Galáxia de Ideias 02/05/2017
Resenha
Emilie de la Martinières era descendente de uma família francesa importante e influente, e cresceu disputando o amor da mãe com festas e objetos caros, e o único por quem tinha verdadeira adoração, Éduoard, seu pai, morrera em sua adolescência. Para fugir de toda a riqueza e ostentação que cercava a mãe, Emilie se tornou veterinária e passou a levar uma vida simples, porém, quando tem trinta anos sua mãe, Valerie, morre, e a deixa sozinha no mundo, e a torna herdeira de muito dinheiro. Perdida, Emilie tem de decidir o que fazer com um château que seus pais mantinham no interior da França, e mesmo não querendo ter mais nada a ver com tudo aquilo, ela resolve reformá-lo e mantê-lo, para assim, também manter a memória do pai viva. Enquanto organiza os trâmites da herança e da reforma, aparece em sua vida um homem charmoso e interessante, Sebastian carruthers. Disposto a ajudá-la e a dar o carinho que a mulher nunca recebeu, Sebastian logo conquista o coração da ingênua Emilie e logo eles se casam, mas alguns segredos do passado vem à tona e ameaçam destruir a paz de Emilie.
Outra mulher decidida e forte viveu na época da segunda guerra mundial. Constance Chapelle era uma inglesa que foi recrutada para participar de uma missão importante na França. Chegando lá, logo foi descoberta pelos alemães, e foi salva por um agente importante da resistência. Impossibilitada de voltar para casa e vigiada constantemente, acabou se dispondo a ajudar uma mulher cega naqueles tempos diferentes. Quando a tragédia as atinge, constance e sua amiga tem de fugir para salvar a si mesmas e também a outras pessoas a quem amam.
Através de conexões incríveis e uma trama tremendamente bem construída, Lucinda Riley junta o destino de constance e emilie, e faz com que nos surpreendamos profundamente a cada virar de página.
[- Minhas impressões -]
Adoro todas as tramas de Lucinda Rilley que li até hoje, e sempre me surpreendo muito positivamente com a forma como ela constrói cada história e como faz conexões entre pessoas que pensamos que jamais teriam a ver uma com a outra, e também adoro o modo como ela nos deixa imaginar algo, para, logo depois, fazer com que tenhamos uma reviravolta na história e com esse livro não foi diferente, embora ele não seja o meu favorito da autora, mas me marcou muito profundamente. Na verdade, uma única característica que eu já notei em outros livros da autora me fez não achá-lo o melhor que ela já escreveu. Lucinda quase sempre insere nos seus livros duas tramas paralelas; uma, envolvendo uma personagem do presente, e outra, envolvendo alguém do passado, que geralmente, de alguma forma tem alguma ligação com a personagem do presente, e aqui não foi diferente, porém, achei a construção de Emilie, a personagem dos dias de hoje, bastante fraca, e não consegui me afeiçoar a ela, mesmo que com o decorrer da trama ela tenha se mostrado diferente e mais forte, mas mesmo com isso, os momentos do presente se tornaram arrastados para mim, e é essa a característica que percebo geralmente, que as personagens do presente nem sempre são tão empolgantes e algumas vezes não nos prendem tanto. Já por outro lado, me apaixonei por tudo que diz respeito ao passado, e se a trama girasse apenas em torno desse núcleo, ela seria a mais perfeita, pois nos mostra o auge da segunda guerra mundial, e a resistência francesa, temas que gosto muito de acompanhar.
O ponto mais positivo para mim foi conhecer esse lado da segunda guerra, conhecer as personagens fortes que vieram daí, e também foi me apresentado a divisão de agentes especiais que eram enviados para a França, pela Inglaterra, e eu nunca tinha ouvido falar deles nas obras que li. Além disso, temos uma personagem cega, e achei bem intrigante acompanhar o modo como ela era tratada, pois sou deficiente visual e geralmente gosto de acompanhar como a cegueira é tratada nas obras. Ainda, encontramos muito da ocupação francesa pelos nazistas, e podemos nesse meio, encontrar personagens bons e ruins, e conhecer os diversos lados dessa guerra. É preciso também destacar, que fui muito surpreendida com o final que a autora criou, que é algo que imaginei levemente durante a trama, mas descartei por parecer impossível naquelas circunstâncias, e depois a autora deu um jeito para que tudo se encaixasse com perfeição.
Porém, como já mencionado, a personagem do presente fez com que em alguns momentos a obra fosse arrastada para mim, e se mostrou uma personagem demasiado ingênua, que não percebia tudo o que se passava ao seu redor de errado e que se mostrou alguém muito fácil de ser manipulada, o que me deixou bastante irritada e pouco disposta a gostar dela. Além disso, achei os dramas do presente bastante açucarados e não tão necessários, e isso fez com que eu não me surpreendesse tanto assim.
Os personagens são bastante humanos e cheio de defeitos. Relativamente aos do presente, apenas senti afeição por Anton, um menino que aparece na trama, a princípio como um grande coadjuvante, mas depois ganha bastante importância no decorrer da obra. Já emilie, a protagonista foi muito parada e ingênua, e por isso não consegui gostar dela. Sebastian, o marido de Emilie, também em nenhum momento se tornou um personagem que me agradasse, e apenas seu irmão, Alex, em alguns momentos me cativou. Também adorei Éduoard, o pai de Emilie, que no presente já é morto, mas que pelo que podemos conhecer desse homem, foi incrível e foi o personagem masculino de quem mais gostei. Quanto aos personagens do passado, adorei Constance, a inglesa que vai para a França, e Sophie, a mulher cega, e fiquei apaixonada pela história que ambas protagonizaram. Ainda, outro personagem que chama bastante atenção é Frederik, um oficial alemão que marca presença intensa na trama, além de seu irmão, Falk, e ambos protagonizam e demonstram muito bem todos os lados daquele regime nazista tão cruel e impiedoso.
Continua...
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