Infiel

Infiel Ayaan Hirsi Ali




Resenhas - Infiel


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Kamyla.Maciel 19/01/2021

Sobre descobrir-se mulher
A biografia de Ayaan Hirsi Ali expõe, a fundo, a opressão da mulher diante de uma religião que a vê como submissa, que a coloca, diariamente, em posição de vulnerabilidade. Percebemos a cada página, sobretudo no início do livro, como a personalidade da mulher vai sendo moldada, como sua subjetividade é limitada. A religião impõe que a mulher seja dócil, que se sinta culpada por atos que nem são seus.

Esse livro é uma denúncia, um grito, a autora não se vitimiza - apesar dos horrores que sofreu, ela amplifica a voz de tantas mulheres silenciadas por uma religião que as tortura.

Traz cenas difíceis de tirar da cabeça, principalmente porque não estamos falando de uma época tão distante assim e de uma personagem fictícia. É um aprendizado e um mergulho na realidade de muitas mulheres muçulmanas.

Além de toda a questão da mulher, o livro questiona a relação com Deus, expõe uma religiosidade baseada no medo, na ameaça e na obediência cega. Não há espaço para questionamentos e reflexões, não há espaço para o crescimento e amadurecimento pessoal, para a formação de um pensamento crítico, e isso faz o ciclo de violência nunca ser rompido. Os oprimidos tornam-se opressores dos seus filhos.

É lindo ver o descobrimento do ?ser mulher? e a libertação de Ayaan.
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Rafa 13/12/2020

Leitura obrigatória para machistas e pseudofeministas
?Infiel? retrata uma história inspiradora e que, com certeza, já serviu como voz para milhares de mulheres oprimidas e violentadas.
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Ludmila.Andrade 06/12/2020

Infiel de Ayaan Hirsi Ali
Um livro pra muitas análises. Nesse relato autobiográfico, Ayaan conta sua experiência desde a infância na Somália, até a fase adulta onde ela vai sofrer ameaça de morte em virtude de seu posicionamento contra a opressão das mulheres muçulmanas.

Ela cresce na Somália, país que sofre com a guerra civil nas disputas políticas. Uma sociedade clânica, de povos originários nômades muçulmanos. O agravamento da violência tornam o local hostil, obrigando-os a viver um período na Arábia Saudita, e depois na Etiópia.

Importante observar que ela vai relatando no desenrolar dessa experiência o momento em que os valores ocidentais começam a adentrar sua vida, através da literatura, quando jovem. Causando o começo da observação das contradições e conflitos que permearão suas escolhas posteriores.

Já na fase adulta, vítima de um casamento arranjado, tradicional em sua cultura, Ayaan foge e pede asilo na Holanda. Posteriormente, na universidade, onde ela vai decidir pela ciência política, ao se defrontar com os ideais iluministas, ela se encanta com as liberdades individuais e a vida "limpinha" de um país central no imperialismo e começa a olhar para seu povo como atrasado, bárbaro, e no trabalho de tradutora começa a auxiliar muitas mulheres muçulmanas vítimas de violência doméstica.

Muita coisa nos causa conflito neste livro, principalmente no que tange às opressões da mulher no islamismo. Mas politicamente ressalta aos olhos o quanto ela é o perfil ideal para a extrema direita consolidar sua xenofobia. O número expressivo de votos que ela obteve é nítido para pensarmos o quanto o liberalismo coopta sujeitos cruciais através do identitarismo. Ela, pra mim, é usada pelo partido exercendo um papel como Sérgio Camargo, Fernando Holiday. Através de uma pauta polêmica que é religiosidade, o campo da cultura, do comportamento.

Em 2018, numa curta oportunidade que tive de fazer um curso de história da África, lembro do professor, pesquisador e filósofo mineiro Marquinhos Cardoso, nos alertar para o cuidado do olhar atento a como nos vendem a África. Quão danoso pode ser esse olhar ocidentalizado para as ditas então sociedades "primitivas".

Fiquei a pensar também, na onda de islamofobia que o continente europeu vem apresentando nas tensões com a integração dos refugiados.

