Infiel

Infiel Ayaan Hirsi Ali




Resenhas - Infiel


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Marjory.Vargas 27/08/2023

Ayaan é uma jovem somali exilada na Holanda, onde foi eleita deputada e é conhecida pela sua luta pelos direitos da mulher muçulmana.

Na sua biografia, ela narra sua trajetória, desde a infância tradicional muçulmana na Somália até o despertar intelectual na Holanda.

Ler esse livro não é fácil. Já deixo um alerta, que alguns dos trechos selecionados no carrossel são cruéis, mas há pouquíssimos trechos felizes no livro.

A parte em que Ayaan descreve como ela e a irmã Haweya são submetidas à clirectomia foi uma das piores de se ler. Crianças, submetidas à uma mutilação genital, feita na própria casa, sem qualquer tipo de anestesia, seguradas por várias mulheres para suportar a dor. É difícil de acreditar que em pleno século XXI, "tradições" como essas ainda sejam mantidas e praticadas.

Ayaan cresceu sob o domínio de uma cultura machista, onde as mulheres valem menos que os homens. Devem ficar quietas e aceitar tudo. E o pior: tudo isso é praticado em nome de Alá.

Eu fiquei chocada em vários momentos da leitura. Porque saber que existe esse tipo de comportamento é uma coisa. Mas ler, sob o ponto de vista de alguém que foi submetida a essas práticas, torna a coisa muito mais real.

É impossível deixar de admirar essa mulher que lutou contra tudo que lhe foi imposto, buscou refúgio e, ao invés de viver sua vida no novo país, deu a cara a tapa para lutar por todas as mulheres oprimidas do seu país.
TatySantos 25/02/2024minha estante
Oiii! Não encontrei ele pra Kindle! Você leu o físico?


Marjory.Vargas 26/02/2024minha estante
Oii, sim, tenho o físico


TatySantos 26/02/2024minha estante
Ah! Ok! Obrigada!




Fernando 19/05/2011

Animal racional?
Infiel é, simplesmente, uma leitura obrigatória. Daqueles livros que não se consegue terminá-lo indiferente.

Não que nele existam novidades reveladoras. Qualquer um que reserve alguns minutos do seu dia para se informar sobre o mundo em que vive já conhecia tudo que foi narrado no livro. Ayaan, porém, não é uma repórter. É testemunha. É vítima. Infiel não é um frio relato jornalístico sobre o outro lado do planeta. É um depoimento sobre a insanidade social do seu cotidiano. Ayaan consegue transportar o leitor do conforto e segurança do seu lar para a sua absurda realidade.

Terminado o livro, imagino que todo leitor se pergunte: como é possível?

Como é possível que haja quem considere a clitorectomia algo natural? Como é possível que haja quem considere a violência contra a criança, cometida pela família ou por professores, algo necessário? E eu não estou falando de palmadas, mas de espancamento e traumatismo craniano em nome de preceitos religiosos. Como é possível que alguém ache correto uma escola ensinar crianças a recitar o alcorão em árabe sem que elas saibam o idioma? Só para repetirem o som! Como é possível que alguém considere natural obrigar uma filha a se casar com outra pessoa?

Se você acha que a resposta às perguntas é o islã, faltou-lhe profundidade. A resposta é o ser humano. Esse animal que se julga superior porque é racional. Racional? Em geral, o que mais falta nos humanos é razão, embora sobrem fé, preconceito e ignorância.

Mas fé não é algo bom? Se fé significasse uma relação individualizada entre alguém e Deus, não haveria qualquer problema. Acontece que em nome da fé querem cuidar da vida alheia. E por cuidar da vida alheia não estou me referido a discutir sobre a vida de outrem. Estou afirmando que em nome da fé querem doutrinar, influenciar, castigar, torturar e matar. Esquecem que um dos direitos humanos fundamentais é a liberdade de religião. Todos têm o direito de optar por essa ou por aquela religião ou mesmo de não escolher religião sem que os outros possam tentar domesticá-lo, doutriná-lo ou puni-lo por isso. Fé deveria ser algo que não fosse além do próprio indivíduo. Mas nunca é assim. Sempre tem quem quer impor sua fé. Até pela violência.

