Desonra

Desonra J. M. Coetzee




Resenhas - Desonra


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Gabriela3420 05/10/2021

Desonra
David Lurie é um professor universitário de 52 anos, que mora na Cidade do Cabo, e tem sua vida completamente mudada após ter um caso com uma de suas alunas, 30 anos mais jovem. Ele perde o emprego e decide ir para o interior do país, morar na fazenda de sua filha, Lucy. Neste local ele entra em contato com a África do Sul profunda, ainda muito ferida pelo Apartheid, que aparentemente tem suas próprias regras e costumes.

PONTOS POSITIVOS: a escrita desse autor é magistral ! O livro é bem curto e flui muito bem, eu me peguei passando as páginas sem nem perceber.

PONTOS NEGATIVOS : eu não tive uma boa experiência de leitura porque não me apeguei aos personagens, faltou da minha parte a capacidade de sentir empatia por eles... em outras palavras: peguei ranço de David e Lucy.

Recomendo a leitura pra quem gosta de livros que abordam moral, ética e a hipocrisia da sociedade.
Krishna.Nunes 10/10/2021minha estante
Se você considera a falta de empatia com David e Lucy um ponto negativo, então não entendeu bem o livro. Pois esse era precisamente o objetivo do autor, um homem detestável e uma mulher incompreensível. Se seu sentimento por eles foi "ranço", então o texto provocou exatamente a emoção que buscava.




Higor 18/09/2021

"Lendo Nobel": sobre o declínio e queda de um homem
Se pensar em livros ambientados na África leva o leitor, automaticamente, a pensar em segregação racial, fome, miséria e contraste entre este e outros continentes ou países, Coetzee nos brinda ao contar histórias em um cenário diferente, o que pode sim, causar estranhamento em pessoas com estereótipos definidos, mas que logo caem por terra diante da magnitude de suas histórias.

Vencedor do Man Booker de 2000, e um dos que catapultaram o autor para que abocanhasse, em 2003, o Nobel de Literatura, "Desonra" é um livro de choques, que causa desconforto até ao mais acostumado dos leitores em livros densos ou com uma carga dramática pungente.

De maneira simples, porém cirúrgica e precisa, Coetzee narra a história de David Lurie, um professor universitário insatisfeito com sua vida monótona, afinal, é divorciado, seus alunos não se importando com seus ensinamentos e ele, por fim, gasta seu dinheiro semanalmente com uma prostituta de luxo.

O que poderia se manter como algo rotineiro, porém satisfatório, muda de rumo e se torna a ruína de Lurie: o professor começa a se envolver com uma de suas alunas. O que parece se o tema do livro, e que irá sustentar a narrativa por suas mais de 200 páginas, as questões de ética, moralidade, profissionalismo, violência, abuso sexual e autoritarismo masculino são apenas algumas dos tópicos levantados, pois logo a universidade, o local de trabalho do protagonista, sai de cena, e viajamos junto a ele para a zona rural da África do Sul.

O que era para ser um refúgio de Lurie, a visita a sua filha lésbica, Lucy, a viagem se torna um tormento e apenas intensifica o declínio e queda de um homem tão imponente, sério, importante e respeitado como David Lurie. Não vou me ater a mais detalhes da história, ainda mais nessa segunda parte, mas embora inesperado, o rumo que a história é conduzida apenas leva o leitor a reflexão sobre diversos assuntos, dos mais variados, mas que faz com que cada um deles seja revisto, repensado e mude seu conceito de até então.

Apesar de bem sucedido em tratar de tantos temas sem deixar que o livro, necessariamente, fique cheio de temas ou que cada uma das nuances sejam abordadas de maneira rasa, o grande ponto, em minha concepção, é trazer não uma África sofrida, morta de fome e com problemas sociais. Embora seja uma realidade, foi incrível ver sua África desenvolvida, bonita e com suas consolidações.

Logo, o livro deixa de ser ou tratar assuntos regionais, para balançar o leitor de qualquer lugar do mundo ao mexer com feridas que assolam o mundo como um todo. São problemáticas que dizem respeito não somente à África, mas a qualquer canto do globo, seja o Brasil, a África do Sul, os Estados Unidos, independente se é país de desenvolvimento e/ou subdesenvolvimento.

