Jean Martins 11/12/2009
A obra de característica recessiva
Confesso que fiquei animado ao ouvir sobre o lançamento de um seriado de vampiros chamado "Vampire Diaries". Logo me apressei a fim de pesquisar mais sobre a série e logo descobri que a mesma provinha de um livro homônimo, o que apenas aumentou minhas expectativas.
Logo após assistir os primeiros episódios, confesso que já fiquei impressionado com o plot, a narrativa, as citações, os aspectos visuais e até mesmo a trilha sonora; tais aspectos me instigaram muito mais a ir atrás do livro e somando com minha sede por histórias dos chupadores de sangue, acabei concluindo que não havia saída, eu teria que ler o livro, tanto por gosto, quanto para entender a conexão com a narrativa televisiva.
Em um belo fim de tarde, enquanto andava pelo shopping, rumando a livraria, dei de cara com o livro, sem mesmo saber que tal havia sido lançado no país. Logo, enfiei a mão nas entranhas das minhas economias e comprei "Diários do Vampiro", de L. J. Smith. E o que mais ganhei com isso? Arrependimento, pois poderia ter utilizado o dinheiro em qualquer outra coisa que, a meu ver, fosse interessante.
À medida que virava as páginas, faminto por boas histórias, apenas me deparava, cada vez mais, com histórias superficiais, fúteis e banais. Aquele não poderia ser o livro que dera origem à série de televisão a qual tanto elogiei. Vale ressaltar que estou escrevendo essa resenha e levando em consideração a saga "Crepúsculo", a qual já nem gosto de ouvir sobre (quanto mais deparar com aquela cara de nojo dos protagonistas um com o outro, os quais juram amor, literalmente, eterno).
À cada página virada, mais eu relevava os valores baixos e descartáveis das personagens, até que Elena, apersonagem principal, representante da grade feminina do enredo, derrama lágrimas por não ter sido notada pelo novo garoto misterioso e charmoso (o clichê já dava vontade de fazaer com que o livro voasse pela janela) da escola como era notada por todos. E a narrativa deixa claro, com todas as palavras, que Elena achava que TODOS deveriam gostar dela e idolatrá-la.
Ignorando valores reais da vida, com um drama extremamente desmerecedor de tal classificação, foi "Diários do Vampiro" que me obrigou a acrescentar mais um volume à minha lista de livros abandonados e foi essa mesma obra que fez conhecer um fenômeno que nunca antes havia encontrado em minha vida como leitor: "Diários do Vampiro" é uma obra com uma anomalia até agora desconhecida, em que a adaptação televisiva ultrapassa infinitamente, em qualidade, a obra original. Na minha opinião, não merece nem mesmo a estrela de "Ruim".