sobre amor, enamoramentos, morte, a temporalidade e a rapidez de nossa existência. O que torna um pouco cansativo, é que o autor, por muitos parágrafos e até páginas, se dedica a escrever sobre o que a personagem acha que os outros poderiam estar falando ou pensando sobre algo, nascendo assim uma verdade: nosso mundo é construído mesmo dentro da nossa subjetividade.

Recomendo a leitura, gostei muito, mesmo amargando em algumas páginas e querendo pular alguns capítulos. Bobagem, pois como disse, não acontece muita coisa, mas fazendo isso pode-se perder toda a construção lógica e literária do autor sobre este estado estranho de se enamorar por alguém. Portanto, compre, leia com calma e tente responder aquelas perguntas lá em cima ou outras, afinal para que serve prestarmos tanto atenção no mundo dos outros, como fazia Maria?

Mais em: www.blogdocelsofaria.blogspot.com
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Marilia Bonna 24/09/2019

A casa vazia ou o lugar do morto
Apesar do nome, apesar da capa, apesar de se tratar de uma longuíssima reflexão sobre o amor, a solidão, o esquecimento - não é um livro romântico: é mais desencontro que encontro, mais ausência que presença, mais falta que excesso. Não é, de fato, um livro romântico e, por isso mesmo, é um livro extraordinário: que fala do amor, esse tema tão cansado, de uma maneira inteiramente nova - de uma maneira real.

A narrativa gira em torno de uma ausência primordial, originária, representada no livro pela morte súbita de Miguel, o amor de Luísa: essa falta imprevista, esse lugar repentinamente vago, é o vazio que - diz Javier - tentamos preencher a vida toda, o lugar de um primeiro amor impossível - já que perdido no tempo, já que mítico -, o lugar daquele que partiu e que nunca fica ocupado de verdade, a não ser temporariamente, a não ser por um momento. É como se o amor, no fundo, fosse aquele jogo que as crianças da década de 80/90 conhecem como "racha-cuca", que tanto pode ser de números ou letras e cujo sentido está justamente no espaço vazio que permite a mobilidade das peças, está justamente em sua incompletude e no que nos escapa.

Além do tema do amor, "Os enamoramentos" tem outra coisa perigosa: a narração em primeira pessoa e, mais que isso, em primeira pessoa feminina - tendo sido escrito por um homem, o escritor espanhol Javier Marías, só posso supor que a escolha da voz feminina era imprescindível ao êxito da narrativa, a ponto do autor não abrir mão dela. De fato, a profundidade das reflexões, a sensibilidade com as perdas, a atenção aos detalhes, a consideração com o passado, a delicadeza da narração, cabem melhor - são mais verossímeis - numa personagem feminina, em María Dolz - a mulher que nos conduz aos labirintos do sentimento.

Labirinto, é disso que se trata "Os enamoramentos": narrativa cheia de entrecruzamentos, emaranhada - difícil da gente sair porque se distrai no caminho; porque se perde e se encontra tantas vezes; por pura dificuldade de partir dessa teia complexa que é o sentimento humano e das palavras, tão bonitas, do escritor espanhol Javier Marías. ❤
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Gabi 02/12/2023

Um romance escrito em formato de fluxo de pensamentos.
Em determinados momentos cansa, porque é longo, prolixo, vai longe, mas depois retoma o fio da historia e flui.
Achei um leitura bastante peculiar e de certa forma me lembrou Joan Didion, uma autora que gosto demais.
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Silvana (@delivroemlivro) 19/08/2013

Quer ler um trecho desse livro (selecionado pelos leitores aqui do SKOOB) antes de decidir levá-lo ou não para casa?
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Beatriz Aparecida Nogueira 19/08/2021

Sessão da tarde. Leitura despretensiosa. Para relaxar entre um livro mais penetrante e outro. A narração é feminina, talvez prenda mais algumas pessoas que outras, dependendo do estilo.
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Renata 07/11/2012

