Os enamoramentos

Os enamoramentos Javier Marías




Resenhas - Os enamoramentos


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PEDRO 16/02/2013

Moral, Ética vs. Amor e Obsessão.
Uma estória deliciosamente bem escrita. O livro aborda, no fim, uma questão que atormenta a humanidade desde sempre: até onde vão os limites morais e éticos quando confrontados com o amor verdadeiro, ou mesmo uma obsessão amorosa? Vale muito a pena a leitura.
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Gloria.Regina 10/04/2017

Os Enamoramentos
Uma ótima história narrada por um dos personagens. Um único ponto de vista torna a narrativa interessante. Linguagem refinada, muitas referências literárias. Para quem aprecia boa literatura.
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Mariana.Abreu 12/02/2016

Interessante
Curioso, diferente, instigante, pouco previsível
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Sebo Por Todo C 12/12/2015

QUANTAS VOLTINHAS
A não ser por O INVENTOR DA SOLIDÃO de Paul Auster, não lembro de outro livro em que eu tenha destacado tantos trechos como em ENAMORAMENTOS. Grandes sacadas, fina ironia, algumas verdades como essa:

"parece que sempre é cedo demais para pôr fim às coisas ou às pessoas, nunca vemos o momento oportuno, aquele em que nós mesmos diríamos: 'Chega. Está bom. Já basta, melhor assim. O que vier de agora em diante será pior, uma deterioração, um rebaixamento, uma mancha'. Nunca nos atrevemos a tanto, a dizer 'Este tempo passou, apesar de ser o nosso', e por isso não está em nossas mãos o final de nada, porque se dependesse delas tudo continuaria indefinidamente, contaminando-se e sujando-se, sem que nenhum vivo jamais passasse à condição de morto."

Um certo encantamento que não chegou ao enamoramento (mas bem perto) acompanhou minha leitura até quase a metade do livro.

Só até a metade do livro?

Pois é.

Para que tudo fique claro, vamos aos acontecimentos.

Estamos em Madri e fazemos companhia à Maria Dolz enquanto diariamente admira o que para ela é o "casal perfeito". Avistar o par apaixonado no café da manhã se torna para Maria Dolz quase uma obrigatoriedade: sem esse encontro "da paisagem matinal deles", o dia lhe pareceria menos suportável.

A observação diária e solitária se passa na cafeteria em que o empresário Desvern e Luísa tomam seu café da manhã . A vida do casal é imaginada por Maria Dolz tendo por base pequenos indícios, suficientes para dar cor e sabor ao seu cotidiano enquanto cumpre a jornada diária como editora de literatura. Ela não encontra satisfação no trabalho, acompanhando autores por ela considerados egocêntricos, infantis e outras qualificações pouco glamorosas.

A narrativa se impõe criando a tensão necessária para o encadeamento do enredo: Desvern -- o marido apaixonado e correspondido -- é assassinado por um guardador de carros em um ataque alucinado enquanto o agressor acusa o empresário de ser o responsável pela prostituição de suas duas filhas (uma semana antes esse mesmo homem havia agredido o motorista de Desvern, sem maiores consequências).

Luísa, inconsolável e depressiva após a morte do marido, recebe as condolências da não mais desconhecida Maria Dolz. Ao aceitar o convite para visitar Luísa em seu apartamento, conhece o melhor amigo de Dasvern, o charmoso Díaz-Varela de quem acaba se tornando amante ocasional.

Quem nos relata os acontecimentos é Maria Dolz. A princípio o texto se alonga em conjecturas e possibilidades, estendendo-se em exercício literário interessante. Porém, passadas as primeiras cento e oitenta páginas o que antes era recurso literário se transforma em travessia amarrada, cada parágrafo alongando-se em considerações intermináveis, a frase seguinte como um pequeno prolongamento do que a anterior havia afirmado, deixando o leitor sem esperança de um texto sem tantas voltinhas.

Maria Dolz, a voyer solitária, não apresenta desenvoltura como personagem e não provoca empatia. Ao contrário.


O empresário Desvern e Luísa, personagens encantadores, são massacrados para não mais representarem nestas páginas a felicidade ou esperança e não são substituídos na função de trazerem o otimismo ao cotidiano de Maria Dolz -- e nem ao nosso, pobre leitor que chegou esgotado às últimas páginas do livro.

Trecho Predileto, primeira página, primeiro parágrafo.

"A última vez que vi Miguel Desvern ou Deverne foi também a última vez que sua mulher, Luísa, o viu, o que não deixou de ser estranho e talvez injusto, já que ela era isso, sua mulher, e eu, ao contrário, era uma desconhecida e nunca havia trocado uma só palavra com ele. Nem sabia seu nome, só soube quando já era tarde, quando apareceu sua foto no jornal, esfaqueado, a camisa quase despida, e a ponto de virar defunto, se é que já não fosse para sua consciência ausente que nunca mais voltou: a última coisa de que deve ter se dado conta foi que o esfaqueavam por equívoco e sem motivo, ou seja, imbecilmente, e além do mais várias vezes, sem salvação, não uma só, mas com vontade de suprimi-lo do mundo e expulsá-lo sem mais demora da terra, ali e então. Tarde para quê, eu me pergunto. A verdade é que não sei. É que, quando alguém morre, pensamos que já ficou tarde para qualquer coisa, para tudo -- ainda mais para esperá-lo --, e nos limitamos a dar baixa nessa pessoa. Assim também com nossos achegados, embora nos custe muito mais e os choremos, e sua imagem nos acompanhe na mente quando caminhamos pelas ruas ou em casa, e acreditemos por muito tempo que não vamos nos acostumar. Mas desde o início sabemos -- desde que morrem -- que já não devemos contar com eles, nem para a mais ínfima das coisas, para um telefonema trivial ou uma pergunta boba ('Lembrou de deixar a chave do carro?', 'Que horas mesmo as crianças saíam hoje?'), só por perguntar, por nada. Nada é nada. Na realidade, é incompreensível, porque supõe ter certezas, e isso vai de encontro à nossa natureza: a certeza de que alguém não vai mais vir, nem falar, nem dar um passo, nunca mais -- nem para se aproximar nem para se afastar --, nem olhar para nós, nem desviar a vista. Não sei como resistimos a isso, nem como nos recuperamos. Não sei como por vezes nos esquecemos, quando o tempo já passou e nos afastou dele, que ficaram parados."

site: http://trechoprediletoliteratura.blogspot.com.br/
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Carolina.Carvalho 14/09/2015

Os enamoramentos
Gostei do livro. Cada história de amor aborda uma vertente da personalidade humana . Denso. Profundo. Além disso traz uma pouco de romance policial, que muito me agrada.
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Julio Cesar 30/01/2015

Perigos do encantamento
Livro denso não no texto em si, mas pelo andamento das situações. As cenas, que, como numa armadilha você é enlaçado, não sabe como escapar. Ou se sabe, tenta justificar-se como apenas uma vitima do que não soube mas poderia ter evitado. Do quanto somos levados por situações que foram terrivelmente manipuladas sem nos darmos conta disso. Na obra, os personagens são vitimas ou de si mesmo ou de quem os rodeia. Excelente.
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LaraF 04/11/2012

a narrativa é ótima e a historia envolvente. a personagem/narrador mostra os fatos de acordo com seu ponto de vista, inclusive, criando diálogos que se passaram somente em sua mente..a historia contada gera duvidas (sera que tudo aconteceu como esta descrito?)..o autor nos instiga a querer certos desfechos mas, surpreende sempre.. ;)
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