Suuh | @leitora.ansiosa 12/08/2019
Tendencioso demais.
Esse é um de três livros desse gênero que apareceram aqui em casa (não faço a mínima ideia de quem é), e como sou curiosa resolvi ler mas não sabia que seria uma leitura tão ruim.
Logo no começo os autores explicam que foi muito difícil de escrever o livro, pois as pessoas tinham medo de dar entrevistas esclarecendo suas opiniões a respeito das diferenças e igualdades do mundo feminino e masculino. Na verdade mais os homens, pois tinham receio de parecerem sexistas.
A pesquisa sobre as várias teorias que abordam os diferentes mundos de homens e mulheres foi baseado em 3 anos de estudos, entrevistas com especialistas e depoimentos. Engraçado que em muitos parágrafos temos acesso ao ano da tal pesquisa, mas ficamos sem saber maiores informações sobre, com isso já fiquei desconfiada pois um trabalho cientifico precisa de boa referências para dar respaldo ao conteúdo.
Logo no primeiro capítulo identifico as diferenças que o livro cita como obvias e irreversíveis. É o caso de mulheres que vão ao banheiro para fazer reuniões ou sessões de terapia, sempre juntas com outras mulheres e se um homem chamar outro homem para ir ao banheiro vai logo provocar suspeitas. Pergunto-me: qual é o problema??? Homens não podem ir juntos ao banheiro seja para conversar sobre algo e só fazer suas necessidades?
Logo adiante o livro aborda que homens sob pressão tendem a beber e começar guerras, já mulheres comem chocolate e fazem comprar. Tipo, oi? Depois diz que homens são bem melhores que mulheres no transito porque elas não têm uma estrutura cerebral que lhe dê uma boa capacidade de orientação espacial.
Enfim, achei muitas coisas absurdas, pois, a meu ver, abordam comparações e diferenças como se fossem irreversíveis. Eu entendo que homem e mulher são seres diferentes, cada um com suas peculiaridades. Entendo que existem coisas que homens fazem melhor que mulheres e vice-versa, mas isso não significa que esse cenário seja irreversível.
Na época do homem primitivo realmente as atividades braçais e de caça, que exigiam mais força ficavam com os homens e as mulheres cuidavam do resto da família com a parte de alimentação e segurança do lar em quanto o homem não voltava. Hoje, esse cenário já mudou em grande parte. Nós mulheres estamos cada dia mais conquistando áreas no mercado de trabalho que antes eram predominantemente masculinas. E alguns homens já ficam em casa cuidando do lar e dos filhos em quanto a mulher vai para o trabalho ser a fonte do sustento da casa.
Assim, nota-se que as diferenças presentes no livro podem até não ser totalmente absurdas, pois explica certos comportamentos na relação entre os gêneros, mas não precisa tratá-las como algo imutável. Somos séries que se adaptam em qualquer lugar e realidade. Não nascemos de um jeito e morremos do mesmo jeito, pois existem determinantes culturais, políticos e sociais que nos rodeiam e assim vão nos mudando e definindo nossas peculiaridades. Por isso não gostei da leitura, achei machista, fatalista e tendencioso demais.