Minha opinião!
OS ENAMORAMENTOS

AUTOR – JAVIER MARÍAS
TRADUTOR- EDUARDO BRANDÃO
EDITORA – COMPANHIA DAS LETRAS
ANO DA PUBLIAÇÃO- 2012
4/5

Os Enamoramentos foi um livro que me ganhou pelo título, que nome eloqüente, deve ser uma história de amor dos mais clichês possíveis, isso pensei eu, e como adoro os amores clichês, me pus a lê-lo! Conhecemos a princípio o jovem Maria Dolz, que por volta dos seus trinta e poucos anos, trabalha em uma editora em Madri e cumpre o ritual de tomar o café da manhã em uma cafeteria próxima ao seu trabalho, todos os dias!

O ritual do café da manhã de María consiste também em observar um casal que faz as refeições matinais no mesmo café, Miguel Desvern ou Devern e sua esposa Luiza são para Maria uma espécie de amuleto da sorte. Um casal que a editora observa e se pões a imaginar como são felizes aqueles dois que se escolheram para amarem-se por toda a vida, então se Maria não os vês durante o seu café da manhã, o seu dia não vai bom! Eles quase nunca se falam a não ser um breve aceno de cabeça, ou um bom dia quase mudo.

“Nunca conseguimos estar seguros do que vai nos ser vital nem a quem vamos dar importância. Nossas convicções são passageiras e frágeis, até as que consideramos mais fortes. Nossos sentimentos também. Não deveríamos confiar neles.” (p.100).

O senhor Desvern sempre sai um pouco mais cedo, se despede de Luiza com um beijo singelo e a deixa no café, porém, da última vez que Luiza viu o marido, foi também a última vez que Maria o viu! Ele fora assassinado com 15 facadas, por um mendigo que o acusava de ter colocado as filhas no caminho da prostituição! Luiza só fica sabendo do acontecido dias depois, e ao voltar no café encontra Luíza que a convida para um chá em sua casa. Lá elas conversam ainda e, consternada pela perda do marido, Luiza confessa que também o casal observava Maria, e faziam suposições as seu respeito, da mesma forma que Maria fizera com o belo casal! Nesse rápido encontro Maria é apresentada a Javier, um velho e melhor amigo de Miguel que agora estava dando todo apoio para a viúva!

A trama se desenrola a parte desse encontro! A forma como o autor desenvolve a história é incrivelmente surpreendente! Maria deixa de ser uma mera observadora do casal e passa a ver por dentro as relações, conhecer as minúcias da morte de Miguel Desvern e o nome do livro não se justificou pelo que eu imaginava que fosse, e aí ta a grande surpresa para mim, do livro! As discussões filosóficas que envolvem a morte, a volta dos mortos, o lugar dos mortos nas relações, o que fazemos ou vemos por causa do enamoramento! Todo esse debate se dá permeado por referências literárias, que na visão de um dos personagens, justificam todos os meios para um fim maior! Os três mosqueteiros, MacBeth e O Coronel Chabert, este último inclusive acompanha esta bela edição, são usadas a todo o momento para justificar os fins!

“Nada mais tentador do que se entregar a outro, mesmo que só com a imaginação, e fazer nossos os seus problemas e submergir em sua existência, que por não ser nossa é por isso mesmo mais leve.” (p. 149).

