AmandaRabelom 14/10/2013Lição de vida.Se eu já gostei de "O Azarão", não sei que palavra utilizar para descrever "Bom De Briga". Melhor que o outro? Sem sombra de dúvida.
No primeiro, me pareceu que Markus queria apenas nos mostrar os personagens e sua rotina e problemas. O único "incidente" foi Cameron ter se apaixonado por Rebecca, como se "O Azarão" estivesse ali apenas para preparar o terreno para "Bom De Briga".
No segundo livro, ouso dizer que o personagem mais inspirador, que mais nos marca é Rube, roubando a cena até mesmo do irmão, que deveria ser o principal, Cameron. Eu tive a impressão de que o desenrolar da história serviu para nos mostrar o Cameron através de outras pessoas. A amizade entre irmãos que Zusak construiu aqui é com certeza a mais simples e bela história de amor fraternal que eu já li.
Confesso que chorei quando Rube e Cam resolvem contar para os pais o que fizeram...Mas não tem como não se emocionar. Não pretendo soltar nenhum spoiler que já não venha na resenha do livro, e nem mesmo sei se seria considerado um, mas aquele momento e o posterior á "confissão" é bastante comovonte.
Bom De Briga deixa uma mensagem bem clara, de um modo bem simplório, como já nos é costumeiro em se tratando de Markus Zusak, mas na minha opinião, o compararia com "Eu sou o mensageiro".
Fico triste ao ver que a massa geral de leitores não se interessa por "Azarão" e "Bom de Briga", agora, se por ter uma editora não tão famosa ou por puro preconceito da história, eu não sei, mas acho difícil "A Garota Que Eu Quero" se equiparar á "Bom De Briga".
"A maior luta não está ali, entre as cordas, está fora delas, e a vida é implacável, nocauteia sem piedade".
"Minha dúvida é com relação ás janelas. Por que elas[as casas] tem janelas? É para deixar entrar um pedaço do mundo? Ou para vermos o lado de fora? [...] Dá para ver que talvez, em todas as casas, uma coisa tão selvagem , triste e incrível apareça sem que o mundo veja".
"A cidade é boa.
O mundo é bom, com dois lobos correndo por ele procurando carne fresca de suas vidas. Indo atrás dela. Indo atrás com vontade, embora eles tenham medo.
De um jeito ou de outro, correm".
"-Do que um vencedor pode ter medo?
-De perder?".
"-E do que adianta gostar?-Rube olha para a rua.- Não adianta nada.
-E odiar adianta?
-E o que é que tem para a gente odiar?- Agora ele está rindo.
A verdade é que tem muita coisa para a gente odiar e muita coisa para amar.
Amar.
As pessoas.
Odiar.
A situação".
"-Não perca seu coração, Rube.
E, com uma voz bem clara, sem se mexer, meu irmão responde.
Ele diz:
-Não estou tentando perder, Cam. Estou tentando encontrar".
"O Rube é um vencedor.
Ele não quer ser.
Ele quer ser, primeiro, um lutador.
Como nós.
Lutar uma luta que pode perder".
E muito mais...
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