Impossível não o correlacionar com o livro da Françoise Vergès, Um feminismo decolonial, que vai traçar uma crítica ao feminismo liberal burguês.
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Juliene.Dechichi 16/09/2020

Livro necessário
Livros de biografia são necessários por diversos aspectos: conhecer outras culturas, "viver" desafios inimaginaveis a nossa vida, entender o autor. Mas esse livro me chocou e impressionou do começo ao fim, da força, da coragem, da vida vivida pela autora desde a infância. Gostei da forma como foi escrito, uma leitura fluída.
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sardinha5 07/09/2020

Opiniões Adversas
O livro mais conhecido de não-ficção no mundo sobre a cultura Islã é o famoso "Eu sou Malala" assim, como verdadeiros ocidentais, interpretamos determinadas opiniões como verdades universais, não dando abertura para ouvir as diferentes vivências, que vão influenciar, no fim, aos julgamentos de cada um.

Não podendo ser classificado como maçante, em "Infiel", Ayaan narra sua vida desde muito nova, nascida na Somália, até uma grande mulher, palestrante, e conhecida mundialmente - como é hoje, no Ocidente. O livro é surpreendente para todos que não estão cientes de determinados costumes da cultura islã, a leitura pode até, na minha opinião, causar certa ansiedade ao se pensar que mulheres, ainda hoje, passam pelo que a autora narra e que, não, ela não fala de um passado muito distante.

Por que comentei sobre Malala? Para qualquer um que leu seu livro ou conhece seus discursos, perceberá uma gritante diferença entre as opiniões finais sobre a própria cultura que Ayaan e Malala tem. Desse modo, o meu grande respeito pelo livro vêm da distinção de como uma criação, uma guerra, bombas, tortura, uma família e uma mesma cultura mais rígida ou não, pode encaminhar um grupo.

Ayaan Hirsi Ali é uma verdadeira guerreira, tendo passado por verdadeiros horrores, a qual é possível sentir orgulho de sua trajetória enquanto se lê o livro, necessário para todos nós ocidentais e, nesse caso, brasileiros, ignorantes aos acontecimentos do outro lado do oceano. Assim, com declarações consideradas radicais para alguns, é possível meditar sobre cada questão que resultou nelas, evidenciando um verdadeiro treinamento para o pensamento crítico.
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Duana Rocha 27/08/2020

Recomendo demais!
Não tenho o hábito de ler biografia, peguei essa sem grandes expetativas e nao consegui mais parar de ler. Muito impressionante, uma leitura riquíssima!!
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Igor Almeida 04/06/2020

Uma crítica à mentalidade islâmica
Este livro é um relato em primeira pessoa, cuja autora conta a história de vida dela com um único objetivo: mostrar o mundo islâmico sob o ponto de vista feminino. Ela não ataca a religião deliberadamente, mas faz críticas ao modo de pregação religiosa que cerceia a liberdade de seus adeptos. Por exemplo, "o livro sagrado é para ser obedecido, não interpretado, porque você não pode saber mais do que Deus". E assim, devido a esse dogmatismo, os escritos de um livro milenar são levados, ainda hoje, ao pé da letra. As mesmas práticas do séculos VII foram mantidas ao longo dos séculos com pouquíssimas alterações nos países fundamentalistas (decepar mãos, apedrejamento feminino, mutilação genital, etc). Essa é a grande crítica: não permitir nenhum pensamento independente que fuja dos ensinamentos ditos sagrados. Por outro lado, é fato que o islã ensina tolerância, justiça e caridade, mas apenas entre os islâmicos. Isso pode gerar guerra com o resto do mundo, mas é inegável que foi um fator que uniu povos outrora em constantes guerras tribais.

Além da minha descrição, nada melhor que as próprias palavras da autora em trechos de sua conclusão:

“A mensagem deste livro, se é que ele precisa de uma mensagem, é que nós, no Ocidente, fazemos mal em prolongar desnecessariamente a dor dessa transição, alçando culturas repletas de farisaísmo e ódio à mulher à estatura de respeitáveis estilo de vida alternativos. O tipo de pensamento que presenciei na Arábia Saudita e na Fraternidade Muçulmana, no Quênia e na Somália, é incompatível com os direitos humanos e os valores liberais. Preserva uma mentalidade feudal arrimada em conceitos tribais de honra e vergonha. Apoia-se no autoengano, em padrões dúplices. Depende dos avanços tecnológicos ocidentais ao mesmo tempo que finge ignorar sua origem no pensamento ocidental. Essa mentalidade torna a transição para a modernidade muito dolorosa para todos os praticantes do islamismo.