O livro tem também um ponto baixo, que eu não achei que seria necessário. Por muitas vezes os personagens se reportam a fatos já narrados, como uma forma de lembra ao leitor o que foi dito anteriormente e eu achei isso um tanto cansativo na leitura! A escrita do Javier é incrivelmente fluida e chega a ter uma cadência bem gostosa, como se vocês estivesse lendo uma poesia, ou uma música! A trama me deixou muito curiosa pra chegar ao final e descobrir como teria fim essa história de que envolve amor, amizade, paixões controversas, ciúme, egoísmo e compaixão! O livro tem uma temática mais adulta, não quero dizer que seja impróprio para menos, só acho que é preciso um pouco mais de maturidade pra se entender tudo o que tratado no livro! Para quem gosta de entender os conflitos humanos, é um prato cheio!
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Christiane 09/01/2013

Quando me enamoro
Interessante que os personagens são Javier e Marías, como se fossem o lado masculino e feminino do autor. O autor nos conduz através de uma única voz, a de María, nos labirintos de uma pessoa enamorada por outro. O que podemos imaginar, deduzir, conjecturar sobre o outro, sem nunca saber a verdade, sobre o outro ou como este outro nos vê. São os desejos, as ilusões, a racionalidade, o que se espera apesar de não poder esperar. Pouco espaço a outra voz, e quando isto se faz é Marías quem conta, e existe também a possibilidade dele estar mentindo.
O livro dialoga com outros livros, principalmente com "O Coronel Chabert" de Balzac que acompanha o livro.
"revela passo a passo as armadilhas de toda ficção. O desejo íntimo de acreditar naquilo que é narrado, bem como o impulso de preencher com a própria fantasia o que se ignora". Estamos sempre fazendo isto, mesmo quando o outro nos fala, o captamos com a nossa subjetividade. Sempre faltará algo, há sempre um resto em qualquer dialogo.
O livro lembrou-me um pouco Machado de Assis - Dom Casmurro, onde a dúvida permanece e não sabemos pelo autor se Capitu traiu ou não.
Javier Marías através de sua personagem Marías nos leva ao encontro do que é mais real em um enamoramento, aquilo que realmente pensamos ou desejamos, chegando ao cruel, que se faz através de palavras ou de atos. Quando amamos outro que ama outro, no fundo desejamos eliminar este outro, alguns o fazem, outros só o falam, e isto remete ao inconsciente infantil, onde desejamos a morte do irmão(ã), ou do genitor que concorre conosco por aquele a quem desejamos, e isto se mantém, repetindo em nossas vidas, seja em pensamento ou em ato. Os Enamoramentos é uma descrição do real de se estar apaixonado.
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Vivi 23/08/2018

O livro começa com divagações muito interessantes sobre a vida e relata, também, um assassinato com outros pensamentos filosóficos. Adorei
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DIRCE 03/08/2017

Crime e motivações
Mais um livro do Javier Marías que me surpreende agradavelmente. A capa? Chega a ser uma covardia de tão linda e convidativa. O romance em si? Eu, por ter lido alguns comentários e considerando às leituras anteriores que fiz do escritor, não esperava por uma love story , mas , vamos combinar : os poetas e escritores que cantam ou cantaram o Amor, diante desta obra, chorariam lágrimas de sangue, uma vez que é possível entrever o pragmatismo dos relacionamentos.
Bem o livro é dividido em quatro partes. No início da primeira parte, assim como María Dolz ( a narradora) , fiquei embevecida com casal Luiza e Miguel.Todos os três, anos a fio, frequentaram uma mesma cafeteria, e a visão do casal era para María Dolz como uma brisa fresca que a abastecia para enfrentar o seu extenuante dia de trabalho. Porém, como não há bem que sempre dure, ocorre uma tragédia e Javier Marías passa a abordar a ausência, a falta, e ele o faz com tamanha propriedade que quem vive ou viveu um luto recente ,com toda certeza, teve uma sensação semelhante a minha: Céus, Javier Marías espelhou-se na minha alma .
Na segunda parte, vemos o envolvimento de Marías Dolz com Díaz- Varela , este, amigo do casal Miguel e Luiza . Só que Não. Um Não nos revelado por meio da voz de Dolz, porém as ações, citações de literaturas clássicas que servem para embasarem as justificativas de crimes são de Díaz- Varela , citações que também servem para que ele defenda que, com o passar do tempo, do causador de lágrimas e sofrimentos nada mais resta do que uma lembrança que, por sinal, pode ser bem incomoda. E é nessa segunda parte que Javier Marías se incube de nos puxar o tapete - nos deparamos com o inesperado.
O inesperado continua a acontecendo na terceira-parte: a motivação do crime. A partir daí fica uma espécie de VOCÊ DECIDE. Mas seja qual for a motivação é espantoso constatar que não houve o menor pudor moral, uma ínfima culpa nem pelo crime cometido tampouco pelo pobre flanelinha.
Javier Marías parece não querer se pacificar com minha pessoinha , pois na quarta parte promove um encontro em Marías Diaz e Ruibérriz de Torres . Pronto – uma nova reviravolta , e, para terminar o romance, ocorre nada mais nada menos que o encontro da Marías Diaz com o novo e apaixonado casal.
Peço desculpas se passei a impressão que Os enamoramentos trata-se de um livro que nada ensina, muito pelo contrário. O crime e motivações permite uma leitura estimulante e reflexões profundas - em se tratando de Javier Marías não poderia ser diferente.
Wagner 04/08/2017minha estante
Excelente. Parabéns.


