Marina 03/09/2020
Em poucas palavras: Isaura tem como únicos atrativos ser branca, linda, jovem e prendada. Só por isso, é desejada e cobiçada por todos (por ser gata. E branca, lógico).
Parece ser um anjo na terra, uma fada (como bem diz Álvaro), mas enquanto o autor alaba o seu carácter forte (por não se render aos desejos de Leôncio), logo nos primeiros capítulos vemos como ela é submissa, fraca, resignada e está muito longe de ser uma escrava forte e uma heroína pela qual sentimos vontade de torcer. Isaurinha tem a pachorra de dizer, LITERALMENTE: "Deixe-se disso, senhora; eu não penso em amores e muito menos
em liberdade".
Uma escrava que não pensa em liberdade? Pelo amor de Deus!
Como um outro usuário comentou, o livro, longe de promover que os brancos sentissem a barbaridade da escravidão, só provocou que os brancos tivessem raiva de que uma mulher branca (e pura e perfeita), fosse escrava. Porque os negros, o autor continuava descrevendo como invejosos, diabólicos e malévolos.
A doce e linda Isaura, no auge de seu sofrimento, ainda diz:
"Meu Deus! meu Deus!... já que tive a desgraça de nascer cativa, não era melhor que tivesse nascido bruta e disforme, como a mais vil das negras, do que ter recebido do céu estes dotes, que só servem para amargurar-me a existência".
Então, né. Podre. 2,5 estrelas porque, pelo menos, a trama é ágil.