Acusam-me de haver interiorizado o sentimento de inferioridade racial, a ponto de atacar minha própria cultura, movida pelo ódio a mim mesma, pois quero ser branca. É um argumento enfadonho. Acaso a liberdade existe unicamente para os brancos? Acaso é amor-próprio aderir às tradições dos meus ancestrais e mutilar as minhas filhas? Aceitar ser humilhada e impotente? Observar passivamente os meus conterrâneos espancarem as mulheres e se massacrarem em disputas sem sentido?

A minha preocupação central e motivadora é com o fato de as mulheres serem oprimidas no islã. Quando se diz que os islâmicos são a compaixão, a tolerância e a liberdade, olho para a realidade, para as cultuas e o governos reais, e simplesmente vejo que não é assim. No Ocidente, as pessoas engolem tais mentiras porque aprenderam a não ser excessivamente críticas ao examinar as religiões ou culturas das minorias, por medo de ser acusadas de racismo. E ficam fascinadas porque não tenho medo de fazê-lo.

Nos últimos cinquenta anos, o mundo muçulmano foi catapultado à modernidade. Ainda hoje, quem atravessar a fronteira da Somália, há de achar que recuou milhares de anos. As pessoas se adaptam. Aquelas que nunca se sentaram em uma cadeira aprendem a dirigir um carro e a operar uma máquina complexa; adquirem essa capacidade. Do mesmo modo, os maometanos não precisam tardar seiscentos aos para modificar o seu modo de pensar a igualdade e os direito individuais.

Já me disseram que Submissão (um filme que a autora fez descrevendo a situação da mulher muçulmana) é um filme por demais agressivo. "Aparentemente, a sua crítica ao islã é muito dolorosa para que um muçulmano a suporte". Diga, não é muito mais doloroso ser uma mulher presa naquela gaiola?”
Layla.Ribeiro 04/06/2020minha estante
Resenha muito boa




04/06/2020

Duro de ler e de acreditar! Autobiografia surreal de uma mulher forte e resiliente. Até que ponto o extremismo religioso pode torturar, matar e estuprar mulheres? A verdadeira face no islamismo.
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Isabela Juliao 28/05/2020

A heroína por trás de Infiel
Nunca tinha lido uma biografia antes. Tinha um certo preconceito com o gênero, mas Infiel alterou minha percepção. Trata-se da autobiografia precoce de Ayaan Harsi Ali, uma mulher nascida de uma família muçulmana na Somália e mais tarde naturalizada holandesa.
Ela narra sua história de maneira muito envolvente, instigante e comovente. Em alguns momentos não me sentia lendo uma biografia, mas talvez um livro como os de Khaled Hosseini. Foi a primeira vez que li sobre os aspectos do islamismo pela visão de uma mulher maometana.
O que mais me marcou no livro foram as inúmeras passagens carregadas do machismo e da violência que caracterizam a religião de Ayaan. Como tais crenças e tradições são bem aceitas pelo islamismo, são embasadas no Alcorão e na vida do profeta Maomé. Como é justificável o feminicídio e a violência contra a mulher em nome da honra.

Fiquei impressionada com a força de Ayaan, que se libertou da gaiola mental na qual estava presa, lutou por sua liberdade de expressão e pelo direito de ser um indivíduo, mesmo tendo que pagar um alto preço para obtê-los. E não só por isso, mas também por ter estendido sua luta para as outras mulheres muçulmanas, esforçando-se tanto para fazer o mundo ocidental, assim como as próprias muçulmanas, a enxergarem a situação das mulheres no mundo islâmico, a qual em muitos aspectos não condiz com os direitos humanos.

Por sua coragem e ousadia, foi ameaçada de morte, obrigada a viver em uma nova prisão para manter-se viva, mas acredito que tenha valido a pena, pois trouxe para tantas pessoas a real visão sobre o mundo em que viveu, impactando a tantas outras muçulmanas e a tantos leitores pelo mundo.

Acredito que nunca tenha ficado tão impactada com uma leitura, que abriu meus olhos para uma realidade que antes não havia enxergado. Nota 10 para esse livro e para sua autora, uma verdade heroína.
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Gotas de leitura 15/05/2020

Inquietante e necessário
Infiel: a história de uma mulher que desafiou o islã. Ayaan Hirsi Ali. 2007.

