Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra

Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra Mia Couto




Resenhas - Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra


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Pati 31/10/2020

Águas e terras, nascimentos e passagens, tempo e vida
Mia Couto tem uma escrita poética. E isso é tudo que se necessita dizer sobre esse livro. Apesar disso, vou tentar descrever aquilo que só se pode sentir ao ler essa obra tão única. Os capítulos são abertos, cada um, por um pequeno dito, atribuído a algum dos personagens da trama. As personalidades ali envolvidas inspiram metáforas, assim como parecem ser os fatos que se passam, além do cenário que compõe o todo.Tudo é algo e mais um outro algo não dito, que só se sente. Ao leitor fica o cargo de viajar de barco juntamente de Marianito, conhecer Luar do Chão, se afeiçoar com sua gente, assimilar as igualdades, diferenciar as disparidades, sentir a ausência nas páginas brancas e a fertilidade das palavras escritas. A certeza que eu poderia assegurar a quem nunca se aventurou a cruzar esse rio é de que a viagem feita deixa mais saudade do que se possa imaginar e provavelmente ninguém quererá abandonar a majestosa sombra da maçaniqueira.
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Pri 17/06/2020

Mágico
Meu primeiro livro de Mia Couto e é difícil expressar o que sua escrita despertou em mim. Tem algo místico, um clima mágico, a escrita quase cantada, a poesia se camufla no texto de forma muito natural. Uma linda historia sobre laço familiar, descendência, tradição, sobre o sangue que se carrega nas veias, costumes, sobre o luto, sobre o invisível, sobre o belo e o feio...sobre a vida.
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Larissa.Ferreira 08/06/2020

Um Rio Chamado tempo, Uma casa chamada Terra.
Mia Couto se tornou um dos meus autores favoritos por sua sutileza ao escrever belos romances. "Um Rio chamado tempo, uma casa chamada terra" conta a historia de Marianinho e o seu regresso a ilha Luar-do-chão coberta de mistérios. Após muitos anos fora do lugarejo, o jovem retorna para a despedida fúnebre de seu avô Dito Mariano. O que ele não sabia é que sua estada na ilha levaria-o a descobrir segredos que só ele poderia desvendar. Um romance fascinante e que prende atenções do ínicio ao fim.
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Nascimento 20/05/2020

Luar do chão
Luar do Chão certamente é um local que jamais esquecerei...
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gilson.r.santos 19/05/2020

Morto amado nunca mais pára de morrer
"A cicatriz tão longe de uma ferida tão dentro: a ausente permanência de quem morreu. No Avô Mariano confirmo: morto amado nunca mais pára de morrer"
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Bibi 29/04/2020

"Que país é esse que a pessoa se retira um meio passo e ja está do outro lado do mundo?" afinal compartilhamos a mesma duvida do jovem Mariano, que lugar tão mágico e cheio de si tem a capacidade de nos acolher e nos rejeitar de uma forma arrebatadora apenas pela posição em que estamos em relação ao rio? A ilha não é apenas um ambiente, é dela que todos dependem e por ela todos são afetados. Há uma Casa que não é só física e serve para nos abrigar, mas algo interior a cada homem que necessita de cuidados permanentes, nossa própria alma, nossa identidade, nossa origem. Há um Rio, remediador de todos os conflitos, afinal o tempo é remédio para todos os males, que dita as relações dessa terra, sara as dores dos seus e está presente do começo ao fim.
"Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra" é um romance do vencedor do prêmio Camões de literatura, Mia Couto, nesta obra o moçambicano nos traz dramas familiares, problemas de identidade cultural, conflitos com a modernidade, conflitos político entre colonização e independência, corrupção e violência ao mesmo tempo que apresenta uma exaltação da unidade familiar, da independência de pensamento e do amor de uma forma real e cativante de tal modo que nos deixa apreensivos do começo ao fim com a situação sobrenatural do velho Mariano e suas "pontas soltas". Um enredo extraordinário e uma escrita de veras poética me fazem considerar esta leitura apaixonante e super valiosa.
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Tati Vidal 31/03/2020

A morte é a cicatriz de uma ferida nunca havida
Me indicaram muitas vezes o Mia Couto, mas me indicaram de forma errada. Falavam que era legal, que era envolvente. Mas me esqueceram de falar que era mágico. Falar que era um bom escritor africano é pouco. Parecia que a única coisa legal sobre ele era nacionalidade.

E por causa das poucas informações, eu enrolei pra ler. Enrolei pra começar e como me arrependo.

Mia couto escreve com magia nas mãos, ele tece as palavras fazendo a história e os textos serem tão importantes juntos. Anotei algumas palavras pra guardar no coração. Tão bonita que eram. Gravei a história na memória pra poder descrever pra outras pessoas.