Cru, visceral e preciso, "Desonra" é o exemplo vivo de que não importa quão consolidado seja um império, ele está fadado ao fracasso e ruim, dependendo de suas condutas. David Lurie, no caso, é apenas vítima de si mesmo.

Este livro faz parte do projeto "Lendo Nobel". Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
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Ana 06/09/2021

Este livro mostra a evolução de um professor universitário, que após ter um caso com sua aluna é acusado de estupro e devido às suas próprias convicções recusa toda e qualquer ajuda de manter seu cargo.
Ao longo do livro percebemos como tudo o que ele acreditava mudou, após conhecer novas pessoas e após um episódio traumatizante. É interessante notar que as mesmas convicções que o fizeram ir para esse caminho, no final já não significam nada, pois ele se "rebaixou" a tudo aquilo que nunca imaginou
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Lu 04/09/2021

Revoltante
J. M. Coetzee construiu perfeitamente o personagem principal mais nojento e repugnante que eu já li.

David Lurie, um homem na casa dos 50 anos que se vale de sua posição de professor universitário pra abusar de uma de suas alunas, de 20 e poucos anos, dizendo ser impossível de controlar seus desejos e acreditando que está certo ? Por causa disso ele é denunciado, vai a julgamento, acaba pedindo demissão e foge do escândalo indo passar um tempo na fazenda de sua filha no interior, onde passa por coisas horríveis junto com ela.

Lurie passa o livro inteiro nos mostrando o quão machista é, falando de todas as mulheres - inclusive de adolescentes - como se fossem objetos que estão ali somente para servirem aos homens, suas descrições das mulheres são nojentas e revoltantes.

O livro, apesar de ser uma leitura fluída, com linguagem simples e direta que eu gostei muito, me causou revolta e sentimentos ruins do começo ao fim, seja pelos pensamentos racistas e absurdamente machistas de Lurie ou pelas atitudes e decisões sem muito sentido ou explicação de todos os personagens.
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Cris609 31/08/2021

Precisamos debater o machismo!
Um linguagem simples unida a um tema complexo. O livro traz a naturalização de um pensamento que há muito já devida ter sido extirpado da sociedade. Um personagem principal que causa nojo, extremamente machista, usando de sua relação de poder para abusar de quem quer lhe cause desejo. Tratado mulheres como se fossem mero banquete a seu dispor. Ironicamente, ele passa todo enredo indignado por crimes, iguais ao seu, que outros perpetraram. Esse livro nos instiga a olhar para o espelho e ver se os nossos pecados não são os mesmos daqueles a quem julgamos. É uma história que, com uma simplicidade brutal, desperta em nós as piores emoções.
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Rodrigo 26/08/2021

Desconforto necessário
A melhor palavra para descrever ‘’Desonra’’, além do próprio título, é desconforto. David Lurie, um professor universitário que anda meio insatisfeito com a vida, tem um caso com uma aluna e é acusado de assédio sexual, o que o faz ser demitido. É aí que a trama realmente começa, no momento em que pensamos que conhecemos o protagonista, e este age de maneira completamente inesperada. É assim o livro todo, inclusive com outros personagens e suas situações, como o estupro da sua filha, ou o misterioso fazendeiro Petrus. Não sabemos o que exatamente está acontecendo. Há sempre alguma dose de mistério e de desconforto no ar. O que é ao mesmo tempo bom e necessário para o propósito da obra. Mas os cachorros sacrificados e depois incinerados por Lurie recebem amor e carinho no momento derradeiro. Não merecem a desonra de terem uma morte indigna. Nem mesmo Lurie permitiria isso, porque ele vê neles os reflexos de suas próprias inquietações, como a proximidade da morte e a consciência do fim inevitável.
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Thali 24/08/2021