Autobiografia de uma mulher “privilegiada por ainda estar viva e sã” que nasceu “em um país dilacerado pela guerra”.
Ayaan nasceu na Somália em 1969 e foi criada sob forte influência dos costumes tribais (clãs) e do islamismo. Na infância, sofreu espancamentos brutais e mutilação do órgão sexual (uma das cenas mais fortes que já li), passou por choques culturais e religiosos, fugiu de um casamente forçado e da própria família para se libertar da “gaiola” de sofrimento e dor, foi eleita deputada na Holanda e hoje está condenada à morte pelo fundamentalismo islâmico por criticar Maomé.
A história de Ayaan acontece em um passado assustadoramente recente “em um continente mais conhecido pelo que dá errado do que pelo que dá certo” e representa a história de muitas outras mulheres forçadas, por imposição cultural e religiosa, à submissão.
Ayaan quebrou essas amarras de submissão e nos presenteia com um livro inquietante e necessário.

site: https://instagram.com/gotasdeleitura
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Aninha Selva 26/04/2020

Impactante
Um livro único. Ayaan é uma mulher guerreira e determinada. Sua visão sobre o islamismo e a liberdade religiosa é surpreendente. Imperdível.
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spoiler visualizar
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amareladiz 01/04/2020

Leiam!
Acho incrível como essa mulher nos transporta para a realidade vivida por ela e tantas mulheres muçulmanas. Ela tem vários livros de ensaio sobre o tema, alguns também publicados no Brasil. Desejo escrever uma resenha mais aprofundada sobre essa biografia no meu projeto Cartografismos ?
Se puder, acompanha! Estou mapeando histórias, um livro por vez, no medium e no Instagram (@cartografismo.s).
Dan 10/09/2020minha estante
Adicionado à minha meta de leitura. Grata! :)


amareladiz 10/09/2020minha estante
Não vai se arrepender! ?




Carolzinha 28/03/2020

Foi como retirar vendas de meus olhos...
Li durante a pandemia da Covid19, um momento muito oportuno para reflexões - e não havia livro melhor para isso!
Trata-se de uma autobiografia precoce, escrita por Ayaan, uma somali que, depois de muitos percalços, chegou a fazer parte do parlamento holandês - o que não diminuiu seus problemas.
O livro é dividido em duas partes: na primeira, conhecemos a realidade sociocultural da Somália e alguns de seus países vizinhos - o tanto que uma sociedade pode ser cruel com suas mulheres; na segunda, vemos a luta de Ayaan para mostrar que é possível adaptar a fé islã à intelectualidade e liberdade de pensamento e de ser.
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Júlia 27/03/2020

Sobre lugar de fala e a coragem de reconstruir-se
Ao ler esse livro, um novo universo se abriu pra mim, sobre uma situação em que poucas vezes havia parado para pensar. Acho que nós ocidentais, de modo geral, não nos sentimos no direito de analisar de modo crítico uma religião e cultura tão diferentes da nossa, que tem suas próprias razões de ser. Porém, Ayaan é a pessoa que tipicamente está em seu lugar de fala, e ainda sim muitas pessoas acreditam que ela não tem o direito de dizer o que diz.
Esse livro porém, explica muito bem porque Ayaan se manifesta de modo tão crítico ao islã. Sua vida e todos os prejuízos que teve em função de ter nascido em uma sociedade que seguia à risca os ideais de submissão da mulher dessa religião (espancamentos, circuncisão, repressão sexual, impedimento de ir e vir e de questionar) são narrados em pormenores em Infiel.
Outra questão é o uso que algum oportunista pode fazer de suas ideias. Já a questão que para mim é essencial é seu ataque ao relativismo moral, que fez com que Ayaan se afastasse da esquerda e se unisse à direita holandesa. Para Ayaan, não há argumento que justifique a circuncisão feminina, nem o poder dos homens (pais, irmãos, marido) sobre a vida e morte de uma mulher islâmica. Existem atos que são simplesmente inaceitáveis, independente da cultura ou liberdade religiosa. Essa ideia da autora ficou profundamente gravada em mim e fez todo o sentido.
Outro aspecto importante de sua autobiografia para mim, foi sua imensa coragem em se despojar de aspectos culturais e familiares que regularam quase todos os aspectos da sua vida durante anos. Em alguns trechos, Ayaan diz que mesmo quando era uma praticante fervorosa do islã, algo nela pulsava por liberdade. Os questionamentos existiam dentro dela, e todas as suas tentativas de respondê-los dentro do islã foram tolhidas. Ela teve a coragem de ouvir essa parte questionadora e livre sua, mesmo que ela a levasse para longe de sua família e cultura originais, podendo reconstruir-se com outros valores.
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