Enfim, o depoimento de Ayaan não é apenas uma acusação contra o Islã. É um relato sobre a insanidade humana. Sua vida somente se difere da nossa pelo grau de loucura de seus conterrâneos. Somente um pouco maior do que a dos nossos.
Taísa 21/05/2011minha estante
A que ponto pode chegar a razão humana? Cada um trabalha a sua racionalidade de acordo com suas convicções, crenças, cultura e principalmente educação. O problema é que algumas vezes a convição religiosa pode se tornar o epicentro para alguns, que sem limites acaba por destruir os seus próprios pares...


Fernando 21/05/2011minha estante
Nossas melhores decisões são tomadas quando abstraímos nossas crenças, nossos costumes e nossos preconceitos. A evolução da humanidade está diretamente ligada ao conhecimento fundado na razão pura (conhecimento científico). O problema é que nossas crenças estão tão enraizadas em nossas mentes que, muitas vezes, não conseguimos tomar decisões sequer sensatas. Beijos, querida!


Jossi 06/02/2016minha estante
Discordo! "...não é apenas uma acusação contra o Islã"??? Óbvio que é. Aliás, não compare o Islam com qualquer outra religião, seja ocidental, seja oriental. O islã é política+religião+cultura+lavagem cerebral. Não existem islâmicos 'liberais e tolerantes', pois tudo depende do número deles. Se em determinada comunidade (cidade brasileira, p. ex.) eles são apenas um pequeno grupo, ficarão calmos e tranquilos e seguirão com suas vidas, sem interferirem nas nossas. Tudo OK. Quando, porém, eles se tornam mais numerosos, já constroem mais mesquitas e começam a 'exigir' das autoridades certas coisas típicas da cultura deles (ao invés de se adaptarem à nossa cultura, como nós em geral fazemos, ao emigrarmos para outros países). Isso prossegue, até que estejam com um numeroso grupo, formando já um gueto. Nesse(s) gueto(s) os nativos do país não entram mais, exceto se SEGUIREM as prescrições deles. Por ex., mulheres sem véu ou burka, mulheres com roupas curtas serão alvo de perseguições e estupros (que aliás, são, para nosso HORROR, totalmente LEGAIS CONTRA MULHERES INFIÉIS).
O Islam é tão 'maravilhoso', quem também não aceita o ateísmo, da mesma forma que descarta e despreza todo e qualquer tipo de ciência - exceto a ciência 'pregada pelo Profeta'... Os únicos eruditos do mundo árabe que se conhece, até hoje, foram Averrois e Avicena, ambos foram perseguidos pelos 'pacíficos' muçulmanos. Não existem cientistas muçulmanos... há muito, muito, muito tempo.

Assim sendo, nota-se o quanto essa 'religião', chamada islã (islam) é terrível, perigosa. Tenham uma ideia melhor e se informem sobre o que anda ocorrendo na Suécia (pra mim, Suécia já nem é mais um país ocidental, literalmente está tomada). Ou na Alemanha (com o governo esquerdista de Merkel), que acolheu refugiados - e entre estes, uma boa porção de estupradores...

Uma única fonte, já que é possível encontrar INÚMERAS fontes sobre o mito da 'minoria radical' muçulmana: http://www.cacp.org.br/o-mito-da-minoria-radical-muculmana/




amareladiz 01/04/2020

Leiam!
Acho incrível como essa mulher nos transporta para a realidade vivida por ela e tantas mulheres muçulmanas. Ela tem vários livros de ensaio sobre o tema, alguns também publicados no Brasil. Desejo escrever uma resenha mais aprofundada sobre essa biografia no meu projeto Cartografismos ?
Se puder, acompanha! Estou mapeando histórias, um livro por vez, no medium e no Instagram (@cartografismo.s).
Dan 10/09/2020minha estante
Adicionado à minha meta de leitura. Grata! :)


amareladiz 10/09/2020minha estante
Não vai se arrepender! ?




