peregrinaverso 02/05/2024
?Chame de sublimação; ele mesmo chamava assim - mas a luta?
? dava sentido à sua vida.?
Acho que esse foi um dos livros que mais me deixou CHOCADA a cada novo desenrolar e que nunca, em nenhum momento, deixou de me surpreender.
Havia momentos que eu não entendia o que estava acontecendo ou para onde a história estava indo, mas aí vinha um desenrolar e eu percebia que a escrita não estava difícil ou confusa, estava apenas cumprindo o seu próprio de me deixar MALUCA, criando um milhão de teorias e indo para o caminho errado, me ENGANANDO, tal qual enganava aqueles personagens que se achavam muito espertos! E, voltando as páginas, relendo as passagens que achei que tinha deixado alguma coisa passar, lá estava: a resposta escancarada o tempo todo e eu me DEIXEI ser enganada.
Sério, que loucura foi essa trilogia!
Personagens diversos, cheios de particularidades e nuances e todos eles encantam, pois são únicos em seus trejeitos e falas. Cada um cumpre seu propósito com maestria e é difícil passar por algum período sem ter se apegado em alguém. Deixo destaque para Salvor Hardin, Bayta e Arcádia e, claro, Seldon, que se tornou uma entidade tão sólida que muitas vezes me pegava questionando se ele não era uma figura real, que tinha existido em nossa realidade.
Foi uma experiência maravilhosa ler esse clássico, com uma escrita que muitas vezes, me via suspirando em admiração de tão primorosa. Traz grandeza em palavras descritivas e adjetivos tão adequados em certas descrições de planetas e da infinidade da galáxia que me sentia boba ao me deparar com toda genialidade de Asimov.
Livros cheios de críticas à sociedade, com paralelos que cabem até os dias de hoje e que explora muito bem a ficção científica e mostra porque é referência no gênero e se tornou um clássico. É impossível ler e não gostar, não se ver envolvido, não torcer e se contorcer lendo. A escrita é muito gostosa de ler, fácil de assimilar, há vários diálogos explicativos, mas que não soam expositivos, todo recurso narrativo é usado com primor e no fim, o saldo é da mais pura satisfação de ter embarcado em uma história tão impecável e maravilhosa.
A tecnologia arremete a uma estética de retrofuturismo clássico, com a energia atômica como centro, uma pegada bem anos 50 e, ainda assim, os livros não soam datados em nenhum momento. Há certos padrões de comportamento presentes que refletem a sociedade da época, mas são pontos mínimos e fáceis de ignorar frente à grandeza da obra; não atrapalham em nada a imersão nessa maravilhosa odisseia espacial.
Trilogia impecável, cada livro é melhor do que o outro e merece perpetuar na história não só como clássico da ficção científica, mas como uma das melhores releituras da história da humanidade.