Beatriz 16/11/2022Ele foi o 1° livro...que eu li que fala sobre diferenças culturais sem ser parcial. Os apresento mais um livro paradidático, esse até valeu a leitura. O livro conta sobre uma família judia que teve que se mudar da Europa para fugir da opressão que estava ainda se anunciando com a subida de Hitler ao poder. Um homem e uma mulher grávida entram ilegalmente no Brasil para se proteger deixando toda a sua família no seu país de origem, pois eles não quiseram vir, por pensarem que não corriam perigo, infelizmente todos morreram com o holocausto. Ao chegar no porto o marido compra um abacate, que era o desejo de sua esposa provar, mas ela não gosta do sabor, isso pode parecer bobo, mas tem seu valor no final da história. Enfim eles começam a criar raízes no Brasil, abrem um pequeno negócio em um bairro judeu, tem mais um filho, Mardoqueu, e o pai o coloca em uma escola católica, apesar dos protestos, para lhe garantir uma boa educação. Nessa escola, como se é esperado, ele sofre bullying por ser judeu, mas conhece e acaba criando amizade com um garoto negro da escola, Carlos, é essa parte que diferencia esse livro, pois mostra que até quem sofre preconceito pode ter preconceitos. Ao conhecer o garoto ele se surpreende porque ele usa óculos, pois se um negro não sabe ler por que usar óculos? E ainda ele descobre que toda a família dele usa óculos, menos a irmã de Carlos por quem ele se apaixona e começa a namorar, apesar dos protestos da família (viu sofre racismo, mas também é racista). Enfim a situação na escola começou a ficar mais perigosa, ao ponto de um professor pedir para os dois ficarem na sala durante o intervalo para não correrem risco de ser agredidos por alguns alunos, mas eles decidiram enfrentar, o que resultou num traumatismo craniano para Carlos. Esse foi um momento triste do livro ao mesmo tempo que foi feliz, pois durante essa situação os pais de Mardoqueu consolam a família de Carlos, acabam se aproximando e aceitando o relacionamento do filho com a irmã de Carlos. Em uma das visitas ao hospital a mãe de Mardoqueu trás suas frutas favoritas do Brasil para alegrar a família e acaba recebendo da nora um sorvete de abacate, que se tornou seu favorito, mostrando que aquilo que não gostamos, ás vezes, só precisa de uma nova chance e outra perspectiva. No final, Carlos se recuperou totalmente, e Mardoqueu se casou com a irmã de Carlos, com total aprovação da família. A minha parte favorita, além do final, é quando os dois conversam sobre o preconceito que tinham um pelo outro antes de se conhecerem, mas que eles superaram pela amizade que construiram.