Cintia295 08/11/2022

Livro muito pesado mas necessário, mulher de garra, coragem, inteligente, correu atrás dos seus sonhos e fez tudo para mudar sua tradição, cultura.

"Tampouco desejo que meu raciocínio seja desdenhado como o discurso bombástico e bizarro de uma mulher que, prejudicada por suas experiências, resolveu pôr a boca no mundo. As pessoas muitas vezes deduzem que sou revoltada por ter sido submetida à clitorectomia ou porque o meu pai me casou com um desconhecido. Elas nunca deixam de acrescentar que essas coisas são raras no mundo muçulmano moderno. O fato é que centenas de milhões de mulheres, em todo planeta, vivem em casamentos forçados e que seis mil meninas sofrem clitorectomia diariamente. A mutilação não me afetou a capacidade intelectual; e quero ser julgada pela legitimidade dos meus argumentos, não como uma vítima."
Carolina.Ribeiro 10/11/2022minha estante
Ia ler na sequência de cidade do sol, mas acho que vou ler algo leve no meio...


Cintia295 10/11/2022minha estante
Talvez seja melhor viu, mas não deixe de ler




Carolina.Gomes 14/03/2021

Ayaan: uma mulher inspiradora
Essa é a autobiografia de uma mulher que ousou romper com os padrões: ir contra sua família, os princípios religiosos que lhe foram incutidos ao longo de gerações para ser ela mesma.

Trata-se de uma leitura árdua, uma vez que há relatos das crueldades a que eram submetidas as mulheres somalis. Todas justificadas em nome da fé.

Ayaan é uma mulher que, a despeito dos inúmeros nãos que a vida lhe impôs, enfrentou seus medos, fugiu para Europa onde descobriu que, sim, ela tinha voz e seria ouvida. Sim, ela usaria essa voz para denunciar o sofrimento das mulheres maometanas.

Sua coragem e obstinação a tornaram alvo de ameaças de morte, por parte do islã.

Hoje ela é uma das personalidades mais importantes do mundo.

Leitura mais que recomendada. Obrigatória!
Thamiris.Treigher 14/03/2021minha estante
Uau!!! Já quero ler também!


Carolina.Gomes 14/03/2021minha estante
Vale muito a pena, Thami.




Pêpe 25/12/2023

Impactante
O livro é a auto biografia de Ayaan Hirsi Ali.
É uma vida extremamente difícil e desafiadora.
Ayaan nasceu na Somália, um lugar miserável, tem uma infância repleta de horrores, desde a circuncisão com apenas 5 anos, a surras da mãe e até um espancamento de um pregador do Alcorão, que lhe causou uma fratura no crânio.
É uma vida de exílio, teve que estudar em várias escolas e idiomas diferentes, devido a ausência do pai, contra a ditadura.A família fugiu para Arábia Saudita, para a Etiópia e finalmente ficou no Quênia.
Ayaan era obrigada a viver nos costumes da Arábia, onde não podia sair às rua sozinha.
Quando seu pai a obrigou a se casar com um homem, que ela nem sequer conhecia, tradição que ela sempre questionou fugiu e se refugiou na Holanda, lá descobre os valores da liberdade, democracia liberal e igualdade.
Ayaan passa a adotar uma visão crítica sobre o Islâmico e a violência contra as mulheres.
Em novembro de 2004, o cineasta Theo Van Gogh, foi morto a tiros em Amsterdã por um marroquino, que cravou em seu peito um bilhete que a próxima vítima seria Ayaan, que fizera ao lado de Theo um filme Submissão, sobre a situação da mulher muçulmana.
Eleita deputada no parlamento Holandês, conhecida na Holanda por sua luta pelos direitos da mulher muçulmana e por suas críticas ao Islâmismo, tornou -se conhecida no mundo todo, foi considerada pela revista Time entre as cem pessoas mais influentes do mundo, inclusive tendo que se esconder várias vezes e com vários seguranças, pois constantemente era ameaçada de morte.
É bem pesado, não é fácil de ler é revoltante, devia ter umas mil mulheres como Ayaan, extremamente corajosa desafiou e enfrentou o Islã.
O mais triste é saber, que hoje agora, as mulheres estão passando por tudo que Ayaan passou.
Eu recomendo, é uma leitura necessária para todos.
Juliana Gomes 25/12/2023minha estante
Esse livro é excelente.