Marianinho é chamado a sua ilha pra velar seu avô a beira da morte, e ali como por encantamento ele descobre segredo de sua família. De sua terra. De si mesmo. Segredos esses tão bem amarrados que não conseguimos perceber até nos abraçar, mas eles são apenas segredos. Naturais.

Leia com uma caneta na mão, anotando tudo. ??
Rodrigo 31/03/2020minha estante
Fiquei tentado! rs


Tati Vidal 31/03/2020minha estante
Se curte realismo fantástico, vai curtir bastante. Não é um livro comum. É um livro cheio de palavras diferentes, cheio de feitiços, mistérios. É curtinho e gostoso de ler


Rodrigo 31/03/2020minha estante
Que legal! Vlw a indicação


Alê | @alexandrejjr 10/05/2020minha estante
Linda a tua resenha!


Tati Vidal 14/05/2020minha estante
Obrigada ?




Camila.Guntzel 30/03/2020

Esse livro foi a minha primeira leitura de Mia couto, tinha vontade de lê-lo por conta do instigante título. Me apaixonei COMPLETAMENTE pela forma como o autor descreve as minúcias de memórias, momentos e da simplicidade complexa existente nos elementos da natureza. Inclusive preciso relatar que faziam anos que não me via chorando por conta de emoções de um livro, o que me ocorreu logo nos capítulos iniciais dessa obra. Enfim, completamente apaixonada, indico de olhos fechados.
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LER ETERNO PRAZER 15/01/2020

Primeira experiência com Mia Couto, uma grata surpresa,percebemos na sua obra uma grande influência do realismo mágico, sendo muito influenciado por dois dos grandes escritores brasileiros, Jorge Amado e Guimarães Rosa.
Em Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra acompanhamos Marianinho, um estudante universitário que após passar anos longe de sua terra Natal, recebe a notícia de que seu avô está a beira da morte e que ele precisa retornar a fim de organizar os ritos fúnebres de seu avô.Marianinho ao chegar na modesta ilha de Luar do Chão,o clima de mistério acaba enredando o protagonista de um jeito inesperado: um avô que lhe envia cartas do além, assuntos familiares que não são abertamente declarados e uma busca constante pela identidade são alguns dos ingredientes que permeiam este fantástico livro. Com uma narração em primeira pessoa logo criamos um forte laço de empatia e até mesmo surpresa com o desenrolar da própria história.O enredo bem simples sem ser simplório: a vinda de um jovem para comandar os ritos fúnebres do avô. Mas, a partir deste gatilho despretensioso, Mia consegue nos mostrar uma densa e profunda amplitude de temas que em uma só resenha seria insuficiente para tratar. Tudo isso transcorrendo ao longo de alguns dias, da chegada de Marianinho até o enterramento de seu avô, cujos eventos são conduzidos com a classe da alternância quase que sinfônica entre tempo psicológico e cronológico, técnica apuradissima usada pelo autor.Nao poderia der dado um primeiro passo tão positivo em adentrar dentro do universo Miacoutiano. Um livro maravilhoso, mesmo em prosa, temos em Um rio chamado tempo,...uma história carregada de poesia!!
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Biblioteca Álvaro Guerra 24/10/2019

O retorno de Marianinho a Luar-do-Chao nao e exatamente uma volta as suas origens. Ao chegar a ilha natal, incumbido de comandar as cerimonias funebres do avo Mariano - de quem recebeu o mesmo nome e de quem era o neto favorito -, ele se descobre um estranho tanto entre os de sua familia quanto entre os de sua raca, pois na cidade adquiriu habitos de um branco. Aos poucos, Marianinho percebe que voltou a ilha para um renascimento.

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535903430
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Livrissimu 09/06/2019

''O amor nos pune de modo tão brando que acreditamos estar sendo acariciados''.
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Havia lido dois ou três contos de Mia Couto na época de escola e lembro ficar extasiado com sua escrita profunda e poética e, desde então, soube que seria um autor que me ganharia o coração. Porém, só agora me adentro em sua literatura, tendo adiado-me por anos, talvez por sentir que ainda precisava amadurecer como leitor antes de saber apreciar a ancestralidade moderna do autor.
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Esse livro conta sobre um jovem que, após anos longe de casa, precisa retornar à pequena ilha em que cresceu para o funeral de seu avô. Aquilo que ele imaginou ser apenas alguns dias de luto transformaram-se num caos, começando ao descobrir que seu avô demonstrou, contra toda a tradição africana, o desejo de que ele, seu neto que debandara para a cidade, fosse quem conduzisse os preparativos cerimoniais de seu enterro. A confusão se maximiza quando se descobre que o finado ainda vive, que ele é morto-vivo, preso ainda tenuemente à vida por ocasião de pendências a resolver. O que acompanhamos aqui é o meio morto Mariano ordenando suas confusões através de seu neto Marianinho, por meio de cartas do além... Nesse processo purificador, a intimidade de muitos personagens vai sendo mostrada e segredos há muito soterrados vão ressurgindo.
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Devorei essa leitura na ferocidade de quem come seu prato predileto, ainda que pela primeira vez. A estória é recheada do místico; de simbologias lindas sobre a vida, o tempo, o amor e a dor. Existe também um fluxo constante entre a realidade dos acontecimentos individuais e os da natureza, pois aqui o rio abraça e a terra se fecha em revolta. Fazia tempos em que eu, literalmente, me arrepiava ao ler um livro...
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NOTA: 9,5/10