Difícil de engolir
O autor conta a história de um professor universitário na faixa dos 50 anos que se "envolve" com uma estudante de 20 e poucos anos e daí pra frente é só ladeira abaixo. É difícil escrever sobre esse livro. Apesar de uma leitura rápida e fluída, não foi uma leitura fácil, desde o início. Por vezes me peguei inconformada com as decisões dos personagens, que são muito bem construídos. Foi difícil pra mim lidar com o personagem principal, difícil gostar dele (mérito do escritor por construir tão bem o personagem), me deixou extremamente incomodada sua relação com as mulheres, a forma como enxerga elas como objeto. Me deu repugnância a forma como ele fala da Bev, como fala da Melanie e acho que principalmente da Desirée. O livro toca em assuntos como desejo, envelhecimento, racismo, machismo, submissão, relações de poder,etc.
Enfim, ainda estou processando, em uma relação de amor e ódio com o livro rs. O autor escreve muito bem e me deixou com uma baita sensação de mal estar.
Lu 04/09/2021minha estante
Nossa, concordo totalmente!
Acabei de ler ele agora e vim procurar resenhas pra tentar entender o que esse livro me causou e acho que tu descreveu perfeitamente o que eu senti.




Aegla.Benevides 20/08/2021

O poder de gerar empatia
Recentemente, finalizei a leitura de Desonra, o romance mais conhecido do autor sul-africano, ganhador do Nobel da Literatura, J. M. Coetzee. Eu diria que é um livro que fala, sobretudo, acerca da empatia e dos diferentes pontos de vista sobre as coisas que acontecem em nossa vida.

O que mais me chamou atenção foi o fato de Coetzee ser um autor que consegue causar um desconforto necessário durante a leitura. Ao longo das páginas, você cria e ?descria? identificação pelos personagens, às vezes aprovando suas atitudes, às vezes sentindo um ódio mortal pelas escolhas que eles fazem. Tudo isso porque possuímos opiniões diferentes das deles ? como na vida real, a divergência de pontos de vista pode causar grandes estragos.

Ao mesmo tempo que gera esse desconforto no leitor, fazendo-o refletir sobre os próprios pensamentos durante a leitura (em diversas vezes me peguei pensando: ?mas por que essa personagem me irrita tanto?? e descobri que o ?problema? estava em mim e na minha intolerância), Coetzee traz uma excelente ambientação histórica no enredo, com questões sutis que devem sua justificativa a motivos maiores, que só são identificados depois de mais de uma leitura (ou, como foi no meu caso, depois da reflexão e de pesquisas sobre o livro).
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Eduardo 18/08/2021

Escrita feita de socos
Um trabalho de economia. Frases curtas que deixam os significados nas entrelinhas e nas metáforas. Há algo de inacessível em todos esses personagens. Quem a gente consegue chegar mais perto em toda essa história é do protagonista. E mesmo assim suas ações se mostram incoerentes e imprevisíveis. É como se cada um deles estivesse lutando contra si e contra uma realidade maior... algo que não pode ser vencido. Mais cedo ou mais tarde, vão se render. Como os animais prestes a serem sacrificados. No final das contas, esse é o fim de tudo mesmo.
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Ana Paula 16/08/2021

Meu Deus que desgraça esse livro!
O professor protagonista é um velho nojento de meia idade que se vale de sua posição na universidade e se envolve com uma aluna. Posteriormente, acusado de assédio sexual e expulso da cátedra vai passar uma temporada com a sua filha, que vive numa fazenda em algum lugar da África do Sul.
Enquanto estão na fazenda, são assaltados e sua filha é violentada por 3 homens e ele se vê impotente diante da situação
É tragédia após tragédia. O personagem principal é deplorável, no entanto o livro é muito bem escrito, inclusive ganhou o Nobel de literatura em 2003.
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arthur966 06/08/2021

vai ficando cada vez mais difícil, bev shaw lhe disse certa vez. mais difícil, mas mais fácil também. a gente se acostuma com as coisas ficando mais difíceis; a gente acaba não se assustando mais quando o que era o mais difícil do difícil fica ainda mais difícil.
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Rafael.Gomes 01/08/2021

Cachorro
Muito mais do que a história pessoal. A história de um ?povo?. O fortíssimo choque de culturas e a submissão. Nada fácil. Vale a leitura.