Lucas.Barbosa 07/02/2022

Impecável! Leitura perfeita para sair da bolha ocidental.
O livro começa com uma linguagem bem difícil e eu concordo que é preciso de um tempo pra se situar. De primeira, biografias sempre foram algo fora do meu interesse mas a maneira que Ayaan conseguiu contar sua história foi espetacular. Confesso que a leitura foi difícil e dolorosa no início mas entendo que ao se deparar com o desconhecido, o impacto é ainda maior.
Leila267 27/05/2023minha estante
Nossa uma leitura muito difícil mesmo, confesso que estou pensando em desistir de lê-lo.




Igor Almeida 04/06/2020

Uma crítica à mentalidade islâmica
Este livro é um relato em primeira pessoa, cuja autora conta a história de vida dela com um único objetivo: mostrar o mundo islâmico sob o ponto de vista feminino. Ela não ataca a religião deliberadamente, mas faz críticas ao modo de pregação religiosa que cerceia a liberdade de seus adeptos. Por exemplo, "o livro sagrado é para ser obedecido, não interpretado, porque você não pode saber mais do que Deus". E assim, devido a esse dogmatismo, os escritos de um livro milenar são levados, ainda hoje, ao pé da letra. As mesmas práticas do séculos VII foram mantidas ao longo dos séculos com pouquíssimas alterações nos países fundamentalistas (decepar mãos, apedrejamento feminino, mutilação genital, etc). Essa é a grande crítica: não permitir nenhum pensamento independente que fuja dos ensinamentos ditos sagrados. Por outro lado, é fato que o islã ensina tolerância, justiça e caridade, mas apenas entre os islâmicos. Isso pode gerar guerra com o resto do mundo, mas é inegável que foi um fator que uniu povos outrora em constantes guerras tribais.

Além da minha descrição, nada melhor que as próprias palavras da autora em trechos de sua conclusão:

“A mensagem deste livro, se é que ele precisa de uma mensagem, é que nós, no Ocidente, fazemos mal em prolongar desnecessariamente a dor dessa transição, alçando culturas repletas de farisaísmo e ódio à mulher à estatura de respeitáveis estilo de vida alternativos. O tipo de pensamento que presenciei na Arábia Saudita e na Fraternidade Muçulmana, no Quênia e na Somália, é incompatível com os direitos humanos e os valores liberais. Preserva uma mentalidade feudal arrimada em conceitos tribais de honra e vergonha. Apoia-se no autoengano, em padrões dúplices. Depende dos avanços tecnológicos ocidentais ao mesmo tempo que finge ignorar sua origem no pensamento ocidental. Essa mentalidade torna a transição para a modernidade muito dolorosa para todos os praticantes do islamismo.

Acusam-me de haver interiorizado o sentimento de inferioridade racial, a ponto de atacar minha própria cultura, movida pelo ódio a mim mesma, pois quero ser branca. É um argumento enfadonho. Acaso a liberdade existe unicamente para os brancos? Acaso é amor-próprio aderir às tradições dos meus ancestrais e mutilar as minhas filhas? Aceitar ser humilhada e impotente? Observar passivamente os meus conterrâneos espancarem as mulheres e se massacrarem em disputas sem sentido?