DIRCE 04/08/2017minha estante
Obrigada, Wagner.




Gláucia 31/12/2014

Os Enamoramentos - Javier Marías
Maria é uma editora solitária que todos os dias toma seu café da manhã numa cafeteria onde costuma observar um casal que também frequenta o local. Ela se delicia em testemunhar essa união que a ela parece perfeita, cheia de sintonia, amor e cumplicidade. Um dias os dois desaparecem e Maria descobre que o marido (Desvern) foi assassinado deixando a esposa (Luisa) sem rumo com seus dois filhos.
O livro é dividido em 4 capítulos e foi uma leitura muito cansativa, se resumindo a narração contínua, quase ininterrupta dos sentimentos dos personagens envolvidos.
Tinha acabado de ler O Coronel Chabert de Balzac, cujo tema inspirou essa história: os mortos devem permanecer mortos a fim de que não interfira na vida de quem ficou. Quem tiver interesse em ler essa obra, assim como Os Três Mosqueteiros, deverá pular algumas partes de Os Enamoramentos, a não ser que não se incomode com spoilers.
Apesar da referência ser o livro do Balzac a trama me lembrou de certa forma o filme Ghost (não a parte sobrenatural).
Michelle Gimene 14/01/2015minha estante
Sério que você não curtiu? É um dos que tenho mais expectativas! (o que pode ser bem ruim...). Veremos.


Gláucia 14/01/2015minha estante
Mi, leitores que eu admiro muito amaram, acho que tem que ler pra saber pois isso é sempre muito individual.




Alê 12/06/2013

Um novo clássico
Olhe para a capa e para o título e você vai pensar que ele é livro romântico, mas não. Ele não é. Embora que faça uma alusão ao quanto que podemos ir para termos o que queremos, no caso, o amor de alguém.
O mais importante nessa obra, pode-se dizer, é a dualidade entre a vida e morte. Será que quem está morto pode voltar? Não digo fisicamente, mas na memória de quem sente saudades e etc.
A dúvida é algo que também circula entre os personagens. Por fim, vemos que para se ter um amor, se é capaz de tudo.
Fato é que temos um livro clássico, não sei se vai vingar, mas é incrível. Uns podem achar cansativo, mas no fim, acho que vão se sentir reconfortantes por ter terminado essa obra.
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Gloria.Regina 10/04/2017

Os Enamoramentos
Uma ótima história narrada por um dos personagens. Um único ponto de vista torna a narrativa interessante. Linguagem refinada, muitas referências literárias. Para quem aprecia boa literatura.
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Carolina.Carvalho 14/09/2015

Os enamoramentos
Gostei do livro. Cada história de amor aborda uma vertente da personalidade humana . Denso. Profundo. Além disso traz uma pouco de romance policial, que muito me agrada.
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