Trecho:

- (?) talvez seja um bom ponto para começar de novo. Talvez seja isso que eu tenha de aprender a aceitar. Começar do nada. Com nada. Não com nada, mas? Com nada. Sem cartas, sem armas, sem propriedade, sem direitos, sem dignidade.

- Feito um cachorro.

- É, feito um cachorro.
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Razuki 17/07/2021

Quantos conflitos...
Estou intrigada com essa narrativa e acho que ficarei muito tempo com essa história corroendo minha memória emocional. Tudo parece errado, frio, selvagem até e mesmo assim não consegui largar o livro, se alguém tivesse me contado quais eram os conflitos eu não teria lido.

Achei a escrita bem fluida, mas muito solta também, as histórias foram contadas pela metade ou simplesmente não contadas. Tive dificuldade de me situar no contexto histórico.

Os personagens são odiosos, as decisões que eles tomam não me parecem nada racionais nem p/ uma ficção, mas mesmo assim me prendeu a ponto de sonhar com o que li.

Não sei se gostei, mas também não desgostei.

"Afeição pode não ser amor, mas é ao menos prima-irmã do amor."

"Eu não tenho lirismo. Sei amar bem. Mas mesmo quando estou apaixonado não canto."

"Acredito que se possa castigar um cachorro por uma coisa como roer um chinelo. O cachorro aceita a justiça de uma coisa dessas: uma surra por um chinelo roido. Mas desejo é outra história. Nenhum animal aceita uma justiça que castiga porque você obedeceu seus instintos."

"(...) se não sarando pelo menos esquecendo, desenvolvendo uma cicatriz em volta da lembrança daquele dia, encobrindo, lacrando a lembrança."
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Gabi Guerra 09/07/2021

A carne da desonra
Um livro que garantiu a Coetzee o Nobel, escritor sulafricano vencedor do booker prize (prêmio inglês).
Coetzee da voz à Desonra por meio de David Lurie, um acadêmico urbano com quedas por mocinhas mais novas e que cai em desgraça após um escândalo se revelar.
David larga o academicismo e resolve visitar a filha Lucy no interior da África do Sul. Lá ele se choca com outra realidade, bastante distinta da vida na Cidade do Cabo.
David não é um personagem fácil de se gostar. Ele é asqueroso, triste, arrogante... mas, acaba vivenciando um evento tão traumático junto à filha que passa-se a ter um pouco mais de empatia por ele (eu, pelo menos).
Lucy é o oposto do pai, prefere o campo, os animais, a simplicidade e a bondade no geral. No entanto, é tão teimosa quanto ele - ou mais.
Desonra mostra o estranhamento de uma parte branca urbana da África do Sul com os hábitos e cultura dos africaners de origem negra. As diferenças vão além de dialetos, trajes e comidas mas, essencialmente, em termos de valores.
A leitura flui bem, o autor tem passagens irônicas muito bem construídas e leves, o que facilita a digestão de alguns pontos moralmente dúbios. No entanto, a partir da metade do livro, mais ou menos, mesmo com uma escrita fluida, a leitura se torna mais pesada.
Gostei muito da relação que Coetzee, vegetariano, constrói com os animais. David passa a sofrer uma forte transformação e é por meio da vida animal que isso se torna mais claro. Há um paralelo entre vida animal e vida humana muito rico.
O livro é curto e vale a leitura sim, mas prepare-se para gatilhos e um final bem pé no chão. A fantasia não reina nessa história.


site: https://www.instagram.com/p/CQcI-dCjQPi/
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Alesson0 07/07/2021

Leitura fenomenal. Coetzee é um mestre na narrativa, pois ao conduzir o leitor pela ótica de um personagem, consegue evidenciar os conflitos sociais de uma África do Sul pós apartheid (mesmo sem assumir um compromisso estritamente histórico com esse fato). Fluidez, tensão, surpresa e reflexão são apenas algumas das características dessa obra que deve ser (re)visitada.
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