A minha preocupação central e motivadora é com o fato de as mulheres serem oprimidas no islã. Quando se diz que os islâmicos são a compaixão, a tolerância e a liberdade, olho para a realidade, para as cultuas e o governos reais, e simplesmente vejo que não é assim. No Ocidente, as pessoas engolem tais mentiras porque aprenderam a não ser excessivamente críticas ao examinar as religiões ou culturas das minorias, por medo de ser acusadas de racismo. E ficam fascinadas porque não tenho medo de fazê-lo.

Nos últimos cinquenta anos, o mundo muçulmano foi catapultado à modernidade. Ainda hoje, quem atravessar a fronteira da Somália, há de achar que recuou milhares de anos. As pessoas se adaptam. Aquelas que nunca se sentaram em uma cadeira aprendem a dirigir um carro e a operar uma máquina complexa; adquirem essa capacidade. Do mesmo modo, os maometanos não precisam tardar seiscentos aos para modificar o seu modo de pensar a igualdade e os direito individuais.

Já me disseram que Submissão (um filme que a autora fez descrevendo a situação da mulher muçulmana) é um filme por demais agressivo. "Aparentemente, a sua crítica ao islã é muito dolorosa para que um muçulmano a suporte". Diga, não é muito mais doloroso ser uma mulher presa naquela gaiola?”
Layla.Ribeiro 04/06/2020minha estante
Resenha muito boa




Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

Infiel, Ayaan Hirsi Ali – 10/10
Em 2004, na cidade de Amsterdã, um cineasta foi morto por um cidadão marroquino que, após degolá-lo, cravou no seu peito uma mensagem indicando a sua próxima vítima: Ayaan Hirsi Ali. E é justamente com a autobiografia dessa mulher incrível que o leitor se depara em Infiel. Nascida na Somália, Ali foi vítima da circuncisão feminina aos cinco anos de idade, foi espancada diversas vezes e teve que fugir de sua terra natal na luta pela sobrevivência. Acompanhamos a sua trajetória sofrida até o Ocidente, onde se tornou uma referência mundial na luta pelo direito das mulheres e no combate ao fundamentalismo islâmico. Principalmente no atual momento de crise política e humanitária que vivemos, essa obra escancara o perigo dos pensamentos extremistas e a necessidade de proteção dos refugiados. Também achei muito interessante a forma como a autora mostra as dificuldades e o choque que tomou ao se deparar com uma cultura ocidental, laica e liberal, quando foi morar na Holanda. Confesso que biografia não é o meu gênero literário favorito, mas essa leitura me fez repensar a importância de sairmos da nossa zona de conforto. Leitura obrigatória!

site: https://www.instagram.com/book.ster
Duana Rocha 26/04/2020minha estante
Nossa, achei esse livro aqui em casa e vim no skoob ver se era bom, dei de cara com sua resenha! Já vai pra meta 2020 :D