site: Insta: @livrissimu
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Lohania 01/08/2018

Após anos longe de sua ilha natal, Luar-do-Chão, o estudante Marianinho retorna até lá por soturno motivo: recebe a notícia de que seu avô, Dito Mariano, morreu.
Já instalado em Nyumba-Kaya, a mágica casa onde reside sua família, Marianinho começa a receber cartas de um missivista misterioso que tem uma caligrafia idêntica à sua. Nestas cartas, recebe orientações acerca do que deve fazer durante o período fúnebre. Outros acontecimentos inusitados, para ele sem cabimento – já havia se acostumado aos costumes aportuguesados da cidade –, começam a se mostrar ao longo de sua estadia em Luar-do-Chão. Nesse ínterim, Marianinho relembra e revive cheiros, gostos e memórias de sua infância. O retorno às suas raízes desperta o lar nele há muito adormecido.
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“O importante não é a casa onde moramos. Mas onde, em nós, a casa mora.”
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Em “Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra”, Mia Couto humaniza a natureza: a terra, detendo todo o direito e tendo suas prerrogativas para isto, se fecha; o rio, por meio de um silencioso sussurro, concede permissão para que o homem se afunde em sua correnteza. Os nomes adjetivados de alguns personagens expressam a grandeza de suas histórias de vida, destinos cruzados e marcados por mistos de amor, ciúmes, segredos, amarguras e dor. A escrita de Mia é metaforizada e extremamente prazerosa. A beleza da mulher africana é enaltecida e suas formas são descritas com ingenuidade e pureza de sentimentos. O misticismo, as crenças e lendas populares africanas arrebatam o leitor de si, o levando a um novo universo. Mia Couto me encantou e enredou, e, por isso, posso dizer decididamente: repetirei a dose.

site: https://www.instagram.com/p/Bl8WLOTHr_P/
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Aryane 16/02/2018

Uma história cheia de mistérios e amores
Adorei os personagens, a trama como um todo, a misticidade como pano de fundo. Mia Couto nunca decepciona. Ele escreve com simplicidade e profundidade, ao mesmo tempo.

site: amoremletras.wordpress.com
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Daniel.Chagas 05/10/2017

A morte e a vida
Um romance bastante sensível. A medida que avança a sensação é de ir submergindo na alma dos personagens, que são gente bastante simples e humilde. Pra quem gosta dos velhinhos nossos de todo dia, avós, avôs, ou mesmo esses que se vê passar, a leitura pode ser bem tocante e também agradável. O universo deste livro é o dos velhos, mesmo os personagens que não estão na terceira idade passam uma velhice, uma vida desgastada pelo tempo. Em alguns momentos me lembrou algumas obras únicas +/- nesse viés, como o filme Amour, do Haneke; Era uma vez em Tóquio, do Yasujiro Ozu; ou o romance Memorias de Minhas Putas Tristes, do Márquez.

O personagem narrador regressa à sua terra natal Luar-do-Chão por causa da morte de seu avô. Vindo da cidade tudo é muito estranho lá. Um lugar separado da civilização por um rio, esquecido pelo tempo. Lá o menor dos acontecimentos importa, e os maiores também. Na cidade há crimes, mortes e desgraças todos os dias, mas ninguém se importa. Nessa ilha abastada porém, é o oposto, o que há de mais humano sobrevive.

Luar-do-Chão é um lugar pequeno e triste, mas é ao mesmo tão mágico, tão cheio de vida e mistérios. Lá a superstição nao existe, pois tudo que poderia ser superstição é visto de forma natural. Os encantamentos brotam do chão. E com essa estranheza nosso personagem Mariano é obrigado a conviver e reaprender. De encontro com seu passado e com o passado de seus parentes, Mariano vai redescobrindo uma vida de tradições, descobrindo sua propria história e de sua família. Nesse aprendizado percebe ele, e o leitor, que a vida e a morte se confundem a todo instante, e os antepassados nunca morrerão enquanto seus filhos, netos, ainda viverem.
Barbara.Debacco 21/03/2018minha estante
Own




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