DIRCE 28/01/2011

Ayaan, quero ser como você quando eu crescer
Infiel é um livro autobiográfico, mas pra mim “soou” mais como um documentário.
Não sei se li, ou se alguém me disse que as biografias são sempre romanceadas hã..., hã. Infiel contradiz tal afirmativa, pois é impossível visualizar sequer um esboço de romance em qualquer uma das 496 páginas desse livro, livro, que foi dividido em 2 partes. A a primeira foi denominada : MINHA INFÃNCIA e a segunda : MINHA LIBERDADE.
Na primeira parte o que salta aos olhos são as barbáries cometidas contra as mulheres – sejam elas crianças ou adultas - em nome do Pai, do clã, da tribo, dos ancestrais, da honra da família, enfim, em nome da hipocrisia, da covardia, etc.. etc...
Sim, eu sei: são fatos que poderiam ser vistos como questões antropológica, mas nem por isso deixam de ser barbáries.
Em “Infiel” há barbáries que são cometidas até pela própria família. A mãe e avó da menina Ayaan não foram exceções à regra, visto que ela sofreu ,durante todo o período que com elas conviveu, uma espécie de bullying familar.
A segunda parte do livro foi para mim o passo a passo de como se tornar apóstata.Compreensível...perfeitamente compreensível.
Ayaan , uma jovem que transitou por vários países onde as mulheres viviam sob julgo(Arábia Saudita, Quênia, Etiópia), países onde predominava o fundamentalismo religioso, países onde predominava uma religião contraditória- pregava a paz, mas praticava a violência, em países em que religião era ditame das Leis, quando finalmente se viu em um país ( Holonda) , onde todos tem direito ao livre pensamento, à liberdade de expressão, às leituras não poderia deixar de questionar tudo o que lhe foi imposto e concluir que, o que ela realmente queria é que sua vida fosse regida por ela mesma, pelo que ela julgava certo e não por doutrina religiosa que fazia as pessoa agissem de maneira “ correta” com medo do inferno.
Nem tudo foram flores na Holanda. Ayaan relata o quanto foi difícil adaptação ao modo de vida ocidental. Vivenciou o drama dos refugiados o que a levou ambicionar ir além da sua liberdade individual e foi; ela foi à luta para tentar livrar os aprisionados da gaiola mental.
A minha leitura se deu com interesse renovado a cada página. Me fez admirar essa mulher ,nascida prematuramente em um país, como ela mesma diz: dilacerado pela guerra e que chegou a se eleger deputada na Holanda, mas que por força da circunstância se viu obrigada a se exilar nos Estados Unidos.
A minha leitura desse livro me fez desejar: Ayaan, quero ser como você quando eu crescer
Hester1 12/09/2012minha estante
Gostei da sua resenha.
Como vc diz, nem tudo foi flores na Holanda. Bem a vida dela nunca foi florida, assim como a da mae. Mas como ela dizia que queria ser independente, ela lutou por isso, e sempre buscou respostas. Principalmente na adolecência quando tentava entender a religiao.
Também quero ser como ela quando crescer.




Carine 10/12/2022

Leitura obrigatória
Um livro autobiográfico que narra a trajetória de uma mulher extraordinária que foi criada nos costumes tribais da Somália, sofreu mutilação sexual e espancamentos brutais na infância, foi uma muçulmana devota até a adolescia, fugiu de um casamento forçado, tornou-se deputada na Holanda, clamou pelos direitos das muçulmanas, criticou Maomé e está condenada à morte pelo Islã fundamentalista.

Em novembro de 2004, o cineasta Theo van Gogh foi morto a tiros em Amsterdã por um marroquino, que em seguida o degolou e lhe cravou no peito uma carta em que anunciava sua próxima vítima: Ayaan Hirsi Ali, que fizera ao lado de Theo o filme Submissão, sobre a situação da mulher muçulmana. E assim essa jovem exilada somali, eleita deputada do parlamento holandês e conhecida na Holanda por sua luta pelos direitos da mulher muçulmana e por suas críticas ao fundamentalismo islâmico, tornou-se famosa mundialmente.

No ano seguinte, a revista Time a incluiu entre as cem pessoas mais influentes do mundo. Como foi possível para uma mulher nascida em um dos países mais miseráveis e dilacerados da África chegar a essa notoriedade no Ocidente?

Em Infiel, sua autobiografia precoce, Ayaan, aos 37 anos, narra a impressionante trajetória de sua vida, desde a infância tradicional muçulmana na Somália, até o despertar intelectual na Holanda e a existência cercada de guarda-costas no Ocidente. É uma vida de horrores, marcada pela circuncisão feminina aos cinco anos de idade, surras frequentes e brutais da mãe, e um espancamento por um pregador do Alcorão que lhe causou uma fratura do crânio. É também uma vida de exílios, pois seu pai, quase sempre ausente, era um importante opositor da ditadura de Siad Barré: a família fugiu para a Arábia Saudita, depois Etiópia, e fixou-se finalmente no Quênia.

Obrigada a frequentar escolas em muitas línguas diferentes e a conviver com costumes que iam do rigor muçulmano da Arábia (onde as mulheres não saíam à rua sem a companhia de um homem) à mistura cultural do Quênia, a adolescente Ayaan chegou a aderir ao fundamentalismo islâmico como forma de manter sua identidade. Mas a guerra fratricida entre os clãs da Somália e a perspectiva de ser obrigada a casar com um desconhecido escolhido por seu pai, conforme uma tradição que ela questionava, mudaram a sua vida e ela acabou fugindo e se exilando na Holanda.

Ayaan descobre então os valores ocidentais iluministas da liberdade, igualdade e democracia liberal, e passa a adotar uma visão cada vez mais crítica do islamismo ortodoxo, concentrando-se especialmente na situação de opressão e violência contra a mulher na sociedade muçulmana.

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Certos livros são difíceis de serem digeridos, a gente não consegue nem mesmo falar sobre eles logo após finalizá-los. Infiel foi assim comigo e talvez tenha sido assim com você.

O impacto que essa autobiografia deixou em minha vida não é fácil de explicar aqui, em meras palavras, Ayaan me fez questionar minhas próprias crenças e abalou o modo como enxergo o mundo.

Mas Carine, isso foi bom? Sim, foi magnifico!

A menos de 2 meses li esse livro e tive uma experiência pessoal arrebatadora, no início achei meio chato confesso ? biográfica não é me gênero literário preferido ? mas felizmente insistir e não me arrependo.

Tenho panfletado essa leitura a todos, esse livro deve ser lido por TODOS pois é daquele melhor tipo: o de leitura obrigatória. Você, querido leitor, sabe do que falo?! Existem livros profundos, poderosos, com mensagens universais, únicas e potentes que necessitam de destaque coletivo, precisamos que as massas os saboreiem também. E bem, INFIEL é um deles!

Alguns podem não concordar- ou mesmo sentir o impacto que EU senti ? mas isso não diminui o poder da mensagem de nossa queria Ayaan.

Foram 500 páginas de força, resiliência e grandes reflexões!

Quando falamos sobre a influência religiosa, totalitarismo, barbárie, mutilação, agressão e casamento forçado, parece tão longe da nossa realidade, mas não é, isso está acontecendo hoje, aqui no próprio ocidente!

A bandeira levantada pela Ayaan é coletiva, é atual e principalmente é HUMANITARIA!

Acredito que essa mulher e o próprio livro tenham sofrido boicotes devido a dois fatores:
1°: pautas de esquerda, mas alinhadas a partidos de direita conservadora;
2°: discurso contra o multiculturalismo e a permissividade disfarçada de respeito racial nas relações entre imigrantes e os países asilo.
Jaque.Barreto 10/01/2023minha estante
Orgulho em ler um resenha do completa!!!! ?? arrasa irmãzinha!




Marcel 14/11/2010

Impactante
Simplesmente impactante, dando um tapa na cara do radicalismo, o preconceito contra a mulher e contra o fanatismo religioso, não só referente ao Islamismo, mas também Católicismo e demais religiões.
Jossi 06/02/2016minha estante
Não compare o Islã com qualquer outra religião, seja ocidental, seja oriental. O islã é política+religião+cultura+lavagem cerebral. Não existem islâmicos 'liberais e tolerantes', pois tudo depende do número deles. Se em determinada comunidade (cidade brasileira, p. ex.) eles são apenas um pequeno grupo, ficarão calmos e tranquilos e seguirão com suas vidas, sem interferirem nas nossas. Tudo OK. Quando, porém, eles se tornam mais numerosos, já constroem mais mesquitas e começam a 'exigir' das autoridades certas coisas típicas da cultura deles (ao invés de se adaptarem à nossa cultura, como nós em geral fazemos, ao emigrarmos para outros países). Isso prossegue, até que estejam com um numeroso grupo, formando já um gueto. Nesse(s) gueto(s) os nativos do país não entram mais, exceto se SEGUIREM as prescrições deles. Por ex., mulheres sem véu ou burka, mulheres com roupas curtas serão alvo de perseguições e estupros (que aliás, são, para nosso HORROR, totalmente LEGAIS CONTRA MULHERES INFIÉIS).
O Islam é tão 'maravilhoso', quem também não aceita o ateísmo, da mesma forma que descarta e despreza todo e qualquer tipo de ciência - exceto a ciência 'pregada pelo Profeta'... Os únicos eruditos do mundo árabe que se conhece, até hoje, foram Averrois e Avicena, ambos foram perseguidos pelos 'pacíficos' muçulmanos. Não existem cientistas muçulmanos... há muito, muito, muito tempo.

Assim sendo, nota-se o quanto essa 'religião', chamada islã (islam) é terrível, perigosa. Tenham uma ideia melhor e se informem sobre o que anda ocorrendo na Suécia (pra mim, Suécia já nem é mais um país ocidental, literalmente está tomada). Ou na Alemanha (com o governo esquerdista de Merkel), que acolheu refugiados - e entre estes, uma boa porção de estupradores...

Uma única fonte, já que é possível encontrar INÚMERAS fontes sobre o mito da 'minoria radical' muçulmana: http://www.cacp.org.br/o-mito-da-minoria-radical-muculmana/




Alê 23/09/2009

Exemplo de vida.
Impressionante a história dessa mulher. Uma lição de vida. O livro é bem escrito e prende a atenção.
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Luc1l 19/04/2024

Dificílimo e cruel
A história da Ayaan é brutal - desde sua infância conturbada até sua própria atuação no parlamento.
Me dilacerou em muitos pedaços conhecer a fundo sua vida, seus sofrimentos e próprios desafios. Me dilacerou. Fiquei semanas estagnada na mesma parte pensando em todos os significados que a situação dela agrega e mais do que isso, ao impacto da mulher na sociedade e seu posicionamento ferrenho.

Não é um livro de muitas alegrias. Pra mim houveram inúmeros gatilhos. Precisei de paciência para enfrentar cada um e mais ainda pesquisa para entender o contexto da sociedade e o significado da religião (bem como a represália, a vestimenta, o árduo código de ética e até a própria divindade em si).
Ainda levarei anos para absorver isso, mas por hora me sinto minimamente aliviada que Ayaan conseguiu alcançar um pedaço seguro e saudável de felicidade e estabilidade, sendo dona do próprio destino e estabelecendo as próprias possibilidades e expectativas de sua vida.
Mas é uma história que dói.
Dói.
Dói.
Ainda mais sendo mulher.
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Drika 10/01/2011

Esse é um livro que quando se começa a ler não se quer mais parar.
Ayann, além de relatar sua vida cercada de muita opressão e sofrimento dentro de um sistema politico-religioso - o Islamismo, também nos apresenta suas idéias que, baseadas nos valores do iluminismo, são criticas lúcidas, coerentes e ferozes contra o Islã, principalmente contra a opressão às mulheres, apontando o caminho para a superação do atraso medieval. Seus argumentos podem ser aplicados a qualquer sociedade e a qualquer religião.
Apesar de tudo a escritora não se tornou uma mulher amargurada, cheia de problemas e traumas, pelo contrário, pude assitir a algumas entrevistas dela e o que vemos é uma mulher doce, serena, muito ciente de seu papel na sociedade.
É uma pessoa iluminada que acredito veio com essa missão, denunciar, criticar e, se não mudar, ao menos iniciar a mudança de mentalidade não só dos que estão dentro desse sistema, mas dos que estão do lado de fora.
O curta-metragem chamado "Submission", cujo roteiro foi escrito por ela e pelo cineasta Theo Van Gogh (assassinado por causa desse filme), pode ser assitido no youtube no seguinte endereço: http://www.youtube.com/watch?v=22-E9OODECA
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